Excertos de F. Dastur, A Morte
É esta auto-aceitação que constitui, então, a singularidade e a unicidade da existência, e é claro que o aspecto propriamente ético do “solipsismo existencial” heideggeriano quase não foi percebido. Não significa, [65] contudo, nada além de um “Eu sou o único responsável por me abrir para o que me é atribuído por acaso”, que é a longínqua ressonância de uma lição de ética dada por Platão já no mito da escolha feita pela alma de seu destino e pela qual (…)
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Existenz / Existentialismus / Existenzphilosophie / Existentialität / existenziale Analytik / Existenzverständnisses / Ek-sistenz
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A analítica existencial pressupõe a elaboração da questão do sentido do ser, quer dizer que ela deve ser precedida pela ontologia fundamental; por outro lado, a ontologia fundamental deve ser buscada na analítica existencial, única a dar acesso à questão do sentido do ser. (Jean Greisch )
L’analytique existentiale est le siège de la problématique philosophique, parce que le Dasein est cette région de l’étant où s’annoncent e à laquelle se réfèrent nécessairement toutes les autres régions ontiques. Il convient alors, après avoir déterminé l’étant exemplaire, de le rendre accessible tel qu’en lui-même il est, parce que si la primauté ontico-ontologique du Dasein n’implique pas qu’il soit dès l’abord transparent quant à son être propre, cette transparence est néanmoins requise pour que la question de l’être soit rigoureusement posée. [Didier Franck ]
A compreensão do ser de todos os entes que não possuem o modo de ser do Dasein, entra na constituição da compreensão da existência [Existenzverständnisses]. (SZ 13)
EXISTENZ E DERIVADOS
Matérias
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Dastur (2002:64-70) – A própria morte e a morte do outro
19 de janeiro de 2019, por Cardoso de Castro -
Henry (EM:§10) – ser e existência
26 de junho de 2023Nougué
El ser no es un fenómeno más que si está a distancia de sí mismo . La obra de la distancia fenomenológica comprendida como un poder ontológico, como una distancia naturante y no simplemente naturada, es justamente instituir el intervalo gracias al cual el ser podrá aparecerse a sí mismo. La aparición, sobre el fondo de la distancia fenomenológica, del ser que aparece, la manifestación de este ser es idéntica con su existencia. Porque se funda en la distancia, la existencia del ser (…) -
Mac Dowell: A fundamentação da metafísica através da fenomenologia da vida do espírito
11 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroMAC DOWELL, João A.. A Gênese da Ontologia Fundamental de Martin Heidegger. São Paulo: Edições Loyola, 1993, p. 125-138
Ao radicalizar o método fenomenológico, Heidegger não visava senão adquirir um instrumento apto para a análise da historicidade, própria da vida da consciência. Tal fora a tarefa, prevista no seu programa, como meio para a restauração da metafísica. A indagação de Heidegger é coroada de êxito, enquanto ele descobre na “existencialidade” a perspectiva autêntica, que há de (…) -
Levinas (1963:15-18) – o que existe e a própria existência
20 de junho de 2023, por Cardoso de CastroO pensamento desliza insensivelmente da noção do ser como ser, daquilo por que um existente existe, à ideia de causa da existência, de um “ente em geral”, de um Deus, cuja essência, a rigor, apenas conterá a existência — mas nem por isso deixará de ser um “ente” e não o fato ou a ação, ou o evento puro ou a obra de ser.
Paul Albert Simon
A distinção entre o que existe e essa própria existência, entre o indivíduo, o gênero, a coletividade, Deus — que são seres designados por (…) -
Être et temps : § 4. La primauté ontique de la question de l’être.
5 de julho de 2011, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
La science en général peut être définie le tout d’une connexion de fondation de propositions vraies. Mais cette définition, pas plus qu’elle n’est complète, ne touche le sens propre de la science. Les sciences, en tant que comportements de l’homme, ont le mode d’être de cet étant (homme). (…) -
Gorner: Dasein
30 de abril de 2017, por Cardoso de CastroExcertos da p. 4-6 de HEIDEGGER’S BEING AND TIME. AN INTRODUCTION. BY PAUL GORNER.
The term he will use to designate the being of the entity he calls Dasein is existence. The important thing about existence, in contrast to other modes of being, is the understanding of being. To say that Dasein exists is to say that Dasein is in such a way that it understands being — its own being but also the being of things other than itself to which, as Heidegger will put it, it comports itself.
