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Dastur (Morte) – Dasein e "eu"
domingo 3 de abril de 2022
É na medida em que é uma tal abertura - que impede que seja ele confundido com o que a filosofia moderna chama de “sujeito” e que ela entende como uma interioridade opondo-se à exterioridade dos objetos - que o Dasein, porque não é indiferente a seu próprio existir, pode, todavia, designar a si mesmo pelo pronome pessoal “eu”. Não seria necessário confundir, na verdade, como estamos naturalmente inclinados a fazê-lo, a subjetividade e a capacidade de dizer “eu”. Pela palavra “eu” o Dasein designa a si mesmo, isto é, que ele se expressa como ser-no-mundo, o que não significa necessariamente dizer que ele se reconhece como “sujeito”, pois este é, ao contrário, pelo fato de seu próprio nome (subjectum, “aquilo que jaz sob”), compreendido a partir do modelo do conceito de substância como res cogitans, “coisa pensante”. Há então uma ipseidade ou uma identidade do eu que não se confunde em hipótese alguma com o ser-sujeito pelo próprio fato de que ela jamais foi realizada, mas, ao contrário, sempre “está para” e este “estar para” tem a forma de um projeto de si-no-mundo que não pressupõe nenhum ser substancial como seu fundamento.