Página inicial > Gesamtausgabe > GA89 (50-53): Tempo e temporalidade

SEMINÁRIOS DE ZOLLIKON

GA89 (50-53): Tempo e temporalidade

18 de Janeiro de 1965

quarta-feira 31 de maio de 2017, por Cardoso de Castro

Arnhold & Almeida Prado

Quando é que esta coisa técnica, que na conversa era chamada de máquina, transforma-se em relógio? Quando se acerta o “relógio” de modo que ele funcione da mesma forma que outros relógios ou com o sinal do rádio. O locutor de rádio fala muito precisamente e, assim mesmo, não precisamente. Por que não? Ele diz: ao sexto sinal, são exatamente tantas horas. Mas este sexto sinal ainda não existe quando ele diz isto, ele vira. Quando ele diz: “ao sexto sinal”, pode-se perguntar a partir de que relação com o sinal mencionado o locutor fala e o ouvinte ouve. Isto acontece por um esperar pelo sexto sinal. Mais exatamente o locutor deveria dizer: ao sexto sinal, serão tantas horas. Esta correção soa como uma filigrana inócua, mas ela é extremamente importante.

Quando acertamos o relógio ao sexto sinal, o relógio está pronto para uso, não antes, embora nosso relógio ande, ele “anda errado”. O que acontece quando olhamos ou verificamos o tempo no relógio? Como isto se dá? Dizemos: “agora são exatamente nove horas”. Eu digo: “agora”. De onde eu tiro esse agora? O agora como tal não tem nada em comum com o relógio, como esta coisa. O agora não é uma coisa. Entretanto, não há verificação do tempo no relógio sem um dizer-agora, seja isto verbalizado ou não, quer observemos especialmente este “dizer” ou não. Mas, para nós, há sempre um agora sem relógio. Eu digo, por exemplo: “agora o Dr. H. está fumando”. O “agora” é apenas um suplemento quando olho o relógio? Podemos verificar o tempo no relógio sem dizer “agora"? A indicação do lugar em que o ponteiro se encontra no momento ainda não é fazer uma leitura do tempo. Que relação há entre o verificar a posição dos ponteiros e o dizer-agora com isso? O dizer-agora fundamenta a indicação da posição dos ponteiros, como a verificação de um momento. No dizer-agora, apontamos o fato de que. de alguma forma, o tempo já nos é dado de antemão. Entretanto, este apontar para o tempo não acontece só no dizer-agora. Também quando digo: “acaba de… eram tantas horas”, eu nomeio o tempo. Para onde falo com o “acaba de”? Eu falo para trás, para o passado. E quando digo: “em vinte minutos, serão 9:30h”, eu aponto para algo que vem. Falo para frente, para o futuro. Falamos assim, como se isto fosse natural, também no uso do relógio não somente com “agora”, mas com o “acaba de” e o “logo a seguir” (imediatamente), falamos para diversas “direções” do tempo. Ou não dizemos "agora” quando verificamos: em cinco minutos (logo a seguir), serão 20:10h, isto é, “agora em cinco minutos"? O agora não se mostra aqui numa curiosa primazia no nomear do tempo? Ao lado dos agora, antes, depois do tempo-relógio determinados numericamente, também posso dizer: hoje, ontem, amanhã. Agora e hoje têm a ver com o presente, o acaba de e naquele tempo com o deixar ir para o passado e com o manter o que foi. O logo mais e o então têm a ver com o deixar-vir, um esperar. Há, pois, três modos diferentes de poder falar do tempo, de poder nomear o tempo. Mas aqui se impõe a questão: será que nas maneiras como verificamos as horas no relógio e como nos relacionamos com o tempo nesse momento nos referimos também ao próprio tempo? Será que, nos modos da verificação das horas, o tempo já é dado também como tempo? Em que caráter aponta-se aqui para o tempo? Agora, acaba de, logo mais, hoje, ontem, amanhã são determinações de tempo. Em que aspecto isto determina o tempo? Não se determina o tempo como tempo. O tempo não é dado como tal, mas indica apenas quanto tempo o relógio mostra. Medimos o tempo pelo uso do relógio. Mas nunca medimos com isso o que há com o próprio tempo, como o que ele mesmo deve ser determinado. O discurso da determinação do tempo é ambíguo. Verificar as horas pelo uso do relógio significa sempre: verificar quanto tempo, quantas horas são. Embora ao olhar o relógio eu me ocupe do tempo, é sempre com referência a um quanto de tempo.

