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GA66:15 – Formas da relação com a Filosofia

sexta-feira 9 de novembro de 2018, por Cardoso de Castro

Casanova

Por isto, carece-se de um exame meditativo sobre as formas dominantes da relação com a filosofia. Nós temos:

1) A assunção historiológica de uma filosofia mais antiga (Kant  , Hegel  , Tomás de Aquino  , Nietzsche  ) e a equiparação dessa filosofia com a situação do tempo vista de maneira a cada vez diversa. O “ponto de vista” e o “princípio” das filosofias assumidas são “defendidos” com forças intelectivas dotadas de graus diversos, na maioria das vezes modificados e mesmo enriquecidos por meio de uma apresentação e de uma aplicação conforme à época. Isto, contudo, acontece:

a) para continuar promovendo a “filosofia” como um “bem cultural” tradicional por meio da ocupação erudita com ela;

b) para aplicá-la como meio de defesa, de ampliação, de preparação pensante de uma postura marcada pela crença;

c) para ter em mãos com ela o meio de clarificação moralmente pessoal e ao mesmo tempo um armazenamento de pontos de vista e aspectos da interpretação e ordenação do “mundo” e da “vida”.

Nós temos em seguida:

2) O cômputo historiológico da filosofia que é historiologicamente legada sem preferência expressa, decidida e fundamentada de um pensar em particular. A intenção aponta aqui para:

a) a tentativa de estabelecer por meio do cálculo uma filosofia nova e historiologicamente mais abrangente: uma estranha “objetividade” considera aqui “valiosas” coisas a cada vez diversas no “ideário” dos pensadores particulares;

b) o fomento da “filosofia em si” e de seu “progresso científico”. O que se mostra aí como diretriz é a representação de que acima dos acasos “temporais” dos pensadores particulares e de seus pontos de vista inevitáveis paira e se tece uma filosofia “em si” na qual, com uma eliminação pertinente e oportuna dos erros, tudo “o que é correto” poderia ser com o tempo coligido.

Aquela assunção historiológica de determinadas filosofias particulares e esse cômputo historiológico de todas as filosofias até aqui podem ser sintetizados como o procedimento filosófico da erudição característica da filosofia que é usual em todos os países “civilizados” e que é exercitado sobretudo nas escolas de terceiro grau e nas escolas superiores. A partir desse procedimento aproxima-se, então, a excrescência do “filosofar mais livre” e, conforme à época, um filosofar que serve a uma literatice diária e que toma a “atualidade” como critério de escolha e modo de tratamento dos “problemas”. O termo “problema” é considerado aqui como um termo para designar questões que não são questão alguma. Nós temos além disto:

3) A recusa da filosofia, por um lado porque ela é considerada inútil, uma vez que não consegue nem proporcionar imediatamente conhecimentos científicos, nem ocupar o seu lugar no mais mínimo que seja; em seguida, porque ela obstrui e perturba como mera “reflexão” o curso direto e vivaz da vontade de conhecer; por fim, contudo, porque, como terreno de cultivo do afã por duvidar, ela é considerada perigosa. Chegando até a forma do simples passar ao largo da filosofia, esta repulsa pela filosofia é, na maioria das vezes, mais séria do que o zelo dos negócios da erudição filosófica. Na maioria das vezes, a rejeição provém dos pontos de vista da crença religiosa, política e artística. Torna-se conhecimento, por vezes chega-se até mesmo a registrar a ocorrência histórica da filosofia como uma curiosidade historiológica, a fim de advertir contra a filosofia, uma advertência na qual a referência à mudança constante dos pontos de vista e ao caráter contraditório dos resultados é transformada em um meio particularmente impressionante de produzir aversão.

