Interpretar significa expor ou esclarecer a estrutura-como. Como vimos, isso exige que haja aspectos daquilo que é interpretado já antes do momento real da interpretação. Toda interpretação é fundamentada em um ter-prévio (), uma ver-prévio () e um conceber-prévio (). Heidegger explica esses três elementos em termos excepcionalmente concisos e econômicos. Sua análise completa de todos os três termos ocupa menos de uma página. Como mais tarde ele fará uso desses termos para descrever sua (…)
Página inicial > Palavras-chave > Temas > Sicht …
Sicht …
Sicht / vue / visão / seeing / visión / Vorsicht / Vor-sicht / pré-vision / previsão / ver-prévio / preview / mira previa / Gesicht / visage / Aussehen / Aussicht / aspect / a-spect / Durchsichtigkeit / translucidité / transparência / transparency / Gesichtspunkt / point-of-view / Hin-sicht / Hinsicht / a-vis / avis / Umsicht / circon-spection / circumspection / circunvisão / ver-ao-redor / circunspección / Sehen / seeing / ver / voir / Nachsicht / indulgence / indulgência / tolerância / tolerance / Rücksicht / égard / respeito / ver-retrospectivo / considerateness / Rücksichtlosigkeit / indiscrétion / falta de respeito / total desconsideração / inconsiderateness / Hinsehen / Hin-sehen / aviser / avisement / ad-videre / Nachsehen / tolérance / Sichversehen / descuidar-se
Hin-sicht: Techn., avec tiret seulement, en SZ p. 158. Le mot a sinon ord. le sens de point de vue.
Umsicht: A visão na qual o nexo instrumental se afirma primeiramente, completamente irrefletido, é a visão e o olhar da circunspecção prática, de nossa orientação prática cotidiana.
Soit, pour prendre un exemple encore plus classique et plus clair, l’eidos platonicien. Et supposons que je le traduise — l’« explicite » — par le français « visage » ou l’allemand Gesicht. Aurai-je alors vraiment interprété ce concept ? Non : m’appuyant (certes à bon droit) sur le sens courant, préphilosophique, du grec eidos, j’aurai simplement rendu un écho, produit une image photographique de ce mot. Aussi bien, nous voyons que Heidegger, lorsqu’il élucide la pensée de Platon , ne s’en tient jamais à un décalque « correct » comme Gesicht. Durch das Richtige hindurch, in das Wahre : « à travers la simple rectitude, vers la vérité », telle est bien plutôt sa devise. Ce que fait Heidegger, c’est moins expliciter que traduire pensivement, interprétativement l’eidos platonicien, ce qui lui inspire des trans-positions comme Aussehen ou Aussicht. [Martineau ]
SICHT E DERIVADOS
Matérias
-
Gelven (1989:95-97) – interpretação = ter-prévio, ver-prévio e conceber-prévio
21 de outubro, por Cardoso de Castro -
McNeill (1999:20-22) – sophia
9 de outubro, por Cardoso de CastroNas palestras sobre o Sofista no curso do semestre de inverno de 1924/25, Heidegger tenta traçar a gênese da forma suprema de conhecimento “científico” ou episteme, a saber, a sophia amada pelos filósofos, uma gênese retratada nos dois primeiros capítulos do Livro I da Metafísica. Ali, Aristóteles apresenta sua investigação como partindo das opiniões e julgamentos geralmente aceitos sobre o conhecimento e seus diferentes níveis. Como Heidegger observa, esse relato apresenta a (…)
-
Zimmerman (1990:137-141) – Equipamento, Trabalho, Mundo e Ser
20 de novembro, por Cardoso de CastroHeidegger se preocupou por toda a vida com a natureza do trabalho e da produção. Ele manifestou essa preocupação no que talvez seja a parte mais famosa de Ser e Tempo: a análise da oficina. Sabendo o que sabemos sobre a afiliação de Heidegger ao nacional-socialismo e sua crítica ao industrialismo antes de 1936, talvez não nos surpreendamos com seu foco, em meados da década de 1920, na natureza do artesanato. Além de sugerir sua insatisfação com os modos de produção industrial, a análise de (…)
-
Être et temps : § 13. Exemplification de l’être-à… à partir d’un mode dérivé : la connaissance du monde.
9 de julho de 2011, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
Si l’être-au-monde est une constitution fondamentale du Dasein, où il se meut non pas seulement en général, mais - sur le mode de la quotidienneté - de façon privilégiée, il doit donc également être toujours déjà expérimenté ontiquement. Un voilement total du phénomène serait d’autant plus (…) -
Lévinas (1991:21-24) – Desejo do invisível
29 de outubro de 2020, por Cardoso de CastroO Outro metafisicamente desejado não é «outro» como o pão que como, como o país em que habito, como a paisagem que contemplo, como, por vezes, eu para mim próprio, este «eu», esse «outro».
