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GA55:211-213 – pensar [denken] e amar [liebe]
quarta-feira 20 de março de 2024
Schuback
“Aquele que pensou o mais profundo ama o mais vivo.” (Sócrates e Alcebíades.)
Estamos sempre tentados a considerar “o mais profundo” como algo a ser encontrado, como o que se deixa procurar com auxílio do pensamento, enquanto objeto da apreensão. Mas o mais profundo só se dá seja tivermos pensado, simplesmente apenas pensado. Mas se aquele que já pensou também já acabou de pensar, como o mais profundo poderia entreabrir-se? Os pensadores gregos tinham um saber diferente e melhor relativamente a essa questão. Quem já pensou ainda não está pronto e nem alcançou o fim. Só quem já pensou é que pensa e começa a pensar. Quanto mais cristalinamente o homem apenas já pensou, mais decisivamente ele alcança o caminho do pensamento e permanece um alguém que pensa. Da mesma maneira que só aquele que viu direito é que vê. Tão raro como, aqui, o fim é propriamente o começo. Aquele que já pensou e que alcançou o caminho da vida, mantendo-se, assim, no e pelo pensamento, também já pensou o mais profundo, a ponto de compreender que este nunca se encontra em algum lugar como um lugar à parte.
“Aquele que pensou o mais profundo ama o mais vivo.”
Isto soa como se o amor pelo mais vivo fosse consequência do pensamento, como se amor estivesse subordinado ao pensamento. Inteiramente falso — o próprio pensamento é o amor e, na verdade, o amor pelo “mais vivo”, por aquilo que reuniu na vida todo o vivo. O amor é pensamento e o pensamento, amor? Costumamos ouvir que o amor é um “sentimento” e que o pensamento não tem sentimento. A psicologia distingue com precisão pensamento, sentimento, vontade, e “classifica” os “fenômenos psíquicos”.
[223] Acredita-se também, com certo direito, que o pensamento é tanto mais limpo e preciso quanto menos se deixe orientar pelas disposições e sentimentos, que sempre confundem. Se, no entanto, o pensamento devesse conduzir para o amor, ele deveria ser, sem dúvida, um pensamento bem disposto, um pensamento “afinado pelo sentimento”, um pensamento com “emoções”, “um pensamento emocional”. Mas como, se o mais profundo só se deixa alcançar no pensamento e só se abre para o pensamento? Então tudo não dependeria somente de pensar, de pensar cristalinamente, a fim de que o a ser-pensado venha ao encontro do pensamento?
Pronunciamos as palavras de Hölderlin dando uma entonação mais próxima da construção e do ritmo do verbo.
“Aquele que pensou o mais profundo ama o mais vivo.”
Mas se quisermos nos exprimir de acordo com a inesgotabilidade misteriosa deste verso, essa que sempre acompanha os poetas, também deveríamos, sempre ou de vez quando, dar uma outra entonação:
“Aquele que pensou o mais profundo ama o mais vivo.”
O “pensou” e o “ama” encontram-se numa proximidade tão imediata que chegam a ser o mesmo. Não o mesmo entendido como o igual unidimensionalizado, mas como a simplicidade conjugada, cuja unidade pode ser chamada de pensamento, pode ser chamada de vida, não obstante permaneça impronunciada.
Goesser
Whosoever has thought what is deepest, loves what is most alive. (Socrates and Alcibiades)
We are tempted to think that “what is deepest” allows itself to be identified, so that we may then use thinking, among other things, in order to make it an object of understanding. But what is deepest only comes about when we have already thought, and simply only thought. However, he who has already thought has also already ceased to think—how shall the deepest then still open itself? The Greek thinkers already knew all of this, albeit differently and better. Whosoever has thought is not at the end of thinking and finished with it: rather, whosoever has thought is only beginning [212] to think, and only to think. The more purely the human has thought, the more decisively has he arrived on the path of thinking and remains one who thinks, in the very same manner that someone who has seen the right way has only just begun to see. Strange, how here the end is actually only the beginning. Whosoever has thought and thus has only first begun to think, and is thus in thinking and operating from out of it, has in this way, and only in this way, already thought what is deepest, which never exists somewhere apart.
