Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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SZ:298-299 – Dasein na verdade e na não-verdade

sábado 12 de janeiro de 2019

Schuback

A decisão não desprende a presença, enquanto ser-si-mesmo mais próprio, de seu mundo, ela não a isola num eu solto no ar. E como poderia, se a presença, no sentido de abertura própria, nada mais é propriamente do que ser-no-mundo? A decisão traz o si-mesmo justamente para o ser que sempre se ocupa do que está à mão e o empurra para o ser-com da preocupação com os outros.

A presença decidida se liberta para seu mundo a partir daquilo em virtude de que o poder-ser se escolhe a si mesmo. Somente a decisão de si mesma coloca a presença na possibilidade de, sendo com outros, se deixar “ser” em seu poder-ser mais próprio e, juntamente com este, abrir a preocupação liberadora e antecipadora. A presença decidida pode tornar-se “consciência” dos outros. Somente [379] a partir do ser si-mesma mais próprio da decisão é que brota a convivência em sentido próprio. Esta não brota nem dos compromissos ambíguos e invejosos das alianças tagarelas características do impessoal e nem de qualquer coisa que, impessoalmente, se queira empreender.

De acordo com sua essência ontológica, a decisão é sempre decisão de uma determinada presença fática. A essência desse ente é sua existência. Decisão só “existe” enquanto a decisão que se projeta num compreender. Mas em virtude de que a presença se decide na decisão? Para que ela deve se decidir? Somente o decisivo pode dar a resposta. Seria uma total incompreensão do fenômeno da decisão pretender que ele seja meramente um apoderar-se das possibilidades apresentadas e recomendadas. O decisivo é justamente o projeto e a determinação que abrem as possibilidades faticamente dadas a cada vez. A indeterminação que caracteriza cada poder-ser faticamente lançado da presença pertence necessariamente à decisão. A decisão só está segura de si enquanto o decisivo. Mas a indeterminação existenciária da decisão, que só se determina no decisivo, também possui sua determinação existencial.

É na existencialidade da presença, como um poder-ser no modo da preocupação em ocupações, que se prelineia, ontologicamente, o para quê da decisão. Todavia, enquanto cura, a presença se determina por facticidade e decadência. Aberta em seu “pre”, ela se mantém, de modo igualmente originário, na verdade e na não-verdade [1]. “Propriamente” isso vale justamente para a decisão enquanto verdade própria. Ela se apropria propriamente da não-verdade. A presença já está e, talvez sempre esteja, na indecisão. Esse termo designa apenas o fenômeno já interpretado como abandono à interpretação predominante do impessoal. A presença é “vivida” como o impessoal-si-mesmo pela ambiguidade do senso comum, característica do público em que ninguém se decide e que, no entanto, já sempre incide. A decisão significa deixar-se receber o apelo a partir da perdição no impessoal. A indecisão do impessoal permanece também predominante, embora não seja capaz de alcançar a existência decidida. Enquanto conceito inverso à decisão em sua [380] compreensão existencial, a indecisão não significa uma qualidade ôntica e psíquica, no sentido de sobrecarga de repressões. O decisivo também continua referido ao impessoal e a seu mundo. A possibilidade disto ser compreendido depende do que se abre na decisão, já que só a decisão propicia à presença a transparência própria. Na decisão está em jogo o poder-ser mais próprio da presença que, lançado, só pode projetar-se para possibilidades faticamente determinadas. O decisivo não se retira da “realidade” mas descobre o faticamente possível, a tal ponto que o apreende como o poder-ser mais próprio, possível no impessoal. A determinação existencial da presença decidida a cada possibilidade abrange os momentos constitutivos do fenômeno existencial, até agora desconsiderado, que chamamos de situação. (p. 379-381)

Castilho

O ser-resoluto, como ser-si-mesmo próprio, não separa o Dasein do seu mundo, não o isola em um eu flutuando no ar. De resto — como podería fazê-lo como ser-aberto próprio —, ele nada é senão o ser-propriamente-no-mundo. O ser-resoluto leva o si-mesmo precisamente a se-ocupar junto ao utilizável e o empurra para o ser-com preocupado com os outros.

