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Pasqua: Gewissen - consciência
sábado 16 de dezembro de 2017
A consciência «abre» porque faz parte do ser do Dasein que é «abertura». Ela é um Existencial ao mesmo nível que a afecção (Befindlichkeit), o compreender (Verstehen), o falar (Rede) e a decadência (Verfallen), que constituem o «Da» do Dasein, o «aí» como abertura, como ek-sistência. Mas a «Gewissen» vai mais longe na apreensão do ser do Dasein. Com efeito, lançado aí no mundo desde sempre, o Dasein é primeiramente mergulhado na existência inautêntica do Nós. Perdido no Nós, ele apenas dá ouvidos ao falatório, o «diz-se» que o torna surdo à sua voz interior, ao apelo do Daímon para tornar-se si mesmo reunindo todas as suas possibilidades: «Perdendo-se na publicidade do Nós e do seu falatório, ele faz, à força de escutar o Nós, orelhas moucas ao si mesmo próprio. Se o Dasein deve poder ser reconduzido, retirado desta perda onde não se escuta mais a si mesmo… é-lhe ainda necessário poder encontrar-se primeiro a si próprio, ao qual fez e continua a fazer orelhas moucas, não tendo ouvidos senão para o Nós.» Este falatório exterior, este alarido ensurdecedor das palavras dos faladores, este canto das sereias que exerce a sua sedução na vida quotidiana, numa palavra a tirania do Nós é dilacerada pelo apelo silencioso da consciência que reconduz o Dasein a si próprio: «Aquilo que, apelando, dá assim a compreender, é a consciência.»
O apelo é, assim, um grito silencioso. Não é essencial exprimir-se em voz alta, a emissão vocal não é necessária. É o sinal de que a voz da consciência não vem de fora. Ela ressoa no interior do ser do Dasein como um eco vindo de longe. Não seria o silêncio do apelo, o silêncio do que está [135] longe, um silêncio sempre mais inquietante? Porque avançando, o ser do Dasein recua, fica para trás e permanece no esquecimento: «O apelo ressoa do longínquo para o longínquo.»
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