Pinto Ribeiro
«A verdadeira vida está ausente.» Mas nós estamos no mundo. A metafísica surge e mantém-se neste álibi. Está voltada para o «outro lado», para o «doutro modo», para o «outro». Sob a forma mais geral, que revestiu na história do pensamento, ela aparece, de facto, como um movimento que (…) -
Être et temps : § 15. L’être de l’étant qui fait encontre dans le monde ambiant.
9 de julho de 2011, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
La mise en lumière phénoménologique de l’être de l’étant qui fait de prime abord encontre s’opère au fil conducteur de l’être-au-monde quotidien. Nous appelons celui-ci [67] l’usage que, dans le monde, nous avons de l’étant intramondain. Cet usage s’est déjà dispersé en une multiplicité de (…) -
Barbaras (1991:176-179) – o visível
19 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
[…] Que significação conceder a este primado da visão? É certo que "o nosso mundo é principalmente e essencialmente visual; não se faria um mundo com perfumes ou sons"; no entanto, esta preeminência não se limita a esta constatação factual. Refere-se sobretudo ao fato de ser apenas através da visão que temos acesso ao mundo enquanto mundo. Como diz Merleau-Ponty em L’œil et l’esprit: "Le ’quale visuel’ me donne et me donne seul la présence de ce qui n’est pas moi, de ce qui est (…) -
McNeill (2006:6-8) – órgãos - instrumentos - telos
4 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Mas o que é que significa "ter" olhos? E será que ver é simplesmente o resultado de ter olhos? No curso de 1929-30, Heidegger começa a sua elucidação da essência do organismo tentando libertar a nossa compreensão do organismo e dos seus órgãos de qualquer concepção instrumental. No entanto, a própria palavra órgão, derivada do grego organon ("instrumento de trabalho", ou Werkzeug, como Heidegger a traduz), e relacionada com ergon ("trabalho", em alemão: Werk), sugere ela própria (…) -
Loreau (1989:269-272) – conceito de logos
30 de novembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
[…] o logos como voz torna algo visível, mostrando-o e apresentando-o expressamente (aufweisenden, 33). Na sua ação, traz à luz o (já) visto. Como tal, através deste fazer-ver, traz o visto-dito ao visto-percebido: traz o visto a si mesmo. Nesta medida, faz-nos ver [270] não apenas o algo, mas a ligação e a união do algo consigo mesmo; não apenas o fenômeno, mas o fenômeno na medida em que está próximo de si e consigo mesmo. Numa palavra, o logos faz com que o fenômeno se veja a (…) -
Être et temps : § 32. Comprendre et explicitation.
11 de julho de 2011, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
En tant que comprendre, le Dasein projette son être vers des possibilités. Cet être compréhensif pour des possibilités est lui-même, par le rejaillissement de celle-ci en tant qu’ouvertes vers le Dasein, un pouvoir-être. Le projeter du comprendre a la possibilité propre de se configurer. (…) -
Être et temps : §45-. Le résultat de l’analyse-fondamentale préparatoire du Dasein et la tâche d’une interprétation existentiale plus originaire de cet étant.
4 de março de 2012, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
[231] Qu’est-ce qui a été conquis par l’analyse préparatoire du Dasein, et qu’est-ce qui est cherché ? Nous avons trouvé la constitution fondamentale de l’étant thématique, c’est-à-dire l’être-au-monde, dont les structures essentielles trouvent leur centre dans l’ouverture. La totalité de (…) -
SZ:170-171 — Visão - Sicht
23 de janeiro de 2019, por Cardoso de CastroCastilho
Na análise do entender e da abertura do “aí” em geral, remeteu-se ao lumen naturale e se deu o nome de clareira do Dasein à abertura do ser-em, na qual é pela primeira vez somente possível algo assim como a visão. A visão foi concebida em referência ao modo-fundamental de todo abrir do Dasein, isto é, o entender, tomado no sentido da genuína apropriação do ente em relação ao qual o Dasein pode se comportar conforme suas essenciais possibilidades-de-ser.
A (…) -
McNeill (1999:29-31) – praxis
9 de outubro, por Cardoso de CastroAssim, o Livro I da Metafísica narra a história de um desdobramento ininterrupto da visão, desde seus estágios mais primitivos e básicos de percepção sensorial até sua forma suprema e mais elevada, encontrada no theorein pertencente à sophia. Conta a história do que podemos chamar de gênese natural do comportamento teórico, uma gênese que se desdobra por meio de uma teleologia aparentemente não problemática do desejo, de um desejo que supostamente pertence à “natureza” dos entes humanos. O (…)
-
GA60:224-227 – o ver
30 de julho de 2017, por Cardoso de Castrob) El mirar alrededor de uno con curiosidad en el mundo (p. 79-83)
b) The Curious Looking-about-Oneself in the World (p. 167-169)
Jacobo Muñoz
El mero querer ver, la curiosidad desnuda, es el sentido dominante, y precisamente tan sólo cuando la experiencia se ejecuta y consuma con carga emocional: miedo, terror, espanto. Las formas concretas que asume esta actitud concreta en su relación con los objetos son muy diversas (cine).