A partir do em-vista-de-quê do poder-ser, escolhido por ele mesmo, o Dasein resoluto torna-se livre para o seu mundo. Somente o ser-resoluto para si mesmo leva o Dasein à possibilidade de deixar que os outros “sejam-com” em seu poder-ser mais-próprio e este na abertura precursora e libertadora da preocupação-com-os-outros. O Dasein resoluto pode se tornar “consciência” dos outros. Do ser si-mesmo próprio do ser-resoluto surge pela primeira vez o ser-com-outro próprio, mas não a partir de acertos ambíguos e ciumentos, nem de loquazes confraternizações em a-gente e no que se quer empreender.

Segundo sua essência ontológica, o ser-resoluto é cada vez aquele de um Dasein factual em cada caso. A essência desse ente é sua existência. O ser-resoluto somente “existe” como resolução que se entende se projetando. Mas em relação a que o Dasein se resolve no ser-resoluto? Para que deve ele se resolver? A resposta somente pode ser dada pela resolução ela mesma. Seria um equívoco completo o querer entender o fenômeno do ser-resoluto unicamente como retomada de possibilidades oferecidas e recomendadas. A resolução é precisamente em primeiro lugar o projetar que abre e o determinar da possibilidade cada vez factual. Pertence necessariamente ao ser-resoluto a indeterminidade que caracteriza cada poder-ser do Dasein factualmente dejectado. O ser-resoluto somente é seguro de si mesmo [815] como resolução. Mas a indeterminação existencial do ser-resoluto, que somente se determina cada vez na resolução, tem, não obstante, sua determinidade existenciária.

O para-quê do ser-resoluto é ontologicamente delineado em caráter prévio na existencialidade do Dasein em geral como poder-ser no modo da ocupada preocupação-com-o-outro. Mas como preocupação o Dasein é determinado por factualidade e por decair. Aberto no seu “aí”, ele se mantém com igual originariedade na verdade e na não-verdade [2]. Isso vale “de modo próprio” precisamente para o ser-resoluto como verdade própria. Ele se apropria da não-verdade propriamente. O Dasein já é cada vez — e talvez volte a ser de novo — no ser-irresoluto. Esse termo expressa somente o fenômeno que foi anteriormente interpretado como abandono ao predominante ser-interpretado de a-gente. O Dasein, como a-gente mesma, é “vivido” na ambiguidade do entendimento da publicidade em que ninguém se resolve e, não obstante, tudo já está sempre resolvido. O ser-resoluto significa deixar-se despertar a partir da perda em a-gente. O não-ser-resoluto de a-gente permanece, contudo, dominante, somente já não pode se opor à existência resoluta. O não-ser-resoluto, como contra-conceito do ser-resoluto existenciariamente entendido, não significa uma qualidade ôntico-psíquica no sentido de ser afetada com inibições. A resolução também permanece referida a a-gente e a seu mundo. O entendimento disso pertence ao que ele abre, na medida em que somente o ser-resoluto dá ao Dasein a transparência própria. No ser-resoluto está em jogo para o Dasein o seu poder-ser mais-próprio que, como dejectado, só pode projetar-se nas possibilidades factuais. A resolução não se subtrai à “realidade efetiva”, mas só descobre o factualmente possível de tal maneira que o apreende como ele, enquanto poder-ser mais-próprio, é possível em a-gente. A determinação existenciária do cada vez [817] possível Dasein sendo-resoluto abrange os momentos constitutivos do fenômeno existenciário, até agora passado por alto, que denominamos situação. (p. 815, 817, 819)

Rivera

La resolución, como modo propio de ser-sí-mismo, no corta el vínculo del Dasein con su mundo, ni aísla al Dasein convirtiéndolo en un “yo” que flota en el vacío. ¿Cómo podría, por lo demás, hacerlo, siendo que, como aperturidad propia, no es otra cosa que el modo propio de estar-en-el-mundo? La resolución lleva al sí-mismo precisamente a estar en ocupación en medio de lo a la mano y lo impele al coestar solícito con los otros.

