O Erörterung apresenta várias características paralelas às do Ort. Já notámos na anterioridade do local, em relação a tudo aquilo que concede: o local e a origem, o aquilo a partir de onde. De facto, o primeiro traço da situação, será que ela se orienta para a condição de possibilidade. Essa linguagem — marcada pelo léxico do transcendental — é o do Princípio da Razão. Apresentando «o princípio», Heidegger escreve: «Devemos considerá-lo a bem dizer, no sentido oposto: não no sentido das suas (…)
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Zarader / Marlène Zarader
Marlène Zarader (1949)
ZARADER, Marlène. Heidegger et les paroles de l’origine. Paris: Vrin, 1990. [MZHPO]
ZARADER, Marlène. Lire Être et temps de Heidegger. Paris: Vrin, 2012 [MZET]
ZARADER, Marlène. L’être et le neutre: à partir de Maurice Blanchot . Lagrasse: Éd. Verdier, 2001
ZARADER, Marlène. A Dívida Impensada. Heidegger e a Herança Hebraica. Lisboa: Instituto Piaget, 2000
Matérias
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Zarader (2000:131-134) – Erörterung
30 de outubro, por Cardoso de Castro -
Zarader (2000:86-88) – o pensamento
30 de outubro, por Cardoso de CastroA segunda parte da aula O que chamamos pensar? [GA8] — que pode aqui ser considerada como texto de referência — segue um movimento de conjunto especialmente revelador. Desde a primeira aula, estamos confrontados com a «clivagem»: apresentando os múltiplos sentidos da sua interrogação, Heidegger distingue logo entre a determinação do pensamento que tem, desde sempre, força de lei («como é que aquilo que é aqui nomeado pensamento está circunscrito na doutrina tradicional do pensamento?») e a (…)
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Zarader (1990:154-157) – Lógica
10 de dezembro de 2023, por Cardoso de CastroJoão Duarte
Desde sempre, a «lógica» apresenta-se como a «doutrina do pensamento correcto» que, enunciando as regras do comportamento pensante, determina o que deve ser o pensamento. Mas verificar, [204] sem mais, este parentesco de facto entre o pensamento e a lógica apenas pode conduzir a descrever a nossa história (admitida como evidente) e não a esclarecê-la (considerando-a como questão). Trata—se pois, para além da pura e simples verificação, de interrogar o parentesco sempre (…) -
Zarader (2000:58-61) – a linguagem
30 de outubro, por Cardoso de CastroVou limitar-me a sublinhar três pontos que me parecem ser os mais significativos.
1) O primeiro é a especificidade desta essência original em relação a todas as concepções da linguagem que nos são familiares. Tudo se passa como se Heidegger, regressava neste ponto, aquém de uma das conquistas mais decisivas do pensamento ocidental: a teoria do significado, que pensa simultaneamente na separação e no laço entre a palavra enquanto signo e aquilo que significa. Teoria verdadeiramente (…) -
Zarader (2000:175-177) – "ser" em Levinas
30 de outubro, por Cardoso de CastroOra é precisamente Heidegger que Lévinas coloca o mais longe possível do seu próprio pensamento e dos ensinamentos bíblicos. [175] A leitura que propõe é singular. Bem longe de distinguir entre a tradição ontológica e a crítica radical que Heidegger apresenta, ele considera pelo contrário a sua obra como o local onde se junta e agrava toda esta tradição. Heidegger «não destrói, ele resume toda uma corrente da filosofia ocidental», mas mesmo assim é insuficiente, e lemos algumas páginas mais (…)
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Zarader (2000:221-223) – pensamento e linguagem
30 de outubro, por Cardoso de CastroNo caso do pensamento, a situação inverte-se. De facto, Heidegger parte bem, num primeiro tempo, do pensamento (visto metafisicamente como lógico) ao logos inicial; e desvia-se de facto, num segundo tempo (nem que fosse apresentado como provisório) da meditação do logos para se deixar conduzir no sítio original do [221] pensamento através do Gedanc alemão. Mas a relação entre aquilo que é dito no Gedanc e aquilo que está reservado no logos permanece indecidido: Heidegger não afirma em parte (…)
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Zarader (2000:195-197) – kairos
30 de outubro, por Cardoso de CastroVoltemos então as duas aulas [GA60] de Fribourg sobre as quais detemos informações suficientemente conscientes. Quais são os conceitos do Novo Testamento que interessam então Heidegger, e no que se torna esse interesse na obra posterior?