Além disto, temos:

4) A indiferença em relação à filosofia. Essa indiferença prospera preponderantemente no interior da erudição filosófica, mas também lá onde campos de tarefas dotados de uma importância vital (a técnica, a economia, as ciências e, por fim, o “funcionamento cultural” geral) requisitam exclusivamente o cálculo e a atuação do homem. Aqui nem se desperta o esforço por uma decisão filosófica, nem se chega a uma recusa e a uma tomada de posição em relação à filosofia. Os grandes pensadores, isto é, os dias de seu nascimento e morte, tornam-se no máximo por vezes uma ocasião completamente “facultativa” para a realização de jubileus, nos quais a única coisa propriamente festejada é o fato de que ainda não esquecemos dessas datas. Assim, posso nomear alguns “festejos” dentre estes que aconteceram nos últimos tempos. Apesar de toda pesquisa maximamente zelosa, não se consegue ver o que os festejos em torno de Hegel de 1931 e o congresso Descartes   de 1937 trouxeram de essencial para a filosofia além de uma ratificação mútua de todos os envolvidos no funcionamento da filosofia.

Por fim, temos:

5) Tudo isto — assunção historiológica de cômputos particulares, historiológicos de todas as filosofias, a rejeição à filosofia, a indiferença explícita ou velada em relação a ela — misturado, de tal modo que preponderaria de maneira arbitrária e intangível em seus fundamentos ora uma, ora outra “postura”. O predomínio desta mescla, na qual todo escritor e orador pode se anunciar, se esconder e contribuir para o aumento da “literatura”, é a marca distintiva da ausência de meditação. Este estado de coisa vale para a Europa   não menos do que para a América e o Japão. Não conseguimos desvendar hoje a essência de uma tal ausência planetária de meditação, diante da qual pontos de vista marcados por crenças políticas e religiosas são apenas um desvio, mas não um domínio. Seria fatídico se quiséssemos simplesmente colocar de lado esse estado de coisas mundial como algo iníquo, como decadência e incapacidade. E ainda mais equivocada seria a opinião   de que se poderia afastar da noite para o dia esse estado de coisas na época da impotência e da falta de vontade para a palavra essencial por meio da publicação de um “livro”.

Boutot

Il nous faut donc passer en revue, dans un esprit de méditation, les formes principales que peut prendre le rapport à la philosophie  . Nous avons d’abord :

1o) la reprise historique d’une philosophie du passé (Kant, Hegel, saint Thomas, Nietzsche) en l’adaptant à la situation   de l’époque, envisagée dans une perspective chaque fois différente. Le « point de vue » et le « principe » des philosophies que l’on reprend sont « incarnés » avec une perspicacité variable, et sont le plus souvent amendés et quelquefois même enrichis par la présentation même que l’on en donne et l’utilisation que l’on veut en faire. On procède toutefois de cette manière :

a) pour perpétuer la pratique érudite de la « philosophie », considérée comme un « bien culturel » hérité de la tradition   ;

b) pour utiliser la philosophie en y voyant un moyen d’étayer, de consolider, et d’apprêter intellectuellement une attitude qui, en tant que telle, relève de la foi ;

c) pour avoir sous la main, avec la philosophie, un moyen de clarification morale de la personne et en même temps un stock de points de vue et de perspectives permettant d’interpréter et d’ordonner les manifestations du « monde » et de la « vie ».

Nous avons ensuite :

2o) le décompte historisant des philosophies transmises par l’histoire, sans pour autant privilégier expressément, décisivement, et pour des raisons de fond, un penseur en particulier. Le but poursuivi ici est :

a) de constituer, à travers ce décompte, une philosophie nouvelle et historiquement plus englobante dans laquelle un élément chaque fois différent du « fonds intellectuel » des différents penseurs serait tenu pour « précieux » dans une bien étrange « objectivité » ;

b) de promouvoir la « philosophie en soi » et de travailler à son « progrès scientifique ». L’idée directrice est ici que, par-delà les contingences « temporelles » propres aux différents penseurs et à leurs inévitables points de vue, il y aurait quelque part, flottant on ne sait où, une philosophie « en soi » qui tisserait sa toile et qui, les « erreurs » s’éliminant opportunément comme de juste avec le temps, ferait son miel de tout ce qu’il y a de « correct ».