The (…) -
Luijpen: Existencialismo, fenomenologia, fenomenologia existencial
31 de maio de 2017, por Cardoso de CastroTr. Carlos Lopes de Mattos, pp. 28-32
Do que dissemos sobre a autenticidade do filosofar infere-se facilmente que até mesmo a filosofia de nossos dias, a fenomenologia existencial, não pode ser chamada a filosofia. Também ela precisa ser superada, visto a contínua possibilidade de se exprimir melhor o último sentido da vida e do real. Não queremos, todavia, adivinhar o futuro da filosofia. É bom, em todo caso, lançar um olhar sobre o passado recente da fenomenologia existencial, para que (…) -
Maldiney (2002:178-180) – existência
13 de janeiro, por Cardoso de Castrodestaque
O ponto de partida da filosofia de Maldiney é a existência. O que significa a existência? A existência é entendida como um movimento de transcendência: "estar fora de si mesmo e fora de tudo" [Henri Maldiney, "L’existant", em Penser l’homme et la folie, p. 301]. O existir só pode ser ele mesmo acolhendo o que acontece no mundo. Existir é, pois, simplesmente ser aí, estar presente ao mundo sem nunca estar totalmente no mundo. O mundo nunca é dado ao existente, que não pode (…) -
Dastur (2002:70-77) – A morte e o morrer
31 de maio de 2017, por Cardoso de CastroExcertos de F. Dastur, A Morte
Se ninguém pode atenuar ou anular a responsabilidade do outro sobre sua própria morte e não pode, no sentido estrito, morrer pelo outro, isso implica que o morrer não é somente uma determinação extrínseca da existência, um "acidente" da substância "homem", mas, ao contrário, um atributo essencial deste. A relação que o ser humano mantém com o morrer é então constitutiva de seu próprio ser e primeira no que se refere a todas as suas outras determinações. É o (…) -
Vezin (ET:524-525) – "ser-o-aí"
21 de fevereiro, por Cardoso de Castrodestaque
Uma vez que o próprio Heidegger está consciente do problema com que estamos a lidar [tradução de Dasein], e está a entrar no coração do debate para proscrever o ser-aí, que mais podemos fazer senão recorrer a ele? O que é que ele tem a dizer, ou mesmo a propor, sobre um ponto tão decisivo? A sua intervenção histórica está contida em duas linhas da sua carta a Jean Beaufret, de 23 de novembro de 1945: "Da-sein significa para mim, se me é permitido dizê-lo num francês talvez (…) -
Jean Wahl (1962) – a que se opõem as filosofias da existência
23 de março de 2022, por Cardoso de CastroVejamos agora a que se opõem as filosofias da existência.
Podemos dizer que estas filosofias se opõem às concepções clássicas da filosofia, tais como as encontramos quer em Platão, quer em Espinosa, quer em Hegel; opõem-se de facto a toda a tradição da filosofia clássica desde Platão.
A filosofia platônica, tal como a concebemos vulgarmente, é a investigação da ideia, na medida em que a ideia é imutável. Espinosa quer ter acesso a uma vida eterna que é beatitude. O filósofo em geral quer (…) -
Être et temps : § 78. L’incomplétude de l’analyse temporelle précédente du Dasein.
17 de julho de 2014, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
Afin de manifester que et comment la temporalité constitue l’être du Dasein, nous avons montré que l’historialité comme constitution d’être de l’existence est « en son fond » temporalité. L’interprétation du caractère temporel de l’histoire s’est accomplie sans égard pour le « fait » que (…) -
Declève (1970:70-75) – o "eu penso" segundo Ser e Tempo
23 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
A tagarelice natural usa e abusa do "eu". Ao fazê-lo, negligencia o conteúdo que o eu visa e que aí se manifesta: o Dasein. No entanto, "o Dasein é autenticamente ele mesmo na singularização originária da resolução que se tornou silenciosa e se encorajando à angústia. Enquanto silencioso, o autêntico ser-aí não diz exatamente: "Eu, eu", mas no silêncio é o ente lançado: como tal, tem uma autêntica possibilidade de ser" [SZ:322-323].
