Rosaura Eichenberg
Quando voltamos a pensar nos padrões e regras objetivos de comportamento segundo os quais agimos na vida cotidiana, sem pensar muito e sem julgar muito no sentido de Kant, isto é, quando de fato subordinamos os casos particulares às regras gerais sem jamais questioná-las, surge a questão de saber se não há realmente nada a que se agarrar quando somos solicitados a decidir que isto é certo e isto é errado, assim como decidimos que isto é belo e isto é feio. E a resposta a (…)
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halten / Haltung / aushalten / behalten / Behältnis / Gehalt …
halten / aushalten / soutenir / behalten / conserver / reter / retain / Haltung / atitude / Behältnis / container / recipiente / depósito / Gehalt / teneur / conteúdo / content / contenido / Hingehaltenheit / retenção / being held in limbo / niederhalten / refouler / réprimer / Sichenthalten / Verhaltenheit / retenção / reserva / reservedness / Aufenthalt / séjour / demora / deter-se / dwelling / Verhalten / Verhaltung / comportement / conduite / comportamento / behavior / sich verhalten / se relaciona / relates itself / Benehmen / Aufenthaltslosigkeit / agitation / ser-irriquieto / desamparo / bougeotte
Heidegger determina as relações do ser-aí humano com os entes em geral com o termo “comportamento”. Assim, a ciência e a filosofia, tanto quanto a produção de algo e a feitura de uma obra se mostram para ele como comportamentos do ser-aí. Esse uso um tanto incomum e amplo do termo comportamento tem, por sua vez, a sua razão de ser na própria estrutura do pensamento heideggeriano. Para Heidegger, o ser-aí é marcado pelo fato de se encontrar originariamente jogado em um espaço de abertura, no qual os entes vêm imediatamente ao seu encontro. Na medida em que existe, portanto, o ser-aí se depara com entes e com o fato de os entes serem. Este estado de coisas envolve ao mesmo tempo a estrutura comportamental, porque a própria constituição dos modos de ser dos entes instaura uma ligação determinada com o ser-aí e requer uma forma específica de se portar em relação a eles. [CASANOVA , Marco Antonio. Mundo e historicidade. Leitura fenomenológica de Ser e tempo . Volume um: existência e mundaneidade. Rio de Janeiro: Via Verita, 2017, p. 19]
Matérias
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Arendt (RJ:143-145) – regras de comportamento
21 de julho de 2020 -
GA9:196-198 – Irre - errância
18 de janeiro de 2019, por Cardoso de CastroGiachini & Stein
Insistente, o homem está voltado para o que é sempre o mais corrente em meio ao ente. Ele, porém, só pode insistir na medida em que já é ek-sistente, isto é, uma vez que ele, contudo, toma como medida diretora o ente enquanto tal. Enquanto toma medida, porém, a humanidade está desviada do mistério. Este insistente dirigir-se ao que é corrente e o ek-sistente afastar-se do mistério se compertencem. São uma e mesma coisa. Esta maneira de se voltar e se afastar resulta, (…) -
Être et temps : § 13. Exemplification de l’être-à… à partir d’un mode dérivé : la connaissance du monde.
9 de julho de 2011, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
Si l’être-au-monde est une constitution fondamentale du Dasein, où il se meut non pas seulement en général, mais - sur le mode de la quotidienneté - de façon privilégiée, il doit donc également être toujours déjà expérimenté ontiquement. Un voilement total du phénomène serait d’autant plus (…) -
Être et temps : § 15. L’être de l’étant qui fait encontre dans le monde ambiant.
9 de julho de 2011, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
La mise en lumière phénoménologique de l’être de l’étant qui fait de prime abord encontre s’opère au fil conducteur de l’être-au-monde quotidien. Nous appelons celui-ci [67] l’usage que, dans le monde, nous avons de l’étant intramondain. Cet usage s’est déjà dispersé en une multiplicité de (…) -
Figal (2005:145-147) – tonalidade afetiva [Stimmung]
14 de novembro, por Cardoso de CastroUma vez que as tonalidades afetivas tornam manifesta a inacessibilidade do comportamento , elas mostram a “abertura de mundo do ser-aí” [Weltoffenheit des Daseins] (ST, 137). “Abertura de mundo” não pode significar nesse caso que o “ser-aí” está aberto para um mundo ou em vista de um mundo. Se se dissesse isso, então ter-se-ia interpretado o “ser-aí” e o “mundo” segundo o modelo do “sujeito” e do “objeto”. A “abertura de mundo” designa muito mais que é possível se comportar na lida com um (…)
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Plessner (2000) – Riso e Choro
9 de março, por Cardoso de Castrodestaque
No riso, o homem distende uma situação. Com o riso, responde de forma direta e impessoal. O homem cai num automatismo anônimo. Ele não ri sozinho; algo ri nele, e ele é, por assim dizer, apenas o teatro e o contentor deste processo. Outra coisa é o choro. Também no choro, o homem dá uma resposta, entregando-se a um automatismo anônimo que se desencadeia mais ou menos lentamente, mas que pode tomar conta dele. Esta resposta, porém, envolve o próprio homem. O homem é envolvido (…) -
GA27:§36 – Transcendência qua compreensão de ser como jogo
29 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroEmpregamos o termo “jogo” em um sentido originário e ao mesmo tempo amplo. Tomamos a transcendência como jogo: a transcendência mesma é considerada inicialmente em vista do momento da compreensão de ser. Com isso, essa compreensão de ser também tem o caráter de jogo. Ao falarmos de ser-no-mundo como jogar, não queremos dizer aqui um jogar um jogo no sentido vulgar, apenas transposto e como que ampliado para todo o ser-aí; nem visamos tampouco um jogar com o ente ou mesmo um jogar com o ser. (…)
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Être et temps : § 78. L’incomplétude de l’analyse temporelle précédente du Dasein.