La reprise historique d’une philosophie particulière déterminée et le décompte historisant de toutes les philosophies ayant vu le jour jusqu’à présent relèvent, l’un comme l’autre, de la pratique érudite de la philosophie, une pratique courante dans toutes les terres dites de « culture », et qui se rencontre le plus souvent dans les lycées et les universités. C’est d’elle que se nourrit le surgeon de la « libre philosophie » qui alimente les journaux et les gazettes, et qui voit dans l’« actualité » le critère déterminant pour sélectionner les « problèmes » ainsi que la manière de les traiter. « Problème » est ici le terme pour désigner des questions qui n’en sont pas.

Nous avons en outre :

3o) le rejet de la philosophie, d’abord parce qu’elle est tenue pour inutile puisqu’elle est incapable de procurer par elle-même des connaissances scientifiques ou de les remplacer en quelque façon que ce soit ; ensuite parce que, en tant que simple « réflexion », elle entrave et perturbe la marche, directe et franche, de la volonté de connaître ; et enfin parce qu’elle est tenue pour « dangereuse » puisqu’elle constitue le terreau où prospère la manie du doute. Cette façon d’écarter la philosophie, ne serait-ce qu’en passant à côté d’elle sans la voir, est quelque chose qui doit être pris avec beaucoup plus de sérieux que l’ardeur avec laquelle toute l’érudition philosophique vaque à ses occupations. Ce rejet est lié bien souvent à des opinions religieuses, politiques ou artistiques. Le fait que la philosophie soit apparue à un certain moment de l’histoire est présenté comme une intrigante curiosité ; on y renvoie même parfois expressément pour mettre en garde contre la philosophie en soulignant que les points de vue changent sans cesse et que ses résultats se contredisent, ce qui est de surcroît un moyen particulièrement efficace pour effrayer le public.

Nous avons par ailleurs :

4o) l’indifférence pure et simple à l’égard de la philosophie. Cette indifférence se manifeste surtout là où l’on pratique la philosophie de manière érudite, mais aussi dans un certain nombre d’autres secteurs d’activité dits « vitaux » (la technique, l’économie, les sciences et au bout du compte l’« industrie culturelle » en général) où la seule chose que l’on demande à l’homme c’est de calculer et d’agir efficacement. Dans ces domaines, on ne se met pas en peine à propos d’une décision philosophique, mais on ne rejette pas non plus la philosophie et ne prend pas davantage position sur elle. Les grands penseurs, c’est-à-dire en réalité leur date de naissance et celle de leur mort, fournissent tout au plus parfois une occasion « purement formelle » de commémoration, et ce que l’on célèbre au fond ici, c’est simplement que ces dates ne sont pas encore tombées dans l’oubli. C’est ainsi que, pour parler des dernières « célébrations » de ce genre, on ne voit pas du tout, même en cherchant bien, ce que la célébration de Hegel en 1931 ou le congrès Descartes de 1937 ont pu apporter, si ce n’est de conforter mutuellement ceux qui participent à l’entreprise qu’est devenue la philosophie.

Nous avons enfin :

5o) tout cela — la reprise historique d’une philosophie en particulier, le décompte historisant de toutes les philosophies, le rejet de la philosophie, l’indifférence affichée ou tacite à son égard —, tout cela donc mis pêle-mêle mais d’une manière telle que tantôt l’une tantôt l’autre de ces « attitudes » l’emporte arbitrairement sur les autres sans qu’on sache   pourquoi. Le caractère hégémonique de ce méli-mélo où n’importe quel auteur et n’importe quel conférencier peut intervenir et se fondre pour apporter sa contribution à la « littérature », voilà ce qui caractérise véritablement l’absence de méditation. Cette situation ne vaut pas moins pour l’Europe que pour l’Amérique et le Japon. Nous ne sommes pas aujourd’hui en mesure de percer à jour l’essence profonde de cette absence planétaire de méditation, une absence que les opinions politiques et religieuses ne font qu’éluder et dont elles ne sauraient en aucun cas venir à bout. Il serait désastreux de vouloir escamoter cette situation du monde en lui déniant toute valeur, et en n’y voyant que déclin et incapacité. Et il serait encore plus égarant de s’imaginer qu’on pourrait remédier du jour au lendemain à cette situation en faisant paraître un « livre » à une époque qui n’a ni la force ni l’envie d’entendre une parole essentielle.

