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Portanto, toda esta ordem que caracteriza o nosso campo de consciência em toda a sua amplitude, quer se trate das percepções empíricas de cada indivíduo, quer das leis e teorias estabelecidas pelas ciências, toda esta ordem que parece fazer do mundo da representação o próprio lugar da verdade, Schopenhauer afirma que não passa de um falso pretexto, uma ilusão, uma máscara que encobre outra coisa. Essa outra coisa é a vontade. Em relação à vontade, todo o campo articulado da (…)
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WELT E DERIVADOS
Matérias
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Taminiaux (1995b:131-134) – mundo como representação e como vontade
23 de janeiro, por Cardoso de Castro -
GA27:§36 – jogo da vida (Spiel des Lebens)
29 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroFalarmos sobre um “jogo da vida” [Spiel des Lebens] não é apenas um modo de falar. Por outro lado, precisamos evitar a tendência de, simplesmente inserir uma interpretação numa mera palavra. O que importa é, antes de mais nada, esclarecer o seu ser e apreender os próprios fenômenos objetivos com os quais nos deparamos, mantendo-os coesos, de certo modo, com o que queremos dizer com o termo “mundo”.
Em primeiro lugar, jogo quer dizer o jogar, mas jogar no sentido da realização do jogo; em (…) -
Markus Gabriel (2015:49-51) – propriedades
11 de janeiro, por Cardoso de Castrodestaque
As propriedades são introduzidas para explicar a diferença entre indivíduos. As propriedades que cumprem esta função sem gerar paradoxos podem ser designadas por "propriedades adequadas". Uma propriedade própria é, portanto, uma referência a uma propriedade que nos coloca na posição de distinguir um objeto de outro num domínio. Em particular, os indivíduos diferem uns dos outros por terem propriedades próprias diferentes. Podemos agora mudar a nossa compreensão dos indivíduos e (…) -
Merleau-Ponty (1945/2006:463-467) – subjetividade
21 de março, por Cardoso de CastroRibeiro de Moura
Essas fórmulas podem parecer enigmáticas: se a subjetividade última não se pensa logo que existe, como algum dia ela o faria? Como aquilo que não pensa poderia pôr-se a pensar, e a subjetividade não é reduzida à condição de uma coisa ou de uma força que produz seus efeitos no exterior sem ser capaz de sabê-lo? — Nós não queremos dizer que o Eu primordial se ignora. Se se ignorasse, com efeito ele seria uma coisa, e nada poderia fazer com que em seguida ele se tornasse (…) -
Être et temps : § 69. La temporalité de l’être-au-monde et le problème de la transcendance du monde.
17 de julho de 2014, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
L’unité ekstatique de la temporalité, c’est-à-dire l’unité de l’« être-hors-de-soi » dans les échappées de l’avenir, de l’être-été et du présent, est la condition de possibilité requise pour qu’un étant qui existe comme son « Là » puisse être. L’étant qui porte le titre de Da-sein, est « (…) -
Vattimo (Realidade) – encenação (Vollzugssinn)
1º de março, por Cardoso de Castrodestaque
[…] Não se pode possuir o sentido da existência, diz Heidegger, de uma "forma teórica [nota do autor: contemplativa, objetivante], mas sim através da encenação [Vollzug] do ’sou’, que é um modo de ser que pertence ao ser do ’eu’." [GA60] Tudo isto mostra "que esta experiência não experimenta o ’eu’ como algo localizado numa região, como uma individuação de um ’universal’." E ainda aqui: "O ’eu’ deve ser entendido aqui como o eu pleno, concreto e historicamente factual que é (…) -
Fink (1966b:237-239) – Mas será que há alguém que joga?
