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A tarefa infinita de determinar as vivências, e a resolução da questão da estrutura do ego dentro da exigência conferida pelo dogma científico da evidência (i.e. domínio do olhar e não da fonte desse olhar) : estes são os dois aspectos principais da fenomenologia tal como é apresentada por Husserl, que afirma que o problema da dação de um objeto ao ego "só pode ser resolvido na esfera da pura evidência, na esfera da presença absoluta, que, como tal, é a norma última", e "que, por (…)
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Caron / Maxence Caron / PEOS / Caron2005
MAXENCE CARON (1976)
CARON, Maxence. Heidegger. Pensée de l’être et origine de la subjectivité. Paris: CERF, 2005. [PEOS]
Matérias
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Caron (2005:98-100) – fenomenologia é ou não é ontologia?
23 de março de 2022, por Cardoso de Castro -
Caron (2005:1725-1727) – si mesmo, Ereignis, Amor
1º de novembro, por Cardoso de CastroO si mesmo é, de fato, o local de uma luta, o distrito da manifestação de uma vacuidade; mas essa vacuidade, ele o é, e sua própria viabilidade nos descobre sua vocação. Para o pensamento, a luta se torna o próprio ser-aí da paz. Seu ser é guardar o mistério da dádiva. Por meio do surgimento dessa lacuna, o ser se manifesta como ser e se entrega ao pensamento. Dessa forma, o abismo é a manifestação do ser, e o si é um elemento necessário em qualquer aparição como tal. O que o si experimenta (…)
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Caron (2005:316-317) – começo radical do pensamento heideggeriano
15 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
"É apenas se a compreensão do ser é que o ser se torna acessível como ser" [SZ:212]. Este é, pois, o início radical que o pensamento heideggeriano conquista através do contato com as possibilidades impensadas da fenomenologia: é através do ser que temos acesso ao enquanto [Als-Struktur] ou ao ser-presente da coisa, é através do ser que é possível uma Wesensschau que nos dê o objeto intencional, é através do ser que temos acesso a nós mesmos: pois "se a alma não tivesse desde o (…) -
Caron (2005:808-809) – mundo - si - eu
15 de julho de 2020, por Cardoso de Castro[Excerto de CARON, Maxence. Heidegger. Pensée de l’être et origine de la subjectivité. Paris: CERF, 2005, p. ]
Nossa tradução
Somos no mundo, logo habitamos em uma região que nos torna manifesto o mundo junto ao qual podemos ser. Há duas significações do conceito de mundo em Heidegger: por um lado o mundo que mundaniza, e por outro lado o mundo que é mundanizado por esta mundanização. É porque estamos em ligação fundamental com o se-produzir do mundo no primeiro sentido, é porque nós (…) -
Caron (2005:249-253) – uma fenomenologia às voltas com a fenomenologia
15 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
A originalidade de Heidegger reside, assim, na sua capacidade de retomar a possibilidade de qualquer visão sensível numa visão da essência ela mesma inteiramente regida pelo ser, à qual um pensamento das profundezas da intuição categorial nos dá acesso antes de qualquer visão ser possível. O desejo heideggeriano é de unificação, fiel nisso à exigência interna de todo pensamento, e da unificação em torno de um princípio cuja evanescência impede, no entanto, o pensamento de se (…) -
Caron (2005:1668-1670) – Ereignis, advento de homem e ser
2 de novembro, por Cardoso de CastroO Ereignis é o advento do homem e do ser sob a iniciativa do ser; desdobra o jogo especular do ser e do si, de modo que cada um alcança o outro, e esse jogo, em última análise, aparece como o próprio jogo do ser que o governa. O ser compreendido como a Mesmidade desse jogo, como a Selbigkeit da qual o si é a presença superlativa, conforme indicado pela carne da palavra Selbst, é o Ereignis. O si pertence ao ser, e ainda assim o ser e o si pertencem um ao outro dentro do Mesmo. É assim que o (…)
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Caron (2005:63-66) – o si mesmo (Selbst)
1º de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Estabelecemos que o si é uma realidade dinâmica, uma atividade cognitiva irredutível a qualquer posição precisa que o pensamento atual pretenda que ele ocupe no no seio do ente tomado em sua integralidade. O si não é o eu, mesmo e sobretudo se o eu for um fenômeno do si. O si está situado acima, preferiríamos dizer noutro lugar, do ser, não existe no modo de um simples presente-subsistente. No entanto, o si recebe o seu ser de uma instância superior na origem, pelo que é também um (…) -
