O autêntico princípio enquanto salto é sempre um salto antecipativo em que o que ainda há de vir já está ultrapassado, se bem que veladamente. [GA9:64]
É a partir da conferência Moíra que Heidegger vai dizer que, no fragmento de Parmênides, a expressão aparece numa proposição subordinada, acrescentada sem barulho, mas que, ainda assim, está lá. Assim é. Moíra é o envio, o desdobrar-se que tem início desde este envio, e o retorno ao mesmo. Envio é o que os gregos denominavam de ormh, ou (…)
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chronos / χρόνος / khrónos / tempus / μέλλων / mellon / futurum / aion / αἰών / aeon / ἀεί / aeí / aeternum / aidia / ἀίδια / aidion / ἀίδιον / ἀίδιος / aídios / perennis
chronos: tempo; mellon: futuro; αἰών: éon; ἀεί: always, forever; ἀεί ὄν: eternal being
aion = finite time of mortal existence [Taminiaux ]; chronos = Zeller conjectures it is Pherecydes, who, to be sure, proposed a characteristic threefold as the proper beings, namely Zeus or the heaven, Chronos or time, and Chthon, the earth. [GA19 ]; mellon = The χρóνος for deliberation is ὁ μέλλων, “the near future,” “the upcoming,” “what will be,” at which deliberation aims; (2) the χρóνος of the δικαζóμενος is ὁ γενóμενος, “what has happened.” (3) ὁ παρών, “what is present.”; aei: Now of λóγος, as what is everlastingly (ἀεί) true, humans are without understanding [GA15 ]
Ο ἀεί dos gregos não é a duração historiologicamente pensada da perduração sem fim em progresso, mas a constância da presentação da essência inesgotável. [tr. Casanova ; GA65 :§278]
αἰών (ό): lifetime, epoch, aeon: GA2 GA5 GA6T1 GA9 GA10 GA19 GA24 GA26 GA27 GA39 GA44 GA46 GA52 GA60 GA78 GA81
Matérias
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Luzie (1999:29-36) – Moíra
10 de outubro, por Cardoso de Castro -
Luzie (1999:24-29) – A Dobradura [eón - Zwiefalt]
10 de outubro, por Cardoso de CastroCom um pouco de exagero, nós podemos afirmar: o destino do Ocidente depende da tradução da palavra eón. [GA9:345]
Este sentido peculiar de μοίρα como o envio do ἐόν, isto é, como o envio do movimento e, portanto, o destino do Ser, foi muito pouco pensado pela tradição filosófica, uma vez que é o sentido originário e primevo da palavra Ser.
É importante ressaltar que quando Heidegger inicia a interpretação da frase de Parmênides, ele se dá conta de que Parmênides não está falando de modo (…) -
MacDowell: O tempo como horizonte da interpretação tradicional do ser
12 de abril de 2017, por Cardoso de CastroExtrato de MACDOWELL, João. A Gênese da Ontologia Fundamental de M. Heidegger. São Paulo: Loyola, 1993, p. 163-164.
Capítulo III - A recapitulação da questão do sentido de ser como caminho para as origens da Metafísica
A tarefa da destruição da Ontologia tradicional, à luz da questão do sentido de ser, não é somente indicar a compreensão de ser, que nela vigora, mas, sobretudo, descobrir o seu fundamento. A grande intuição que está à base de Sein und Zeit é a da relação entre o sentido (…) -
Être et temps : § 30. La peur comme mode de l’affection.
11 de julho de 2011, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
Le phénomène de la peur peut être considéré de trois points de vue : nous analyserons le devant-quoi de la peur, l’avoir-peur et le pour-quoi de la peur. Ces point de vue possibles et solidaires n’ont rien de fortuit. Avec eux, c’est la structure de l’affection en général qui vient au (…) -
Beaufret (1998:372-374) – a obra de Heidegger
3 de outubro, por Cardoso de CastroO obra que assim começa em 1927 compreende em seu desenvolvimento estágios:
1) A primeira é Sein und Zelt, na qual o elemento decisivo é que aquilo que os gregos, sem explicação, nomearam e vivenciaram como παρουσία é interpretado em sua ressonância temporal, ao passo que os gregos em nenhum momento consideraram digno de questionamento o caráter temporal daquilo que, sob o nome de οὐσία, se propuseram a ouvir. Pelo contrário, quando se tratava de tempo, eles simplesmente tentavam (…) -
Borges-Duarte (2012) – O Pai devorador de seus filhos
23 de outubro, por Cardoso de CastroNa análise existencial de raiz heideggeriana, de que os Seminários de Zollikon dão enquadramento explícito, o tempo do mundo é o tempo onticamente experimentado e vivido. Tal como Heidegger o caracteriza nesses Seminários, tem as três dimensões do tempo ex-stático do Dasein (em sentido próprio ou impróprio) e a tendência para a degradação ou queda, como na exposição de Ser e Tempo, mas enriquecidas agora no exercício fáctico do viver concreto de cada um, no seio do seu mundo circundante. (…)
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Safranski: Filosofia da Vida
14 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroExcertos de Rüdiger Safranski, Heidegger. Trad. Lia Luft.