Mas qual a relação da verificação do quanto de tempo pelo uso do relógio com a determinação do tempo que pronuncio no hoje, amanhã e ontem? Com hoje, ontem e amanhã, quero significar a sequência de dias cujas horas podem, mas não precisam ser mais exatamente determinadas pela indicação de números de horas com a ajuda do relógio. O dizer hoje, ontem, amanhã é, pois, uma relação mais primordial com o tempo em comparação com o verificar de um quanto de tempo pelo relógio. Pois, esta verificação do tempo de acordo com o relógio é apenas uma determinação aritmética de cada hoje, ontem, amanhã. Só podemos usar um relógio porque, para nós, há, de antemão, um hoje, um amanhã e um ontem. Mas, também, estes continuam indicações de tempo, que não conseguem, mais do que as indicações do tempo primordial, nos dar o próprio tempo como tal.

No verificar do tempo pelo relógio, aliás, como em toda indicação de tempo, apontamos para o tempo, mas não vemos o tempo mesmo. Se quisermos saber o que é o tempo mesmo, a relação de tempo das várias indicações de tempo não pode nos ajudar. Antes, devemos perguntar: de onde tiro o agora, o acaba de e o logo mais? Esta pergunta, assim como uma eventual resposta, só é possível porque já temos o tempo, mais exatamente, porque para nós já domina o tempo de presente, passado e futuro. Porque sempre só posso tomar algo que me é dá-vel [Geb-bar]. E este poder se dar [Gebbare] é o que sempre já domina. Com a palavra “dominar”, indica-se apenas, por enquanto, cuidadosamente, que somos atingidos por toda parte e constantemente pelo tempo. Em vista da relação com o tempo, devemos, por enquanto, compreender por um lado a diferença entre indicação do tempo [Zeit  -Angabe  ] pelo relógio e indicação do tempo – não de acordo com o relógio – como hoje-ontem-amanhã e, de outro lado, dação [Zeit-Gabe] de tempo. Não há indicação de tempo sem anterior dação de tempo. Entretanto, permanece ainda a questão se no nosso comportamento cotidiano, seja este científico, pré-científico, prático, não-científico, artístico ou religioso, o tempo nos é dado de modo diferente do que por uma espécie de indicação de tempo.

Aditamentos: A aceitação da dação do tempo que sustenta todas as nossas indicações de tempo, a visão deste fenômeno e do tempo como tal dado nesta dação exigem, evidentemente, um modo de pensar fundamentalmente diverso de nossa relação cotidiana com o tempo. Mas isto não significa, absolutamente, que esta relação diferente com o tempo não deveria originar-se de um esclarecimento prévio da nossa relação cotidiana com o tempo. De fato, para começar, tudo depende deste esclarecimento. Dizemos “depende” e não “dependia”, porque o que foi dito até agora ainda não é suficiente para o necessário esclarecimento. (p. 67-69)

Xolocotzi Yáñez

¿Cuándo, pues, esta cosa técnica, que en la conversación se llamó máquina, llega a ser reloj? Cuando uno pone «el reloj» de manera que vaya al igual que otros relojes o hace que [77] concuerde con la señal del radio. El locutor habla muy exactamente y a la vez no exactamente. ¿Por qué no? El dice: en la sexta señal es exactamente tal y cual hora. Sin embargo, esta sexta señal no la hay todavía cuando él dice eso; ha de venir. Cuando él dice «en la sexta señal» hay que preguntar a partir de qué relación con la señal mencionada habla el locutor y oye a la vez el radioescucha. Esto sucede a partir de un esperar la sexta señal. Más exactamente el locutor debería decir: en la sexta señal será tal y cual hora. Esta corrección se escucha en primera instancia como una sutileza ingenua, sin embargo, es sumamente importante.