11 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Mas será que há alguém que joga? A metáfora do jogo recusa-se a servir-nos como metáfora cósmica, a menos que abandonemos a nossa crença na personalidade de um jogador e no caráter de aparência da cena do mundo lúdico. Só podemos falar de um jogo do mundo numa "equação" que foi decisivamente alterada e que, por isso, está quebrada. O jogo do mundo não é o jogo de ninguém, porque é só nele que há pessoas, homens e deuses; e o mundo lúdico do jogo do mundo não é uma "aparência", mas (…) -
Être et temps : § 5. L’analytique ontologique du Dasein
5 de julho de 2011, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
En caractérisant les tâches contenues dans la « position » de la question de l’être, nous avons montré qu’il n’est pas seulement besoin d’une fixation de l’étant qui doit fonctionner comme premier interrogé, mais qu’est également nécessaire une appropriation et une confirmation du mode (…) -
Hartmut Rosa (Resonance) – sujeito e mundo segundo Charles Taylor
24 de maio de 2023, por Cardoso de Castro[ROSA, Hartmut. Resonance. A Sociology of Our Relationship to the World. Tr. James C. Wagner. London: Polity Press, 2019]
[ROSA, Hartmut. Résonance. Une sociologie de la relation au monde. Tr. Sacha Zilberfarb. Paris: Éditions La Découverte, 2018, 2021]
James C. Wagner
[…] Of particular significance here is the fact that not only are subjects’ attitudes toward, outlooks on, and relatedness to the world individually and culturally variable, but what constitutes or is knowable as world (…) -
GA6T1:319-321 – humanização
21 de maio de 2023, por Cardoso de Castro[…] o homem é sempre impelido para o beco de sua própria humanidade com todas as suas representações, intuições e determinações do ente. Assim, é fácil tornar compreensível para o mais simplório dos homens o quanto toda representação humana nunca provém senão de algum canto desse beco, quer a representação do mundo tenha surgido de um grande pensador singular e normativo, quer ela aponte para a sedimentação das representações de grupos, épocas, povos e famílias de povos.
Casanova
Já (…) -
GA29-30:289-292 – o animal é pobre de mundo
17 de maio de 2020, por Cardoso de Castro‘‘Sem mundo” e “pobre de mundo” são expressões que implicam sempre um não-ter mundo. Pobre de mundo é uma privação de mundo. Ausência de mundo, uma constituição tal da pedra, que ela não pode nem mesmo ser privada de algo do gênero do mundo.
Casanova
Mas, com o auxílio do conceito mais determinado de ser-pobre – no sentido de ser privado de alguma forma – , podemos tentar agora dar um passo adiante na compreensão do que significa a pobreza de mundo do animal. Se pobreza significa (…) -
Kisiel (1995:117-121) – Vida Fática [faktische Leben]
14 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
[…] O tema da fenomenologia não é simplesmente a vida fáctica — este é o domínio abrangente dividido por todas as outras ciências — mas a vida como surgindo da origem, no seu "salto primordial" para o fáctico. A vida fáctica é assim perseguida numa direção inteiramente nova. A fenomenologia quer encontrar a origem da vida fáctica. Pelo caminho, terá também de encontrar os motivos que nos levam da vida fáctica para o domínio da origem. Em outras palavras, o que motiva a própria (…) -
Laffoucrière (1968:118-120) – nascimento do sujeito no sentido moderno
30 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroA virada capital que se opera com o autor dos Princípios [Descartes], é a transformação da noção de sujeito e de objeto. A escolástica conservava orgulhosamente a analogia entis e, em considerando o mundo como ens creatum, fazia um sujeito e não um objeto. Uma mesa, uma casa, uma árvore guardavam para ela as características do hypokeimenon, quer dizer do suppositus. Por aí se exprimia o traço essencial da presença de todo ente, a substancialidade. O subjectum, é isto que aí está, presente (…)
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Dastur (1998:128-133) – dimensão sagrada do mundo
11 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodetalhe
Nestes textos dos anos 30, trata-se, pois, de pensar conjuntamente a dimensão sagrada do mundo, a sua "instalação" como pro-dução da terra, e o mundo como lugar da historicidade de um ser coletivo singular. Temos aqui uma concepção do mundo que se situa algures entre o mundo humano ambiente de Ser e Tempo e o mundo como Geviert dos anos cinquenta. De um para o outro, passamos, de fato, de uma concepção transcendental para uma concepção cosmológica do mundo, como sublinha Fink, que (…) -
Dastur (1998:133-136) – Geviert
11 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodetalhe
Para pensar a não substancialidade e a pertença essencial do Quatro [Geviert], Heidegger, tal como Fink, recorre ao conceito de jogo, que implica uma relação dinâmica entre os diferentes elementos: "A este jogo que nos faz aparecer, ao jogo de espelhos da simplicidade da terra e do céu, chamamos "o mundo". O mundo é na medida em que joga este jogo. Isto significa que o jogo do mundo não pode ser explicado por outra coisa, nem a sua essência pode ser apreendida a partir de outra (…) -
Depraz (1994:17-20) – Eugen Fink
11 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Fink refletiu principalmente sobre a questão da origem do mundo, que lhe parecia ser a questão fenomenológica fundamental. Embora a sua interrogação ontológica estivesse inicialmente na linha da de Heidegger, Fink desenvolveu uma abordagem original: o seu objetivo mais radical era redescobrir o mundo na sua imediatez original, relativizando assim a questão do ser em relação à do mundo. A abordagem de Heidegger, pelo contrário, que tematiza o esquecimento do ser na metafísica, (…) -
Fink (1966b:232-234) – uma metáfora cósmica para compreensão do mundo?
