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Não parece que o Outro, segundo Levinas, possa ter um significado único e unívoco. Será o Outro apenas uma questão de conceptualidade? Poder-se-á dizer que ele "é", uma vez que se situa "aquém ou além do ser"? O Outro designa simultaneamente: — uma universalidade abstrata, o Outro, concebido como "o absolutamente Outro"; — dimensões pré-reflexivas ou não representáveis da subjetividade: a passividade, o infinito; — o "Estrangeiro" que é por vezes o primeiro a chegar, um estranho, (…)
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Anderen / Andere …
Anderen / les autres / os outros / the others / los otros / Sein zu Anderen / être pour autrui / ser relativamente a outros / being toward others / Untereinandersein / être-les-uns-parmi-les-autres / ser-um-entre-outros / being-among-one-another
Sein für Anderes, das: GA32 GA86
Sein des/der Anderen, das: GA15 GA19 GA20 GA23 GA26 GA32 GA49 GA64
andere Anfang, der: GA4 GA5 GA6T1 GA6T2 GA7 GA9 GA14 GA15 GA16 GA22 GA40 GA43 GA44 GA45 GA46 GA47 GA49 GA50 GA52 GA58 GA60 GA65 GA66 GA67 GA69 GA70 GA71 GA74 GA75 GA76 GA78 GA81 GA85 GA86 GA87 GA88 GA90
andere Bezug, der: GA5 GA20 GA26 GA55 GA70 GA90
andere Denken, das: GA5 GA7 GA9 GA11 GA13 GA14 GA15 GA16 GA25 GA46 GA47 GA48 GA49 GA52 GA55 GA66 GA71 GA76 GA77 GA78 GA79 GA86
andere Herrschaft, die: GA65 GA69
Andersartigkeit, die: GA1 GA2 GA9 GA18 GA19 GA28 GA29-30 GA31 GA32 GA33 GA39 GA41 GA46 GA56-57 GA65 GA71 GA76 GA86 GA90
Andersheit, die: GA1 GA2 GA4 GA6T1 GA16 GA18 GA19 GA21 GA22 GA24 GA26 GA29-30 GA32 GA33 GA34 GA35 GA36-37 GA44 GA46 GA62 GA65 GA68 GA88
Anderssein, das: GA17 GA18 GA19 GA22 GA24 GA29-30 GA31 GA32 GA39 GA40 GA49 GA53 GA54 GA62 GA64 GA68 GA71 GA86 GA88 GA90
Matérias
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Haar (1999:67-71) – a obsessão do outro em Lévinas
3 de março, por Cardoso de Castro -
Patocka (1995:77-79) – o que é o "tu"?
13 de junho de 2023, por Cardoso de CastroLe tu est un autre moi dans l’actualité.
Qu’est-ce à vrai dire que le tu ? C’est un autre moi : le moi en tant qu’objet actuel, qui n’est pas donné en original, mais simplement apprésenté. Mon propre moi peut être mon objet de manière actuelle dans la réflexion, de manière non actuelle dans le souvenir ou l’imagination projective. Mais, par ailleurs, je peux expérimenter aussi l’énergie subjective dynamique qui se manifeste actuellement dans une approche des choses analogue à la mienne — (…) -
Husserl – O papel do corpo na percepção de outrem
18 de novembro, por Cardoso de CastroSe me pergunto como é que os corpos estranhos como tais, isto é, dos animais e de outros homens enquanto tais, são dados na minha experiência e como o podem ser no quadro universal da minha percepção do mundo, então a resposta é esta: o meu corpo próprio desempenha neste quadro, portanto do ponto de vista do conhecimento empírico originário, o papel do corpo primordial do qual deriva a experiência de todos os outros corpos; e assim eu não deixo de ser para mim e para a minha experiência o (…)
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Ortega y Gasset (1960:109-130) – A aparição do "outro"
23 de março de 2022, por Cardoso de CastroEra urgente, para mim, o fazer ver como os "algos" presentes no mundo vital, e que vão constituir os assuntos e importâncias, positivas e negativas, com que nos temos de acomodar, eram puras presenças e compresenças sensíveis, — cores, figuras, ruídos, olores, resistências, etc, — e que essa sua presença atua sobre nós em forma de sinais, indicações, sintomas. Para tal fim, trouxe o exemplo do céu. Esse exemplo do céu, porém, pertence muito especialmente à visibilidade. E, embora o visível e (…)
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Somos uma formação intersubjetiva [PLAD]
31 de agosto, por Cardoso de CastroEm nossas vidas concretas, nós mesmos somos uma formação intersubjetiva. Vivemos em nossa própria presença original e viva em nós mesmos, uma presença que não pode ser participada por mais ninguém; aqui todas as experiências surgem em sua atualidade, aqui elas estão na originalidade que torna possível, no sentido mais pleno, dizer que elas são — na inteira certeza de que, assim que ocorrem — não como algo que olhamos, mas algo que somos e que, junto com esse ser, também é para si mesmo (em (…)
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Lévinas (1991:21-24) – Desejo do invisível
29 de outubro de 2020, por Cardoso de CastroO Outro metafisicamente desejado não é «outro» como o pão que como, como o país em que habito, como a paisagem que contemplo, como, por vezes, eu para mim próprio, este «eu», esse «outro».
