Casanova
O ser-aí permanece incomparável, não admite nenhum aspecto sob o qual pudesse ser subsumido como algo conhecido.
O ser-aí interrompe toda tentativa de explicação; na clareira que ressurge abissal e tranquilamente, a explicação (cálculo) não pode manter mais em parte alguma a pretensão a uma captação do ser; toda exposição ao elemento maquinacional perdeu o fundamento e o âmbito de consistência. A explicação não significa mais nada, sim, ela só continua se enredando no não ente e ainda retém, assim, uma duração em si arrastada há muito tempo; e isso apesar de uma outra explicação já ter deixado de um outro modo a verdade se tornar o tempo-espaço do ente.
Como é que o ser-aí pode chegar algum dia a ser “explicado"? Ele não pode ser expedido nem mesmo como inexplicável.
É preciso pensar o ser-aí apenas em termos da história do seer: a fundação, que é apropriada em meio ao acontecimento pela essência do seer, da verdade que lhe é própria; e como a fundação insistentemente o saber do seer enquanto acontecimento apropriativo.
Por isso, apesar de à distância, de qualquer modo decididamente a conexão fundamental entre ser-aí e “compreensão de ser”.
Ser-aí em aspecto algum uma determinação de um ente, nem de um objeto nem de um sujeito, nem em geral de um ente pensado de um modo qualquer.
Ser-aí unicamente pertencente à essenciação do seer, que abandonou a entidade e ganha voz e saber a partir de sua verdade.
Por isso, o ser-aí não pode ser previamente encontrado e exposto junto a um ente, nem junto a um ente presente-à-vista qualquer, nem junto ao homem; jamais pode ser mostrado e ainda menos “vivenciado” objetivamente. Desse modo, o “ser-aí” só pode ser pensado desde o início “hermeneuticamente”, isto é, apenas como o projetado de um projeto insigne, a saber, do projeto do ser com vistas ao seu sentido, isto é, com vistas à sua verdade como clareira.
Portanto, o ser-aí também nunca pode ser deduzido de um projeto do ente na totalidade, que precisa se manter de uma forma qualquer conforme com a representação metafísica.
Aquele projeto do seer, porém, lança aquele mesmo que joga concomitantemente na clareira aberta, na qual aquele que joga se reconhece como apropriado em meio ao acontecimento. Esse projeto que arrasta consigo e transpõe realiza em si uma transformação essencial daquele que joga, na medida em que esse se chama “homem”.
A custódia para a verdade do ser se inicia.
Por que, porém, o ser-aí é concebido como “temporalidade"? Porque o aí como clareira se torna de início visível na essenciação do tempo-espaço — até mesmo a partir da metafísica, e, em verdade, em seu começo. Nesse contexto, “tempo” e “espaço” não têm em vista o “lugar” e a “sucessão” da série dos agoras, mas antes disso a clareira essenciante e una do ser. Todavia, o fato de o ser se encontrar em tal clareira é atestado pela interpretação do ser como ousia — presença e constância. Com certeza, isso só pode e já pode ser inquerido a partir da pergunta fundamental acerca da verdade do ser; a inquirição da “temporalidade” da ousia já se encontra fora da metafísica.
Temporalidade do aí designa a clareira extasiante; e, por isso, o importante era fornecer um aceno através da “temporalidade” para o ser-aí.
"Temporalidade” aqui não é pensada nem em termos “cristãos”, nem em geral no conceito oposto à “eternidade"; a não ser que se conceba “eternidade” (o aei) verdadeiramente como determinação ontológica e se questione o que significa essa determinação e seu primado no interior da interpretação do ser e em que ela se funda, em que medida constância e presença imperam em geral sobre a relação com o ente enquanto tal.
Mas se o “eterno” só é tomado metafisicamente como uma realidade efetiva própria, ou se ele é diluído como “ideal” e como “validade” de valores; e se a “temporalidade” é assim correspondentemente desvalorizada, então toda compreensão de Ser e tempo se torna de antemão impossível. As tomadas de posição a partir de tal “orientação” possuem uma relação de copertinência juntamente com aquelas orientações que compreendem “ser-aí” precisamente como “presença-à-vista” — existentia — to estin.
