detalhe
Mas a superação da concepção transcendental do mundo não significa a supressão da capacidade projetiva do Dasein, mas antes a sua subordinação ao acontecimento primordial da abertura do mundo em que o Dasein se encontra. Para Heidegger, o problema não é tanto inverter o modo de pensar transcendental, atribuindo ao mundo o papel ativo que até então cabia ao Dasein, mas pensar na sua intimidade a identidade do mundo e do Dasein, de modo a que não haja duas instâncias separadas (…)
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Dastur / Françoise Dastur
DASTUR, Françoise (1942)
- DASTUR, Françoise. Heidegger et la question du temps. Paris: PUF, 1990
- DASTUR, Françoise. "Le concept de monde chez Heidegger après Être et temps", in Natalie Depraz (ed.). Monde(s). Fontenay-aux-Roses: Éd. Alter, 1998.
- Heidegger and the Question of Time. Tr. Francois Raffoul and David Pettigrew. New York: Humanity Books, 1999
- A Morte. Rio de Janeiro:DIFEL, 2002
- Heidegger y la cuestión del tiempo. Tr. Lisabeth V. Ruiz Moreno. Buenos Aires: Del Signo, 2006.
Matérias
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Dastur (1998:125-127) – "mundo" logo após Ser e Tempo (2)
11 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castro -
Dastur (1998:128-133) – dimensão sagrada do mundo
11 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodetalhe
Nestes textos dos anos 30, trata-se, pois, de pensar conjuntamente a dimensão sagrada do mundo, a sua "instalação" como pro-dução da terra, e o mundo como lugar da historicidade de um ser coletivo singular. Temos aqui uma concepção do mundo que se situa algures entre o mundo humano ambiente de Ser e Tempo e o mundo como Geviert dos anos cinquenta. De um para o outro, passamos, de fato, de uma concepção transcendental para uma concepção cosmológica do mundo, como sublinha Fink, que (…) -
Dastur (HQT) – Heidegger Passado Presente Futuro
29 de março de 2022, por Cardoso de CastroFrançoise Dastur: HEIDEGGER Y LA CUESTION DEL TIEMPO
Ahora bien, eso que experimentamos en la resolución precursora, a nivel de la existencia en lo que ella tiene de propio, es la temporalidad pues la misma constituye el sentido ontológico del cuidado, es decir, del ser del Dasein (SZ, § 65). Con la temporalidad hemos alcanzado el fenómeno originario y unitario que da cuenta de todas las estructuras del Dasein, las que son todas estructuras de la temporalidad, modos de temporalización de (…) -
Dastur (2002:70-77) – A morte e o morrer
31 de maio de 2017, por Cardoso de CastroExcertos de F. Dastur, A Morte
Se ninguém pode atenuar ou anular a responsabilidade do outro sobre sua própria morte e não pode, no sentido estrito, morrer pelo outro, isso implica que o morrer não é somente uma determinação extrínseca da existência, um "acidente" da substância "homem", mas, ao contrário, um atributo essencial deste. A relação que o ser humano mantém com o morrer é então constitutiva de seu próprio ser e primeira no que se refere a todas as suas outras determinações. É o (…) -
Dastur (1998:127-129) – a obra de arte [Kunstwerks]
11 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodetalhe
As duas características essenciais da obra de arte que Heidegger analisa são dois modos diferentes de colocação: instalar (aufstellen) e produzir (herstellen). Instalar não significa simplesmente arrumar, por exemplo, obras de arte num museu. Trata-se, sublinha Heidegger, de um gesto de consagração e celebração , de modo que, através da instalação, o sagrado é aberto. É esta abertura do sagrado [128] que é, ao mesmo tempo, a abertura do mundo. A obra de arte não se instala; ela (…) -
Dastur (1998:133-136) – Geviert
11 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodetalhe
Para pensar a não substancialidade e a pertença essencial do Quatro [Geviert], Heidegger, tal como Fink, recorre ao conceito de jogo, que implica uma relação dinâmica entre os diferentes elementos: "A este jogo que nos faz aparecer, ao jogo de espelhos da simplicidade da terra e do céu, chamamos "o mundo". O mundo é na medida em que joga este jogo. Isto significa que o jogo do mundo não pode ser explicado por outra coisa, nem a sua essência pode ser apreendida a partir de outra (…) -
