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Heidegger: Amor
quarta-feira 27 de maio de 2020
Por que é o amor tão rico superando todas as dimensões das outras possibilidades humanas e por que supõe uma carga doce para aqueles a quem afeta? Porque nos convertemos naquele que amamos sem deixarmos de ser nós mesmos. Queríamos então agradecer ao amado e não encontramos nada que satisfaça este desejo.
Só podemos agradecer dando-nos a nós mesmos. O amor transforma o agradecimento em fidelidade a nós mesmos e em fé incondicional no outro. Deste modo aumenta o amor constantemente seu mistério mais próprio.
A proximidade é o ser à máxima distância ao outro – a distância que não permite nada desfazer-se – senão que coloca o "tu" no só-aí transparente – mas incompreensível – de uma revelação. O fato de que a presença do outro irrompa uma vez em nossa vida é aquilo que nenhum ânimo supera. Um destino humano se entrega a um destino humano, e o serviço do amor puro consiste em manter desperta igual que nem no primeiro dia.
[Excerto de LUDZ, Ursula. Hannah Arendt - Martin Heidegger. Correspondencia 1925-1975 y otros documentos de los legados. Tr. Adan Kovacsics. Barcelona: Herder, 2000, p. 13-14]
Ver online : Arendt e Heidegger - Correspondencia 1925-1975 y otros documentos de los legados