No entanto, na medida em que se mantém o mesmo teor vernacular e em que “ser-aí” tem em vista algo incomparavelmente diverso do que se designa na expressão “a existência (o ser-aí [1]) de Deus” ou, por exemplo, “titio está aí”, por um tempo a palavra e o conceito são com certeza ambíguos.
Em parte alguma, a não ser no questionamento da essenciação do seer, oferece-se um ponto de apoio para se conceber o ser-aí, porque o ser-aí é aquilo que é a cada vez apropriado em meio ao acontecimento pelo modo de essenciação do seer mesmo, sem jamais se tornar um “mero” “ente” (propriedade).
Em relação à primeira referência em Ser e tempo , costuma-se observar que aquilo que é aí “apresentado” já tinha sido visualizado antes, já tinha sido pressuposto e que, então, seria exposto posteriormente como se se tratasse de uma pura invenção (como se houvesse algo assim). Pensa-se desmascarar com tal objeção o procedimento em seu cerne como um pseudoempreendimento e não se percebe que com essa referência ao estar previamente concebido do “que precisa ser mostrado” se denomina precisamente aquilo que importa: o projeto. Em parte alguma em Ser e tempo impera a opinião de que o homem poderia ser contemplado fixamente de maneira desprovida de pressupostos e de que um dia, se essa contemplação fosse empreendida de maneira suficientemente ardente e duradoura, o “ser-aí” poderia ser “descoberto”.
A consequência dessa opinião prévia é, então, o fato de se contrapor a essa pretensa “antropologia” unilateral uma outra, de se seguir o rastro de pressupostos e avaliações pessoais do autor e só se continuar tolerando o todo como algo estranho que, “em seu tempo”, pôde se tornar um dia possível nos 14 anos supostamente questionáveis e sob a influência de uma concepção do homem “característica da cidade grande”.
Na medida em que sobre esse caminho se encontram por toda parte unilateralidades e limites do ponto de vista, considera-se essa tentativa como fracassada, antes de poder se colocar mesmo que na esfera mais afastada daquela questão única, em cujo campo de visão seus passos são pensados e ditos.
O ser-aí é o fundamento histórico apropriado em meio ao acontecimento a partir do acontecimento apropriativo da clareira do seer.
Ser-aí é a ressonância silenciada da voz do acontecimento apropriativo como insistência da tranquilidade, na qual o peculiar é apropriado em sua propriedade em meio ao acontecimento e o ente é decidido em honra do seer.
O ser-aí só precisa ser fundado insistentemente no acontecimento da apropriação do acontecimento apropriativo, isto é, a partir do seer. Por isso, toda tentativa de conceber o ser-aí prepoderante ou mesmo exclusivamente a partir do homem é insuficiente. O ser-aí é igualmente essencial para o deus e ele é determinado de maneira igualmente essencial pela relação com mundo e terra, que conservam nele a sua propriedade essencial. Não obstante, no sentido da meditação e da denominação apropriante e acenante, a relação do ser-aí com o homem possui um primado que condiciona o fato de o projeto mais imediato do ser-aí precisar se lançar para além do homem (cf. Ser e tempo ). Precisamente por meio daí, porém, já não se pensa mais o homem antropologicamente, isto é, metafisicamente, mas se concebe a partir da compreensão de ser do homem uma compreensão que se desdobre como a custódia da verdade do seer. Com isso, contra a metafísica como um todo, de maneira igualmente essencial, supera-se toda humanização do homem posta na mera autoafirmação de si mesmo (a subjetividade).
Se o homem não é mais feito à “imagem e semelhança” do Deus criador judaico-cristão, segue-se daí que ele seria feito, então, à “imagem e semelhança” de si mesmo? De maneira alguma; não, sobretudo se a relação com o seer, se a insistência na verdade do seer, constituir o fundamento essencial do homem. Para o pensar da história do seer, a única consequência é: o homem não é de modo algum feito à “imagem e semelhança” de algo diverso, mas possui uma essência maximamente própria e, em verdade, insigne (por força da referência ao seer); a particularidade de sua essência não significa egoísmo oriundo do posicionamento essencial obstinado, mas pertencimento ao que há de mais único, o que não conhece como tal elemento único nada diverso que pudesse se mostrar como seu igual: pertencimento ao seer. O ser-aí assume concomitantemente a história da fundação da incomparabilidade em termos da história do seer da essência humana. Somente isso permite mesmo a expectativa do deus que, como o último, deixou para trás todas as correspondências ao humano.