17 de julho de 2014, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
Afin de manifester que et comment la temporalité constitue l’être du Dasein, nous avons montré que l’historialité comme constitution d’être de l’existence est « en son fond » temporalité. L’interprétation du caractère temporel de l’histoire s’est accomplie sans égard pour le « fait » que (…) -
Figal (2005:224-228) – ser culpado originário [Schuldigsein]
14 de novembro, por Cardoso de CastroHeidegger chega ao conceito do “ser culpado originário” na medida em que analisa mais exatamente a determinação formal da culpa . “Na ideia de [225] ‘culpado’” reside “o caráter do não” [Charakter des Nicht] (ST, 283). Juntamente com a característica anteriormente já trabalhada em meio à análise da culpa, esse caráter conduz do “ser fundamento” para a determinação: “Ser fundamento de um ser determinado por um não — isso significa ser fundamento de uma nulidade” [Grundsein einer (…)
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GA29-30: Estrutura da Obra
26 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroTrad. brasileira de Marco Antonio Casanova
CONSIDERAÇÕES PRÉVIAS - A TAREFA DA PRELEÇÃO E A POSTURA FUNDAMENTAL, PARTINDO DE UM ESCLARECIMENTO GENÉRICO SOBRE SEU TÍTULO
Primeiro Capítulo - Os desvios que marcam o caminho de determinação da essência da filosofia (metafísica) e a imprescindibilidade de olhar a metafísica de frente
§1. O caráter incomparável da filosofia
§ 2. A determinação da filosofia a partir dela mesma, tomando como fio condutor uma sentença de Novalis
§3. O (…) -
GA6T1:49-52 – vontade [Wille] e querer [Wollen]
20 de maio de 2023, por Cardoso de CastroA pergunta decisiva é justamente: como e em razão do que aquilo que é querido [Gewollte] e aquele que quer pertencem no querer ao querer? Resposta: em razão do querer e por meio do querer. O querer quer o que quer como tal, e o querer estabelece o que é querido como tal. Querer é decisão [Entschlossenheit] para si, mas para si como para o que o estabelecido no querer como querido quer. A vontade traz a cada vez a partir de si mesma uma determinação corrente para o interior do seu querer. (…)
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Être et temps : § 59. L’interprétation existentiale de la conscience et l’explicitation vulgaire de la conscience.
7 de janeiro de 2013, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
La conscience est l’appel du souci, venu de l’étrang(èr)eté de l’être-au-monde, qui con-voque le Dasein à son pouvoir-être-en-dette le plus propre. Le comprendre correspondant de l’ad-vocation est, ainsi qu’on l’a établi, le vouloir-avoir-conscience. Il est exclu de mettre sans autre forme (…) -
GA27:311-314 – jogo da vida (Spiel des Lebens)
29 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroFalarmos sobre um “jogo da vida” [Spiel des Lebens] não é apenas um modo de falar. Por outro lado, precisamos evitar a tendência de, simplesmente inserir uma interpretação numa mera palavra. O que importa é, antes de mais nada, esclarecer o seu ser e apreender os próprios fenômenos objetivos com os quais nos deparamos, mantendo-os coesos, de certo modo, com o que queremos dizer com o termo “mundo”.
Em primeiro lugar, jogo quer dizer o jogar, mas jogar no sentido da realização do jogo; em (…) -
Biemel (1987:169-172) – comportamento [Verhalten]
3 de outubro, por Cardoso de CastroAté agora, insistimos apenas em dois momentos que constituem a transcendência, o projeto de mundo e a disposição (afetiva). Agora chegamos ao terceiro momento, o comportamento real do Dasein em relação aos entes.