Caron (2005:72-74): idem e ipse
16 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroCARON, Maxence. Heidegger. Pensée de l’être et origine de la subjectivité. Paris: CERF, 2005, p. 72-74
Quand on dit « le moi », on parle d’un subjectum, d’un étant étalé dans toute sa visibilité et se prêtant aux prises de l’esprit. Mais quand on dit « le soi », on dit le moi = moi, totalité complexe, écart de soi à soi dans soi, dimension de temporalité, tension et mouvement au sein d’un domaine d’extension. L’identité déployée par le soi est donc plus complexe que la simple coïncidence (…) -
Caron (2005:95-98) – o embate Heidegger e Husserl
8 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Se a descoberta da fenomenologia foi decisiva para Heidegger, foi sobretudo pelo poder de problematização que ela despertou nele através do apelo único ou palavra de ordem (Ruf) da ausência de pressuposição, isto é, do retorno às próprias questões essenciais (zu den Sachen selbst! Husserl afirmava em 1910-1911), e não pela própria substância das preocupações estritamente husserlianas que fazem depender a ausência de pressuposição da experiência intuitiva: "Die Sachen seihst müssen (…) -
Caron (2005:86-89) – do eu ao si mesmo e à ipseidade
7 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Trata-se, portanto, em primeiro lugar, de ascender do eu ao si mesmo para mostrar a sua essência temporal e, portanto, não subjectiva, e, em segundo lugar, de dar o salto para essa essência para regressar à necessidade ontológica do si na economia da dispensação. E como o si será então reconduzido ao seu ser, a sua denominação desaparecerá enquanto tal e será renovada na sua nomeação: o si será o mortal no seio do Quadripartido, será inscrito no desdobramento do Ereignis. Não se (…) -
Caron (2005:400-402) – o olho é luminoso (noein)
16 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Esse olho que os gregos tinham para o fundo noturno em relação ao qual tem sentido a noção de eclosão ou φύσις, “este olho não para o que vemos, mas para o que já temos em vista quando vemos o que vemos” [GA9, pág. 263; Q I e II, pág. 520], os gregos estão em vias de perdê-lo, o que resulta numa marginalização da dimensão de abertura de uma individualidade que apenas se encarrega do que lhe é imediatamente visível em si ou no mundo. Heidegger concebe o advento do pensamento (…) -
Caron (2005:83-86) – si-mesmo, eu, Dasein, temporalidade
7 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Si mesmo não é eu, mas eu é fenômeno de si mesmo. Temos, portanto, de acceder primeiro à presença de um tal processo, e depois perguntar em que condições é que esse processo é possível. Mas como pensar este si que, ultrapassando a estrutura fixa do ego, o funda ao mesmo tempo na sua fixidez? Enquanto o homem for pensado como um ente subsistente, ou o sujeito como uma substância, [84] enquanto o ser for interpretado no modo de ente, e enquanto o ente fornecer a medida para toda a (…) -
Caron (2005:778-780) – Jemeinigkeit
15 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Jemeinigkeit [ser-sempre-meu] é o correlato imediato da definição geral de Dasein de Heidegger, que é o leitmotiv de Sein und Zeit: para o Dasein, o seu próprio ser está em jogo em seu ser. No momento em que esta definição aparece, está imediatamente relacionada com aquilo a que Heidegger chama o privilégio ôntico do Dasein: "O Dasein é um ente que não se limita a aparecer no seio do ser. Em vez disso, possui o seguinte privilégio ôntico: para este ente, passa em seu ser este (…)
Notas
- Caron (2005:102-103) – intencionalidade
- Caron (2005:11-12) – a questão da subjetividade
- Caron (2005:115) – multiplicidade de sentidos de "ser"
- Caron (2005:13-14) – a questão sobre a origem do si
- Caron (2005:135-136) – desacordo sobre o solo da fenomenologia (Husserl e Heidegger)
- Caron (2005:1679-1680) – questão do si e questão do ser, inseparáveis
- Caron (2005:190) – Crítica heideggeriana da estrutura do ego transcendental
- Caron (2005:190-191 nota) – fenomenologia inacabada
- Caron (2005:25-26) – si e eu
- Caron (2005:252 nota) – Interrogar a essência da essência
- Caron (2005:26-27) – ser um eu e ser um si
- Caron (2005:327-328) – subjectum
- Caron (2005:560-561) – vontade de poder, nova interpretação da essência do sujeito
- Caron (2005:67-68): le soi
- Caron (2005:68-69): le soi grammatical
- Caron (2005:698-699) – o sentimento
- Caron (2005:712-713) – constituição do si mesmo
- Caron (2005:76) – o si-mesmo e o mim-mesmo desde o "mesmo" (fundo?)
- Caron (2005:76-78): ipseidade - universal e singular
- Caron (2005:768) – Dasein