O ser-aí é, porque o seer acontece apropriativamente como a ex-portação resolutora, nunca apenas ligada ao homem como o seu fundamento, assim como o “mundo” e a “terra” não permanecem sem ser tocadas pela irradiação essencial do deus. (p. 262-267)
Dina Picotti
El ser-ahí permanece incomparable, no permite respecto alguno bajo el cual pudiera aún ser colocado como algo conocido.
El ser-ahí interrumpe todo afán de explicación; en el claro que resurge de él abismosa, calmamente, la explicación (cálculo) ya no puede retener en ninguna parte la pretensión de un asir el ser; toda entrega a lo maquinal ha perdido el fundamento y el ámbito de subsistencia. Explicar ya no dice más nada, sólo enreda aún en lo no ente y conserva así todavía una duración hace tiempo en sí arrastrada, mientras ya otro ha hecho de otro modo convertir la verdad en espacio-tiempo del ente.
[279] ¿Cómo el ser-ahí ha de ser aquí aún “explicado”? Ni siquiera puede ser expedido como inexplicable.
Ser-ahí, por pensar sólo conforme a la historia del ser [Seyn]: la fundación acaecida por la esencia del ser [Seyn] de su propia verdad y como fundación con instancia el saber del ser [Seyn] en tanto evento-apropiador.
Por ello, aunque aún desde la lejanía, sin embargo decidido el contexto de fundamento entre ser-ahí y acompresión de ser”.
Ser-ahí, en ningún respecto una determinación de un ente, ni de un objeto ni de un sujeto, ni en general de un ente pensado de cualquier manera.
Ser-ahí, únicamente perteneciente al esenciarse del ser [Seyn], que [ha] abandonado la entidad y desde su verdad llega al saber y la palabra.
De allí que el ser-ahí no sea hallable ni acusable en un ente, ni en cualquier presente ante la mano, ni en el hombre; nunca “mostrable” ni comparecible objetivamente y tanto menos de modo “vivenciable”. Por ello el “ser-ahí” es desde un comienzo “hermenéutico”, es decir pensable sólo como proyectado de un distinguido proyecto, a saber del proyecto del ser sobre su “sentido”, es decir, su verdad como claro.
El ser-ahí por ello tampoco es nunca extraíble de un proyecto del ente en totalidad, que de alguna forma tiene que mantenerse conforme con el representar metafísico.
Pero ese proyecto del ser [Seyn] lleva consigo al proyectante mismo en el claro inaugurado, en el que el proyectante se reconoce como un acaecido-apropiadoramente. Este proyecto que arrastra y traslada efectúa en sí una transformación esencial del proyectante, en tanto éste se llama “hombre”.
La guardia de la verdad del ser [Seyn] comienza.
Pero ¿por qué el ser-ahí es concebido como “temporalidad”? Porque el ahí como claro se hace visible en primer lugar en el esenciarse del espacio-tiempo — hasta a partir de la metafísica, y a saber en su inicio-. En esto “tiempo” y “espacio” no mientan el “lugar” y el “uno tras otro” de la sucesión de ahoras, sino antes de ello el esenciante unido claro del ser. Pero que éste se encuentre en tal claro lo testimonia la interpretación del ser como ούσια — presenciarse y estabilización. En todo caso esto es interrogable tan sólo y ya desde la pregunta fundamental por la verdad del ser [Seyn]; el interrogar a la “temporalidad” de la ούσια está ya fuera de la metafísica.
Temporalidad del ahí, mienta el extasiante claro; y por ello fue valedero dar una seña del ser-ahí a través de la “temporalidad”.
