Casanova
Por que é que, na preparação da questão acerca da verdade do ser, pensa-se na essência da morte? (Cf. Ser e tempo.) Porque [192] só o homem tem a morte e morre, de tal modo que ele também se mostra como sendo o único a respectivamente precisar e poder morrer a sua morte.
O homem, porém, tem a morte porque só o homem é apropriado em meio à relação com o ser pelo ser.
O ser, contudo, é, como acontecimento apropriativo, dotado de uma essência marcada pela despedida. Na morte (…)
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Gesamtausgabe
Extratos dos escritos de Martin Heidegger utilizando as traduções em inglês, francês, espanhol, português, com a ajuda de um glossário das palavras em alemão em suas versões nestas traduções.
Para um autor que, ao conceber o rumo da sua Edição integral (Gesamtausgabe), a caracterizou com o lema Wege, nicht Werke (caminhos, não obras), e que, ao longo da sua produção, dedicou amplas passagens a tematização do "caminho" e do "estar a caminho" — como sentido profundo daquilo a que a tradição, interpretando o "hodos " grego, chamou método — a escolha desta palavra composta não foi, decerto, inócua. (Irene Borges-Duarte )
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GA71:§202 – a morte
20 de março, por Cardoso de Castro -
GA45:§1 – tonalidade afetiva e filosofia
20 de março, por Cardoso de CastroCasanova
“Questões fundamentais da filosofia” – isso parece implicar que haveria “a filosofia” em si, de cujo domínio seriam extraídas, então, “questões fundamentais”. Mas esse não é nem pode ser o caso. Ao contrário, é só por meio do questionamento das questões fundamentais da filosofia que se determina o que a filosofia é. Na medida em que as coisas se comportam desse modo, somos obrigados a indicar de antemão como a filosofia se nos torna manifesta quando questionamos; isto é, quando (…) -
GA40:165-167 – o vigor do homem
20 de março, por Cardoso de CastroCarneiro Leão
Antes pelo contrário, o que será evocado agora, a linguagem, a compreensão, a disposição afetiva (Stimmung), a paixão e a edificação, não pertencem menos à força do vigor imperante do que o mar, a terra, o animal. A diferença reside apenas no modo do vigor. Os últimos exercem o seu vigor, circundando e carregando, constringindo e estimulando o homem, enquanto o vigor dos primeiros o impregna e perpassa, como aquilo que o homem, como o ente que é, tem de assumir em seu ser. (…) -
GA38:149-150 – estar afinado pela tonalidade afetiva
19 de março, por Cardoso de CastroPacheco & Quadrado
Nós somos determinados, isto é, afinados por uma tonalidade afectiva em cada momento. Por muito que os puros encargo e missão tenham a sua determinação no trabalho e só nele, e tal como o trabalho se estende do ter sido para o futuro, assim uma tonalidade afectiva fundamental [Grundstimmung] domina a totalidade do encargo, da missão e do trabalho. O caracter de terminado [Bestimmtheit] está, em cada caso, carregado de um estado afectivo [Gestimmtheit] e de uma (…) -
GA27:146-147 – Dasein neutro e os sexos
19 de março, por Cardoso de CastroCasanova
Em sua essência, o ente que nós mesmos respectivamente somos, o homem, é um neutro. Denominamos esse ente: o ser-aí . Todavia, faz parte da essência desse ente neutro o fato de ele, contanto que exista, a cada vez, de maneira fática, necessariamente romper a sua neutralidade. Ou seja: como um ente fático, o ser-aí sempre é, a cada vez, masculino ou feminino, ou seja, ele é um ser sexuado; esse fato encerra em si um um-com-o-outro e um um-em-relação-ao-outro totalmente (…) -
GA29-30:411-413 – mundo significa acessibilidade do ente
18 de março, por Cardoso de CastroCasanova
[…] Este “as coisas se dão para alguém de uma maneira ou de outra” revela-se como a fórmula para uma abertura do ser-aí enquanto tal. Tonalidades afetivas fundamentais são possibilidades insignes de uma tal abertura. Este caráter insigne não reside tanto no fato de o que é aberto ser mais rico e multifacetado em comparação com as tonalidades afetivas medianas [364] ou mesmo com a ausência de tonalidade. Ao contrário, insigne é o que se abre de certa maneira em toda e qualquer (…) -
GA31:134-136 – liberdade é mais originária que o homem
12 de março, por Cardoso de CastroCasanova
[…] a essência da liberdade só é vista propriamente, quando a buscamos como o fundamento da possibilidade do ser-aí, como aquilo que ainda reside antes de ser e tempo. Visto em relação com o esquema, precisamos levar a termo um deslocamento completo do lugar da liberdade, de tal modo que venha à tona agora o fato de que o problema da liberdade não se encontra embutido na questão diretriz e na questão fundamental, mas, ao contrário, é a questão diretriz da metafísica que se (…) -
GA31:128-130 – ser e tempo
12 de março, por Cardoso de CastroCasanova
Ser e tempo: tendo em vista o problema do ser, nós perguntamos sobre o tempo, se e como ele possibilita a condição fundamental de possibilidade da existência humana – a compreensão de ser. Ser: o que há de mais amplo, em cujo horizonte se encontra abrangido todo ente real e efetivo, assim como todo ente imaginável. Supõe-se que a possibilidade para essa amplitude do ser deva residir no tempo. Só ele, portanto, o tempo, seria a mais abrangente amplitude, na qual a compreensão de (…) -
GA31:196-199 – ação
12 de março, por Cardoso de CastroCasanova
Essa apreensão da causalidade conduz, então, a um conceito que é dotado de significação para o problema do acontecimento [229] em geral e para o acontecimento da essência livre em particular; trata-se do conceito da ação. Nós costumamos usar para esse termo com frequência a palavra grega praxis (prattein – levar algo a cabo) e entender o elemento prático, por sua vez, em uma dupla significação: 1. O “homem prático”, que possui habilidades e sabe empregá-las no momento dado da (…) -
GA24:89-93 – Intencionalidade
7 de março, por Cardoso de CastroCasanova
[…] A concepção usual da intencionalidade desconhece aquilo para o que se dirige – no caso da percepção – o perceber. Juntamente com isso, ela também desconhece a estrutura do dirigir-se-para, a intentio. A interpretação falsa reside em uma subjetivação às avessas da intencionalidade. Estabelece-se um eu, um sujeito, e deixa-se que vivências intencionais pertençam à sua assim chamada esfera. O eu é aqui algo dotado de uma esfera, na qual são por assim dizer encapsuladas suas (…)