Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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Biemel (1987:131-132) – temporalização

sexta-feira 4 de outubro de 2024

“A temporalidade temporaliza os diferentes modos possíveis que a constituem. Essas modalidades tornam possível a pluralidade de modos de existência do Dasein e, em primeiro lugar, as modalidades fundamentais de existência autêntica e inautêntica (95).” Isso significa que esses tipos de existência resultam de uma certa forma de temporalização. Mas se, como acabamos de dizer, a temporalização é sempre alcançada por meio da coexistência dos três êxtases temporais, como podemos ainda distinguir os diferentes modos de temporalização dentro da unidade de sua coexistência?

A coexistência em questão não é uma simples justaposição de êxtases, mas um conjunto de relações de implicação mútua dentro do qual um ou outro êxtase sempre desempenha um papel predominante. O êxtase que cumpre esse papel determina o caráter autêntico ou não autêntico da temporalização.

Vimos acima que cada um dos existenciais pode ser realizado de forma autêntica ou não autêntica. Se há de fato uma relação entre os existenciais e os êxtases temporais, então cada um desses êxtases também deve ter uma forma autêntica e uma inautêntica. As formas autênticas devem, portanto, ser contrastadas com as formas inautênticas dos êxtases temporais.

[BIEMEL  , Walter. Le concept de monde chez Heidegger. Paris: Vrin, 1987]


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