A filosofia da vida compreende-se como uma filosofia da vida no sentido do genitivo subjetivo: ela não filosofa sobre a vida, mas é a própria vida que filosofa nela. Como filosofia, ela quer ser um órgão dessa vida; quer intensificá-la, abrir-lhe novas formas e figuras. Não quer apenas descobrir quais valores valem, mas é suficientemente imodesta para querer criar valores novos, filosofia da vida é a variante vitalista do (…) -
Luzie (1999:37-42) – Destino [Geschick]
10 de outubro, por Cardoso de CastroO apelo, enquanto destinação, é alguma coisa tão pouco compreensível e estranha ao pensamento que ele permanece aquilo que há para propriamente pensar. [GA8:104]
Destino diz o ritmo pulsante no qual as coisas não cessam de acontecer. Movimento de aproximação e de afastamento do começo, da partida. Palavra tão fundamental em nossas vidas, experiência que nos circunda e que nos toma, ainda que a ponhamos de lado, ainda que viremos as costas para ela. Ainda que nos angustiemos com a sua (…) -
Maldiney (Aîtres:14-16) – Chronos refere-se a "empurrar"
21 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Chronos refere-se a "empurrar" — como tempus a tensionar. Mas refere-se a impulso ou tensão dirigida para… atuando sobre algo e capaz de mover numa determinada direção aquilo a que é aplicado ou implicado — cineticamente. Este impulso direcional não é tensio, mas intentio.
original
χρόνος se réfère à « pousser » — comme tempus à tendre. Mais il s’agit de poussée ou de tension orientées vers… agissant sur quelque chose et capable de mouvoir dans un sens déterminé ce à quoi (…) -
Être et temps : § 82. Dissociation de la connexion ontologico-existentiale entre temporalité, Dasein et temps du monde par rapport à la conception hegélienne de la relation entre temps et esprit.
17 de julho de 2014, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
Introduction
L’histoire, qui est essentiellement histoire de l’esprit, se déroule « dans le temps ». Donc, « le développement de l’histoire tombe dans le temps » . Hegel, cependant, ne se contente point de poser l’intratemporalité de l’esprit comme un fait, mais il cherche à comprendre (…) -
Beaufret (1998:27-29) – ἐόν ἔμμεναι, das Seiende-Sein, ser-ente
3 de outubro, por Cardoso de CastroMas voltemos às “questões” (Fragen) — em vez de “temas” — da meditação heideggeriana.
1) Tudo o que somos não está condicionado de alto a baixo por esse “acontecimento inaparente”, ou seja, que permanece no subentendido do inaparente (unscheinbare Ereignis): a manifestação do ἐόν grego como aquilo que “no passado, assim como agora e para sempre, é entregue (cai) como o essencial à meditação dos homens, a fim de incessantemente provocá-los à busca e mantê-los na dificuldade do problema” (…) -
GA35: Estrutura da Obra
8 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroTranslated by Richard Rojcewicz
Part One - The dictum of Anaximander of Miletus, 6th-5th century
Introduction
§1. The mission and the dictum
a) Cessation and beginning
b) The dictum in the customary translations
Chapter I The first phase of the interpretation
A. THE FIRST SECTION OF THE STATEMENT
§2. The theme of the dictum: beings as a whole
a) The meaning of ta onta
b) Beings in genesis kai phthora
c) ex oun — eis tauta — the whence-whither — our characterization of (…) -
GA66:95 – ser-aí (Da-sein)
10 de junho de 2017, por Cardoso de CastroCasanova
O ser-aí permanece incomparável, não admite nenhum aspecto sob o qual pudesse ser subsumido como algo conhecido.
O ser-aí interrompe toda tentativa de explicação; na clareira que ressurge abissal e tranquilamente, a explicação (cálculo) não pode manter mais em parte alguma a pretensão a uma captação do ser; toda exposição ao elemento maquinacional perdeu o fundamento e o âmbito de consistência. A explicação não significa mais nada, sim, ela só continua se enredando no não ente e (…) -
Être et temps : § 81. L’intratemporalité et la genèse du concept vulgaire de temps.
17 de julho de 2014, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
Comment quelque chose comme le « temps » se montre-t-il de prime abord à la préoccupation quotidienne, circon-specte ? Dans quel usage préoccupé, dans quel emploi d’outils le temps devient-il expressément accessible ? S’il est vrai qu’avec l’ouverture du monde, du temps est publié, et (…) -
GA27:§29.12 – Filosofar como transcender faz parte da essência do ser-aí humano
1º de fevereiro de 2023, por Cardoso de Castro12. Transcender é filosofar, quer aconteça de maneira implicitamente velada, quer seja tomado expressamente.
Mostramos que a essência do teórico reside no deixar-ser o ente nele mesmo e denominamos esse deixar-ser uma ação originária do ser-aí. Agora fica claro com que riqueza o deixar-ser acontece no projeto ontológico, no transcender. Esse é, porém, o acontecimento fundamental da própria existência. Anteriormente denominamos esse deixar-ser o ente indiferença metafísica, uma serenidade (…) -
GA7:11-38 – A Questão da Técnica
15 de maio de 2020, por Cardoso de CastroResumo deste ensaio fundamental sobre a técnica moderna, a partir de suas traduções, em especial a tradução de Carneiro Leão, publicada em Ensaios e Conferências
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Être et temps : § 68. La temporalité de l’ouverture en général.
17 de julho de 2014, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
La temporalité
La résolution que nous avons caractérisée quant à son sens temporel représente une ouverture authentique du Dasein. Celle-ci constitue un étant de manière telle que, en existant, il peut être lui-même son « Là ». Cependant, le souci n’a été caractérisé en son sens (…)
Notas
- Fink (1966b:62-63) – o "curso do mundo"
- GA11:14-16 – do sophon ao philo-sophon
- GA19: Estrutura de exame dos modos de desvelamento
- GA19: Platão e Aristóteles
- GA40:201-202 – substrato, subjacente, hypokeimenon
- Maldiney (Aîtres:21-22) – empeiria e experientia
- Marta Luzie (1999:22-24) – Moíra
- SZ:141 – Furcht - Medo