Cuando nosotros ponemos el reloj conforme a la sexta señal, entonces el reloj está listo para el uso, antes no; nuestro reloj camina, por cierto, pero «va mal». Cuando leemos o constatamos el tiempo en el reloj, ¿cómo ocurre eso? Decimos entonces: «ahora son exactamente las nueve». Yo digo: «ahora». ¿De dónde tengo yo el ahora? El ahora como tal no tiene lo más mínimo en común con el reloj en tanto que esta cosa. El ahora no es una cosa. Sin embargo, no hay ninguna lectura del tiempo en el reloj sin que se diga ahora, sea esto pronunciado en forma fonética o no, sea este «decir» tomado en cuenta expresamente por nosotros o no. Pero siempre hay para nosotros [51] un ahora sin reloj. Yo digo por ejemplo: «ahora está fumando el Dr. H». ¿Es el ahora solamente una añadidura cuando yo veo el reloj? ¿Podemos leer   el tiempo en el reloj sin decir «ahora»? La indicación del lugar en el que se encuentra en este momento la manecilla no es aún en sí ninguna lectura del tiempo. ¿Qué relación hay entre el constatar la posición de la manecilla y el decir «ahora»? El decir «ahora» fundamenta la indicación de la posición de la manecilla como una constatación de un momento. En el decir «ahora» apuntamos al estado de cosas de que de alguna forma el tiempo ya [78] nos es dado de antemano. Sin embargo, este apuntar hacia el tiempo no sucede sólo en el decir «ahora». También cuando yo digo: «hace un instante era tal y cual hora» nombro el tiempo. ¿Hacia dónde hablo con el «hace un instante»? Hablo de vuelta en el pasado. Y cuando digo: «en veinte minutos serán las nueve y media» apunto a algo que viene. Hablo hacia adelante en el futuro. También en el uso del reloj hablamos no solamente de «ahora» como si esto fuera sobrentendido, sino que con el «hace un instante» y «dentro de un instante» (en seguida) hablamos hacia diferentes «direcciones» del tiempo. ¿O no decimos «ahora» cuando constatamos: en cinco minutos (dentro de un instante) serán las 20:10 –es decir «ahora en cinco minutos»-? ¿No se muestra aquí el ahora en una peculiar primacía en el nombrar del tiempo? Al lado del ahora, entonces, luego, determinados numérica y temporalmente según el reloj, puedo también decir hoy, ayer, mañana. Ahora y hoy tienen que ver con el hacer presente. El hace un instante y el entonces tienen que ver con el dejar-ir en lo pasado y con el retener de lo sido. El dentro de un instante y el luego tienen que ver con un dejar-advenir, con un esperar. De esta manera hay tres modos diferentes en que yo puedo hablar del tiempo, nombrar al tiempo. Pero aquí se impone la pregunta: ¿Nos referimos ya al tiempo mismo en los modos como constatamos el tiempo en el reloj, como nos comportamos en ello respecto al tiempo? ¿Está ya dado también el tiempo como tiempo en los modos de la constatación-del-tiempo? ¿En qué carácter está mencionado aquí el tiempo? Ahora, hace un instante, dentro de un instante, hoy, 52 ayer, mañana, son determinaciones del tiempo. Sin embargo, ¿respecto a qué es determinado el tiempo en ello? Lo que es determinado no es el tiempo como tiempo. Lo que es dado no es el tiempo como tal, sino que solamente es indicado cuánto tiempo muestra el reloj. En [79] el uso del reloj medimos el tiempo. Con ello nunca medimos qué pasa con el tiempo mismo, es decir, como qué debe ser determinado él mismo. Hablar de la determinación del tiempo es ambiguo. Constatar el tiempo en el uso del reloj significa siempre constatar cuánto del tiempo es, qué hora es [1]. Al ver-el-reloj me ocupo ciertamente del tiempo, pero siempre en vista de un cuánto del tiempo.