A maior parte da aula de 1920 é consagrada a meditar duas epístolas de São Paulo: a Primeira aos Tessalónicos e a Segunda aos Coríntios. Da primeira (cujos capítulos 4, 13-18 e 5, 1-11 comenta), Heidegger retém essencialmente o conceito de kairos. (…) -
Zarader (2001:154-158) – colapso da angústia em Blanchot e Heidegger
12 de outubro, por Cardoso de CastroVamos primeiro considerar a passagem do mundo para o exterior. O fato de que o mundo não pode ser reduzido à simples soma de coisas, mas que é o que se ordena no mundo, a região a partir da qual as coisas podem aparecer e sua condição comum de possibilidade, é o que Heidegger, de maneira mais radical do que Husserl, trouxe à luz nos § 14 a 18 de Sein und Zeit. Analisando o modo original de dação dos entes, mostra que estes só podem surgir em relação à minha preocupação e, portanto, presos em (…)
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Zarader (2000:129-131) – Erklärung - Erläuterung - Erörterung
29 de outubro, por Cardoso de CastroPrimeiro a definição. É balizada por três vocábulos chave, que só encontram a sua ressonância no alemão: die (a explicação), die (a elucidação ou o esclarecimento), die (a situação).
A explicação é o modo de pensamento dominado pelo princípio da razão, modo de pensamento que encontra o seu pleno desenvolvimento na ciência moderna, mas que já reina secretamente na metafísica. Na medida em que está como onto-teo-logia, funde o sendo no seu ser, e o ser num sendo supremo, é toda a procura (…) -
Zarader (1990:23-26) – Anfang - Beginn
10 de dezembro de 2023, por Cardoso de CastroJoão Duarte
Começo, origem: duas palavras cruciais, dizíamos. Mas duas palavras francesas. Heidegger escreve: Beginn, Anfang. De modo nenhum nos escapa que a palavra logicamente esperada no fim dos nossos desenvolvimentos precedentes, a palavra Ursprung, não pertence ao vocabulário heideggeriano. É por isso que muitos tradutores, e mesmo intérpretes de Heidegger, propõem traduzir a diferença Beginn-Anfang pela de «começo» e «início». Esta tradução dá conta do que está em jogo na distinção (…) -
Zarader (2001:93-100) – o horizonte do mundo
17 de janeiro, por Cardoso de Castrodestaque
O que é, então, o horizonte, e porque é impossível passar sem ele? Husserl propõe uma resposta dupla que, em Ideias, pode parecer uma e a mesma, mas que se tornará dupla no resto da obra. No primeiro sentido, o horizonte é pensado como o fundo de toda a experiência: o objeto da consciência implícita ou potencial, pertence de fato à vida intencional, mas de um modo inatual. Quer se trate da experiência da coisa ou da experiência do eu, "toda a atualidade implica as suas próprias (…) -
Zarader (2001:13-16) – horizonte e mundo
17 de janeiro, por Cardoso de Castrodestaque
[…] Viver é viver num mundo, numa linguagem, num sentido. Quer este sentido seja ou não tematizado, quer este mundo seja ou não objeto de uma apreensão explícita, ambos estão sempre pressupostos em cada objetivo de conhecimento, implícitos em cada palavra — em suma, estão sempre presentes ao mesmo tempo que o ato de existir. O filósofo pode interrogar-se sobre a origem do sentido ou sobre as condições de constituição do mundo, mas tudo o que está a fazer é olhar reflexivamente (…)
Notas
- Auxenfants (ETJA§4N7) – essência e existência
- Zarader (1990:26-28) – Andeken - Vordenken
- Zarader (1990:54-55) – o Aberto (das Offene)
- Zarader (2000:164-165) – Nada, o Outro de todo o sendo
- Zarader (2000:167-168) – esquecimento do ser [Seinsvergessenheit]
- Zarader (2000:200-201) – Wesen
- Zarader (2000:201-202) – kairos
- Zarader (2000:221) – Wahrnis
- Zarader (2000:224-225) – espírito [Geist]
- Zarader (2000:90-91) – o pensamento
- Zarader (2001:16-18) – onde a filosofia se fecha…