Emad & Kelly

Therefore, a mindful and thorough scrutinizing of the prevailing forms of relationships to philosophy is required. We find:

1.The ‘historical’ adoption of an earlier philosophy (Kant, Hegel, Thomas Aquinas, Nietzsche) and its approximation with variously perceived situations of the time. The “point of view” and the “principle” of the adopted philosophies are “represented” with various degrees of insight, often transformed and even enriched by presentation and application that are appropriate to the times. However, this happens,

(a)in order to continue driving “philosophy” further as a traditional “cultural good” through scholarly occupation with philosophy. This happens,

[G72] (b)in order to employ philosophy as a means for defending, developing, and intellectually justifying a posture of faith. This happens,

©in order to have in philosophy the means available for a moral  -personal clarification and at the same time an accumulation of points of view and perspectives for interpreting and organizing the appearances of the “world” and “life”.

We find thereafter:

2.the ‘historical’ reckoning with the philosophy that is ‘historically’ handed down without explicit, decisive and justified preference for a single thinker. What is intended here is:

(a)calculatively to work out a new and ‘historically’ more encompassing philosophy, in the course of which a strange “objectivity” considers [as] “valuable” what is different in the “intellectual good” of individual thinkers;

(b)to foster “philosophy in itself” and its “scientific progress”. To this end one is led by the notion that a philosophy “in itself” hovers over and operates in the “temporal  ” fortuity of individual thinkers and their unavoidable standpoints – a philosophy “in itself” in which all “that is right” will be collected in time through a proper and timely elimination of “mistakes”.

That ‘historical’ adoption of certain individual philosophies and this ‘historical’ reckoning with all philosophies hitherto can be brought together in the philosophy-industry of philosophical erudition that is in vogue in most high-schools and universities in all countries of “culture”. This industry nourishes the plant of “liberal philosophizing” which is at the service of daily writing of newspapers and takes “timeliness” as the measure for the selection and method of treatment of “problems”. Here “problem” counts as the name for questions that are no questions at all. We find further:

3.a rejection of philosophy, firstly because it is held   to be useless since it is capable neither of immediately delivering scientific knowledge [G73] nor of replacing it in the least; secondly because as mere “reflection”, philosophy blocks and disturbs the direct and novel course that the craving for knowledge takes; and finally because as the breeding-ground of an obsession with doubt philosophy is held to be “dangerous”. This discarding of philosophy even in the form of simply ignoring it is often more sincere than the business-enthusiasm of philosophical erudition. This rejection arises mostly from the points of view of religious, political and artistic assumptions. Here the historical appearance of philosophy is acknowledged as ‘historically’ remarkable, occasionally even explicitly recorded in order to warn against philosophy, whereby the referral to philosophy’s constant change of standpoints and to its conflicting results is developed into a particularly impressive means of fright.

Additionally, we find:

4.an indifference vis-à-vis philosophy. Although this indifference flourishes predominantly within the philosophical erudition, it does flourish also there, where “vitally important” spheres of tasks (technicity, economy, sciences and finally the general “culture-industry”) claim exclusively man’s calculation and effectiveness. Here, neither an effort is made in favor of a philosophical decision nor does it come to a rejection of, and taking a stance towards, philosophy. At most the birthdays and anniversaries of the death of the great thinkers present an entirely non-committal occasion for commemorations, in the course of which only the fact is commemorated that one has not   yet forgotten those dates. To mention such a recent “commemoration”, it is not clear even to the most intense scrutiny what the Hegel-celebration of 1931 and the Descartes-convention of 1937 have significantly brought to light for philosophy, besides mutual corroboration of all parties involved in the philosophy-industry.

