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Foi sem dúvida, S. Kierkegaard quem viu com a maior profundidade o fenômeno existenciário do instante, o que não significa que ele tenha logrado uma correspondente interpretação existencial. Ele permanece preso ao conceito vulgar de tempo que determina o instante com o auxilio do agora e da eternidade. Quando K. fala de “temporalidade”, ele quer referir-se ao “ser e estar-no-tempo” do homem. O tempo como intratemporalidade conhece apenas o agora e nunca o instante experimentado (…)
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Zimmerman / Michael Zimmerman
Michael E. Zimmerman (1946), filósofo americano, professor na Universidade de Colorado em Boulder.
ZIMMERMAN, Michael. Eclipse of the Self. The Development of Heidegger’s Concept of Authenticity. Athens: Ohio University Press, 1982
ZIMMERMAN, Michael. Heidegger’s Confrontation With Modernity : Technology, Politics, and Art. Bloomington: Indiana University Press, 1990
ZIMMERMAN, Michael. "Heidegger Buddhism and deep ecology", in Guignon, Charles (org.) (1998), The Cambridge Companion to Heidegger. Cambridge University Press, Cambridge.
Matérias
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Zimmerman (1982:141-144) – agora e instante
14 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castro -
Zimmerman (1982:133-135) – a temporalidade autêntica é um acontecimento ontológico
14 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Autenticidade significa um Ser-no-mundo, autopossuído, temporal-histórico, que se preocupa consigo mesmo. Na resolução antecipatória, o indivíduo revela a sua finitude e apropria-se das suas próprias possibilidades. Estas possibilidades estão ligadas à herança em que se deve enraizar. A herança, paradoxalmente, não está atrás de nós; está diante de nós como o nosso futuro. Existir autenticamente para o futuro significa liberar a herança para uma mudança proporcional às exigências (…) -
Zimmerman (1982:200-202) – niilismo
30 de setembro, por Cardoso de CastroEmbora geralmente insista que a humanidade foi destinada a se tornar o Sujeito auto-assertivo, Heidegger ocasionalmente fala como se a vontade humana tivesse desempenhado um papel na criação da era atual. No entanto, critica o humanismo que acredita que a razão capacita o homem a determinar seu próprio destino e permite que tome o lugar de Deus, não apenas como objeto de adoração (Feuerbach), mas também como fonte de valor (Marx, Nietzsche). Do ponto de vista do homem ocidental, a luta para (…)
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Zimmerman (1982:233-236) – Logos
30 de setembro, por Cardoso de CastroHeidegger interpreta Logos como sendo tanto o Ser quanto a verdade. Como Ser, Logos se refere à presença ou à auto-manifestação dos entes. Como verdade, o Logos se refere à atividade de coleta que clareia o lugar necessário para essa presença. O Logos, então, desempenha o papel dos êxtases temporais descritos em Ser e Tempo. Naquele livro, entretanto, a temporalidade foi atribuída apenas à existência humana. Por isso, Heidegger concluiu que os entes só poderiam estar presentes ou se (…)
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Zimmerman (1982:231-233) – Ser e Dasein
30 de setembro, por Cardoso de CastroEmbora Heidegger tenha desenvolvido o conceito de Ereignis entre 1936 e 1938, as sementes dessa ideia foram plantadas em Ser e Tempo e começaram a brotar em seu ensaio de 1930, “Sobre a essência da verdade”. Aqui nos é dito que a liberdade constitui a essência da verdade ou da revelação. A liberdade não é um poder humano arbitrário.
O homem não “possui” a liberdade como uma propriedade [Eigenschaft]. Na melhor das hipóteses, o inverso se sustenta: a liberdade, ek-sistente, Da-sein (…) -
Zimmerman (1982:238-240) – jogo cósmico
30 de setembro, por Cardoso de CastroMais uma vez, Heidegger recorre a Heráclito para dizer que o jogo cósmico (logos, Ereignis) inclui o tempo-mundo que torna possível a temporalidade humana. Ele explica:
Heráclito nomeia aquilo que se dirige a ele como logos, como a mesmidade do Ser e do fundamento: aeon. A palavra é difícil de traduzir. Diz-se: tempo-mundo. É o mundo que mundifica e temporaliza. Pois, como cosmos, ele traz a estruturação do Ser a um brilho clarificador. De acordo com o que é dito nas palavras logos, (…) -
Zimmerman (1982:203-204) – o jogo cósmico de revelação/velação
30 de setembro, por Cardoso de CastroPelo fato de o jogo cósmico de revelação/velação ter se tornado cada vez mais oculto para a humanidade, houve diferenças importantes nos mundos antigo, medieval e moderno. Heidegger está dizendo em sua linguagem ontológica o que outras pessoas vêm dizendo há muito tempo: o homem moderno tornou-se arrogante e egocêntrico; portanto, se esqueceu de que tem certas obrigações para com o universo que lhe deu origem. Para Platão, “Ser” significava presença permanente: ideia, eidos, o reino imutável (…)
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Zimmerman (1982:244-246) – liberação
30 de setembro, por Cardoso de CastroO tratamento mais extenso de Heidegger sobre a liberação diz respeito à liberação do indivíduo da vontade própria e do pensamento objetivante. Essa discussão é encontrada em seu ensaio “Towards the Elucidation of Releasement: From a Dialogue on a Country Path about Thinking” (1944-1945) [GA77]. Esse diálogo entre um cientista, um acadêmico e um professor (que parece representar Heidegger) argumenta que o “pensamento” genuíno começa somente quando o indivíduo é liberado da intencionalidade (…)
Notas
- Zimmerman (1982:102) – selbst
- Zimmerman (1982:102-103) – eu e temporalidade
- Zimmerman (1982:104) – o "eu" inautêntico
- Zimmerman (1982:202-203) – errância [Irre]
- Zimmerman (1982:229-230) – Eigentlichkeit
- Zimmerman (1982:236) – Ereignis
- Zimmerman (1982:236-237) – Mundo enquanto espelhamento mútuo
- Zimmerman (1982:237-238) – a rosa é sem porquê
- Zimmerman (1982:241) – Ereignis
- Zimmerman (1982:241-242) – Dizer [Sage]
- Zimmerman (1982:75-76) – Entschlossenheit
- Zimmerman (1982:80) – Entschlossenheit - Schuld - Sein zum Tode
- Zimmerman (1982:xix) – Autenticidade e Inautenticidade
- Zimmerman (1982:xix-xx) – virada [Kehre]
- Zimmerman (1982:xxii-xxiii) – A inautenticidade
- Zimmerman (1982:xxiii) – Autenticidade como resolução antecipatória
- Zimmerman (1982:xxiii-xxiv) – Autenticidade e Temporalidade
- Zimmerman (1982:xxiv) – Momento-de-visão (Augenblick)
- Zimmerman (1982:xxv) – A inautenticidade como destino
- Zimmerman (1982:xxvi) – Autenticidade e Ereignis