destaque
Em minha opinião, uma pessoa é um sujeito consciente com a capacidade de auto-atribuição. A auto-atribuição consiste em tomar algo como sendo ele mesmo (ou ele mesmo como sendo algo). Todos os desempenhos pessoais específicos surgem dessa capacidade: assumir responsabilidade, prestar contas de si mesmo, atribuir a si mesmo um lugar no ambiente de pessoas, coisas e estados de coisas. Assim, a característica única da personalidade parece ser capturada por minha caracterização.
A (…)
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Ichheit / Ich-Hier / Ich-sagen / Ich / Egoität / egoistisch
Ichheit / ego / Egoität / egoidade / Ich-Hier / eu-aqui / Moi-ici / I-here / Ich-sagen / dire-Je / Ich / je / moi / eu / mim-mesmo / "I"
O Dasein é um ente que diz "eu" e que existe, consequentemente, em um outro modo que qualquer outro ente. A relação ao ser constitui seu ser e é enquanto ele é esta relação que lhe é igualmente possível dizer "eu": a compreensão de ser possibiliza o si enquanto este último compreende o ser antes de compreender seu próprio ser e antes que o que quer que seja possa lhe aparecer. O Dasein diz "eu" em consequência de seu estatuto ontológico. (CARON , 2005, p. 780)
ICH E CORRELATOS
Matérias
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Hermann Schmitz (Nova Fenomenologia) – auto-atribuição
23 de abril, por Cardoso de Castro -
Beaufret (1992:24-26) – aletheia x veritas
19 de junho de 2023, por Cardoso de CastroUma das minhas primeiras questões a Heidegger foi: “Qual foi a dimensão que, na filosofia grega, desempenhava o papel disto que vai ser na filosofia kantiana a abertura do campo transcendental?” (a abertura do campo transcendental que é o olhar lançado sobre as coisas pelo “eu penso”). “Certamente, me dizia Heidegger, que deve mesmo haver algo na filosofia grega que desempenha este papel, que mantém aberto o horizonte; mas este algo não é o olhar lançado sobre as coisas pelo ‘eu penso’, este (…)
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Gabriel Marcel (1951:14-16) – o ego
9 de fevereiro, por Cardoso de Castrodestaque
Para continuar a nossa análise, observamos que este ego que temos diante de nós, considerado como um centro de magnetismo, não pode ser reduzido a certas partes que podem ser especificadas como "o meu corpo, as minhas mãos, o meu cérebro"; é uma presença global — uma presença que ganha glória com o magnífico bouquet que eu próprio colhi, que vos trouxe; e não sei se deveis admirar mais o gosto artístico de que ele é uma prova ou a generosidade que demonstrei ao dá-lo a vós, eu, (…) -
Patocka (1995:145-148) – ser em mim, para mim e para outro
9 de janeiro, por Cardoso de Castrodestaque
O meu ser em mim mesmo tem a sua originalidade insubstituível no fluxo do tempo interno que nenhum outro pode penetrar, porque este jorro de tempo interno é uma efetivação totalmente privada que constitui o meu próprio ser; o apagamento do seu limite implicaria a eliminação da diferença entre o eu e o tu.
O meu ser para mim mesmo já é uma alienação dessa originalidade e uma objetivação; no meu ser para mim já estou à distância de mim mesmo, já não estou vivo, mas vivido e, como (…) -
Lévinas (1991:24-26) – Mesmo - Outro - Eu
2 de dezembro de 2020, por Cardoso de CastroSer eu é, para além de toda a individualização que se pode ter de um sistema de referências, possuir a identidade como conteúdo. O eu não é um ser que se mantém sempre o mesmo, mas o ser cujo existir consiste em identificar-se, em reencontrar a sua identidade através de tudo o que lhe acontece. É a identidade por excelência, a obra original da identificação.
João Pinto Ribeiro
A alteridade, a heterogeneidade radical do Outro, só é possível se o Outro é realmente outro em relação a um (…) -
Marion (2008:95-98) — diferenças entre Santo Agostinho e Descartes
21 de janeiro, por Cardoso de Castrotradução do inglês
Há várias diferenças entre Santo Agostinho e Descartes: em primeiro lugar, a certeza não é tanto sobre o ser como sobre a vida; em segundo lugar, não se baseia tanto na instituição da cogitatio, como essência da res cogitans, como na contradição performativa de uma dúvida viva.
