Estranha doutrina [a psicanálise] que começa escandalosamente pela recusa do primado tradicional da consciência, em proveito de um inconsciente que a determina inteiramente, para declarar, em seguida, que nem um nem outro, nem o fato de ser-consciente considerado em si mesmo, nem o de não sê-lo, importam verdadeiramente! E isto embora a conversão do segundo no primeiro, do inconsciente no consciente, constitua, ao mesmo tempo, o fim de sua terapia e de sua condição.
Mas o descrédito dado (…)
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Léxico Alemão
Termos e noções chaves do pensamento de Heidegger e suas referências
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Henry (GP:347-350) – o inconsciente [Unbewusstheit]
20 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castro -
Schürmann (1982:264-267) – epocal / clareira
18 de dezembro de 2023, por Cardoso de CastroChristine-Marie Gros
Legein, it will be recalled, was the second guiding category among the prospective ones, and the ‘eternal return’, the second among the retrospective categories. Both addressed the self-structuring, Selbstauslegung, of presencing into a field of presence. They described how presencing ‘interprets itself’, renders itself explicit, unfolds. From the transitional viewpoint, it appears that presencing articulates itself in ‘epochs’ only inside the closed field of (…) -
Niederhauser (2013) – Ganzsein - Ganzseinkönnen
16 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
[…] Heidegger fala de Seinkönnen e Ganzseinkönnen em vez de falar meramente da totalidade do Dasein, Ganzheit , para denotar as possibilidades incomensuráveis do Dasein limitadas apenas pela sua possibilidade última, a morte. Para o Dasein, há infinito na finitude. A afirmação complicada de que o futuro é "a chegada em que o Dasein vem em direção a si mesmo no seu mais próprio ser-possível-ser" agora lê-se: o futuro é um modo que permite ao Dasein relacionar-se autenticamente (…) -
Niederhauser (2013) – morte e falecimento
16 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
A distinção que Heidegger faz entre morte e falecimento pretende tornar claro que os pressupostos científicos ônticos sobre a morte no sentido comum não são a sua principal preocupação e não influenciam diretamente a sua investigação ontológica. Aquilo a que habitualmente chamamos morte é o que Heidegger chama falecimento em Ser e Tempo. No entanto, só podemos dar sentido à morte, à morte ôntica, por assim dizer, por causa da morte ontológica. Heidegger deseja revelar plenamente o (…) -
Fédier (2010:169-171) – Sorge
16 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
I. "O ser do Dasein revela-se como preocupação".
Não se trata de preocupação no sentido banal do termo, daquilo que aparece sempre no plural como preocupações, mas de uma estrutura existencial em que é o próprio ser do ser humano (como Dasein — ser fora de si = ser [transitivamente] o "aí") que se revela. Assim, o ser humano é fundamentalmente preocupação.
Se traduzirmos a palavra não por preocupação mas por cuidado, evitamos felizmente o entendimento banal de Heidegger. Se a (…) -
Fédier (2010:163-166) – os três ek-stases
16 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Neste ponto da análise, precisamos de juntar tudo de novo. A temporalidade do Dasein é o triplo modo de ser, para ele, fora de si. Porquê triplo? Não é claro que esta pergunta seja legítima. De fato, o que significa aqui "porquê"? Podemos responder (sem responder): há três modos de ser fora de si, sabemo-lo porque há três "tempos" na experiência vulgar do tempo. O que é divulgado não é nada.
Os três ek-tases: amadurecer o futuro (esperar), reviver o passado e estar presente são (…) -
Fédier (2010:160-163) – temporalidade [Zeitlichkeit]
16 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Antes de mais, como é que se apresenta a temporalidade do Dasein? O primeiro passo nesta direção é simplesmente constatar que o Dasein, nas palavras de Santo Agostinho, espera o futuro, recorda o passado e está atento ao presente.
Heidegger diz que o Dasein "gewärtigt" (espera), "behaltet" (guarda), "gegenwärtigt" (tem diante de si). O segundo passo é mostrar o "conceito existencial" de cada uma destas relações ek-estáticas do Dasein.
Original
D’abord quelle allure a la (…) -
Caron (2005:778-780) – Jemeinigkeit
15 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Jemeinigkeit [ser-sempre-meu] é o correlato imediato da definição geral de Dasein de Heidegger, que é o leitmotiv de Sein und Zeit: para o Dasein, o seu próprio ser está em jogo em seu ser. No momento em que esta definição aparece, está imediatamente relacionada com aquilo a que Heidegger chama o privilégio ôntico do Dasein: "O Dasein é um ente que não se limita a aparecer no seio do ser. Em vez disso, possui o seguinte privilégio ôntico: para este ente, passa em seu ser este (…) -
Krell (1994:372-374) – Abstand (distância), sentido relacional da vida
14 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Abstand, "distância"; ou, ao contrário, Abstandstilgung, "eliminação da distância". Com igual originalidade (gleichursprünglich), a vida cobre e ofusca a sua própria inclinação. É levada à dispersão, encontra-se a si própria (pois de alguma forma, inexplicavelmente, encontra-se) como dispersa e dispersa no seu mundo. Assim, a vida está "em ruína" (102-103). A vida perde o seu "em face de", vê-se a si própria falsamente e numa perspectiva enviesada; como Heidegger repetirá vinte e (…) -
Krell (1994:363) – compreensão de ser
14 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
O esquecimento parece selar o destino do Dasein, como não necessitado, não ouvido. Tal como o rebanho de vacas a pastar e a criança a brincar de Nietzsche, tal como o macaco de Kafka a vaguear pela floresta tropical antes de ser capturado pela trupe do circo, o Dasein esquecido é indiferente à questão do ser. Uma notável complacência (Bedürfnislosigkeit) rodeia a questão com um nevoeiro impenetrável; uma notável falta de necessidade (Unbedürftigkeit) caracteriza o "eles" nas suas (…)