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Ernildo Stein (2012b:135) – a questão do poder-ser
domingo 17 de novembro de 2024
[…] Heidegger retoma a questão do poder-ser (Sein-können). Estranhamente, somos um ter-que-ser (Zu-sein) em que o ser humano nem precisa se colocar as questões “Eu posso ser? Eu quero ser?”, pois ele já é. E, contudo, ele pode ser, isto é, há possibilidades que ele pode realizar, ainda que estejam limitadas no âmbito histórico. Essa característica do ser-no-mundo [In-der-Welt-sein], o ter-que-ser, é estranhamente perturbadora para a ciência. Por exemplo, a Pedagogia dirá que o ser humano pode ser assim ou assim, a partir de um nível paradigmático de normalidade. Já o poder-ser da Filosofia heideggeriana é uma condição que coincide com a própria condição humana, isto é, desde que eu sou Dasein, eu apenas sou um poder-ser e, nesse sentido, esta é uma característica básica de historicidade do ser humano.
[STEIN, Ernildo. Analítica Existencial e Psicanálise. Freud — Binswanger — Lacan — Boss. Ijuí: Editora Unijuí, 2012b]
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