Dastur (2015:94-96) – Binswanger e Husserl
7 de fevereiro, por Cardoso de CastroA co-apresentação de si mesmo ou do alter ego se funda, então, na estrutura temporal fundamental que conjuga retenção e protenção. Consequentemente, é ela que é preciso inicialmente elucidar. Ainda que Binswanger se baseie, sobretudo, na obra de Szilazi, Introduction à la phénoménologie de Edmund Husserl (Introdução à fenomenologia de Edmund Husserl), um livro de 1959, um livro [94] que trata desse assunto, ele aponta para as Leçons sur la phénoménologie de la conscience intime du temps (…)
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Dastur (2015:110-115) – Boss e Binswanger
7 de fevereiro, por Cardoso de CastroA diferença entre Binswanger e Boss aparece com isso que se poderia chamar de querela dos existenciais, e que apresenta um duplo aspecto: a caracterização heideggeriana do Dasein como ser-no-mundo e a possibilidade ou impossibilidade de completar a analítica existencial. De fato, Boss condena Binswanger por definir o Dasein unicamente a partir de seu ser-no-mundo e, ao mesmo tempo, por não compreender o pensamento de Heidegger. Sem dúvida, a caracterização do Dasein como ser-no-mundo não é (…)
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Dastur (2015:81-86) – Binswanger e Heidegger
7 de fevereiro, por Cardoso de CastroBinswanger, a despeito de algumas afirmações imprudentes, não desconhece a diferença entre o nível ontológico das análises heideggerianas e o nível propriamente antropológico onde ele situa as suas. Sua oposição fundamental a Heidegger advém, como ele mesmo explica, do fato de que ele fala “não do Dasein enquanto a cada vez meu, teu ou seu, mas do Dasein humano em geral, ou do Dasein como “humanidade”. Eis aí o núcleo da questão. É exatamente isso que Binswanger considera como o ponto de (…)
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Dastur (2002:64-70) – A própria morte e a morte do outro
19 de janeiro de 2019, por Cardoso de CastroExcertos de F. Dastur, A Morte
É esta auto-aceitação que constitui, então, a singularidade e a unicidade da existência, e é claro que o aspecto propriamente ético do “solipsismo existencial” heideggeriano quase não foi percebido. Não significa, [65] contudo, nada além de um “Eu sou o único responsável por me abrir para o que me é atribuído por acaso”, que é a longínqua ressonância de uma lição de ética dada por Platão já no mito da escolha feita pela alma de seu destino e pela qual (…) -
Dastur (1998:122-123) – "mundo" logo após Ser e Tempo
11 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodetalhe
Em Sein und Zeit, o mundo é, de facto, descoberto pela primeira vez apenas como Umwelt quotidiano e no contexto de uma atitude específica em relação ao ente intramundano, a da preocupação (Besorgen), na qual Heidegger vê o conceito ontológico a partir do qual tanto o comportamento teórico como o prático podem ser compreendidos. É, no entanto, este último que constitui o modo primário de acesso ao ente intramundano, que não é, portanto, encontrado como algo meramente presente (bloss (…) -
Dastur (2002:77-85) – A morte e o possível
31 de maio de 2017, por Cardoso de CastroExtrato de F. Dastur, A Morte
A partir daí compreende-se que a morte seja determinada por Heidegger em Ser e tempo como uma possibilidade do Dasein, e que ela se lhe apresente em seguida, de maneira cada vez mais decisiva, como uma "capacidade" dos mortais que são os homens. Tem-se frequentemente ressaltado o caráter paradoxal da definição que ele dá, assim, da morte, como possibilidade da impossibilidade da existência em geral e não como "pura e simples" impossibilidade desta, e é (…)
Notas
- Auxenfants (ET:6) – Verhalten
- Auxenfants (ETJA:§1N13) – comportamento (Verhalten)
- Dastur (1998:129-130) – "mundo mundifica" [Welt weltet]
- Dastur (1998:131-132) – historicidade [Geschichtlichkeit]
- Dastur (2002:61-62) – A fenomenologia da mortalidade
- Dastur (2002:62-64) – Dasein - "eu" - sujeito
- Dastur (2002:77-78) – Möglichkeit - possibilidade
- Dastur (Morte) – Dasein e "eu"
- Dastur: a questão do ser