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Mas o que significa propriamente "existir" para o Dasein, se a existência já não é o que permite responder à pergunta: an sit? por oposição à pergunta sobre a essência: quid sit? se já não é o quodditas por oposição ao quidditas? O existir é uma maneira de ser de um ente, o Dasein, cuja própria natureza é ser transitivamente o seu ser em o existindo em primeira pessoa. Compreender o ser, para um tal ente, é relacionar-se ao ser como seu, em outras palavras, ser si mesmo em jogo em (…)
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Romano / Claude Romano
CLAUDE ROMANO (Paris IV)
Matérias
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Romano (1999:21-23) – existência
2 de março, por Cardoso de Castro -
Romano (1999:19-21) – diferença ontológica
17 de setembro, por Cardoso de CastroFoi Levinas quem primeiro chamou a atenção para o que ele considera ser a principal inovação de Sein und Zeit, o fato de que o ser recebe um significado verbal e transitivo, o de uma maneira de ser ou um modo de ser: "Penso", escreve ele, "que a nova ’emoção’ filosófica trazida pela filosofia de Heidegger consiste em distinguir entre ser e ente, e em transportar para o ser a relação, o movimento, a eficácia que até então residia no existente. O existencialismo [com o qual Levinas quer dizer (…)
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Romano – Ipseidade
23 de março de 2022, por Cardoso de CastroO ponto de partida para a tematização da ipseidade reside na ideia de que há dois modos fundamentais de o Dasein existir e de se relacionar com o seu ser: ou antecipando resolutamente a sua morte e decidindo por si mesmo, à luz desta, a sua existência e quem tem de ser; ou delegando essa decisão aos "outros", e, na realidade, em todos e em ninguém, isto é, naquilo a que Heidegger chama "o Impessoal" (das Man).
tradução parcial
Em Ser e Tempo, a introdução do conceito de ipseidade é (…) -
Romano (2018) – a invenção do "eu"
1º de março, por Cardoso de Castrodestaque
Resultante da problemática operação gramatical representada pela substantivação de um pronome pessoal, "o eu" [le moi] surge, de fato, no contexto de várias inovações conceituais decisivas, nomeadamente 1) a passagem para o primeiro plano de uma teoria do conhecimento neutra e objetiva, indexada sobre um método universal, e do ponto de vista da qual este ego, dado a si mesmo em conhecimento evidente, é o primeiro conhecível de direito; 2) a diferença introduzida por Descartes, e (…) -
Romano (1999:25-28) – Ereignis
17 de setembro, por Cardoso de CastroMas esse duplo desdobramento do ser e do ente como sobrevir descobridor e surgir encobridor, esse movimento da diferença que é a própria diferença em movimento, a diferenciação dos dois, tem, a partir de então, a consequência de que não é apenas o ser que, como uma passagem "em direção" ao ente, é pensado como um evento; é o ente que é compreendido e determinado segundo o gesto do diferenciar-se do ser. Não é apenas o ser, então, mas o próprio ente que, pensado a partir da "mobilidade" mais (…)
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Romano (1999:159-161) – sofrimento da separação
21 de setembro, por Cardoso de CastroTalvez ninguém tenha descrito o sofrimento da separação de forma mais profunda do que Proust. Mas, como um grande escritor, ele não percebeu o significado dos acontecimentos: pois, pensando como um empirista, Proust acreditava que a experiência, por sua mera repetição, não apenas cria hábitos em nós, mas também nos ensina algo sobre o futuro: "O tempo passa e, pouco a pouco, tudo o que se diz ser mentira se torna verdade; eu havia experimentado isso demais com Gilberte; a indiferença que eu (…)
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Romano (1999:33-34) – hermenêutica do acontecimento
23 de setembro, por Cardoso de CastroE se o próprio ser é algo que, por sua vez, acontece, ele não pode mais ser considerado originário. Preordenada a uma hermenêutica do Dasein está, portanto, a hermenêutica do adveniente. Com esse título, queremos dizer aquilo que, anterior ao Dasein, forma sua condição de possibilidade, por assim dizer. O adveniente é o título para o homem na medida em que ele está constitutivamente aberto aos acontecimentos, na medida em que a humanidade é a capacidade de ser si mesma diante do que nos (…)
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Romano (1999:156-158) – o luto
21 de setembro, por Cardoso de CastroO luto é a experiência absoluta da separação, não de uma separação contingente e reversível, de uma separação remediável na qual o espaço é o "meio", mas de uma separação que é em si mesma absoluta, irreversível, irremediável, que ocorre no tempo e dele tira sua marca: o absoluto da separação é temporal, porque a temporalidade é a única "dimensão" na qual a separação absoluta é possível. No luto, vivenciamos essa separação: o falecido é aquele que "nos deixou", não para ir "para outro (…)
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Romano (1999:30-31) – ontologia fundamental, acontecimento e morte
21 de setembro, por Cardoso de CastroA ontologia fundamental é, portanto, estabelecida por uma redução do acontecimento, rebaixado à categoria de um mero fato intramundano, ao destaque do sentido insignificante do possível que o próprio Dasein é ao existir. Essa redução, além disso, não deveria ser uma surpresa. Como poderia ser de outra forma se o Dasein, em virtude de sua constituição ontológica, retém as prerrogativas conferidas ao sujeito moderno desde Descartes — se, em virtude de sua compreensão do ser, que, como (…)
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Romano (2018) – "fazer eu" - modos de ser, modos de viver
1º de março, por Cardoso de Castrodestaque
Ao chamar à sua investigação "a história da subjetividade", Foucault parece ter lançado mais trevas do que luz sobre aquilo que constitui o seu objeto principal. Além disso, parece ter contrariado as suas próprias intenções, tal como formuladas nas suas conferências, uma vez que, numa passagem decisiva de A Coragem da Verdade que resume todo o seu projeto, sublinha a heterogeneidade dos dois grandes caminhos que atravessam a história do pensamento ocidental e que representam duas (…)
Notas
- Romano (1999:10) – obliteração do "há" do evento
- Romano (1999:163) – não se aprende com a morte de outro?
- Romano (1999:164) – a perda
- Romano (1999:164-165) – o amor
- Romano (1999:165-166) – luto como uma amputação
- Romano (1999:23-25) – Kehre
- Romano (1999:28-29) – ser-para-morte
- Romano (1999:29) – voz da consciência
- Romano (1999:32) – nascimento
- Romano (1999:7-8) – qual a fenomenalidade do evento?
- Romano (2018) – o que é o si-mesmo?
- Romano (2018:Intro) – vida de verdade e vida de mentira
- Romano (EM:44) – acontecimento em sentido "acontecimental"
- Romano (EM:44-45) – o luto enquanto acontecimento
- Romano (EM:8-9) – o evento antes de qualquer coisa
- Romano – Onde passou o passado?