“Temporalidad” no pensada aquí “cristianamente” ni en general como anticoncepto de “eternidad”, a no ser que se conciba “eternidad” (el άε’ι) verazmente como determinación de ser y se pregunte qué significa esta determinación y su primacía en medio de la interpretación del ser y 326 [280] dónde se funda, hasta qué punto en general estabilización y presenciarse sobredominan la referencia al ente como tal.
Pero si lo “eterno” es tomado sólo metafísicamente como una realidad propia o diluido como “ideal” y “validez” de valores, y correspondiendo a ello la “temporalidad” es estimada, entonces todo concebir de Ser y tiempo es por adelantado imposible. Los pareceres de tal 327 “orientación” se corresponden enteramente con aquellos que entienden “ser ahí” directamente como “presencia ante la mano” -existentia- το εστιν.
Pero en tanto es retenido el mismo término y “ser ahí [DaseinT mienta algo incomparablemente diferente que en el giro “existencia de dios”, o por ejemplo “el tío está ahí”, palabra y concepto son en efecto transitoriamente ambiguos.
En ninguna parte, a no ser en el interrogar al esenciarse del ser [Seyn] mismo, se da un apoyo para concebir al ser-ahí, porque el ser-ahí del tipo de esenciarse del ser [Seyn] mismo es respectivamente su acaecido, sin devenir nunca un “sólo” “ente” (propiedad).
Ante la primera indicación en Ser y tiempo se anota de buena gana que lo que aquí es “acusado”, estaría ya captado por la mirada, estaría ya supuesto y sería luego posterior y aparentemente presentado como puro hallazgo (como si se diera algo semejante). Se mienta, con esta objeción, desenmascarar el proceder en el núcleo como emprender aparente y no se vislumbra que con esta referencia, al ser captado con antelación de lo “mostrable”, justamente se nombra aquello de lo cual todo se trata: el proyecto. En ninguna parte señorea en Ser y tiempo la opinión de que el hombre sea algo presente ante la mano, que entonces sin supuesto pudiera quedar boquiabierto y en el que, cuando este estar boquiabierto fuera solícita y por suficiente tiempo ejercido, un día el “ser-ahí” podría ser “descubierto”.
La consecuencia de esta opinión previa es entonces que a esta supuesta y unilateral “antropología” se opone otra, que se percibe según los presupuestos personales y valoraciones del autor y se tolera el todo tal vez aún como una curiosidad, que en “su tiempo” podría devenir una vez posible en los presuntamente cuestionables catorce años y bajo la influencia de una concepción “de gran ciudad” del hombre.
En tanto en este camino por doquier han sido halladas unilateralidades y límites del punto de vista, se considera este intento terminado, antes de que aún haya podido alcanzar sólo el más remoto circuito de esa singular única pregunta, en cuyo horizonte sus pasos son pensados y dichos.
328 El ser-ahí es el fundamento histórico, acaecido desde el evento-apropiador, del claro del ser [Seyn].
Ser-ahí es la callada re-sonancia de la voz del evento-apropiador como instancia de la calma, en la que es acaecido-apropiadoramente lo propio en su propiedad y ente es decidido para alabanza del ser [Seyn].
Emad & Kalary
Da-sein is incomparable, and admits of no perspective within which it could still be lodged as something familiar.
Da-sein forestalls all mania for explanation. Explanation (calculation) can no longer retain the claim to grasp being within the clearing that holds unto the ab-ground and in stillness arises from out of Da-sein; any yielding to the machinational has forfeited the ground and the sustaining domain. Explanation no longer ’says’ anything, it merely gets entangled in the non-being and thus still retains a duration that is long since swept away in itself, while something else already and in a different way has let the truth become the ’time-space’ of beings.
[288] How then should Da-sein ever be "explained"? It should not even be declared unexplainable.
Strictly speaking Da-sein is to be thought be-ing-historically: it is the grounding that is en-owned by the sway of being as the grounding of that truth that is be-ing’s own and is the grounding that inabides the knowing-awareness of be-ing as en-owning.
Therefore, although remotely, yet decisively, there is still the basic interconnection between Da-sein and "understanding of being
In no respect is Da-sein a determination of a being, neither of an object nor of a subject, nor of a being as such that is somehow thought.
Da-sein belongs solely to the swaying of be-ing that has relinquished beingness, and out of the truth of this swaying comes into knowingawareness and word.
