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[…] Mas o que quer Heidegger dizer com "projeção"? "No seu caráter projetivo, a compreensão constitui existencialmente aquilo a que chamamos a visão do Dasein" (SZ:146; tradução modificada). Como uma espécie de "visão", isto é, um modo de acesso a entidades, a projeção deve ser entendida na sua diferenciação de outras formas de visão, em particular tanto a introspecção como aquilo a que Heidegger por vezes chama "percepção pura" ou "apreensão pura". A apreensão pura é a percepção (…)
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Léxico Alemão
Termos e noções chaves do pensamento de Heidegger e suas referências
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Wrathall (2013:190-192) – projeção [Entwurf]
12 de janeiro, por Cardoso de Castro -
Vallin (EI:61-67) – constituição objetivante e desvelamento da essência objetiva
23 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Se a subjetividade pode descobrir qualquer tipo de sentido ao nível de uma experiência que lhe é dada, este sentido não lhe deve ser estranho; a subjetividade deve, de uma forma ou de outra, participar no movimento espiritual que constitui o sentido enquanto tal. Assim, no empirismo tomista, por exemplo, há que admitir que o "intelecto agente", capaz de extrair do sensível, por uma passagem da potência ao ato, o inteligível que este último contém em potência, participa de algum (…) -
Vallin (EI:45-47) – vontade de poder
23 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
No quadro da temporalidade objetivante, a intencionalidade fundamental que comanda as relações da subjetividade com o mundo existente e que constitui a unidade desta estrutura temporal em cada uma das suas modalidades parece-nos poder ser caracterizada pela vontade de poder. Comecemos por recordar que um estudo aprofundado das três estruturas temporais nos revelará uma dialética da vontade de poder que define a subjetividade temporalista em geral, mas que transparece em toda a sua (…) -
Courtine (1990:292-293) – Natureza [Natur]
23 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Para o uso deste termo [natureza], tal como para o de mundo, o jogo das aspas é particularmente importante e regulado em Sein und Zeit. Resumidamente, podemos dizer que a análise do Dasein como ser-no-mundo nos permite retirar as aspas do "mundo", tal como a análise da Stimmung e da Befindlichkeit nos deve permitir retirar as aspas da "natureza". Isto é confirmado por Heidegger já em 1929, em Vom Wesen des Grundes: A principal razão para a aparente ausência de natureza no SuZ, (…) -
Volpi (2005:I.14) – Ereignis
23 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Quanto ao caráter de acontecimento (Ereignis) do ser, numa anotação à margem da palavra ereignet utilizada na passagem acima citada da Carta sobre o "Humanismo", adverte que Ereignis indica o "acontecimento da apropriação do ser e do homem" e tem sido "desde 1936 [ano em que começou a escrever as suas Contribuições à Filosofia] a palavra-guia do meu pensamento". E com a sua cada vez mais obstinada atenção a este problema, multiplicam-se as tentativas de encontrar uma dicção e uma (…) -
Courtine (1990:288-291) – Zuhandenheit e Vorhandenheit
23 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
A "estratégia" de Sein und Zeit consiste aqui — como sabemos — em questionar o que é imediatamente dado ou encontrado à primeira vista, no comércio quotidiano. O que é que está presente "dentro do mundo"? O que é que se descobre em termos do ser que se dá como "natureza"? A análise que parte do que é encontrado "à primeira vista" — a matéria com que nos ocupamos, o ser "fenomenologicamente pré-temático" de que nos servimos ou que encontramos num processo de produção — descobre (…) -
Birault (1978:475-477) – Licht - Lichtung
22 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Na sua plenitude ou positividade, a palavra veritas não apresenta qualquer vestígio da estrutura inicialmente "privativa" e "segunda" da palavra grega ά-λήθεια. Tradução, traição, disfarce. Mais do que a ignorância humana de uma parte sombria da qual a verdade procede e que arrasta sempre consigo, a dissimulação e a auto-dissimulação da dissimulação, o esquecimento que se faz esquecer. É assim que a metafísica experimenta o ser como luz e como fonte de luz. É assim que determina (…) -
Deely (1971:39-41) – esquecimento do ser [Seinsvergessenheit]
22 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
É uma transformação da ideia de natureza humana que marca o primeiro passo do esquecimento do Ser para a determinação do sentido do Ser. O passo é possível quando se percebe claramente que o que é mais básico no homem enquanto homem não é um traço específico na ordem ôntica (entitativa), mas sim algo que precisamente não reside no homem à maneira de um "acidente" ou "propriedade inerente", algo que não corresponde de forma alguma a um fato observável, algo que não pode ser (…) -
Biemel (1987:88-90) – ôntico e ontológico [ontisch-ontologische]
20 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
[…] Antes de mais, porém, gostaríamos de fazer um comentário à crítica de Sartre a Heidegger em O Ser e o Nada [1943, p. 302 ss]. Sartre afirma que Heidegger não pode passar do plano ontológico para o plano ôntico (concreto). Esta objeção deriva de um mal-entendido sobre o significado que Heidegger dá ao termo "ontológico". O plano ontológico não é de modo algum um plano completamente separado do ôntico, é o plano que inclui as estruturas essenciais do real concreto (ôntico) (uma (…) -
Fédier (2012:22-25) – Da-sein
20 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
— Ser-o-aí é dar uma presença?
— Não, não é dar uma presença, é abrir o aí: manter aberta a possibilidade, a dimensão de manifestação de tudo o que é. Ser-o-aí, das Da-sein, significa desdobrar a dimensão dentro da qual tudo pode aparecer como ente [sendo]. Fazemo-lo a toda a hora, basta abrir os olhos. "A porta está fechada" é uma manifestação simples. O que é espantoso é que nenhum outro ente, para além do homem, pode fazer tal coisa. O ser humano é, portanto, humano se for (…)