Pero, ¿cómo es, pues, la constatación del cuánto del tiempo llevada a cabo en el uso-del-reloj en relación con la indicación del tiempo, que yo expreso en hoy, mañana y ayer? En hoy, ayer y mañana, quiero decir la sucesión de días, cuyos distintos momentos del día ciertamente pueden, mas no precisan ser determinados más exactamente a través de la indicación de números de horas con la ayuda del reloj. Por lo tanto, decir hoy, ayer, mañana, es una relación con el tiempo más originaria en comparación con el constatar de un cuánto del tiempo con el reloj, ya que este constatar del tiempo conforme al reloj es solamente una determinación calculadora del respectivo hoy, ayer, mañana. Solamente podemos usar un reloj porque para nosotros hay de antemano un hoy, un mañana, un ayer. Pero también éstos siguen siendo indicaciones del tiempo, que tampoco consiguen, como las indicaciones del tiempo del reloj, darnos el tiempo mismo y como tal.

En la constatación del tiempo por medio del reloj, como en toda indicación del tiempo, apuntamos ciertamente al tiempo; sin embargo, no vemos en ello el tiempo mismo. Si queremos saber qué es el tiempo mismo, no puede ayudarnos la referencia al tiempo que reside en las variadas indicaciones del tiempo. Más bien debemos preguntar: ¿de dónde tomo yo el ahora y el hace un instante y el en seguida? No [80] sólo esta pregunta sino también una eventual respuesta al respecto son posibles porque ya tenemos el tiempo, más exactamente dicho, porque para nosotros ya impera el tiempo a partir del presente, pasado 53 y futuro. Puesto que yo sólo puedo tomar algo cuando me puede ser dado [geb-bar], y esto que me puede ser dado es lo que ya siempre   impera. Con la palabra «imperar» [walten  ] solamente se quiere señalar por el momento, cautelosamente, que nosotros en todas partes y constantemente estamos concernidos y afectados por el tiempo. Respecto a la referencia al tiempo debemos entender en primer lugar la diferencia entre indicación-del-tiempo [Zeit-Angabe] a través del reloj, incluso la indicación-del-tiempo no conforme al reloj, como hoy, ayer, mañana, por un lado, y la donación-del-tiempo [Zeit-Gabe], por el otro. No hay ninguna indicación-del-tiempo sin previa donación-del-tiempo. Sin embargo, permanece aún la pregunta de si en nuestro comportamiento cotidiano, sea éste científico o precientífico-práctico, o extracientífico-artístico o religioso, nos es dado el tiempo en otra forma que por una especie de indicación de tiempo.

Nota adicional: el admitir la donación-de-tiempo que portan todas nuestras indicaciones-de-tiempo, el distinguir este fenómeno y el tiempo dado como tal en tal donación, requieren, evidentemente, un modo de pensar completamente diferente al de nuestra referencia cotidiana al tiempo. Sin embargo, esto no dice de ninguna manera que esta referencia diferente al tiempo no debiera tener su origen en una previa elucidación de nuestra referencia cotidiana al tiempo. En efecto, todo depende en primer lugar de esta elucidación. Decimos «depende» y no «dependió», porque lo comentado hasta aquí aún no es suficiente para la necesaria elucidación. (p. 76-80)

Original

Um in den Bereich dieser schwierigen Fragen   einen gangbaren Weg   zu bahnen, halten   wir uns an den schon genannten Bezug   zur Zeit, der uns durch die Uhr   vermittelt wird. Hierfür zunächst   eine methodische   Zwischenbemerkung: Wir tun   gut   daran, einmal ganz beiseite zu lassen  , was wir bereits über die [48] Zeit zu wissen   glauben, auch die Art und Weise  , wie wir gewohnt sind, das Thema   »Zeit« abzuhandeln; zum Beispiel die Unterscheidung   von subjektiver und objektiver, von Welt  - und Ichzeit, von gemessener und erlebter Zeit, von quantitativer und qualitativer Zeit. Alle diese Unterscheidungen wollen   wir ausschalten  , nicht   weil wir behaupten, sie seien durchaus falsch und grundlos, sondern weil sie fragwürdig bleiben. Denn wenn wir zum Beispiel von »objektiver Zeit« sprechen  , halten wir uns an eine Vorstellung   von Objektivität  , hinsichtlich welcher zu fragen bleibt, ob sie nicht als solche Objektivität erst von der zureichend gedachten Zeit her bestimmbar ist. Das gleiche gilt von der subjektiven Zeit.

