Nosso tema não é aqui o estabelecimento de uma tal doutrina das faculdades. Procuramos apenas determinar a natureza de suas exigências. A este respeito, porém, as determinações platônicas não podem ser satisfatórias. Com efeito, não são figuras já mediatizadas e referidas à representação, mas, ao contrário, estados livres ou selvagens da diferença em si mesma que são capazes de levar as faculdades a seus limites respectivos. Não é a oposição qualitativa no sensível, mas um elemento que é em (…)
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Deleuze / Gilles Deleuze
GILLES DELEUZE (1925-1995)
Obra na Internet: Internet Archive; Library Genesis
NIETZSCHE E A FILOSOFIA. Tradução de Nietzsche et la philosophie. Paris: PUF, 1962. Tr. Edmundo Fernandes Dias e Ruth Joffily Dias. Editora Rio, 1976
Différence et répétition. Paris: PUF, 1993.
Mil platôs – capitalismo e esquizofrenia. Tradução de Aurélio Guerra Neto e Célia Pinto Costa. Rio de janeiro: Ed. 34, 1995 / Original em francês, 1980
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é a filosofia? São Paulo: Editora 34, 2010
Matérias
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Deleuze (1988:238-240) – o pensar
26 de outubro, por Cardoso de Castro -
Deleuze (1997) – Um precursor desconhecido de Heidegger, Alfred Jarry
19 de novembro, por Cardoso de CastroA Patafísica (epi meta ta phusika) tem precisa e explicitamente o seguinte objeto: a grande Virada, a superação da metafísica, o remontar para além ou para aquém, “a ciência do que se acrescenta à metafísica, seja em si mesma, seja fora de si, estendendo-se tão longe para além da metafísica quanto esta da física”. Desse modo, pode-se considerar a obra de Heidegger como um desenvolvimento da patafísica conforme os princípios de Sofrotates, o armênio, e de seu primeiro discípulo, Alfred Jarry. (…)
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Deleuze (2013:119-121) – Ser-saber
27 de outubro, por Cardoso de CastroSendo o saber constituído por duas formas, como haveria intencionalidade de um sujeito em direção a um objeto, se cada uma das formas tem seus objetos e seus sujeitos? E, entretanto, é necessário uma relação entre as duas formas que seja determinável e que saia de sua "não-relação”. O saber é ser, é a primeira figura do ser, mas o ser está entre duas formas. Não é justamente o que dizia Heidegger, com o “entremeio”, e Merleau-Ponty, com o “entrelaçamento ou o quiasma”? Na verdade, não é de (…)
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Deleuze (1988:413-414) – O pensamento é a mais elevada determinação
26 de outubro, por Cardoso de CastroÉ que fundar é determinar o indeterminado. Mas esta operação não é simples. Quando “a” determinação se exerce, ela não se contenta em dar uma forma, de informar matérias sob a condição de categorias. Alguma coisa do fundo sobe à superfície, e sobe sem tomar forma, insinuando-se, antes de tudo, entre as formas, existência autônoma sem rosto, base informal. Na medida em que ele se encontra agora na superfície, este fundo chama-se profundo, sem-fundo. Inversamente, as formas se decompõem quando (…)
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Deleuze (1976:V.11) – O ser, o verdadeiro, o real são avatares do niilismo
26 de outubro, por Cardoso de CastroNietzsche quer dizer três coisas: 1º) O ser, o verdadeiro, o real são avatares do niilismo. Maneiras de mutilar a vida, de negá-la, de torná-la reativa submetendo-a ao trabalho do negativo, carregando-a como os fardos mais pesados. Nietzsche não acredita nem na auto-suficiência do real nem na do verdadeiro: pensa-as como as manifestações de uma vontade, vontade de depreciar a vida, vontade de opor a vida à vida. 2º) A afirmação concebida como assunção, como afirmação do que é, como (…)
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Deleuze (1988:74-76) – Univocidade e diferença
25 de outubro, por Cardoso de CastroSó houve uma proposição ontológica: o Ser é unívoco. Só houve apenas uma ontologia, a de Duns Scot, que dá ao [75] ser uma só voz. Dizemos Duns Scot porque ele soube levar o ser unívoco ao mais elevado ponto de sutileza, mesmo que à custa de abstração. Mas, de Parmênides a Heidegger, a mesma voz é retomada num eco que forma por si só todo o desdobramento do unívoco. Uma só voz faz o clamor do ser. Não temos dificuldade em compreender que o Ser, embora seja absolutamente comum, nem por isso é (…)
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Blanc: A ÁRVORE-RAIZ, DIAGRAMA DA FILOSOFIA
30 de maio de 2017, por Cardoso de CastroExcertos de Mafalda Faria Blanc, O Fundamento em Heidegger, p. 245-248
Deleuze (Cf. Deleuze, Gilles, Différence et Répétition e Logique du Sens) distingue três acepções de fundamento, correspondentes àquelas etapas da história da filosofia, ao longo das quais esta vai realizando a ideia programática de ontologia - a descrição e ordenação das principais estruturas do ser do ente.