“Whosoever has thought what is deepest, loves what is most alive.” This makes it sound as though the love for what is most alive is a consequence of thinking, as though this love activates itself once thinking has been consummated. Yet, the truth is otherwise: it is rather the case that thinking is itself the love, the love for what is “most alive,” for that in which all that is alive has gathered itself in life. Love—a kind of thinking? Or, indeed, is thinking a kind of love? We are told that love is a ‘feeling’ and that thinking is without feeling. Psychology clearly differentiates between thinking, feeling, desire, and ‘classifies’ these as ‘psychical phenomena.’ One also thinks—and, from a certain perspective, justifiably—that thinking is cleaner and more precise the less it is affected (i.e., polluted) by moods and feelings. If, however, thinking is ever able to lead to love, then it would surely have to be a thinking in the proper mood and therefore an ‘emotive’ thinking, a thinking with ‘emotions,’ i.e., ‘emotional thinking.’ However, how can this be if what is deepest is only reachable in thinking and if it only opens itself to thinking? Does everything not then depend upon only thinking, upon thinking purely, in order to assure that the to-be-thought approaches thinking?
We now say Hölderlin ’s saying aloud with the emphasis suggested by the structure and rhythm of the verse itself:
Whosoever has thought what is deepest, loves what is most alive.
However, given the mysterious inexhaustibility of such lines, which always speak above and beyond the poet, it is good if we also occasionally emphasize it thusly:
[213] Whosoever has thought what is deepest, loves what is most alive.
“Thought” and “loves” are in such immediate proximity that they are effectively the same, though not, of course, as an indistinct monotony, but rather as a conjoined simplicity whose unity as thinking and life is named but nevertheless remains unsaid.
Original
»Wer das Tiefste gedacht, liebt das Lebendigste« (Sokrates und Alkibiades).
Wir sind versucht zu meinen, »das Tiefste« lasse sich zunächst an sich ausfindig machen, damit wir es dann u. a. auch mit Hilfe des Denkens als einen Gegenstand des Erfassens aufsuchen. Aber das Tiefste ist erst als ein solches, wenn wir gedacht haben, einfach nur gedacht. Aber wer gedacht hat, der hat auch schon aufgehört zu denken, wie soll da noch das Tiefste sich auftun? Doch schon die griechischen Denker wußten es anders und besser. Wer gedacht hat, ist mit dem Denken nicht am Ende und fertig, sondern wer gedacht hat, beginnt erst zu [212] denken und denkt erst. Je reiner der Mensch nur gedacht hat, je entschiedener ist er auf den Weg des Denkens gelangt, und bleibt er ein Denkender; genauso wie derjenige, der recht gesehen hat, erst sieht. Seltsam, wie hier das Ende erst der eigentliche Beginn ist. Wer gedacht hat und also erst ins Denken gelangt ist und so im Denken und aus ihm ist, der hat auch schon und hat nur so das Tiefste gedacht, das nie abseits irgendwo besteht.
»Wer das Tiefste gedacht, liebt das Lebendigste.«
Das klingt so, als sei die Liebe zum Lebendigsten die Folge des Denkens, als stelle sich diese Liebe ein, nachdem das Denken vollzogen sei. Weit gefehlt – sondern das Denken selbst ist die Liebe, und zwar die Liebe zum »Lebendigsten«, zu dem, worin alles Lebendige in das Leben sich gesammelt hat. Die Liebe ein Denken oder gar das Denken Liebe? Man sagt uns, die Liebe sei ein »Gefühl« und das Denken sei gefühllos. Die Psychologie scheidet doch genau voneinander Denken, Fühlen, Wollen und »klassifiziert die »psychischen Phänomenen Man meint auch und in gewisser Hinsicht mit Recht, das Denken sei um so sauberer und genauer, je weniger es durch die Stimmungen und Gefühle geleitet und d. h. immer getrübt werde. Wenn aber das Denken je zur Liebe sollte führen können, dann müßte es freilich ein recht gestimmtes und also ein »gefühlsbetontes« Denken, ein Denken mit »Emotionen«, »emotionales Denken« sein. Wie aber, wenn das Tiefste nur im Denken zu erlangen ist und wenn es nur dem Denken sich öffnet, liegt dann nicht alles daran, nur zu denken, rein zu denken, damit das Zu-denkende dem Denken entgegenkomme?
Wir sagen Hölderlins Wort in der Betonung, die der Bau und der Rhythmus des Verses nahelegt:
»Wer das Tiefste gedacht, liebt das Lebendigste.«
Aber es ist gut, wenn wir gemäß der geheimnisvollen Unerschöpflichkeit solcher Verse, die stets auch über den Dichter hinaussagen, zugleich oder bisweilen doch auch so betonen:
[213] »Wer das Tiefste gedacht, liebt das Lebendigste.«
Das »gedacht, liebt« steht in einer unmittelbaren Nähe, so daß sie das Selbe sind, das Selbe freilich nicht als verschwommenes Einerlei, sondern als das gefügte Einfache, dessen Einheit als Denken und als Leben genannt wird und die dennoch ungesagt bleibt.
Ver online : Heraklit [GA55]