Sie erwarten   gewiß nicht, daß   wir das Rätsel   der Zeit lösen werden  . Es wäre aber schon viel gewonnen, wenn wir uns vor das Rätselhafte der Zeit bringen   könnten. Wir beginnen jetzt das Fragen nach der Zeit und deren Verhältnis zum Menschenwesen   mit der Besinnung   auf   die Uhr. An der Uhr lesen wir die Zeit ab. Wir sind der Zeit zugewendet in der Verwendung der Uhr. Die Uhr ist mithin ein Gebrauchsding. Als solches   ist es zugänglich, vorhanden  , zuhanden, jederzeit verfügbar  . Es ist dauernd um uns, also ein stets verweilendes dauerndes Gebrauchsding, das die merkwürdige Eigenschaft   hat, daß es geht. Merkwürdig: ein verweilendes, vorhandenes Ding   geht und im Gehen vollbringt es eine regelmäßig wiederkehrende Bewegung  , das heißt eine periodische Bewegung. Der periodische Charakter der Uhr-Bewegung leitet sich davon her, daß sie auf den Gang der Sonne   bezogen ist. Allein, der Bezug der Uhr zur Sonne kann verschieden sein  . Demgemäß gibt es verschiedene Uhren. Zu fragen bleibt auch, ob jede Uhr auf die Sonne bezogen sein muß. Wie ist es bei   der Sonnenuhr? Dort bewegt sich der Schatten auch regelmäßig, periodisch, wenn auch nicht im Kreise herum, eher wie ein Pendel hin und her. Welchen Charakter hat dieses Gehen der Uhr? Wir bleiben mit dieser Frage zunächst im Bezirk unseres heutigen Uhrgebrauches (Taschenuhr, Armbanduhr). Es bewegt sich ein Zeiger und [49] überstreicht dabei bestimmte Ziffern. Gesetzt der Fall  , wir kommen   mit einer Uhr in den Urwald zu einem Angehörigen eines Negerstammes, der noch nie eine Uhr gesehen hat, und zeigen ihm dieses Ding. Er wird bei der Bewegung denken  , daß dieses Ding lebt. Das Ding ist für ihn keine Uhr, kein Zeitmesser. Dies besagt freilich nicht, dem Mann   sei der Bezug zur Zeit fremd  . Vermutlich lebt er in einem ursprünglicheren Bezug zur Zeit als wir modernen Europäer, die ihm ihre sonderbaren Erzeugnisse anpreisen. Von einer Uhr ist bei ihm jedoch gar keine Rede  .

Wann wird denn dieses technische   Ding, das im Gespräch   eine Maschine genannt wurde, zur Uhr? Wenn man »die Uhr« stellt, so daß sie gleichlaufend mit anderen   Uhren oder übereinstimmend mit dem Radiosignal wird. Der Radiomann redet ganz genau und redet doch nicht genau. Wieso denn nicht? Er sagt: Beim sechsten Ton ist es genau so und soviel Uhr. Diesen sechsten Ton gibt es jedoch noch gar nicht, wenn er solches sagt, er kommt erst. Wenn er sagt: »beim sechsten Ton«, ist zu fragen, aus welchem Verhältnis zum genannten Ton der Radiomann spricht und der Hörer dabei hört. Dies geschieht aus einem Warten auf den sechsten Ton. Genau genommen müßte der Radiomann sagen: Beim sechsten Ton wird es so und soviel Uhr sein. Diese Korrektur hört sich zunächst an wie eine ganz harmlose Spitzfindigkeit, sie ist indessen überaus wichtig.

