Notemos de passagem que Handeln é já ele próprio um termo cujo significado imediato é muito mais rico do que o nosso agir . Não há dúvida de que Handeln desempenha em alemão [49] o papel da palavra πρᾶξις em grego. ἡ πρᾶξις é o substantivo feminino derivado do verbo πράττω que é extraordinariamente falante em grego. Para entender bem isso, precisamos fazer uma diferença tão simples quanto fundamental entre πράττω e ποίεω. Ποίεω: eu faço ser, eu ponho; por exemplo: o carpinteiro faz ser uma (…)
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Léxico Alemão
Termos e noções chaves do pensamento de Heidegger e suas referências
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Fédier (2012:48-53) – poiesis e praxis
25 de novembro, por Cardoso de Castro -
Fédier (2012:43-45) – ação [Handeln]
25 de novembro, por Cardoso de Castro« Wir bedenken das Wesen des Handelns noch lange nicht entschieden genug »
Nesta frase, a palavra que imediatamente nos alerta é o substantivo Handeln, aqui no genitivo. Das Handeln é a palavra que retoma aquilo a que, no texto de Berne-Joffroy que Beaufret tinha enviado a Heidegger, se chamava “ação” Em francês, desde a Idade Média que a ação se opõe à contemplação [que é a transposição para a atmosfera escolástica do par aristotélico πρᾶξις — θεωρία].
No programa da classe terminal, (…) -
Escudero (2003) – o como (das Wie)
2 de novembro, por Cardoso de Castro1) Das Wie, que, dependendo do contexto, pode ser traduzido por como, modo, maneira ou modalidade, constitui uma categoria fundamental da existência humana. Vale lembrar que o programa filosófico que toma forma no curso das primeiras palestras de Freiburg, proferidas por Heidegger entre 1919-1923, gira em torno da tentativa de articular conceitualmente os diferentes modos pelos quais a vida humana se relaciona com o mundo em que está imersa. Em outras palavras, se esforça para mostrar quais (…)
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Mitchell (2015:28-31) – representação [Vorstellen]
21 de outubro, por Cardoso de Castro[…] A maquinação é, portanto, um fenômeno moderno, o trabalho de uma era determinada pela representação, conforme detalhado em outro ensaio desse período, “O tempo da imagem do mundo” [GA5] (1938), que elabora ainda mais o que Contribuições identifica como “ciência moderna e sua essência maquinalmente enraizada” (GA65: 141/111).
Nesse ensaio provocativo e de amplo alcance, Heidegger indaga sobre a essência de nossa era (modernidade) investigando uma de suas formações essenciais, a ciência (…) -
Wrathall (2011:2-4) – sentido [Sinn]
19 de outubro, por Cardoso de CastroSeu foco nas estruturas e funções ontológicas leva Heidegger a um uso bastante idiossincrático da terminologia. Heidegger usa palavras como linguagem, verdade e história no que às vezes chama de um sentido “ontologicamente amplo”. De fato, a primeira regra geral para interpretar Heidegger é lembrar-se constantemente de que Heidegger tende a usar seus termos de uma forma bastante distinta do sentido comum e cotidiano em que são usados. Na verdade, essa prática é tão comum que ele normalmente (…)
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Wrathall (2011:1-2) – des-encobrimento [Unverborgenheit]
19 de outubro, por Cardoso de Castro“Des-encobrimento” [Unconcealment], “Unverborgenheit”, foi um termo que entrou pela primeira vez na filosofia de Heidegger como uma tradução para a antiga palavra grega aletheia. A tradução mais comum de aletheia é “verdade” (Wahrheit em alemão), mas Heidegger optou por uma tradução literal: a-letheia significa literalmente “des-encoberto”. Ele fez isso porque acreditava que os primeiros gregos pensavam na “verdade” como uma questão primordial de “tornar disponível como não encoberto, como (…)
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Wrathall (2006:42-46) – compreensão
19 de outubro, por Cardoso de CastroNossa familiaridade e compreensão fundamentais do mundo são a base de tudo o que fazemos. Sou livre para agir e decidir meu próprio rumo na vida somente porque compreendo o que é possível fazer. Sem qualquer compreensão, o mundo nos apresentaria um caos confuso e sem sentido. Mas, ao mesmo tempo em que me libertam, as possibilidades que estão abertas para mim me restringem — elas “exercem seu contra-ataque” sobre mim. Assim como nossos estados de espírito e maneiras apaixonadas de nos (…)
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Wrathall (2006:34-37) – a disposição [Befindlichkeit] é uma “sintonia”
19 de outubro, por Cardoso de CastroVamos resumir o que aprendemos com nossa análise do exemplo do medo. Primeiro, o medo que sinto no beco me mostra como estou em relação ao mundo ao meu redor — me mostra como sou vulnerável em relação ao que está me ameaçando, como sou carente em relação ao que oferece refúgio, etc. Em seguida, vimos que faz com que a situação como um todo apareça de forma diferente e permite que me concentre e me direcione para coisas específicas dentro desse todo. Por fim, quando tenho medo, sinto que as (…)
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Wrathall (2006:30-32) – tonalidade afetiva [Stimmung] e disposição [Befindlichkeit]
19 de outubro, por Cardoso de CastroOntologicamente, o humor [Stimmung] é um tipo primordial de ser para o Dasein, no qual o Dasein é desvelado a si mesmo antes de toda cognição e volição, e além de seu alcance de desvelamento… Ontologicamente, obtemos, assim, como primeira característica essencial dos estados de espírito [Befindlichkeit], o fato de que desvelam o Dasein em seu ser-jogado e — numa primeira aproximação e na maioria das vezes — na forma de um evasivo giro.
… Um estado de espírito nos assalta. Ele não vem nem (…) -
Escudero (2016) – Dasein
16 de outubro, por Cardoso de CastroDasein es, sin duda, uno de los términos centrales de Ser y tiempo. Una correcta lectura y comprensión de esta obra requiere tener una idea muy clara de qué significa dicho concepto. De lo contrario, se corre el riesgo de caer en lecturas existencialistas, antropológicas, sociológicas e, incluso, androcéntricas.
De entrada, hay que recordar que en el lenguaje filosófico y en el corriente, Dasein significa habitualmente «existencia». En el siglo XVII, la locución infinitiva da sein («estar (…)