[315] En virtud del por-mor del poder-ser que él mismo ha elegido, el Dasein resuelto se libera para su mundo. Sólo la resolución para sí mismo pone al Dasein en la posibilidad de dejar “ser” a los otros en su poder-ser más propio, incluyendo este poder-ser en la apertura de la solicitud anticipante y liberadora. El Dasein resuelto puede convertirse en “conciencia” de los otros. Del modo propio de ser-sí-mismo en la resolución nace por vez primera el modo propio de la convivencia, y no de ambiguos y mezquinos acuerdos ni de locuaces fraternizaciones en el uno y en lo que él pueda emprender.

Por su esencia ontológica, la resolución es siempre la de un determinado Dasein fáctico. La esencia de este ente es su existencia. La resolución “existe” sólo en cuanto acto resolutorio [Entschluss] que se proyecta a sí mismo en comprensión. Pero, ¿a qué se resuelve el Dasein en la resolución? ¿A qué podrá resolverse? La respuesta só/o puede ser dada por el acto resolutorio mismo. Sería comprender el fenómeno de la resolución de un modo completamente equivocado si se lo entendiera como un mero echar mano de posibilidades propuestas y recomendadas. El acto resolutorio es precisamente el primer proyectarse y determinar aperiente de la correspondiente posibilidad fáctica. A la resolución le pertenece necesariamente la indeterminación que caracteriza a todo fáctico y arrojado poder-ser del Dasein. La resolución no está segura de sí misma sino como acto resolutorio. Pero la indeterminación existentiva de la resolución, que sólo se determina en cada caso en el acto de resolverse, tiene, como contrapartida, una determinación existencial.

Aquello a lo que la resolución se resuelve está ontológicamente bosquejado en la existencialidad del Dasein en cuanto tal como un poder-ser en el modo de la solicitud ocupada. El Dasein, empero, está determinado como cuidado por la facticidad y la caída. Estando abierto en su “Ahí”, el Dasein se mueve con igual [SZ  :299] originariedad en la verdad y en la no-verdad [3]. Esto vale “propiamente” justo de la resolución en cuanto modo propio de la verdad. La resolución hace suya en forma propia la no-verdad. El Dasein está desde siempre, y volverá quizás a estar de nuevo, en la irresolución. Este término no hace más que expresar el fenómeno que anteriormente interpretamos como el estar entregado al dominio del estado interpretativo del uno. El Dasein como uno-mismo es “vivido” en la ambigüedad de la comprensión común de lo público, en donde nadie se resuelve, y donde, sin embargo, ya todo está siempre decidido. La resolución significa dejarse despertar desde la pérdida en el uno. La irresolución del uno se mantiene empero vigente, aunque ella ya no puede contrariar a la existencia resuelta. La irresolución, como antítesis de la resolución existencialmente comprendida, no mienta un estado psíquico óntico, en el sentido de un estar afectado por inhibiciones. También el [316] acto resolutorio tiene que contar con el uno y su mundo. Comprender esto forma parte de lo que él abre, puesto que sólo la resolución le da al Dasein su auténtica transparencia. En la resolución le va al Dasein su más propio poder-ser que, en cuanto arrojado, sólo puede proyectarse hacia determinadas posibilidades fácticas.

El acto resolutorio no se substrae a la “realidad”, sino que descubre por vez primera lo fácticamente posible, y lo descubre de un modo tal que lo asume como aquello que, en cuanto poder-ser más propio, es posible en el uno. La determinación existencial del cada vez posible Dasein resuelto, abarca los momentos constitutivos de aquel fenómeno existencial, hasta ahora pasado por alto, que nosotros llamamos situación. (p. 315-317)

Macquarrie

Resoluteness, as authentic Being-one’s-Self, does not detach Dasein from its world, nor does it isolate it so that it becomes a free-floating “I”. And how should it, when resoluteness as authentic disclosedness, is authentically nothing else than Being-in-the-world ? Resoluteness brings the Self right into its current concernful Being-alongside what is ready-to-hand, and pushes it into solicitous Being with Others.

In the light of the “for-the-sake-of-which” of one’s self-chosen potentiality-for-Being, resolute Dasein frees itself for its world. Dasein’s resoluteness towards itself is what first makes it possible to let the Others who are with it ‘be’ in their ownmost potentiality-for-Being, and to co-disclose this potentiality in the solicitude which leaps forth and liberates. When Dasein is resolute, it can become the ‘conscience’ of Others. Only by authentically Being-their-Selves in resoluteness can people authentically be with one another — not by ambiguous and jealous stipulations and [345] talkative fraternizing in the “they” and in what “they” want to undertake.