Wenn wir die Uhr beim sechsten Ton einstellen, dann   ist die Uhr gebrauchsfertig, vorher nicht; unsere Uhr geht zwar, aber sie »geht falsche Wenn wir die Zeit auf der Uhr ablesen oder feststellen, wie geht das zu? Wir sagen dabei: »Jetzt ist es genau neun Uhr«. Ich   sage:» jetzt«. Woher   habe ich das Jetzt? Das Jetzt als solches hat mit der Uhr als diesem Ding nicht das geringste gemeinsam. Das Jetzt ist kein Ding. Indes gibt es keine Ablesung der Zeit auf der Uhr ohne ein Jetzt-Sagen, sei dies lautlich ausgesprochen oder nicht, sei dieses »Sagen« von uns eigens beachtet oder nicht. Aber es gibt   für uns jederzeit [50] ein Jetzt ohne Uhr. Ich sage zum Beispiel: »Jetzt raucht Dr. H.«. Ist das »Jetzt« nur eine Beigabe, wenn ich auf die Uhr schaue? Können wir auf der Uhr die Zeit ablesen, ohne »jetzt« zu sagen? Die Angabe des Ortes, an dem sich der Zeiger gerade befindet, ist an sich   noch kein Ablesen von Zeit. Welches Verhältnis besteht zwischen   dem Feststellen der Zeigerstellung und dem Jetzt-Sagen? Das Jetzt-Sagen fundiert die Angabe der Zeigerstellung als einer Feststellung eines Zeitpunktes. Im Jetzt-Sagen sprechen wir den Sachverhalt an, daß uns die Zeit irgendwie schon von vornherein gegeben ist. Allein, dieses Ansprechen der Zeit geschieht nicht nur im Jetzt-Sagen. Auch wenn ich sage: »Soeben war es so und soviel Uhr«, nenne ich die Zeit. Wohin spreche ich mit dem »soeben«? Ich spreche in das Vergangene zurück. Und wenn ich sage: »In zwanzig Minuten wird es halb zehn Uhr sein«, spreche ich etwas an, was kommt. Ich spreche in die Zukunft   voraus. Wir sagen so, als sei dies selbstverständlich  , auch beim Uhrengebrauch nicht nur »jetzt«, sondern sprechen mit dem »soeben« und »sogleich« (alsbald) nach verschiedenen »Richtimgen« der Zeit. Oder sagen wir nicht, wenn wir feststellen: in fünf Minuten (sogleich) wird es 20.10 sein, »jetzt«? — nämlich »jetzt in fünf Minuten«? Zeigt sich hier das Jetzt nicht in einem eigentümlichen Vorrang   beim Nennen der Zeit? Neben den uhr-zeitlich zahlenmäßig bestimmten Jetzt, Damals, Dann kann ich auch sagen: heute  , gestern, morgen. Jetzt und Heute haben   mit dem Gegenwärtigen   zu tun. Das Soeben und Damals mit dem Gehen-lassen ins Vergangene und mit dem Behalten des Gewesenen. Das Sogleich und Dann haben mit einem Ankommen-lassen, einem Erwarten zu tun. Also gibt es drei verschiedene Weisen  , wie ich von der Zeit sprechen, die Zeit nennen kann. Doch hier drängt sich die Frage auf: Beziehen wir uns in den Weisen, wie wir die Zeit auf der Uhr feststellen, wie wir uns dabei zur Zeit verhalten, auch schon auf die Zeit selbst  ? Wird in den Weisen der Zeit-Feststellung auch schon die Zeit als Zeit gegeben? In welchem Charakter ist die Zeit hier eingesprochen? Jetzt, soeben, sogleich, heute, [51] gestern, morgen sind Zeitbestimmungen. In welcher Hinsicht   wird dabei die Zeit bestimmt? Bestimmt wird nicht die Zeit als Zeit. Gegeben wird nicht die Zeit als solche, sondern es wird nur angegeben, wieviel Zeit die Uhr zeigt. Im Uhrgebrauch messen   wir die Zeit. Wir ermessen dabei nie, wie es mit der Zeit selbst steht, als was sie selbst zu bestimmen ist. Die Rede von der Zeitbestimmung ist mehrdeutig. Die Zeit im Uhrgebrauch feststellen, heißt immer: feststellen, wieviel an Zeit, wieviel Uhr es ist. Beim Auf-die-Uhr-sehen beschäftige ich mich zwar mit der Zeit, aber immer im Hinblick auf ein Wieviel an Zeit.

