A Psicologia do ressentimento é um dos temas mais instigantes da filosofia madura de Nietzsche; situa-se no centro de sua Genealogia da Moral (GM) e é, por certo, amplamente considerado pela fortuna crítica. Um percurso pelo fértil campo de questões que o cerca exige a explicitação prévia do conceito de Gewissen (consciência moral), cuja derivação genealógica constitui um dos pontos nevrálgicos de Para a Genealogia da Moral (Zur Genealogie der Moral, doravante GM). Opto pela tradução do (…)
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Léxico Alemão
Termos e noções chaves do pensamento de Heidegger e suas referências
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Giacóia (2021:9-10) – consciência moral (Gewissen)
22 de fevereiro, por Cardoso de Castro -
Graham Harman (2002:§1) – utensílio [Zeug]
22 de fevereiro, por Cardoso de Castrodestaque
Em todo o caso, o resultado fundamental da análise de Heidegger sobre o utensílio não é o fato de "o equipamento se tornar invisível quando serve objetivos humanos remotos", uma afirmação pouco inspirada e trivial. Já deveria ser evidente que a percepção crucial não tem nada a ver com o manuseamento humano de utensílios; em vez disso, a transformação ocorre do lado dos utensílios. O equipamento não é eficaz "porque as pessoas o usam"; pelo contrário, só pode ser usado porque é (…) -
Derrida (1987:38-41) – indiferença [Indifferenz; Gleichgültigkeit]
15 de fevereiro, por Cardoso de CastroMarcondes Cesar
Cada vez que se encontra a palavra “espírito” nesse contexto e nessa série, dever-se-ia assim, segundo Heidegger, reconhecer aí a mesma indiferença: não só quanto à questão do ser em geral [28] mas quanto à do ente que somos, mais precisamente, quanto a esta Jemeinigkeit, este sempre-ser-meu do Dasein que não remete, de início, a um eu ou a um ego e que teria justificado uma primeira referência — pendente e finalmente negativa — a Descartes. O ser-meu faz do Dasein algo (…) -
Raffoul (1998:145-149) – transcendência
11 de fevereiro, por Cardoso de Castrodestaque
Heidegger começa com uma investigação sobre o significado do conceito de transcendência, examinando o sentido verbal do termo; transcender significa: ultrapassar (übersteigen), passar por cima (überschreiten) ou atravessar para (hinüberschreiten zu). Podem distinguir-se três sentidos: a passagem para além, ou transcendência (die Tranzendenz); aquilo em direção ao qual a passagem tem lugar, ou o transcendente (das Tranzendente); e o transcendente no sentido daquilo que faz a (…) -
Stambaugh (1991:50-52) – tempo existencial em Heidegger (II)
11 de fevereiro, por Cardoso de Castrodestaque
Com os termos "ek-stase" e "espaço horizontal de jogo", chegamos a uma análise mais técnica e, ao mesmo tempo, ao cerne da concepção de temporalidade de Heidegger. Veremos também que, enquanto Heidegger afirma maioritariamente que a autenticidade é uma modificação da inautenticidade, no caso da temporalidade, a temporalidade autêntica é, sem exceção, afirmada como mais primordial do que a temporalidade inautêntica. Se começarmos com a concepção do tempo como uma série de (…) -
Stambaugh (1991:46-49) – tempo existencial em Heidegger
11 de fevereiro, por Cardoso de Castrodetalhe
Os três modos de experiência com os quais o tempo está relacionado são a compreensão, a disposição e o discurso. Estes três modos põem em causa a distinção filosófica tradicional entre a razão e os sentidos. Relacioná-los com a contagem e a medição simplesmente não faz sentido. Assim, dada a sua concepção dos modos da experiência humana e dado o tempo como a estrutura dessa experiência, Heidegger já está fora da concepção tradicional do homem e do tempo.
A compreensão (…) -
Cláudio Oliveira (Tudo-Todo:86-88) – “a Cadaistidade” (Jediesheit)
7 de fevereiro, por Cardoso de CastroSe dizemos, por exemplo, “homem inteiro” e “cada homem”, a determinação que “inteiro” acrescenta a “homem” é de natureza diferente da que é acrescentada por “cada”. A questão é saber precisamente em que consiste essa diferença. Chegamos assim, por um outro viés, à diferença entre hólon e pân. Não mais a diferença etimológica, a diferença entre os sentidos que cada um dos termos porta em seu étimo, mas a diferença morfológica, a diferença entre os sentidos que cada um dos termos porta em sua (…)
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Jocelyn Benoist (2021-vii-x) – realidade (Wirklichkeit)
4 de fevereiro, por Cardoso de Castrodetalhe
A grande conquista do século XX foi a descoberta da incrível riqueza e variedade do domínio simbólico, da quantidade de signos e códigos que articulam a nossa relação com a realidade. Talvez um dos aspectos negativos deste enorme avanço seja a impressão de que todos esses sinais e códigos apenas nos separam da realidade, formando uma espécie de ecrã entre ela e nós próprios. Como se a realidade estivesse escondida por detrás do significado e, consequentemente — uma vez que o (…) -
Krell (1991:81-83) – Lichtung
29 de janeiro, por Cardoso de Castrodestaque
Heidegger oferece muita informação sobre a palavra Lichtung no ensaio que estou a discutir. Ele fornece-a na conclusão das suas observações sobre Hegel e Husserl e como forma de introduzir a questão da aletheia. Essa introdução pode ser resumida em quatro passos.
1. Tanto para a dialética especulativa como para a fenomenologia transcendental, a matéria da filosofia vem a brilhar, torna-se presente.
2. Esse brilhar ocorre dentro de uma certa luminosidade ou brilho, Helle.
3. (…) -
Marion (1989:259-262) – o tédio [Langeweile]
20 de janeiro, por Cardoso de Castrodestaque
[…] O primeiro [tédio] consiste em aborrecer-se com algo, portanto por algo: de acordo com a temporalidade correspondente, o aborrecimento lamenta perder tempo com algo que não o merece; desafia, portanto, o privilégio concedido, por manuseamento utilitário, a um ente particular. O segundo [tédio] consiste em estar aborrecido consigo mesmo a respeito de algo: de acordo com a temporalidade correspondente, o tédio atribui-nos um estado presente desprovido de qualquer futuro; (…)