A primeira acepção de fundamento é a identidade. Surgindo com a determinação platônica do ser como ideia, ela (…) -
Deleuze (1988:118-120) – Nota sobre a filosofia da diferença de Heidegger
25 de outubro, por Cardoso de CastroParece que os principais mal-entendidos que Heidegger denunciou como contra-sensos sobre sua filosofia, após Ser e tempo e Que é metafísica’?, incidiam sobre o seguinte: o NÃO heideggeriano remetia, não ao negativo no ser, mas ao ser como diferença; e não à negação, mas à questão. Quando Sartre, no início de O ser e o nada, analisava a interrogação, ele fazia disto uma preliminar para a descoberta do negativo e da negatividade. De certo modo, era o contrário do procedimento de Heidegger. É (…)
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Deleuze (2013:116-119) – a dobra
27 de outubro, por Cardoso de CastroMas há uma razão positiva mais profunda. É que a própria dobra, a reduplicação, é uma Memória: "absoluta memória” ou memória do lado de fora, para além da memória curta que se inscreve nos estratos e nos arquivos, para além das sobrevivências ainda presas aos diagramas. Já a existência estética dos gregos solicita essencialmente a memória do futuro e, rapidamente, os processos de subjetivação são acompanhados de escrituras que constituíam verdadeiras memórias, hypomnemata. Memória é o (…)
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Deleuze (2013:67-69) – ser-luz
27 de outubro, por Cardoso de CastroExiste, então, um “há” luz, um ser da luz ou um ser-luz, exatamente como um ser-linguagem. Cada um é um absoluto, e no entanto histórico, porque inseparável da maneira pela qual cai sobre uma formação, sobre um corpus. E um torna as visibilidades visíveis ou perceptíveis, tal como o outro tornava os enunciados enunciáveis, dizíveis ou legíveis. Desta forma, as visibilidades não são nem os atos de um sujeito vidente nem os dados de um sentido visual (Foucault renega o subtítulo "arqueologia (…)
Notas
- Deleuze (1976:III.15) – não pensamos ainda…
- Deleuze (1976:III.15) – Niilismo
- Deleuze (1976:V.2) – morte de Deus
- Deleuze (1976:V.8) – o devir-reativo do homem e no homem
- Deleuze (1980:156-157) – Édipo
- Deleuze (1988:325) – A repetição, o relevante e o ordinário
- Deleuze (1992:123-124) – subjetivação
- Deleuze (2005:105-106) – a metafísica está e deve ser ultrapassada
- Deleuze (2005:109-110) – Tudo passava por Sartre…
- Deleuze (2005:112) – Sartre
- Deleuze (2010:123) – diferença ontológica
- Deleuze (2010:124) – Hegel e Heidegger, historicistas
- Deleuze (2010:231) – ontologia da carne?
- Deleuze (2010:57) – plano de imanência pré-filosófico
- Deleuze (C:217-218) – subjetivação, acontecimentos e mundo
- Deleuze (EFP:29-31) – a lei moral não traz conhecimento
- Deleuze (Espinosa) – affectio e affectus
- Deleuze: enclausuramentos