Resoluteness, by its ontological essence, is always the resoluteness of some factical Dasein at a particular time. The essence of Dasein as an entity is its existence. Resoluteness ‘exists’ only as a resolution [Entschluss] which understandingly projects itself. But on what basis does Dasein disclose itself in resoluteness ? On what is it to resolve ? [4] Only the resolution itself can give the answer. One would completely misunderstand the phenomenon of resoluteness if one should want to suppose that this consists simply in taking up possibilities which have been proposed and recommended, and seizing hold of them. The resolution is precisely the dis-closive projection and determination of what is factically possible at the time. To resoluteness, the indefiniteness characteristic of every potentiality-for-Being into which Dasein has been factically thrown, is something that necessarily belongs. Only in a resolution is resoluteness sure of itself. The existentiell indefiniteness of resoluteness never makes itself definite except in a resolution; yet it has, all the same, its existential definiteness.

What one resolves upon in resoluteness has been prescribed ontologically in the existentiality of Dasein in general as a potentiality-for-Being in the manner of concernful solicitude. As care, however, Dasein has been Determined by facticity and falling. Disclosed in its ‘there’, it maintains itself both in truth and in untruth with equal primordiality.xiii This ‘really’ holds in particular for resoluteness as authentic truth. Resoluteness [SZ  :299] appropriates untruth authentically. Dasein is already in irresoluteness [Unentschlossenheit], and soon, perhaps, will be in it again. The term “irresoluteness’ merely expresses that phenomenon which we have Interpreted as a Being-surrendered to the way in which things have been prevalently interpreted by the “they”. Dasein, as a they-self, gets ‘lived’ by the common-sense ambiguity of that publicness in which nobody resolves upon anything but which has always made its decision. [5] “Resoluteness” signifies letting oneself be summoned out of one’s lostness in the “they”. The irresoluteness of the “they” remains dominant notwithstanding, but it cannot impugn resolute existence. In the counterconcept to irresoluteness, as resoluteness as existentially understood, we do not have in mind any ontico-psychical characteristic in the sense of Being-burdened with inhibitions. Even resolutions remain dependent upon [346] the “they” and its world. The understanding of this is one of the things that a resolution discloses, inasmuch as resoluteness is what first gives authentic transparency to Dasein. In resoluteness the issue for Dasein is its ownmost potentiality-for-Being, which, as something thrown, can project itself only upon definite factical possibilities. Resolution does not withdraw itself from ‘actuality’, but discovers first what is factically possible; and it does so by seizing upon it in whatever way is possible for it as its ownmost potentiality-for-Being in the “they”. The existential attributes of any possible resolute Dasein include the items constitutive for an existential phenomenon which we call a “Situation” and which we have hitherto passed over. (p. 344-345)

Original

Die Entschlossenheit löst als eigentliches Selbstsein das Dasein nicht von seiner Welt ab, isoliert es nicht auf ein freischwebendes Ich. Wie sollte sie das auch — wo sie doch als eigentliche Erschlossenheit nichts anderes als das In-der-Welt-sein eigentlich ist. Die Entschlossenheit bringt das Selbst gerade in das jeweilige besorgende Sein bei Zuhandenem und stößt es in das fürsorgende Mitsein mit den Anderen.

Aus dem Worumwillen des selbstgewählten Seinkönnens gibt sich das entschlossene Dasein frei für seine Welt. Die Entschlossenheit zu sich selbst bringt das Dasein erst in die Möglichkeit, die mitseienden Anderen »sein« zu lassen in ihrem eigensten Seinkönnen und dieses in der vorspringend-befreienden Fürsorge mitzuerschließen. Das entschlossene Dasein kann zum »Gewissen« der Anderen werden. Aus dem eigentlichen Selbstsein der Entschlossenheit entspringt allererst das eigentliche Miteinander, nicht aber aus den zweideutigen und eifersüchtigen Verabredungen und den redseligen Verbrüderungen im Man und dem, was man unternehmen will.