O projeto de mundo não é comportamento, tampouco é disposição, mas ambos tornam o comportamento possível. Em Vom Wesen des Grundes [GA9], Heidegger define comportamento (Verhalten) como presentificação. O comportamento presentifica os entes ao “justificá-los”. O termo justificar (…) -
GA29-30:397-398 – ente enquanto ente (Seiendem als Seiendem)
23 de agosto de 2022, por Cardoso de CastroFalando de maneira formal: “algo enquanto algo” está associado com o mundo – o que, pelo modo de ser do animal, está vedado para ele. Somente onde o ente se revela em geral enquanto ente subsiste a possibilidade de experimentar este e aquele ente determinado enquanto este e aquele – experimentar no sentido amplo do que se estende para além da mera tomada de conhecimento: experimentar no sentido de fazer experiências com ele.
Casanova
Se passarmos da discussão da tese “o animal é pobre (…) -
Être et temps : § 69. La temporalité de l’être-au-monde et le problème de la transcendance du monde.
17 de julho de 2014, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
L’unité ekstatique de la temporalité, c’est-à-dire l’unité de l’« être-hors-de-soi » dans les échappées de l’avenir, de l’être-été et du présent, est la condition de possibilité requise pour qu’un étant qui existe comme son « Là » puisse être. L’étant qui porte le titre de Da-sein, est « (…) -
GA20:36-40 – intencionalidade [Intentionalität]
30 de junho de 2023, por Cardoso de CastroA intencionalidade não é uma propriedade que se agregaria à percepção [Wahrnehmung] e pertenceria a ela em certos casos. Enquanto percepção, é intrinsecamente intencional, independentemente de a percepção estar realmente disponível ou não. De fato, é realmente apenas porque a percepção como tal é um dirigir-se-a-si-mesma-para-algo [Sich-richten-auf etwas ist], porque a intencionalidade constitui a própria estrutura do próprio comportamento [Verhalten], que pode haver algo como percepção (…)
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GA65:173 – ser-aí / Da-sein
10 de junho de 2017, por Cardoso de CastroCasanova
O ser-aí é a crise entre o primeiro e o outro início. Isso quer dizer: segundo o nome e a coisa mesma, ser-aí significa, na história do primeiro início (isto é, na história conjunta da metafísica), algo essencialmente diverso do que no outro início.
Na metafísica, “ser-aí” (existência) é o nome para designar o modo como o ente é efetivamente essente. Assim, ele tem em vista o mesmo que o ser presente à vista, interpretado mais originariamente em um passo determinadamente (…) -
SZ:299-301 – Entschlossenheit - Situation
11 de janeiro de 2019, por Cardoso de CastroSchuback
No termo situação (posição, condição — “estar em posição de…, estar em condições de…” ), inclui-se um significado espacial. Não pretendemos eliminá-lo do conceito existencial. Pois ele também se acha no “pre” da presença. Pertence ao ser-no-mundo uma espacialidade própria, anteriormente caracterizada nos fenômenos de distanciamento e direcionamento. Existindo faticamente, a presença “se arruma". A espacialidade que possui o caráter de presença e sobre cujas bases a existência (…) -
GA61: Estrutura da Obra
12 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroTrad. Richard Rojcewicz
INTRODUCTION
PART I - ARISTOTLE AND THE RECEPTION OF HIS PHILOSOPHY
A. What Are Studies in the History of Philosophy? A region within the history of the spirit as Objective, factual research? The historiological can be grasped only in philosophizing; both originally one Not a presupposition, but instead a pre-possession of the factical in questionability; not Objective The history of philosophy in these pages: Greeks and the Christian West
B. The Reception of (…)
Notas
- Arendt (RJ:22-23) – a conduta moral é algo natural?
- Auxenfants (ET:6) – Verhalten
- Auxenfants (ETJA:§1N13) – comportamento (Verhalten)
- Boutot (1993:36) – Rede - discurso
- Buren (GA63:nota 1) – intencionalidade da consciência (termos de Husserl)
- Buren (GA63:nota 9) – (sich) halten, sich aufhalten, Aufhalten (bei), Aufenthalt
- GA27:312-313 – jogo e mundo
- GA65:13 – tonalidade afetiva (Stimmung)
- GA65:5 – Erschrecken - espanto
- GA88:154 – Instruções [Anweisungen]
- GA89:213-214 – esquecer algo doloroso
- GA9:352-354 – Ethik - éthique - ética - ethics
- Haar (1990:136-138) – pensamento como escuta
- McNeill (2006:xi) – êthos
- McNeill (2006:xvii-xviii) – poiesis originária
- Róbson Ramos (2014:33) – compreensão de ser (Seinsverständnis)
- SZ:256 – certeza
- SZ:262-263 - morte, possibilidade da impossibilidade de todo existir
- Zarader (1990:54-55) – o Aberto (das Offene)