Hence, Da-sein cannot be found either in a being that is somehow extant, or in man: Da-sein is not demonstrable. It can never be shown and exhibited as an object, just as little in terms of "lived-experience". Therefore, right from the outset, "Da-sein" is to be thought "hermeneutically", that is, only as the projecting-opening of a distinct projecting-open, namely the projecting-opening of being unto its "meaning", that is, unto its truth as clearing.
[G326] Hence, Da-sein can also never be derived from a projecting-opening of ’beings in the whole’ as a projecting-opening that in some ways has to be appropriate to the metaphysical representing.
However, that projecting-opening of be-ing takes the thrower itself along unto the en-opened clearing wherein the thrower recognizes itself as an en-owned thrower. This projecting-open that carries the thrower along and transposes it, enacts in itself a fundamental transformation of the thrower insofar as the thrower is called "man".
Thereupon the guardianship for the truth of being begins.
But why is Da-sein grasped as "temporality"? Because even from the perspective of metaphysics and indeed from its beginning the ’t/here’ as clearing becomes initially discernible within the swaying of ’time-space’. Hereby "time" and "space" do not mean "the place" and "the sequence" of the series of now, but rather the beforehand unifiedly swaying clearing of being. However, the fact that being resides in such a clearing is borne out by the interpretation of being as ούσία — presencing and constancy. Of course, the inquiry into the "Temporality" [Temporalität] of ουσία already resides outside metaphysics and can be inquired into [289] only and already from out of the grounding-question concerning the truth of being.
Temporality [Zeitlichkeit] of the ’t/here’, means the clearing that ’removes unto’. That is why what mattered [in Sein und Zeit ] was to offer a hint at Da-sein in and through "temporality".
Here "temporality" is thought neither in a "Christian" sense, nor in general as the opposite concept of "eternity", unless one would truly grasp "eternity" (the άεί) as determination of being and would inquire into what this determination and its preeminence mean within the interpretation of being and wherein this determination is grounded, and to what extent at all constancy and presencing overwhelmingly dominate the relation to beings as such.
However, if the "eternal" is taken in an exclusively metaphysical sense as an independent actuality, or if the "eternal" is thinned out as the "ideal" and the "validity" of values and if "temporality" is assessed in concordance with values, then any grasping of Sein und Zeit is in advance made impossible. Positions taken in this "direction" [G327] entirely belong to those positions that understand "Dasein" virtually as "extantness" — existentia — το έστιν.
Indeed, within the crossing the word and the concept of Da-sein have an ambiguous meaning to the extent that we hold on to this word Dasein and insofar as "Da-sein" means something incomparably other than what it means in the phrase "Dasein, that is, existence of God" or what the word da means in Da-sein when we say "the uncle is da, that is, he is here".
There is nowhere a grip for grasping Da-sein other than in the inquiry into the swaying of be-ing itself, because Da-sein, without ever becoming "merely" "a being" (ownhood), is, according to the manner of the swaying of be-ing itself, always the enowned of be-ing.
Considering the early directives in Sein und Zeit that concern Da-sein, one gladly observes that what "gets established in this work" is already held in sight, and is already presupposed and is later on demonstrated as pure invention (as if in this domain there could be inventions.) With this objection one believes to have unmasked, as spurious, the core of the undertaking in Sein und Zeit . But one has no inkling that with this allusion to "what \%to be demonstrated" as ’what is grasped-beforehand’ one names precisely that upon which everything depends, that is, the projecting-open. Nowhere in Sein und Zeit does the opinion prevail that man is something extant that could be gaped at unconditionally; nowhere is it maintained that if this gaping is carried out enthusiastically and long [290] enough, then one day "Da-sein" could be "discovered" in this extant being.
What ensues from this presumption then is that one contrasts this presupposed and one-sided "anthropology" with other anthropologies, and tracks down the author’s personal presuppositions and valuations and tolerates the whole thing perhaps as the peculiarity which "in its time", that is, in the supposedly questionable 14 years, could only once become possible under the influence of the "metropolitan" conception of man.
