Em tudo é preciso tomar o correlato noemático, que aqui se chama “sentido” (em significação bem ampliada), exatamente assim como ele está contido de maneira “imanente” no vivido de percepção, de julgamento, de prazer etc., isto é, tal como nos é oferecido por ele, se interrogamos puramente esse vivido mesmo.
Márcio Suzuki
Graças a seus momentos noéticos, todo vivido intencional é justamente vivido noético; é da essência dele guardar em si algo como um “sentido” e, eventualmente, um (…)
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Husserl / Edmund Husserl
EDMUND HUSSERL (1859-1938)
OBRA NA INTERNET: LIBRARY GENESIS
HUSSERL, Edmund. Ideen zu einer reinen Phänomenologie und phänomenologischen Philosophie . Erstes Buch: Allgemeine Einführung in die reine Phänomenologie. (1976) / Ideias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia fenomenológica: introdução geral à fenomenologia pura. Tr. Márcio Suzuki. Aparecida: Ideias & Letras, 2006
Matérias
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Husserl (1976:202-204) – Vivido no noético e no noema
25 de junho de 2023, por Cardoso de Castro -
Husserl (IFP:117-118) – A redução e o resíduo fenomenológico
13 de outubro de 2021HUSSERL, Edmund. Ideias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia fenomenológica: introdução geral à fenomenologia pura. Tr. Márcio Suzuki. Aparecida: Ideias & Letras, 2006, p. 117-118
Voltemos agora nossos pensamentos novamente ao primeiro capítulo, a nossas considerações sobre a redução fenomenológica. Está claro agora que de fato, em contraposição à orientação teórica natural, cujo correlato é o mundo, uma nova orientação tem de ser possível, a qual, a despeito de colocar (…) -
Marion (1998) – sendo dado (étant donné)
27 de junho de 2023, por Cardoso de Castro« Axioma: nada podemos saber por nós mesmos, todo saber autêntico deve nos ser dado. » Novalis
Javier Bassas Vila
Étant donné [Siendo dado] – esta expresión parece ir de suyo.
La comprensión espontánea se alia fácilmente a la lectura erudita para añadir un artículo a la primera palabra y poder leer así “l’étant donné” [el ente dado], considerando “(l’) étant” [ (el) ente] como un sustantivo y concluyendo simplemente que lo que es, a saber, el ens de los filósofos o, según un antiguo (…) -
Husserl (CCEFT:40-41) – método científico e mundo da vida
13 de outubro de 2021Excerto de HUSSERL, Edmund. A crise das ciências europeias e a fenomenologia transcendental: uma introdução à filosofia fenomenológica. Tr. Diogo Falcão Ferrer. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012, p. 40-41
Na matematização geométrica e científico-natural ajustamos, então, ao mundo da vida - o mundo permanentemente dado como efetivo na nossa vida concreta no mundo -, na infinidade aberta de experiências possíveis, uma roupagem de ideias bem talhada, a das verdades denominadas (…) -
Husserl (CCEFT:37-38) – O esvaziamento de sentido da ciência matemática da natureza pela “tecnicização”
13 de outubro de 2021Excerto de HUSSERL, Edmund. A crise das ciências europeias e a fenomenologia transcendental: uma introdução à filosofia fenomenológica. Tr. Diogo Falcão Ferrer. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012, p. 37-38
Em si, o progresso da matemática objetiva em direção à sua logicização formal, e a autonomização da lógica formal, ampliada como análise pura ou doutrina pura das multiplicidades, é algo de totalmente legítimo, e mesmo necessário; assim como a tecnicização, com a sua ocasional (…) -
Husserl (CCEFT:98-99) – O problema do mundo da vida e as ciências objetivas
13 de outubro de 2021[HUSSERL, Edmund. A crise das ciências europeias e a fenomenologia transcendental: uma introdução à filosofia fenomenológica. Tr. Diogo Falcão Ferrer. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012, p. 98-99]
Tendo presente as elaborações anteriores, lembremo-nos do fato admitido de que ciência é uma realização espiritual humana que, historicamente e também para todo aquele que a estuda, pressupõe a saída do mundo da vida circundante intuível, dado de modo universal-comum como existente, mas (…) -
Kisiel (1995:117-121) – Vida Fática [faktische Leben]
14 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
[…] O tema da fenomenologia não é simplesmente a vida fáctica — este é o domínio abrangente dividido por todas as outras ciências — mas a vida como surgindo da origem, no seu "salto primordial" para o fáctico. A vida fáctica é assim perseguida numa direção inteiramente nova. A fenomenologia quer encontrar a origem da vida fáctica. Pelo caminho, terá também de encontrar os motivos que nos levam da vida fáctica para o domínio da origem. Em outras palavras, o que motiva a própria (…) -
Edith Stein (Gaboriau) – Fenomenologia
12 de março de 2021, por Cardoso de CastroExtrait de « Sur la Phénoménologie », avec Édith Stein: Histoire - méthode - points de départ - confrontations.