Wie verhält sich nun aber die im Uhr-Gebrauch vollzogene Feststellung des Wieviel an Zeit zur Zeitangabe, die ich ausspreche im Heute, Morgen und Gestern? Bei Heute, Gestern und Morgen meine ich die Abfolge   von Tagen, deren Tageszeiten zwar durch Angabe von Stundenzahlen mit Hilfe der Uhr genauer bestimmt werden können, aber nicht müssen. Also ist das Heute-, Gestern-, Morgen-Sagen ein ursprünglicheres Verhältnis zur Zeit im Vergleich zum Feststellen eines Wieviel der Zeit mit der Uhr. Denn dieses uhrenmäßige Feststellen der Zeit ist nur eine rechnerische Bestimmung   des jeweiligen Heute, Gestern, Morgen. Wir können immer nur eine Uhr gebrauchen, weil es für uns zum vorhinein ein Heute, ein Morgen, ein Gestern gibt. Aber auch diese bleiben Zeitangaben, die so wenig wie die Angaben der Uhrzeit es vermögen  , uns die Zeit selbst und als solche zu geben.

Beim Feststellen der Zeit mittels der Uhr, wie überhaupt bei jeder Zeitangabe, sprechen wir zwar die Zeit an, erblik-ken dabei jedoch nicht die Zeit selbst. Wenn wir wissen wollen, was die Zeit selbst ist, so kann uns der in den verschiedenen Zeitangaben liegende Zeitbezug nicht weiterhelfen. Vielmehr müssen wir fragen: Woher nehme ich das Jetzt und das Soeben und das Alsbald? Diese Frage sowohl als auch eine eventuelle Antwort darauf ist nur möglich, weil wir die Zeit schon haben, genauer, weil für uns die Zeit aus Gegenwart, Vergangenheit   [52] und Zukunft schon waltet. Denn ich kann immer nur etwas nehmen  , wenn es mir geb-bar ist, und dieses Gebbare ist das schon immer Waltende. Mit dem Wort   »walten« soll nur vorläufig  , vorsichtig darauf hingewiesen werden, daß wir überall und stets von der Zeit angegangen und betroffen sind. Hinsichtlich des Bezuges zur Zeit sollen   wir nur erst den Unterschied   einsehen zwischen Zeit-Angabe durch die Uhr, auch der nicht uhrenmäßigen Zeit-Angabe, wie heute, gestern, morgen auf der einen Seite und der Zeit-Gabe auf der ändern. Es gibt keine Zeit-Angabe ohne vorherige Zeit-Ga&e. Indes bleibt es noch eine Frage, ob uns überhaupt in unserem alltäglichen Verhalten, sei dies ein wissenschaftliches oder vorwissenschaft-lich-praktisches oder außerwissenschaftlich-künstlerisches oder religiöses, die Zeit anders gegeben ist als durch eine Art von Zeitangabe.

Zusatz: Das Hinnehmen der all unsere Zeit-Angaben tragenden Zeit-Gabe, das Erblicken dieses Phänomens und der in solcher Gabe gegebenen Zeit als solcher, verlangen   offenbar   eine Denkweise, die von unserem alltäglichen Bezug zur Zeit grundverschieden ist. Dies besagt jedoch keineswegs, daß dieser andersartige Bezug zur Zeit nicht seinen Ausgang nehmen müßte von einer vorherigen Verdeutlichung unseres alltäglichen Bezugs zur Zeit. In der Tat kommt, zunächst auf diese Verdeutlichung alles an. Wir sagen »kommt« und nicht »kam«, weil das bisher Besprochene für die nötige   Verdeutlichung noch nicht ausreicht. (p. 50-53)


Ver online : ZOLLIKON SEMINARS


[1En alemán: «cuántas horas son».