Having in this way put together from all sides the ’one-sidedness’ and ’limitations’ of the standpoint of Sein und. Zeit, one believes oneself to be finished with this work before one could succeed to enter even the remotest sphere of that unique question in whose purview the stages of this work are thought and said.
[G328] Da-sein is the historical ground of the clearing of be-ing — a ground that is en-owned from out of en-owning.
Da-sein is the reticent counter-resonance of the tune of en-owning as inabiding the stillness wherein what is of ownhood, [das Eigentümliche] is en-owned in its ownhood and beings are decided to pay tribute to be-ing.
Oz-sein is to be grounded only as inabiding the en-ownment of enowning, that is, from out of be-ing. Therefore, any attempt at grasping Da-sein predominantly or even exclusively with a view towards man remains inadequate. The Da-sein is equally fundamental for god and is equally fundamentally determined by the relation to the world and the earth which preserve their swaying ownhood in Da-sein. Nevertheless, the relation of Da-sein to man in the sense of an ’owning-to, and hinting’ mindfulness and naming has a preeminence that requires that the immediate projecting-open of Da-sein goes through man (see Sein und Zeit ). But precisely hereby man is already in advance no longer thought anthropologically, that is, metaphysically, but rather is grasped from out of his ’understanding of being’ which unfolds itself as the guardianship of the truth of be-ing. In this vein, right from the beginning, and in contrast to the entirety of metaphysics, every ’dis-humanization’ of man through his mere self-assertion (the subjectivity) is overcome.
If man is no longer the "image" of the Judeo-Christian creator-God, does it follow from this that he is then the image of himself? Not at all! Especially not, when the relation to be-ing — the inabiding the truth of be-ing — makes up the swaying ground of man. The only conclusion to be initially drawn for be-ing-historical thinking is this: man is not at all the image of an other [Andere], but he has his most, indeed his distinctly ownmost, by virtue of his relation to be-ing. The ’own-ness’ [Eigenheit] of [291] man’s ownmost is not the self-seekingness of a willful positing of the essence, but rather belongingness unto be-ing, that is, unto what is most unique, which as such does not know an ’other’ like itself. [G329] All along Da-sein undertakes the history of the grounding of the be-ing-historical incomparability of human being. This alone also guarantees the expectation of god who, as the last one, has left behind all correspondences to what is of the nature of man.
Just as little as the "world" and the "earth" remain unaffected by the swaying radiation of god, just as little is Dasein — en-owned by be-ing as settlement — ever related only to man as his ground. (p. 288-292)
Original
Das Da-sein bleibt unvergleichlich, verstattet keine Hinsicht, in die es noch als ein Bekanntes untergebracht werden könnte.
Das Da-sein unterbindet alle Erklärungssucht; in der aus ihm abgründig, still erstehenden Lichtung kann die Erklärung (Berechnung) nirgendmehr den Anspruch auf ein Fassen des Seins festhalten; jede Auslieferung in das Machenschaftliche hat den Grund und den Bestandbereich eingebüßt. Erklären sagt nichts mehr, ja es verstrickt nur noch in das Unseiende und behält so noch eine langhin in sich fortgerissene Dauer, indessen schon ein Anderes anders die Wahrheit zum Zeit-Raum des Seienden hat werden lassen.
Wie soll da jemals noch das Da-sein »erklärt« werden können? Selbst als unerklärbar darf es nicht einmal ausgegeben werden.
Da-sein nur seynsgeschichtlich zu denken: die vom Wesen des Seyns ereignete Gründung der ihm eigenen Wahrheit und als die Gründung inständlich das Wissen des Seyns als Er-eignis.
Deshalb, obzwar noch aus der Ferne, doch entschieden der Grundzusammenhang zwischen Da-sein und »Seinsverständnis«.
Da-sein in keiner Hinsicht eine Bestimmung eines Seienden, weder eines Objekts noch eines Subjekts, noch überhaupt eines irgendwie gedachten Seienden.
Da-sein einzig zugehörig der Wesung des Seyns, das die Seiendheit preisgegeben und aus seiner Wahrheit ins Wissen und Wort kommt.