Esta possibilidade autêntica de ser não é (…) -
Declève (1970:75-78) – realidade do mundo e ser-no-mundo
23 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
A ontologia do Dasein, por seu lado, já não se detém na exterioridade de um conjunto de estados ou mesmo no "real". Estes dois títulos correspondem talvez a experiências ônticas. Mas a partir do momento em que se trata de explicitar a compreensão do ser do ser-aí, torna-se claro que a consciência da realidade é ela própria um modo de ser-no-mundo. A realidade remete então para o fenômeno da preocupação [Sorge], isto é, para o ser-aí-no-mundo, diante de si mesmo em relação ao que (…) -
Zimmerman (1982:133-135) – a temporalidade autêntica é um acontecimento ontológico
14 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Autenticidade significa um Ser-no-mundo, autopossuído, temporal-histórico, que se preocupa consigo mesmo. Na resolução antecipatória, o indivíduo revela a sua finitude e apropria-se das suas próprias possibilidades. Estas possibilidades estão ligadas à herança em que se deve enraizar. A herança, paradoxalmente, não está atrás de nós; está diante de nós como o nosso futuro. Existir autenticamente para o futuro significa liberar a herança para uma mudança proporcional às exigências (…) -
Boutot (IFH:27-31) – O tratado Ser e Tempo
17 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroAlain Boutot, Introdução à Filosofia de Heidegger, p. 27-31
A) A estrutura da questão do ser.
O tratado O Ser e o Tempo assenta inteiramente numa única questão fundamental, a do sentido do ser. «A elaboração concreta da questão do sentido do ser», escreve Heidegger no princípio desta obra, «é o objeto do presente trabalho. O seu fim provisório é o de fornecer uma interpretação do tempo como horizonte de toda a compreensão do ser». A questão do ser caiu hoje em dia no esquecimento. Esta (…) -
Être et temps : § 11. L’analytique existentiale et l’interprétation du Dasein primitif.
9 de julho de 2011, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
§ 11. L’analytique existentiale et l’interprétation du Dasein primitif. Les difficultés de l’obtention d’un « concept naturel du monde ».
L’interprétation du Dasein en sa quotidienneté n’est pas pour autant identique à la description d’un degré primitif du Dasein tel que l’anthropologie (…) -
Waelhens (1942:80-83) – Befindlichkeit
12 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
O que, segundo Heidegger, está na origem de todos os sentimentos é um estado afetivo que coloca o homem perante o seu Da [SZ, pp. 134, 139, 141, 181], perante a nudez da sua condição original. Este sentimento é verdadeiramente o da nossa situação fundamental, embora esta situação possa permanecer oculta [SZ, pp. 134, 340], possa não ser percepcionada e, em todo o caso, permaneça impenetrável ao conhecimento teórico. O sentimento da situação originária exprime afetivamente — e não (…) -
Être et temps : § 59. L’interprétation existentiale de la conscience et l’explicitation vulgaire de la conscience.
7 de janeiro de 2013, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
La conscience est l’appel du souci, venu de l’étrang(èr)eté de l’être-au-monde, qui con-voque le Dasein à son pouvoir-être-en-dette le plus propre. Le comprendre correspondant de l’ad-vocation est, ainsi qu’on l’a établi, le vouloir-avoir-conscience. Il est exclu de mettre sans autre forme (…) -
Zimmerman (1982:231-233) – A liberdade não é um poder humano arbitrário
10 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Embora Heidegger tenha desenvolvido o conceito de Ereignis entre 1936 e 1938, as sementes desta ideia foram plantadas em Ser e Tempo e começaram a germinar no seu ensaio de 1930, "Sobre a Essência da Verdade". Aqui é-nos dito que a liberdade constitui a essência da verdade ou da revelação. A liberdade não é um poder humano arbitrário. Na sua obra posterior, Heidegger continuou a desenvolver a ideia de que a existência humana não é apenas para si própria, mas tem uma função (…)
Seções
Notas
- Róbson Ramos (2023:14) – modo de ser da existência
- Safranski: O existir humano
- Schürmann (1982:67) – o sentido do Dasein é a temporalidade
- Sheehan (2015:135-136) – ex-sistência
- Sheehan (2015:136-139) – Aí [Da]
- Sheehan (2015:xi-xii) – fazendo sentido de Heidegger
- Sheehan (2015:xvi-xvii) – Dasein - Da-sein - Existenz
- Sheehan (2018:44) – a ex-sistência é o mundo do sentido
- Sheehan (2018:44) – existência
- Sheehan (2018:45) – a ex-sistência abre o mundo do sentido
- Sheehan (2018:45-46) – a ex-sistência é "Sorge" com o sentido
- SZ:12 – Dasein = essência e existência
- SZ:12-13 – Existenzialität - existenciaridade
- SZ:143-144 – Dasein é o que é capaz e seu modo
- SZ:181 – Alltäglichkeit - cotidianidade
- SZ:181 – dejectado-projetante (geworfen-entwerfende em STCastilho)
- SZ:192-193 – Sorge
- SZ:248 – Sorge - Tod
- SZ:262-263 - morte, possibilidade da impossibilidade de todo existir
- SZ:276 - Dasein tem de ser como é e pode ser