original
Ainsi, apparaissent plusieurs écarts entre saint Augustin et Descartes : d’abord, la certitude ne porte pas tant sur l’être que sur la vie ; ensuite, elle ne s’appuie pas tant sur (…) -
GA32: Estrutura da Obra
6 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroTrad. para o espanhol de Manuel E. Vázquez e Klaus Wrehde
Introducción - La tarea de la «Fenomenología del Espíritu» como primera parte del sistema de la ciencia
1. Los sistemas de la Fenomenología y de la Enciclopedia
2. La versión hegeliana de un sistema de la ciencia
a) La filosofía como «la ciencia»
b) Saber absoluto y saber relativo; la filosofía como sistema de la ciencia
3. La significación de la primera parte del sistema en la caracterización de sus dos títulos
a) (…) -
GA24: Estrutura da Obra
3 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroNorro
INTRODUCCIÓN
§ 1. Exposición y división general del tema
§ 2. El concepto de la filosofía. Filosofía y concepción del mundo
§ 3. La filosofía como ciencia del ser
§ 4. Las cuatro tesis sobre el ser y los problemas fundamentales de la fenomenología
§ 5. El carácter metódico de la ontología. Los tres componentes fundamentales del método fenomenológico
§ 6. Esbozo del curso
PRIMERA PARTE DISCUSIÓN FENOMENOLÓGICO-CRÍTICA DE ALGUNAS TESIS TRADICIONALES SOBRE EL SER (…) -
Ricoeur (1991:11-14) – Si Mesmo
22 de junho de 2023, por Cardoso de CastroAtravés do título O si-mesmo como um outro, eu quis designar o ponto de convergência entre as três maiores intenções filosóficas que presidiram à elaboração dos estudos que compõem esta obra.
A primeira intenção é marcar o primado da mediação reflexiva sobre a posição imediata do sujeito tal como ela se exprime na primeira pessoa do singular: "eu penso”, “eu sou”. Esta primeira intenção encontra um apoio na gramática das línguas naturais quando esta permite opor “si” a “eu”. Esse apoio (…) -
Schérer (1971:116-125) – Justification et critique de la philosophie de Binswanger : la Wirheit par-delà l’individu
14 de junho de 2023, por Cardoso de CastroCes deux thèmes, celui d’une réinterprétation des concepts psychanalytiques dans le cadre d’une phénoménologie ontologique, celui d’une modification de la pratique par une philosophie de la communication, commandent l’interprétation par Binswanger de la psychanalyse et de sa méthode.
« Il ne s’agit pas, écrit Binswanger, entre Heidegger et moi, d’une simple différence d’opinion, mais d’une différence ontologique » (o. c, p. 41). La nature et la [117] possibilité essentielle du Dasein sont (…) -
Schérer (1971:113-116) – Le développement de la Daseinsanalyse chez L. Binswanger
14 de junho de 2023, por Cardoso de CastroAlors que la constitution du nous-sujet marque l’achèvement de la philosophie transcendantale, Binswanger confère au « nous » une dimension ontologique au-delà de l’illusion de la constitution et, tout à la fois, du fait de la communauté mondaine. Il relie le nous prononcé et présent dans les relations humaines à une catégorie existentielle distincte: la possibilité du nous (y compris le nous-sujet husserlien) se fonde sur une « nous-ité » (Wirheit) originelle.
Avec Binswanger, dont (…) -
Romano (2018) – a invenção do "eu"
1º de março, por Cardoso de Castrodestaque
Resultante da problemática operação gramatical representada pela substantivação de um pronome pessoal, "o eu" [le moi] surge, de fato, no contexto de várias inovações conceituais decisivas, nomeadamente 1) a passagem para o primeiro plano de uma teoria do conhecimento neutra e objetiva, indexada sobre um método universal, e do ponto de vista da qual este ego, dado a si mesmo em conhecimento evidente, é o primeiro conhecível de direito; 2) a diferença introduzida por Descartes, e (…) -
GA26:239-242 – A existência do Dasein é determinada pelo "em-vista-de"
2 de dezembro de 2023, por Cardoso de CastroHeim
The existence of Dasein is determined by the for-the-sake-of. It is Dasein’s defining characteristic [Auszeichnende] that it is concerned with this being, in its being, in a specific way. Dasein exists for the sake of Dasein’s being and its capacity-for-being. But, one might immediately object, here we have just provided a determination of the contents of the for-the-sake-of, and we have pinned down the final purpose that is one-sided in the greatest degree; it is an extreme egoism, (…) -
GA59: Estrutura da Obra
12 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroTrad. inglesa de Tracy Colony
INTRODUCTION: THE PROBLEM SITUATION OF PHILOSOPHY
§ 1 The function of a Theory of Philosophical Concept Formation in phenomenology
§ 2 The distinction between scientific philosophy and worldview philosophy
§ 3 Life philosophy and culture philosophy - the two main groups of contemporary philosophy
§ 4 Life as primal phenomenon and the two problem groups of contemporary philosophy
(a) Life as objectifying and the problem of absolute validity (the (…) -
GA65:197 – ser si mesmo é a essenciação do ser-aí
1º de dezembro de 2023, por Cardoso de CastroCasanova
O ser si mesmo é a essenciação do ser-aí e o ser si mesmo do homem realiza-se apenas a partir da insistência no ser-aí.