Daher ist das Da-sein nicht an einem Seienden, weder an irgend einem Vorhandenen noch am Menschen vorfindlich und aufweisbar; niemals gegenständlich und ebenso wenig »erleb-nis«mäßig zu »zeigen« und vorzuführen. Deshalb ist das »Da-sein« von Anfang an »hermeneutisch«, d. h. nur als Entworfenes eines ausgezeichneten Entwurfs zu denken, nämlich des Entwurfs des Seins auf seinen »Sinn«, d. h. seine Wahrheit als Lichtung.
[326] Das Da sein ist daher auch nie einem Entwurf des Seienden im Ganzen zu entnehmen, der in irgendeiner Form dem metaphysischen Vorstellen sich gemäß halten muß.
Jener Entwurf des Seyns aber nimmt den Werfer selbst mit in die eröffnete Lichtung, in der sich der Werfer als ein er-eigneter erkennt. Dieser mitreißende und versetzende Entwurf vollzieht in sich eine Wesenswandlung des Werfers, sofern dieser »Mensch« heißt.
Die Wächterschaft für die Wahrheit des Seins fängt an.
Warum aber ist das Da-sein als »Zeitlichkeit« begriffen? Weil das Da als Lichtung zunächst in der Wesung des Zeit-Raumes — sogar von der Metaphysik her, und zwar in ihrem Beginn — sichtbar wird. Dabei meinen »Zeit« und »Raum« nicht den »Ort« und das »Nacheinander« der Jetztfolge, sondern die vor dem wesende einige Lichtung des Seins. Daß aber dieses in solcher Lichtung steht, dafür zeugt die Auslegung des Seins als ουσία — Anwesung und Beständigung. Allerdings, das läßt sich erst und bereits aus der Grundfrage nach der Wahrheit des Seins erfragen; das Erfragen der »Temporalität« der ουσία steht schon außerhalb der Metaphysik.
Zeitlichkeit des Da, das meint die entrückende Lichtung; und deshalb galt es durch die »Zeitlichkeit« hindurch auf das Da -sein einen Wink zu geben.
»Zeitlichkeit« hier weder »christlich« noch überhaupt im Gegenbegriff zu »Ewigkeit« gedacht, es sei denn, daß man »Ewigkeit« (das αεί) wahrhaft als Seinsbestimmung begreife und frage, was diese Bestimmung und ihr Vorrang innerhalb der Auslegung des Seins bedeute und worin sie gründe, inwiefern überhaupt Beständigung und Anwesung den Bezug zum Seienden als solchen überherrschen.
Wird aber das »Ewige« nur metaphysisch genommen als eine eigene Wirklichkeit oder verdünnt als »Ideal« und »Geltung« von Werten, und wird daran entsprechend die »Zeitlichkeit« abgeschätzt, dann ist alles Begreifen von »Sein und Zeit « im voraus unmöglich. Die Stellungnahmen aus solcher [327] »Ausrichtung« gehören durchaus zusammen mit jenen, die »Dasein« geradezu als »Vorhandenheit« — existentia — τό εστιν verstehen.
Sofern aber derselbe Wortlaut festgehalten wird und »Dasein« etwas unvergleichlich anderes meint als in der Wendung vom »Dasein Gottes« oder z. B. »der Onkel ist da«, ist Wort und Begriff allerdings übergänglich zweideutig.
Nirgends, es sei denn im Erfragen der Wesung des Seyns selbst, gibt sich ein Anhalt, das Da-sein zu begreifen, weil das Da-sein von der Wesungsart des Seyns selbst je sein Ereignetes ist, ohne je ein »nur« »Seiendes« (Eigentum) zu werden.
Der ersten Hinweisung in »Sein und Zeit « gegenüber vermerkt man gern, was da »aufgewiesen« werde, sei ja zuvor schon in den Blick gefaßt, sei das schon Vorausgesetzte und werde dann nachträglich und scheinbar in reiner Findung (als ob es dergleichen gäbe) vorgewiesen. Man meint, mit diesem Einwand das Vorgehen im Kern als Scheinunternehmen zu entlarven, und ahnt nicht, daß mit diesem Hinweis auf das Zuvor-gefaßtsein des zu »Zeigenden« gerade das genannt wird, worauf alles ankommt: der Entwurf. Nirgendwo herrscht in »Sein und Zeit « die Meinung, der Mensch sei etwas Vorhandenes, das dann voraussetzungslos begafft werden könne und an dem, wenn dieses Gaffen eifrig und lange genug betrieben, eines Tag es das »Da-sein« »entdeckt« werden könnte.