Hinc etiam, si quid eodem perversae scientiae fine per (…) -
GA10:75-77 – Ouvir e Ver
15 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[HEIDEGGER, Martin. O Princípio do Fundamento. Tr. Jorge Telles Menezes. Lisboa: Instituto Piaget, 1999, p. 75-77]
O nosso pensamento deverá agora ter em vista aquilo que na entoação propriamente já foi ouvido. O pensamento deverá ter em vista o audível. Ele tem em vista desse modo o anteriomente in-audível. O pensamento é um acolher que ter em vista. No pensamento desvanece-se-nos o ouvir e ver habituais, porque o pensamento nos leva para um acolher e um ter em vista. Estes são preceitos (…) -
Loreau (1989:293-295) – visão [Sicht]
27 de setembro, por Cardoso de CastroUma abertura que abraça o ser-no-mundo em sua plenitude e sempre antecipa a totalidade do mundo para que o ente possa emergir e aparecer — o que isso significa senão que a compreensão, como um projeto, forma o que é chamado de visão (die Sicht, SZ:146)? Com isso queremos dizer a abertura original que surge do fato de o Dasein existir. Na medida em que é identificada com a compreensão, essa visão é “uma visão sobre o ser como tal (auf das Sein als solches), em vista da qual o Dasein é cada (…)
-
Être et temps :§ 31. Le Da-sein comme comprendre.
11 de julho de 2011, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
L’affection est une des structures existentiales où se tient l’être du « Là ». Or cet être, cooriginairement avec elle, est constitué par le comprendre. L’affection a à chaque fois sa compréhension, ne serait-ce que tandis qu’elle la réprime. Le comprendre est toujours in-toné. [143] Si (…) -
McNeill (1999:34-37) – phronesis
9 de outubro, por Cardoso de Castro[…] Phronesis refere-se ao conhecimento pertencente à praxis humana, na medida em que essa atividade constitui um fim em si mesma. Ela é descrita como “uma disposição reveladora que ocorre por meio do logos [hexis alethe meta logon], preocupada com a ação em relação ao que é bom e ruim para os seres humanos” (Ética a Nicômaco, 1140 b7). Como a techne, a phronesis pertence à faculdade deliberativa da alma, uma vez que esta apreende objetos cujos archai são variáveis. No entanto, a phronesis (…)
-
McNeill (1999:44-47) – Augenblick [kairos]
9 de outubro, por Cardoso de CastroA visão prática que informa a phronesis ocorre em um olhar momentâneo; é um momento de “concreção mais extrema”, um momento que, como diz Heidegger, orienta ou se direciona para “o que é mais extremo” (das Äußerste), avista o eschaton absoluto:
O noûs da phronesis visa ao que é mais extremo no sentido do eschaton absoluto. A phronesis é uma visão do aqui-e-agora [Erblicken des Diesmaligen], do caráter concreto do aqui-e-agora [ou singularidade: Diesmaligkeit] da situação momentânea. Como (…) -
Patocka (2002:4) – quando há o princípio vital pode o ente mostrar-se
11 de junho de 2023, por Cardoso de CastroO problema da aparição do ente foi formulado tentativamente por Aristóteles, em Peri psyches, 431b 20 e sgs. Para que as coisas apareçam, quer [13] dizer, para que a sua forma surja e se mostre, é necessário um ente de natureza particular, a saber, a psique, o princípio vital [Lebendigkeit]. Apenas quando há o princípio vital pode o ente mostrar-se. O princípio vital é, porém, a disposição activa para a obra de um corpo orgânico [Leib] não produzido, o qual está dotado de todas as coisas com (…)
Notas
- Caron (2005:1679-1680) – questão do si e questão do ser, inseparáveis
- Figal (2007:31-37) – phronesis
- GA19:52-53 – phronesis - prudência
- GA5:321-322 – ver - memória - saber
- GA89:196 – cérebro e visão
- Kisiel (1995:458) – phronesis
- Lovitt: GESICHTSPUNKT - POINT-OF-VIEW
- McNeill (1999:2) – orexis (oregontai=Sorge)
- McNeill (1999:2-3) – curiosidade (Neugier)
- McNeill (1999:4) – primeira concepção do desejo de ver
- McNeill (1999:4-6) – segunda concepção do desejo de ver
- McNeill (1999:40-41) – Entschlossenheit - ser-resoluto
- McNeill (1999:6-8) – eidos
- McNeill (2006:11) – vê-se porque se tem olhos ou tem-se olhos porque se vê?
- Safranski (HC:13-14) – ser-em-o-mundo
- Schürmann (1982:78) – Husserl privilegia a visão
- SZ:141 – Furcht - Medo
- SZ:150 – ter-prévio; ver-prévio; conceito-prévio (Auslegung)
- SZ:61-62 – Com a ab-stração ainda não se tem a visualização
- SZ:69 – Zuhandenheit - ser-utilizável