Extrato de Alain Boutot, Introdução à Filosofia de Heidegger, 1993, p. 104-108
Alguns viram na interpretação heideggeriana da modernidade uma condenação sem apelo equivalente a uma rejeição pura e simples da técnica. Este modo de ver repousa, na realidade, sobre um mal-entendido tenaz que o próprio Heidegger não cessou de denunciar. O discurso heideggeriano não é dirigido contra a técnica e não prega um qualquer retorno à Idade Média ou mesmo à Idade da Pedra, o que seria ridículo, mas (…)
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Seinsvergessenheit / Seinsverlassenheit
Seinsvergessenheit / Seinsverlassenheit / oubli de l’être / abandon de l’être / esquecimento do ser / abandono do ser / olvido del ser / abandono del ser / forgetfulness of being / abandonment of being
O ser deixa os entes a si mesmos e se lhes nega. (N2)
SEINSVERGESSENHEIT E CORRELATOS
Matérias
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Boutot (1993:104-108) – O crescimento do que salva
17 de fevereiro de 2017, por Cardoso de Castro -
Sloterdijk: o abandono das esferas cosmológicas na Modernidade
25 de maio de 2017, por Cardoso de CastroTr. Isidoro Reguera. Madrid: Siruela, 2003, p. 29-37
El pensamiento de la edad moderna, que se presentó durante tanto tiempo bajo el ingenuo nombre de Ilustración y bajo el todavía más ingenuo lema programático «Progreso», se distingue por una movilidad esencial: siempre que sigue su típico «Adelante» pone en marcha una irrupción del intelecto desde las cavernas de la ilusión humana a lo exterior no-humano. No en vano el giro de la cosmología, llamado copernicano, está al comienzo de la (…) -
Mitchell (2015:27-28) – maquinação
20 de outubro, por Cardoso de CastroOs entes são abandonados ao mundo, e isso significa que eles são abandonados à maquinação. Ao ente abandonado, “o ente aparece assim, ele se mostra como objeto e presente, como se não tivesse essência” (GA65: 115/91, tm). A maquinação nomeia a constelação de forças que lutam pela objetivação e presença do mundo, realizando o trabalho contínuo de abandono. Assim, os entes aparecem como objetos presentes e a maquinação estabelece todo um sistema de apoio para garantir que eles sejam tratados (…)
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Mitchell (2015:28-31) – representação [Vorstellen]
21 de outubro, por Cardoso de Castro[…] A maquinação é, portanto, um fenômeno moderno, o trabalho de uma era determinada pela representação, conforme detalhado em outro ensaio desse período, “O tempo da imagem do mundo” [GA5] (1938), que elabora ainda mais o que Contribuições identifica como “ciência moderna e sua essência maquinalmente enraizada” (GA65: 141/111).
Nesse ensaio provocativo e de amplo alcance, Heidegger indaga sobre a essência de nossa era (modernidade) investigando uma de suas formações essenciais, a ciência (…) -
Krell (1994:363) – compreensão de ser
14 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
O esquecimento parece selar o destino do Dasein, como não necessitado, não ouvido. Tal como o rebanho de vacas a pastar e a criança a brincar de Nietzsche, tal como o macaco de Kafka a vaguear pela floresta tropical antes de ser capturado pela trupe do circo, o Dasein esquecido é indiferente à questão do ser. Uma notável complacência (Bedürfnislosigkeit) rodeia a questão com um nevoeiro impenetrável; uma notável falta de necessidade (Unbedürftigkeit) caracteriza o "eles" nas suas (…) -
Beaufret (1985:9-11) – esquecimento do ser [Seinsvergessenheit]
12 de janeiro, por Cardoso de Castrodestaque
Platão, Aristóteles, São Tomás, Leibniz nomearam de fato o ser e falaram dele sem de modo algum o confundirem com o ente. Se há uma confusão, é apenas no limite que ela ocorre e na medida em que aquilo que os gregos tinham designado por ὄντως ὄν ou ἀληθώς ὄν é, desde Platão, determinado, tanto quanto pelo ser, por aquilo que há no ente de mais verdadeiramente ente. Mas eles pensaram, no entanto, em termos de uma diferença entre o ser e o ente, tendo apenas alguma vez dito este (…) -
Heidegger: questão metafísica e minha questão
15 de abril de 2017, por Cardoso de CastroExtrato da trad. de Antonio Abranches
