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Deleuze (1976:V.2) – morte de Deus
sábado 26 de outubro de 2024
Assim narrada, a história nos leva à mesma conclusão: o niilismo negativo é substituído pelo niilismo reativo, o niilismo reativo acaba no niilismo passivo. De Deus ao assassino de Deus, do assassino de Deus ao último dos homens. Mas esse resultado é o saber do adivinho. Antes de chegar lá, quantos avatares, quantas variações sobre o tema niilista. Por muito tempo a vida reativa se esforça por secretar seus próprios valores, o homem reativo toma o lugar de Deus: a adaptação, a evolução, o progresso, a felicidade para todos, o bem da comunidade; o Homem-Deus, o homem moral, o homem verídico, o homem social. São esses os valores novos que nos são propostos em lugar dos valores superiores, são esses os personagens novos que nos são propostos em lugar de Deus. Os últimos dos homens dizem ainda: “Nós inventamos a felicidade.” [1] Porque o homem teria matado Deus se não fosse para pegar o lugar ainda quente? Heidegger observa, comentando Nietzsche : “Se Deus abandonou seu lugar no mundo supra-sensível, este lugar, embora vazio, permanece.
[GILLES DELEUZE . NIETZSCHE E A FILOSOFIA. Tradução de Nietzsche et la philosophie. Paris: PUF, 1962. Tr. Edmundo Fernandes Dias e Ruth Joffily Dias. Editora Rio, 1976]
Ver online : Gilles Deleuze
[1] Z, Prólogo, 5.