Die Folge dieser Vormeinung ist dann, daß man dieser vermeintlichen und einseitigen »Anthropologie« andere entgegenhält, daß man nach den persönlichen Voraussetzungen und Wertungen des Verfassers spürt und das Ganze vielleicht noch als eine Merkwürdigkeit duldet, die »seinerzeit« einmal in den angeblich fragwürdigen 14 Jahren und unter dem Einfluß »großstädtischer« Auffassung des Menschen möglich werden konnte.
Sofern auf diesem Wege überall her Einseitigkeiten und Grenzen des Standpunktes aufgetrieben sind, hält man diesen Versuch für erledigt, bevor man auch nur in den entferntesten Umkreis jener einzigen Frage sich hat bringen können, in deren Gesichtskreis seine Schritte gedacht und gesagt werden.
[328] Das Da-sein ist der aus dem Er-eignis ereignete geschichtliche Grund der Lichtung des Seyns.
Da-sein ist der verschwiegene Wider-klang der Stimme des Er-eignisses als Inständigkeit der Stille, in der das Eigentümliche in sein Eigentum er-eignet wird und Seiendes zur Preisung des Seyns entschieden.
Das Da-sein ist inständlich nur zu gründen in der Er-eignung des Ereignisses, d. h. aus dem Seyn. Deshalb bleibt jeder Versuch, das Da-sein vorwiegend oder gar ausschließlich vom Menschen her zu begreifen, unzulänglich. Das Da-sein ist gleichwesentlich für den Gott und gleichwesentlich bestimmt durch den Bezug zu Welt und Erde, die in ihm ihr Wesenseigentum verwahren. Gleichwohl hat — im Sinne der zueignenden und an winkenden Besinnung und Nennung — der Bezug des Da-seins zum Menschen einen Vorrang, der bedingt, daß der nächste Entwurf des Da-seins über den Menschen gehen muß (vgl. »Sein und Zeit «). Aber gerade hierbei ist im voraus schon der Mensch nicht mehr anthropologisch, d. h. metaphysisch, gedacht, sondern aus dem Seinsverständnis des Menschen begriffen, das als die Wächterschaft der Wahrheit des Seyns sich entfaltet. Damit wird gleich anfänglich gegen die Metaphysik im Ganzen jede Vermenschung des Menschen in die bloße Selbstbehauptung seiner selbst (die Subjektivität) überwunden.
Wenn der Mensch nicht mehr das »Ebenbild« des jüdisch-christlichen Schöpfergottes ist, folgt daraus, er sei dann das Ebenbild seiner selbst? Keineswegs; zumal dann nicht, wenn der Bezug zum Seyn, die Inständigkeit in der Wahrheit des Seyns, den Wesensgrund des Menschen ausmacht. Die einzige Folgerung lautet zunächst für das seynsgeschichtliche Denken: der Mensch ist überhaupt nicht Ebenbild von Anderem, sondern eigensten und zwar ausgezeichneten Wesens (kraft des Seyns-bezugs); die Eigenheit seines Wesens bedeutet nicht Eigensüchtigkeit der eigensinnigen Wesenssetzung, sondern Zugehörigkeit in das Einzigste, was als dieses kein Anderes seinesgleichen [329] kennt, in das Seyn. Das Da-sein übernimmt mit die Geschichte der Gründung der seynsgeschichtlichen Unvergleichbarkeit des Menschenwesens. Diese allein verbürgt auch die Erwartung des Gottes, der als der letzte alle Entsprechungen zum Menschenhaften hinter sich gelassen hat.
Das Dasein ist, weil vom Seyn als dem Aus-trag er-eignet, nie nur auf den Menschen als dessen Grund bezogen, sowenig wie die »Welt« und die »Erde« von der Wesensverstrahlung des Gottes unbetroffen bleiben. (p. 325-329)