11 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Como é que o mundo pode se mostrar numa coisa? É claro que temos de nos ater à impossibilidade de comparar o mundo e a coisa e, sobretudo, temos de evitar pensar no mundo como algo gigantesco e de enorme poder, algo que seria como a montanha em relação às suas rochas ou o mar em relação às gotas de água. A rocha inclui também a natureza rochosa de toda a montanha; a gota, a natureza aquática de todo o mar. A coisa finita não é uma partícula do mundo que está na mesma relação com o (…) -
Caron (2005:808-809) – mundo - si - eu
15 de julho de 2020, por Cardoso de Castro[Excerto de CARON, Maxence. Heidegger. Pensée de l’être et origine de la subjectivité. Paris: CERF, 2005, p. ]
Nossa tradução
Somos no mundo, logo habitamos em uma região que nos torna manifesto o mundo junto ao qual podemos ser. Há duas significações do conceito de mundo em Heidegger: por um lado o mundo que mundaniza, e por outro lado o mundo que é mundanizado por esta mundanização. É porque estamos em ligação fundamental com o se-produzir do mundo no primeiro sentido, é porque nós (…) -
Être et temps : § 26. L’être-Là-avec des autres et l’être-avec quotidien.
10 de julho de 2011, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
La réponse à la question du qui du Dasein quotidien doit être conquise dans une analyse du mode d’être où le Dasein se tient de prime abord et le plus souvent. La recherche prendra donc son orientation sur l’être-au-monde en tant que constitution fondamentale du Dasein qui co-détermine (…) -
Être et temps : § 15. L’être de l’étant qui fait encontre dans le monde ambiant.
9 de julho de 2011, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
La mise en lumière phénoménologique de l’être de l’étant qui fait de prime abord encontre s’opère au fil conducteur de l’être-au-monde quotidien. Nous appelons celui-ci [67] l’usage que, dans le monde, nous avons de l’étant intramondain. Cet usage s’est déjà dispersé en une multiplicité de (…)
Notas
- Arendt (CH:§13) – vida - mundo
- Arendt (CH:§18) – identidade e objetividade
- Arendt (LM:19-20) – ser e aparecer coincidem no mundo
- Barbaras (1991:25-26) – corpo próprio
- Boutot (IFH:32-33) – In-der-Welt-sein - ser-no-mundo
- Boutot (IFH:35-36) – Verstehen - Compreender
- Brague (1988:27-28) – mundo (Welt)
- Brague (1988:28-29) – havia uma noção de mundo entre os gregos?
- Brague (1988:39) – ser-em-o-mundo, sentido do "em"
- Brague (1988:44-46) – somos mundo, jamais aí entramos
- Caron (2005:809-810) – cura - si mesmo - eu - sujeito
- Casanova (2013:102-103) – cotidianidade pelos sentidos dados pelo mundo
- Casanova (2013:103-104) – noção de sentido depende de um ente sem sentido
- Casanova (2021:101-102) – mundo [Welt] e significância [Bedeutsamkeit]
- Casanova (MH2:223-225) – ambiguidade (Zweideutigkeit)
- Courtine (1990:291-292) – a mão que se retira em vorhanden
- Dastur (1998:129-130) – "mundo mundifica" [Welt weltet]
- Dastur (1998:131-132) – historicidade [Geschichtlichkeit]
- Declève (1970:325-327) – Mundo e Natureza
- Ernildo Stein (2012:25-26) – Weltanschaunng e Lebenswelt