Pinto Ribeiro
«A verdadeira vida está ausente.» Mas nós estamos no mundo. A metafísica surge e mantém-se neste álibi. Está voltada para o «outro lado», para o «doutro modo», para o «outro». Sob a forma mais geral, que revestiu na história do pensamento, ela aparece, de facto, como um movimento que (…) -
Patocka (1995:145-148) – para qual modo de ser passa o morto?
9 de janeiro, por Cardoso de Castrodestaque
Qualquer ser para outro que não seja um mero quase-ser teve a sua originalidade para si mesmo, coisa que nada, nenhuma cessação dessa originalidade, lhe pode tirar. Qualquer ser para um outro permanece sempre um ser com a sua própria originalidade interna, exceto que, no caso dos mortos, essa originalidade chegou ao fim e já não é sincrônica conosco. Não se trata, portanto, de uma passagem ao puro ser para os outros, no sentido de um quase-ser (de uma personagem de um romance, de (…) -
Beaini (1981:43-45) – ser-no-mundo-com-os-outros
11 de novembro, por Cardoso de CastroO homem é um ser-no-mundo e, enquanto tal, encontra-se cercado pelos entes diferentes dele e por outros homens, aos quais se assemelha fisicamente. A identidade do homem consigo mesmo é dada pelo termo “eu”, que o diferencia dos entes e dos outros homens. O “Dasein”, ao qual nos referimos aqui, tem um parentesco comigo: sou eu mesmo.
“O ser-aí é o ente que sou eu mesmo, seu ser é meu. Esta determinação visa a uma constituição ontológica, mas somente a indica. Ela sustenta ao mesmo tempo a (…) -
Schérer (1971:12-16) – La solution psychologique du problème de la connaissance d’autrui et de la communication par l’Einfühlung
14 de junho de 2023, por Cardoso de CastroEn présence des phénomènes d’accès à une réalité psychique étrangère et dont le caractère descriptif était faussé par une reconstitution génétique, certains psychologues, à la fin du XIXe siècle, ont été amenés à franchir les limites imposées par l’analyse traditionnelle de la conscience individuelle. Quoiqu’il appartînt à la phénoménologie husserlienne de libérer la conscience psychologique de l’ « idole » de la conscience interne (Max Scheler), la notion d’Einfühlung avec ses (…)
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GA89:144-146 – relacionamento com os outros
27 de junho de 2023, por Cardoso de CastroO discurso do estar-relacionado, da relação copessoal ou mesmo interpessoal é errôneo porque nos leva à representação de dois sujeitos simplesmente presentes de maneira polarizada, que então devem formar ligações entre as representações presentes em seus conscientes. Neste caso, o conceito do relacionamento impede o envolver-se em nossa verdadeira relação com os outros.
Arnhold & Almeida Prado
Lembremo-nos de um outro fenômeno-corporal já mencionado: o do enrubescimento. Dissemos (…) -
Schérer (1971:116-125) – Justification et critique de la philosophie de Binswanger : la Wirheit par-delà l’individu
14 de junho de 2023, por Cardoso de CastroCes deux thèmes, celui d’une réinterprétation des concepts psychanalytiques dans le cadre d’une phénoménologie ontologique, celui d’une modification de la pratique par une philosophie de la communication, commandent l’interprétation par Binswanger de la psychanalyse et de sa méthode.
« Il ne s’agit pas, écrit Binswanger, entre Heidegger et moi, d’une simple différence d’opinion, mais d’une différence ontologique » (o. c, p. 41). La nature et la [117] possibilité essentielle du Dasein sont (…) -
Zarader (2000:175-177) – "ser" em Levinas
30 de outubro, por Cardoso de CastroOra é precisamente Heidegger que Lévinas coloca o mais longe possível do seu próprio pensamento e dos ensinamentos bíblicos. [175] A leitura que propõe é singular. Bem longe de distinguir entre a tradição ontológica e a crítica radical que Heidegger apresenta, ele considera pelo contrário a sua obra como o local onde se junta e agrava toda esta tradição. Heidegger «não destrói, ele resume toda uma corrente da filosofia ocidental», mas mesmo assim é insuficiente, e lemos algumas páginas mais (…)
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Lyotard (1954:31-40) – O "mundo da vida" (Lebenswelt)
15 de junho de 2023, por Cardoso de CastroÉ no sentido dessa "sociologia cultural" que o pensamento de Husserl evolui no final de sua vida.
IX. — O idealismo transcendental e suas contradições.
Ao chegarmos nesta etapa, eis-nos, ao que tudo indica, remetidos de novo a um "idealismo transcendental" (Med. cart.); este idealismo transcendental já residia na própria tarefa da redução. Mas, como o sujeito transcendental não difere do sujeito concreto, o idealismo transcendental parece, além disso, dever ser solipsista. Eu estou só (…) -
Ricoeur (1991:11-14) – Si Mesmo
22 de junho de 2023, por Cardoso de CastroAtravés do título O si-mesmo como um outro, eu quis designar o ponto de convergência entre as três maiores intenções filosóficas que presidiram à elaboração dos estudos que compõem esta obra.