Finally, we find that [G74]:

5.all these – the ‘historical’ adoption of individual philosophies, the ‘historical’ calculation of all philosophies, the rejection of philosophy, the overt and covert indifference vis-à-vis philosophy, get muddled up so that now the one, then the other “posture” predominates arbitrarily, and remains ungraspable in its ground. The predominance of this hotchpotch, in which each ‘scribe’ and ‘talker’ can present himself and in which each can hide and so can contribute to the augmentation of “literature” – this is the actual sign of the lack of mindfulness. This state of affairs is no less true for Europe than it is for America and Japan. Today we cannot see through the sway of such planetary lack of mindfulness, over against which the point of views of political and religious assumptions are only evasions and no mastering. It would be disastrous, if we were to put aside this state of affairs of the world simply as something worthless, a decline and incapability. And more erroneous still would be the view that in the epoch of asthenia for and lack of joy in the foundational word one could ever eliminate this state of affairs overnight by publishing a “book”.

Original

Deshalb bedarf es der besinnlichen Durchmusterung der herrschenden Formen des Verhältnisses zur Philosophie. Wir finden:

1. die historische Übernahme einer früheren Philosophie (Kant, Hegel, Thomas v. Aquin, Nietzsche) und die Angleichung   dieser an die je verschieden gesehene Zeitlage. Der »Standpunkt« und das »Prinzip« der übernommenen Philosophien werden   mit verschiedengradiger Einsichtskraft »vertreten«, meistens abgewandelt und sogar bereichert durch zeitgemäße Aufmachung und Anwendung. Dieses jedoch geschieht,

a) um die »Philosophie« als überkommenes »Kulturgut« durch gelehrte Beschäftigung mit ihr weiterzubetreiben; [72]

b) um sie als Mittel   der Verteidigung, des Ausbaues, der gedanklichen Zurechtmachung einer glaubensmäßigen Haltung zu verwenden  ;

c) um in ihr das Mittel der moralisch persönlichen Klärung   bei   der Hand   zu haben   und zugleich eine Aufspeicherung von Gesichtspunkten und Hinsichten der Deutung   und Ordnung der Erscheinungen der »Welt  « und des »Lebens«.

Wir finden sodann

2. die historische Verrechnung der historisch   überlieferten Philosophie ohne ausdrückliche und entschiedene und begründete Bevorzugung eines einzelnen Denkers. Die Absicht geht hier darauf aus,

a) eine neue und historisch umfassendere Philosophie herauszurechnen, wobei eine seltsame »Objektivität  « je Verschiedenes im »Gedankengut« der einzelnen Denker   für »wertvoll« hält;

b) die »Philosophie an sich  « und ihren »wissenschaftlichen Fortschritt  « zu fördern. Dabei leitet die Vorstellung  , über den »zeitlichen« Zufällen der einzelnen Denker und ihrer unvermeidlichen Standpunkte schwebe und webe eine Philosophie »an sich«, in der bei gehöriger und rechtzeitiger Ausmerzung der »Fehler« mit der Zeit   alles »Richtige« aufgesanrmelt werde.