Costuma-se conceber o “si mesmo” por um lado na ligação de um eu “consigo”. Essa ligação é tomada como uma ligação representacional. E, por fim, a ipseidade daquele que representa é tomada com o representado enquanto essência do “si mesmo”. Neste caminho e em caminhos correspondentemente modulados, contudo, a essência do si mesmo nunca tem como ser alcançada. (…) -
Jocelyn Benoist (2001:45-49) – dar-se (es gibt)
29 de março, por Cardoso de Castrodestaque
O que considero interessante na noção de "dado", tal como é comumente utilizada pelas duas grandes tradições filosóficas do nosso século, é o fato de estar imediatamente aberta à crítica e ao criticismo. Atualmente, está sob ataques violentos, que não são, evidentemente, inteiramente novas. Este é, desde o início, um dos pontos, senão o ponto, criticado na fenomenologia, que, enquanto modo de pensar o "dado", é suspeita de uma certa forma de intuicionismo ingênuo, ou de (…) -
Beaufret (1992:16-18) – Dasein
18 de junho de 2023, por Cardoso de CastroUn profesor alemán que había sido colega de Heidegger en la Universidad de Friburgo, el helenista Wolfgang Schadewaldt, me preguntó un día cómo traducía yo Dasein al francés. Le contesté: «No lo traduzco». Y él dijo entonces: «En el fondo, tiene razón, hay palabras intraducibles, como logos o tao…». Dasein es una palabra intraducible.
Delmont-Mauri
El libro de Heidegger Ser y tiempo aparece, pues, en 1927. Marca una fecha en la historia de la filosofía. ¿Qué aporta este libro?
El (…) -
Descombes (2014:PII:C3) – a querela do sujeito
6 de fevereiro, por Cardoso de Castrodestaque
No século XX, esta forma de conceber a filosofia moderna e a relação dos pensadores modernos com a filosofia antiga foi objeto de uma crítica radical por parte de Heidegger.
Na sua opinião, os filósofos modernos não devem ser tomados à letra quando afirmam ter finalmente identificado a essência da subjetividade ou do si-mesmo (Ichheit, Selbstheit). Na realidade, explica Heidegger, longe de terem descoberto a subjetividade, Descartes e os seus herdeiros perderam-na completamente (…) -
GA24:199-201 – personalitas moralis (Kant)
27 de maio de 2023, por Cardoso de CastroUm ente, que existe como fim de si mesmo, tem a si mesmo sob o modo do respeito. Respeito significa responsabilidade perante si mesmo; e essa responsabilidade, por sua vez, designa um ser livre. Ser livre não é uma propriedade do homem, mas é idêntico ao agir eticamente. Agir, porém, é um fazer.
Casanova
Começaremos a consideração crítica com uma consideração retrospectiva da interpretação kantiana da personalitas moralis. A pessoa é uma coisa, res, algo que existe como fim de si mesma. (…) -
GA24:178-182 – o "Eu"
27 de maio de 2023, por Cardoso de CastroKant interpreta, em suma, o eu como a “unidade originária sintética da apercepção”. O que isso significa? O eu é o fundamento originário da unidade da multiplicidade de suas determinações, de tal modo que eu as tenho todas juntas enquanto eu com vistas a mim mesmo, que eu as mantenho desde o princípio juntas, isto é, que eu as ligo: síntese.
Casanova
O conceito de sujeito no sentido da subjetividade, da egoidade, depende ontologicamente da maneira mais íntima possível da categoria (…)
Notas
- Beaufret (1992:22-24) – subjetividade (Subjektivität)
- Caron (2005:13-14) – a questão sobre a origem do si
- Caron (2005:135-136) – desacordo sobre o solo da fenomenologia (Husserl e Heidegger)
- Caron (2005:190) – Crítica heideggeriana da estrutura do ego transcendental
- Caron (2005:25-26) – si e eu
- Caron (2005:26-27) – ser um eu e ser um si
- Caron (2005:786-787) – ser-a-cada-vez [Jeweiligkeit]
- Caron (2005:809-810) – cura - si mesmo - eu - sujeito
- Charles Taylor: transcender o self
- Dastur (2002:62-64) – Dasein - "eu" - sujeito
- Dastur (Morte) – Dasein e "eu"
- Ferreira da Silva (2009:49-50) – a façanha do eu
- Franck (2014:11-13) – Descartes - o deslocamento que falsifica tudo
- GA17:317-318 – Sprache
- GA17:318-319 – Intencionalidade
- GA20:325-326 – Dasein e "eu"
- GA20:440-441 – querer-ter-consciência
- GA24:177-178 – EGO - EU
- GA27:12 – gnothi seauton
- GA27:145-146 – um-com-outro [Miteinander]