Die Entschlossenheit ist ihrem ontologischen Wesen nach je die eines jeweiligen faktischen Daseins. Das Wesen dieses Seienden ist seine Existenz. Entschlossenheit »existiert« nur als verstehend-sich-entwerfender Entschluß. Aber woraufhin erschließt sich das Dasein in der Entschlossenheit? Wozu soll es sich entschließen? Die Antwort vermag nur der Entschluß selbst zu geben. Es wäre ein völliges Mißverstehen des Phänomens der Entschlossenheit, wollte man meinen, es sei lediglich ein aufnehmendes Zugreifen gegenüber vorgelegten und anempfohlenen Möglichkeiten. Der Entschluß ist gerade erst das erschließende Entwerfen und Bestimmen der jeweiligen faktischen Möglichkeit. Zur Entschlossenheit gehört notwendig die Unbestimmtheit, die jedes faktischgeworfene Seinkönnen des Daseins charakterisiert. Ihrer selbst sicher ist die Entschlossenheit nur als Entschluß. Aber die existenzielle, jeweils erst im Entschluß sich bestimmende Unbestimmtheit der Entschlossenheit hat gleichwohl ihre existenziale Bestimmtheit.

Das Wozu der Entschlossenheit ist ontologisch vorgezeichnet in der Existenzialität des Daseins überhaupt als Seinkönnen in der Weise der besorgenden Fürsorge. Als Sorge aber ist das Dasein durch Faktizität und Verfallen determiniert. Erschlossen in seinem »Da«, hält es sich gleichursprünglich in der Wahrheit und Unwahrheit [6]. Das gilt »eigentlich« [299] gerade von der Entschlossenheit als der eigentlichen Wahrheit. Sie eignet sich die Unwahrheit eigentlich zu. Das Dasein ist je schon und demnächst vielleicht wieder in der Unentschlossenheit. Dieser Titel drückt nur das Phänomen aus, das als Ausgeliefertsein an die herrschende Ausgelegtheit des Man interpretiert wurde. Das Dasein wird als Man-selbst von der verständigen Zweideutigkeit der Öffentlichkeit »gelebt«, in der sich niemand entschließt, und die doch schon immer beschlossen hat. Die Entschlossenheit bedeutet Sich-aufrufen-lassen aus der Verlorenheit in das Man. Die Unentschlossenheit des Man bleibt gleichwohl in Herrschaft, nur vermag sie die entschlossene Existenz nicht anzufechten. Unentschlossenheit meint als Gegenbegriff zu der existenzial verstandenen Entschlossenheit nicht eine ontisch-psychi-sche Beschaffenheit im Sinne eines Belastetseins mit Hemmungen. Auch der Entschluß bleibt auf das Man und seine Welt angewiesen. Das zu verstehen, gehört mit zu dem, was er erschließt, sofern die Entschlossenheit erst dem Dasein die eigentliche Durchsichtigkeit gibt. In der Entschlossenheit geht es dem Dasein um sein eigenstes Seinkönnen, das als geworfenes nur auf bestimmte faktische Möglichkeiten sich entwerfen kann. Der Entschluß entzieht sich nicht der »Wirklichkeit«, sondern entdeckt erst das faktisch Mögliche, so zwar, daß er es dergestalt, wie es als eigenstes Seinkönnen im Man möglich ist, ergreift. Die existenziale Bestimmtheit des je möglichen entschlossenen Daseins umfaßt die konstitutiven Momente des bisher übergangenen existenzialen Phänomens, das wir Situation nennen.


Ver online : ÊTRE ET TEMPS (Martineau) - § 60


[1Cf. § 44 b, p. 294.

[2Cf. § 44 b, p. 294.

[3Cf. § 44 b, p. 242.

[4‘Aber woraufhin erschliesst sich das Dasein in der Entschlossenheit? Wozu soll es sich entschliessen ?’ (For similar constructions with ‘woraufhin’ etc. and ’ersohliessen’, see H. 141, 143, 145 above.)

[5‘Das Dasein wird als Man-selbst von der verständigen Zweideutigkeit der Öffentlichkeit “gelebt”, in der sich niemand entschliesst, und die doch schon immer beschlossen hat.’ The etymological connection between ‘entschliesst’ and ‘beschlossen’ is lost in our translation.

[6Vgl. § 44 b, S. 222.