Jene historische Übernahme bestimmter einzelner und diese historische Verrechnung aller bisherigen Philosophien lassen   sich zusammenfassen als der in allen »Kulturländern übliche, meist an den höheren und hohen Schulen geübte Philosophie-Betrieb   der Philosophiegelehrsamkeit. Aus ihm nährt sich dann   das Gewächs des zeitungsgemäßen, der Tagesschriftstellerei dienenden »freieren Philosophierens«, das die »Aktualität« als Maßstab der Auswahl und Behandlungsart der »Probleme« nimmt. »Problem« gilt hier als Titel für Fragen  , die keine sind. Wir finden ferner

3. die Ablehnung der Philosophie, einmal weil sie für nutzlos gehalten wird, da sie wissenschaftliche Erkenntnisse weder [73] unmittelbar zu liefern noch im geringsten zu ersetzen vermag; sodann weil sie als bloße »Reflexion  « den geraden und frischen Gang des Erkennenwollens hemmt und verstört; schließlich aber, weil sie als Nährboden der Zweifelsucht für »gefährlich  « gehalten wird. Dieses Wegstoßen der Philosophie ist bis in die Form des einfachen an ihr Vorbeigehens meist ernsthafter   als der Geschäftseifer der Philosophiegelehrsamkeit. Meist entspringt die Ablehnung den religiösen, politischen und künstlerischen Glaubensstandpunkten. Das geschichtliche Vorkommen   der Philosophie wird als eine historische Merkwürdigkeit zur Kenntnis   genommen, zuweilen sogar ausdrücklich   verzeichnet, um vor der Philosophie zu warnen, wobei der Hinweis auf   den ständigen Wandel der Standpunkte und das Gegensätzliche der Ergebnisse zu einem besonders eindrucksvollen Schreckmittel entfaltet wird.

Wir finden außerdem

4. die Gleichgültigkeit   gegenüber der Philosophie. Sie gedeiht vorwiegend innerhalb   der Philosophiegelehrsamkeit, aber auch dort, wo »lebenswichtige« Aufgabenbezirke (die Technik  , die Wirtschaft, die Wissenschaften und schließlich der allgemeine »Kulturbetrieb«) das Rechnen   und Wirken   des Menschen ausschließlich beanspruchen. Hier erwacht weder die Bemühung um eine philosophische Entscheidung   noch kommt es zu einer Ablehnung und Stellungnahme der Philosophie. Die großen Denker, d. h. ihre Geburts- und Todestage, sind höchstens zuweilen ein völlig »unverbindlicher« Anlaß zu Gedenkfeiern, wobei eigentlich   nur die Tatsache gefeiert wird, daß   man jene Daten noch nicht   vergessen   hat. So ist, um solche »Feiern« der jüngsten Zeit zu nennen, bei der eifrigsten Nachforschung nicht zu sehen  , was die Hegelfeiern 1931 und der Descartes-Kongreß 1937 für die Philosophie Wesentliches gezeitigt haben sollen  , es sei denn eine wechselweise Bestätigung aller am Philosophiebetrieb Beteiligten.

Wir finden schließlich

[74] 5. all dieses – historische Übernahme einzelner, historisches Verrechnen aller Philosophien, die Ablehnung der Philosophie, die offene   und versteckte Gleichgültigkeit gegen sie – durcheinander gemengt, so daß beliebig und in ihren Gründen   ungreifbar bald die eine, bald die andere   »Haltung« überwiegt. Die Vormacht dieses Gemengsels, in dem sich jeder Schreiber und Redner melden   und verstecken und zur Vermehrung der »Literatur  « beitragen kann, ist das eigentliche Kennzeichen der Besinnungslosigkeit. Dieser Zustand gilt für Europa nicht minder wie für Amerika und Japan. Solche planetarische Besinnungslosigkeit, der gegenüber politische und religiöse   Glaubensstandpunkte nur ein Ausweichen  , aber keine Meisterung sind, läßt sich in ihrem Wesen   von uns heute   nicht durchschauen. Verhängnisvoll wäre, wollten wir diesen Weltzustand einfach als etwas Un-wertiges, als Verfall und Unvermögen   auf die Seite stellen  . Und noch irriger wäre die Meinung, man könne diesen Zustand im Zeitalter der Unkraft und der Unlust zum wesentlichen Wort   jemals durch die Veröffentlichung eines »Buches« über Nacht beseitigen.


Ver online : Besinnung [GA66]