On trouvera particulièrement éclairantes - et émouvantes à relire aujourd’hui, - ces interventions d’une disciple de HUSSERL, morte depuis martyre du nazisme (Journées d’études de la Société Thomiste, à Juvisy, sous la présidence de J. Maritain, le 12 septembre 1932) - publiées dans le volume intitulé « Phénoménologie », Le Saulchoir, Kain, Belgique, (éd. du Cerf). (Je reprends (…) -
Être et temps : § 10. Délimitation de l’analytique du Dasein par rapport à l’anthropologie, la psychologie et la biologie.
9 de julho de 2011, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
Après une première esquisse du thème d’une recherche, il demeure toujours opportun d’en proposer une caractérisation négative, même si des précisions concernant ce qu’il ne faut pas faire risquent de devenir facilement stériles. On se propose de montrer que les interrogations et les (…) -
Husserl (FCR:53-54) – Valor supra-histórico da filosofia
13 de outubro de 2021HUSSERL, Edmundo. A Filosofia como Ciência de Rigor. Tr. Albin Beau. Coimbra: 1992, p. 53-54
O matemático também não irá dirigir-se à História para receber ensinamento sobre a verdade das teorias matemáticas; não lhe há de ocorrer relacionar a evolução histórica das noções e dos juízos matemáticos com a questão da Verdade. Como havia, pois, o historiador de decidir sobre a verdade dos sistemas filosóficos existentes, ou até sobre a possibilidade de uma ciência filosófica, em si de valor? (…) -
Lyotard (1954:14-30) – O transcendental em Husserl
15 de junho de 2023, por Cardoso de CastroIV — A problemática do sujeito.
A fenomenologia tomava pois o sentido de uma propedêutica às "ciências do espírito". Mas, a partir do segundo tomo das Investigações Lógicas esboça-se um salto que nos vai fazer entrar na filosofia propriamente dita. A "problemática da correlação", isto é, o conjunto dos problemas demonstrados pela relação do pensamento com seu objeto, uma vez aprofundada, deixa emergir a questão que constitui o seu núcleo: a subjetividade. É aqui provavelmente que a (…) -
GA20: Esquema-Resumo
28 de maio de 2017, por Cardoso de CastroEnsaio de resumo esquemático com citações, a partir do índice do livro (em construção permanente)
Nossa Tradução INTRODUÇÃO: O TEMA E MÉTODO DO CURSO 1 Natureza e história como domínios de objetos para as ciências 2 Prolegômenos para uma fenomenologia da história e natureza sob a guia da história do conceito de tempo 3 Tópicos do curso PARTE PRELIMINAR: O SENTIDO E TAREFA DA INVESTIGAÇÃO FENOMENOLÓGICA I Emergência e ruptura da investigação fenomenológica 4 A situação da filosofia na (…) -
Greisch: « Savoir voir » : les «yeux de Husserl » ou l’entrée en phénoménologie
29 de maio de 2017, por Cardoso de CastroExcertos das páginas 23-28, da edição PUF de 1994.
Deux auteurs dominent la nouvelle conception de la philosophie que Heidegger élabore pendant son temps de Privatdozent à Freiburg : Edmund Husserl et Wilhelm Dilthey. Nous examinerons ultérieurement de façon plus détaillée le rapport entre Heidegger et Husserl et les divergences croissantes entre ces deux génies antithétiques, précisément concernant leur conception différente de la phénoménologie. Cette divergence correspond au deuxième (…) -
Didier Franck (1981:18-21) – evidência
5 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
"Toda a evidência no juízo, e em particular a das verdades que possuem uma generalidade incondicionada, está sob o conceito de intuição dadora" [Idées… I, § 21, p. 71]. A intuição dadora, ou a dação das próprias coisas, é a característica mais geral de toda a prova, antes da sua diferenciação em adequada ou inadequada, assertiva ou apodítica, pura ou impura, predicativa ou ante-predicativa. A auto-evidência judicial — a intuição do estado de coisas — remete sempre para a (…) -
Didier Franck (1981:21-24) – encarnação
5 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
1. Heidegger destaca muito claramente, no protótipo da percepção de uma coisa transcendente, uma diferença entre dois modos de dação, ou seja, uma diferença fenomenológica. Uma diferença hierárquica, um destes modos implicando necessariamente o outro. Mas, como em Husserl, a questão do sentido da carne não é colocada.
