Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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Boutot (1993:36) – Rede - discurso

sábado 27 de maio de 2017

O discurso, ou antes a discursividade, é o terceiro comportamento à mercê do qual o ser-aí se liga ao mundo ao descobri-lo. O ser-aí é um ser discursivo, o que não quer dizer que ele seja capaz de falar, mas que tem a faculdade de articular o que compreende. Ao articular, o ser-aí liberta e põe em relação umas com as outras as possibilidades e a situação que lhe revelam o compreender e a disposição. A articulação daquilo que o ser-aí discerne no compreender em disposição não se exprime, necessariamente, por palavras. Ela precede a linguagem articulada da qual é a condição de possibilidade. O discurso efectivo, a palavra, repousa sobre a discursividade existenciária do ser-aí. Enquanto ser discursivo, o ser-aí não se refere somente às coisas e ao mundo, mas também ao ser-no-mundo que ele próprio é. Ele articula o projeto-lançado que o carateriza. (1993, p. 36)


Ver online : Alain Boutot