A primeira intenção é marcar o primado da mediação reflexiva sobre a posição imediata do sujeito tal como ela se exprime na primeira pessoa do singular: "eu penso”, “eu sou”. Esta primeira intenção encontra um apoio na gramática das línguas naturais quando esta permite opor “si” a “eu”. Esse apoio (…) -
Lévinas (1991:24-26) – Mesmo - Outro - Eu
2 de dezembro de 2020, por Cardoso de CastroSer eu é, para além de toda a individualização que se pode ter de um sistema de referências, possuir a identidade como conteúdo. O eu não é um ser que se mantém sempre o mesmo, mas o ser cujo existir consiste em identificar-se, em reencontrar a sua identidade através de tudo o que lhe acontece. É a identidade por excelência, a obra original da identificação.
João Pinto Ribeiro
A alteridade, a heterogeneidade radical do Outro, só é possível se o Outro é realmente outro em relação a um (…) -
Romano (1999:159-161) – sofrimento da separação
21 de setembro, por Cardoso de CastroTalvez ninguém tenha descrito o sofrimento da separação de forma mais profunda do que Proust. Mas, como um grande escritor, ele não percebeu o significado dos acontecimentos: pois, pensando como um empirista, Proust acreditava que a experiência, por sua mera repetição, não apenas cria hábitos em nós, mas também nos ensina algo sobre o futuro: "O tempo passa e, pouco a pouco, tudo o que se diz ser mentira se torna verdade; eu havia experimentado isso demais com Gilberte; a indiferença que eu (…)
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GA21:222-224 – Mitsein - Fürsorge
28 de junho de 2023, por Cardoso de CastroEl ser uno con otro y uno para con otro en la existencia, qua propio de la existencia, es ya siempre también un ser uno con otro y uno para con otro en el mundo, y por tanto un procurar conjunta y recíprocamente el mundo.
Círia
En el análisis del plexo de la conducta que en la descripción externa se extiende desde este tener que ver con la tiza hasta la intención de comunicar una comprensión, en este análisis de la lección como comunicación y conducta de mi propia existencia se ha (…) -
Romano (1999:156-158) – o luto
21 de setembro, por Cardoso de CastroO luto é a experiência absoluta da separação, não de uma separação contingente e reversível, de uma separação remediável na qual o espaço é o "meio", mas de uma separação que é em si mesma absoluta, irreversível, irremediável, que ocorre no tempo e dele tira sua marca: o absoluto da separação é temporal, porque a temporalidade é a única "dimensão" na qual a separação absoluta é possível. No luto, vivenciamos essa separação: o falecido é aquele que "nos deixou", não para ir "para outro (…)
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Schérer (1971:76-85) – La communication, problème transcendantal
14 de outubro de 2010, por Cardoso de CastroLa pleine concrétisation de l’intersubjectivité transcendantale naît donc sur la base de la subjectivité égologique.
Gardons-nous d’un contre-sens de principe qui consisterait à prendre pour fil conducteur des analyses phénoménologiques une « démonstration » ou une « déduction » de l’existence de l’autre. Et même de limiter ces analyses à la description des liens qui nous rattachent intentionnellement aux autres. Cette description, et la constitution de l’autre, interviennent dans le (…) -
Schérer (1971:65-75) – Une solution phénoménologique du problème de la communication
16 de julho de 2009, por Cardoso de Castro[…] c’est au monde dans sa réalité a-théorique, axiologique, affective, éthique, que Scheler consacre ses recherches.
A bien des égards, l’œuvre de M. Scheler apparaît comme le complément des premières recherches husserliennes d’une phénoménologie des essences. Elle s’inscrit dans la tradition de l’intuitionnisme qui la caractérise. Mais, alors que Husserl a porté son intérêt sur la sphère logique et objective des essences pures, restaurant avant tout la possibilité d’une (…)
Notas
- Amor [LDMH]
- Bret Davis (2007:10) – vontade segundo Levinas
- Dahlstrom (2001:270-272) – ser-com-os-outros (Mitsein, Mitdasein)
- Ferreira da Silva (2009:35-36) – dualidade trágica vida-morte
- Ferreira da Silva (2009:36-37) – morte do próximo e morte própria
- Ferreira da Silva (2010:244-245) — estados afetivos [Stimmungen]
- GA64:113-114 – das »Man« (o impessoal)
- LDMH: o outro
- Marquet (1995:85-86) – a alteridade do outro
- Merleau-Ponty (1964:231) – existenciais pelos quais compreendemos as "pessoas"
- Raffoul (2010:16-17) – peso da responsabilidade
- Romano (1999:163) – não se aprende com a morte de outro?
- Romano (1999:164) – a perda
- Romano (1999:164-165) – o amor
- Romano (1999:165-166) – luto como uma amputação
- Ruin (2019:20-21) – a morte do outro em Levinas