2. Afirmar que a característica relevante da percepção é a corporização — Heidegger não fala aqui de presença encarnada — vem a alinhar-se com o idealismo (…) -
Didier Franck (1981:24-28) – analítica intencional e analítica existencial
5 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
1. Heidegger destaca muito claramente, no protótipo da percepção de uma coisa transcendente, uma diferença entre dois modos de dação, ou seja, uma diferença fenomenológica. Uma diferença hierárquica, um destes modos implicando necessariamente o outro. Mas, como em Husserl, a questão do sentido da carne não é colocada. (veja comentários)
2. Afirmar que a característica relevante da percepção é a corporização — Heidegger não fala aqui de presença encarnada — vem a alinhar-se com o (…) -
Caron (2005:98-100) – fenomenologia é ou não é ontologia?
23 de março de 2022, por Cardoso de Castrodestaque
A tarefa infinita de determinar as vivências, e a resolução da questão da estrutura do ego dentro da exigência conferida pelo dogma científico da evidência (i.e. domínio do olhar e não da fonte desse olhar) : estes são os dois aspectos principais da fenomenologia tal como é apresentada por Husserl, que afirma que o problema da dação de um objeto ao ego "só pode ser resolvido na esfera da pura evidência, na esfera da presença absoluta, que, como tal, é a norma última", e "que, por (…) -
Caron (2005:95-98) – o embate Heidegger e Husserl
8 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Se a descoberta da fenomenologia foi decisiva para Heidegger, foi sobretudo pelo poder de problematização que ela despertou nele através do apelo único ou palavra de ordem (Ruf) da ausência de pressuposição, isto é, do retorno às próprias questões essenciais (zu den Sachen selbst! Husserl afirmava em 1910-1911), e não pela própria substância das preocupações estritamente husserlianas que fazem depender a ausência de pressuposição da experiência intuitiva: "Die Sachen seihst müssen (…) -
Zarader (2001:93-100) – o horizonte do mundo
17 de janeiro, por Cardoso de Castrodestaque
O que é, então, o horizonte, e porque é impossível passar sem ele? Husserl propõe uma resposta dupla que, em Ideias, pode parecer uma e a mesma, mas que se tornará dupla no resto da obra. No primeiro sentido, o horizonte é pensado como o fundo de toda a experiência: o objeto da consciência implícita ou potencial, pertence de fato à vida intencional, mas de um modo inatual. Quer se trate da experiência da coisa ou da experiência do eu, "toda a atualidade implica as suas próprias (…) -
Schérer (1971:86-96) – Examen de la théorie transcendantale
14 de junho de 2023, por Cardoso de CastroD’une manière plus générale, la constitution de l’autre par moi, en ouvrant la conscience à un seul monde objectif de communication, interdit de traiter comme deux domaines séparés dans le principe le monde objectif proprement dit, celui dans lequel nous vivons et nous rencontrons, celui de nos corps, et un monde des valeurs qui serait le champ propre de la communication ; car les deux sont également constitués, en tant qu’accessibles à la réflexion unifiante et rationalisante. C’est dans (…)
Notas
- Beaufret (1992:21-22) – consciência (Bewusstsein)
- Boutot (IFH:90-94) – Primeira abordagem da modernidade
- Buren (GA63:nota 1) – intencionalidade da consciência (termos de Husserl)
- Carman (2003:101-102) – intencionalidade
- Caron (2005:135-136) – desacordo sobre o solo da fenomenologia (Husserl e Heidegger)
- Caron (2005:190) – Crítica heideggeriana da estrutura do ego transcendental
- Caron (2005:190-191 nota) – fenomenologia inacabada
- Caron (2005:712-713) – constituição do si mesmo
- Courtine (1990:167-168) – Fragestellung
- Edith Stein (1987:Nota) – sur les Méditations cartésiennes
- Ernildo Stein (2012:25-26) – Weltanschaunng e Lebenswelt
- Ernildo Stein (2012:33-35) – Lebenswelt enquanto antepredicativo
- Ernildo Stein (2012:35) – Lebenswelt e Urverdrängung (recalque)
- Ernildo Stein (2012:35-38) – Lebenswelt e significância (Bedeutsamkeit)
- Ernildo Stein (2015:86) – absoluto
- Figal (FL:30-31) – consciência (Bewusstsein)
- Franck (2014:11-13) – Descartes - o deslocamento que falsifica tudo
- GA14: questionar a "coisa ela mesma"
- GA17:200 – intencionalidade (Intentionalität)
- GA27:13-15 – filosofia é uma ciência absoluta?