Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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GA27:312-313 – jogo e mundo

quarta-feira 26 de maio de 2021

Casanova

Ao dizermos agora que o termo “mundo" designa o jogo que a transcendência joga, precisamos tomar a palavra “jogo” nesse sentido originário e amplo; por fim, é preciso que tomemos essa palavra em um sentido metafísico. O ser-no-mundo é esse jogar originário do jogo. Todo ser-aí fático precisa se colocar em jogo em vista desse jogar para que possa se inserir na dinâmica do jogar de um tal modo que ele sempre tome faticamente parte no jogo, de uma forma ou de outra, durante a sua existência.

Portanto, é essencial que o entendimento comum não note nada disso, nada desse jogo originário da transcendência, e que ele se horrorize imediatamente ao lhe sugerirem que ele está colocado em um jogo — como é que isso seria possível se tudo tem suas regras e normas fixas, se ele experimenta em tudo uma segurança cômoda? Entregar a existência humana a um jogo? Colocar o homem no jogo da existência? De fato!

Todavia, não podemos esquecer: o termo “jogo” é tomado em um sentido totalmente amplo. Assim, esse jogo é tudo, menos uma “brincadeira”, tudo, menos um mero jogo em oposição à realidade – na transcendência não há absolutamente essa diferença entre jogo e realidade. Antes de tudo, porém, não se caracteriza por jogo o comportamento a cada vez fático, mas sim o que possibilita esse comportamento. Com isso está dito que, de início, esse jogo está justamente velado. Em segundo lugar, o jogo é tomado como algo que se excede e vai mais além, como algo de antemão descerrado.

Um jogo não é a inserção em uma dinâmica de jogo por parte de um sujeito; o que acontece em um jogo é justamente o inverso. Nesse jogo da transcendência, todo e qualquer ente em relação ao qual nos comportamos já se vê envolto por um jogo, assim como todo comportamento já se acha colocado nesse jogo. [GA27MAC:333]

Original

In diesem ursprünglichen, weiten und schließlich in einem metaphysischen Sinn ist der Ausdruck »Spiel« zu nehmen, wenn wir jetzt sagen: »Welt« ist der Titel für das Spiel, das die Transzendenz spielt. Das In-der-Welt-sein ist dieses ursprüngliche Spielen des Spiels, auf das ein jedes faktische Dasein sich einspielen muß, um sich abspielen zu können, derart, daß ihm faktisch so oder so mitgespielt wird in der Dauer seiner Existenz.

[313] Es ist nun wesentlich, daß der gemeine Verstand gleichsam nichts davon merkt, von diesem ursprünglichen Spiel der Transzendenz, und er gerät deshalb sofort in Entsetzen, wenn ihm das Ansinnen gestellt wird, auf ein Spiel gesetzt zu sein —, wo doch alles seine festen Regeln und Normen hat, seine behäbige Sicherheit. Das menschliche Dasein einem Spiel ausliefem? Den Menschen auf das Spiel des Daseins setzen? In der Tat!

Aber wir dürfen nicht vergessen: Spiel wird erstens in einem ganz weiten Sinne genommen, und solches Spiel ist alles andere als »spielerisch«, bloßes Spiel gegenüber der Wirklichkeit — diesen Unterschied gibt es gar nicht in der Transzendenz. Vor allem aber ist als Spiel nicht charakterisiert das jeweilige faktische Verhalten, sondern das, was es ermöglicht. Damit ist gesagt, daß dieses Spiel zunächst gerade verborgen ist. Zweitens wird* Spiel genommen als in sich übersteigend übersprungen, vorgängig erschlossen.

Ein Spiel ist nicht ein Sichabspielen in einem Subjekt, sondern umgekehrt. In diesem Spiel der Transzendenz ist schon jedes Seiende, dazu wir uns verhalten, umspielt, und alles Verhalten auf dieses Spiel eingespielt. [GA27  :312-313]


Ver online : INTRODUÇÃO À FILOSOFIA [GA27]