A técnica moderna, no sentido essencial da ordenação, ataca o homem que «no interior do sem-objeto, não é mais que o executante do fundo» e torna-se ele mesmo «um fundo».
Todas estas análises, que descrevem a mobilização total do mundo pela técnica na época moderna, podem fazer pensar nas que Ernst Jünger desenvolvia no seu livro Der Arbeiter (1932). O próprio Heidegger indicou, de resto, tudo o que a sua conferência sobre A Questão da Técnica devia às «descrições de O Trabalhador», e (…)
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Léxico Alemão
Termos e noções chaves do pensamento de Heidegger e suas referências
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Boutot (IFH:100-104) – Heidegger, Jünger e Técnica
17 de fevereiro de 2017, por Cardoso de Castro -
Boutot (IFH:104-108) – O crescimento do que salva
17 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroExtrato de Alain Boutot, Introdução à Filosofia de Heidegger, 1993, p. 104-108
Alguns viram na interpretação heideggeriana da modernidade uma condenação sem apelo equivalente a uma rejeição pura e simples da técnica. Este modo de ver repousa, na realidade, sobre um mal-entendido tenaz que o próprio Heidegger não cessou de denunciar. O discurso heideggeriano não é dirigido contra a técnica e não prega um qualquer retorno à Idade Média ou mesmo à Idade da Pedra, o que seria ridículo, mas (…) -
Boutot (IFH:27-31) – O tratado Ser e Tempo
17 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroAlain Boutot, Introdução à Filosofia de Heidegger, p. 27-31
A) A estrutura da questão do ser.
O tratado O Ser e o Tempo assenta inteiramente numa única questão fundamental, a do sentido do ser. «A elaboração concreta da questão do sentido do ser», escreve Heidegger no princípio desta obra, «é o objeto do presente trabalho. O seu fim provisório é o de fornecer uma interpretação do tempo como horizonte de toda a compreensão do ser». A questão do ser caiu hoje em dia no esquecimento. Esta (…) -
Boutot (IFH:51-58) – Da essência da verdade à verdade da essência
17 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroExcerto de Alain Boutot, Introdução à Filosofia de Heidegger. Tr. Francisco Gonçalves. Lisboa: Europa-América, 1993, p. 51-58
Na conferência Da Essência da Verdade, pronunciada pela primeira vez em 1930, Heidegger põe em questão o conceito tradicional de verdade. Esclarece as suas condições de possibilidade e mostra que esse conceito repousa sobre uma verdade mais original, a verdade do ser.
A) O conceito corrente de verdade.— A verdade, no sentido corrente, consiste na adequação ou (…) -
Figal: Hermenêutica da Facticidade
17 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroExcertos de Günter Figal, Oposicionalidade, trad. Marco Antônio Casanova. Petrópolis: Vozes, 2007, p. 20-23
De início, porém, com o discurso sobre a hermenêutica da facticidade, o que se designa para Gadamer é a virada decisiva de Heidegger contra a fenomenologia de Husserl. Com o seu título programático, Heidegger contrapôs a essa fenomenologia uma "exigência paradoxal": "A facticidade impassível de ser fundamentada e derivada que é própria ao ser-aí, a existência, e não o puro cogito (…) -
Milet (2000:45) – la technologicisation du monde
16 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroExtrait de MILET, Jean-Philippe. L’Absolu technique. Heidegger et la question de la technique. Paris: Kimé, 2000, p. 45.
S’adressant à Kojima Takehico dans les années 1963-1965, Heidegger écrit : «…par la présente lettre, il s’agit uniquement de reconnaître le fait suivant : que c’est précisément le regard en direction de l’interpellation, c’est-à-dire en direction du propre de la technologicisation du monde, qui montre un chemin vers le propre de l’homme, qui distingue son humanité au (…) -
Safranski: Filosofia da Vida
14 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroExcertos de Rüdiger Safranski, Heidegger. Trad. Lia Luft.
A filosofia da vida compreende-se como uma filosofia da vida no sentido do genitivo subjetivo: ela não filosofa sobre a vida, mas é a própria vida que filosofa nela. Como filosofia, ela quer ser um órgão dessa vida; quer intensificá-la, abrir-lhe novas formas e figuras. Não quer apenas descobrir quais valores valem, mas é suficientemente imodesta para querer criar valores novos, filosofia da vida é a variante vitalista do (…) -
Krell (1994:361-363) – The "Factical Life" of Dasein
14 de fevereiro de 2017, por Cardoso de Castrodestaque
A "vida" não é uma estrutura existencial do Dasein. E, no entanto, o Dasein morre. De fato, até nasce para esse fim: o nascimento é um dos dois fins de uma existência final ou finita — Dasein natal, Dasein fatal. A este respeito, Heidegger acolhe o testemunho de um camponês medieval da Boêmia, que ficou recentemente viúvo e que tem uma queixa contra a Morte. No entanto, Heidegger segue o exemplo do seu antecessor medieval anónimo, permitindo que a Morte tenha a última palavra. Der (…) -
Casanova (Tédio:21-24) – Ganze des Seienden e Seienden im Ganzen
17 de fevereiro de 2015, por Cardoso de CastroPara que pudéssemos experimentar algo assim como o todo do ente [Ganze des Seienden], seria necessário que estivéssemos fora de tal todo e que pudéssemos vê-lo enquanto um todo de fora. Em contraposição a essa totalidade estruturada pela soma ou pela extensão máximamente extensa dos entes por si subsistentes, então, Heidegger nos fala de um descerramento do ente na totalidade [Seienden im Ganzen].
Por todo do ente [Ganze des Seienden], o que está em questão é uma noção de totalidade (…) -
Martineau : Le mot FUNDAMENT
27 de agosto de 2014, por Cardoso de CastroExtrait de l’Avertissement du Traducteur, du livre « Martin Heidegger, Interprétation phénoménologique de la "Critique de la raison pure" »
II — Sans préjudice, bien au contraire, pour une certaine unité historiale et essentielle de l’ontologie fondamentale comme « projet », le mot FUNDAMENT, dont voici l’ensemble des occurrences: infra, pp. [3], [4], [61], [71], [78], [79], [162], [224], [293-294], [307], [328-329], [336], [338], [354], [355] (cf. N.d.T.), [357-358], [402], ne pouvait (…)