Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

Página inicial > Léxico Alemão > Zimmerman (1982:xxv) – A inautenticidade como destino

Zimmerman (1982:xxv) – A inautenticidade como destino

sexta-feira 22 de julho de 2016

Heidegger caminhou desde Ser e Tempo  , para um conceito de inautenticidade mais maduro, que vai refletir sua decrescente ênfase na vontade do indivíduo em alcançar autenticidade. Ao invés de dizer que os indivíduos escolhem inautenticidade a fim de ocultar sua mortalidade, Heidegger agora diz que as pessoas são inautênticas porque vivem em um mundo onde autenticidade tornou-se quase impossível. A inautenticidade tornou-se um destino, não algo elegido. No mundo industrial moderno onde tudo é compreendido como uma "commodity", os indivíduos tratam a si mesmos e outros como objetos. Heidegger sustenta que a civilização ocidental desenvolveu-se desta maneira porque o ser ocultou-se a si mesmo de nós. Como o ser tornou-se oculto, fomos conduzidos a esquecer que somos a abertura para o ser (manifestação) dos entes. O homem ocidental agora compreende a si mesmo como o sujeito de vontade própria que olha para tudo como um objeto para exploração econômica. A sociedade ocidental é egoísmo em uma escala planetária. Os mesmos traços que pertencem ao Dasein inautêntico descrito em Ser e Tempo   são também discerníveis no homem ocidental com uma sujeito auto-assertivo. Esta era subjetivística não pode terminar pelo esforço humano mas requer uma mudança em nosso destino. Em Ser e Tempo  , Heidegger foi guiado pela visão grega que o indivíduo humano é parcialmente auto-perfeicionador. Mais tarde, retornou à noção cristã que a humanidade não pode redimir-se a si mesma mas requer intervenção divina. Buscou de-mitologizar esta concepção religiosa pela explicação da intervenção (destino) em termos ontológico-históricos, não em termos de uma concepção personalística-escatológica de Deus.

(Michael E. Zimmerman  , Eclipse of the Self. Athens: Ohio University Press, 1982, p. xxv)


Ver online : Michael Zimmerman