Wisser: Todas as suas reflexões fundam-se e desembocam na questão que é a questão fundamental de sua filosofia, a questão do Ser. Várias vezes o Sr. observou que não queria adicionar uma nova tese às numerosas teses que existem sobre o Ser. Precisamente porque o Ser foi definido de maneiras muito diferentes, por exemplo, como qualidade, como possibilidade e realidade, como verdade, como Deus, o Sr. põe a questão de uma harmonia (Einklang) suscetível (…) -
Mitchell (2015:31-32) – maquinação e experiência
21 de outubro, por Cardoso de CastroA posição aparentemente privilegiada do sujeito humano na representação leva a uma ênfase pessoal e social na experiência vivida (Erlebnis), que Heidegger identifica como o participante necessário da extensão da maquinação. De fato, Heidegger vincula a maquinação e a experiência vivida diretamente como a transformação da época da afiliação tradicional entre ser e pensar: “A maquinação e a experiência vivida são formalmente a versão mais originária da fórmula para a questão-guia do pensamento (…)
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Polt (2013:5-9) – Contribuições à Filosofia [GA65]
1º de outubro, por Cardoso de CastroO tema central em meu confronto com as Contribuições [GA65] é a emergência. As Contribuições arriscam o pensamento de que o ser se torna próprio no Not — emergência, urgência, exigência. Encontros genuínos com os entes (das Seiende) — a terra em que habitamos, as ferramentas que usamos, a arte que criamos, as comunidades nas quais tentamos atingir nossos objetivos — exigem um momento raro e urgente em que nos apropriamos e somos apropriados pela significância dos entes como um todo. (…)
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Deely (1971:39-41) – esquecimento do ser [Seinsvergessenheit]
22 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
É uma transformação da ideia de natureza humana que marca o primeiro passo do esquecimento do Ser para a determinação do sentido do Ser. O passo é possível quando se percebe claramente que o que é mais básico no homem enquanto homem não é um traço específico na ordem ôntica (entitativa), mas sim algo que precisamente não reside no homem à maneira de um "acidente" ou "propriedade inerente", algo que não corresponde de forma alguma a um fato observável, algo que não pode ser (…) -
Boutot (1993:77-82) – Esquecimento do ser
30 de maio de 2017, por Cardoso de CastroA história da filosofia ou da metafísica, termos sinônimos para Heidegger, confunde-se em definitivo com a história da emergência lenta e progressiva do pensar segundo os valores. Esta assimilação do ser ao valor, levada a efeito em várias etapas, é a verdade última, e talvez íntima, da história da metafísica enquanto história do platonismo.
Heidegger distingue três períodos ou épocas fundamentais na história da metafísica: os gregos (Platão e Aristóteles), depois os romanos e a Idade (…) -
Schürmann (1995:53-70) – "abandono" [verlassen] da época moderna
11 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroTraducción de Carolina Soto, en Heidegger y la mística, Paideia, Córdoba, 1995, pp. 53-70.
Una atención más elaborada en el aspecto político de la existencia, conduciría quizás a una visión menos severa sobre la época contemporánea. Heidegger no lo ha intentado. Eric Weil y Enmanuel Lévinas están entre los que avanzan más resueltamente en esta dirección. La conclusión sigue siendo, sin embargo, la misma en lo que concierne al abandono que es nuestro tema. Bajo cualquier aspecto que se (…) -
MacDowell: A justificação da omissão da questão do sentido do ser
11 de abril de 2017, por Cardoso de CastroExtrato de MACDOWELL, João. A Gênese da Ontologia Fundamental de M. Heidegger. São Paulo: Loyola, 1993, p. 173-178.
Capítulo III - A recapitulação da questão do sentido de ser como caminho para as origens da Metafísica
2. O esquecimento da questão do ser no curso da história da Metafísica
A omissão da questão do sentido de ser não constitui um simples fato, que se pode constatar no decurso da história da Filosofia ocidental. Ela foi também sancionada, oficialmente, pelas teses da (…) -
LDMH: Ser e Tempo
30 de abril de 2017, por Cardoso de CastroExtrato das páginas 446-450, da entrada Être et temps, escrita por Philippe Arjakovsky
Dito de outro modo: porque é certamente, em seu abrigamento em retiro, o esquecimento do ser que constitui a experiência ou melhor a prova fundamental que presidiu à redação de Ser e Tempo, estamos no direito de dizer que a sua maneira — uma maneira excepcional — Ser e Tempo foi também um desastre.
Estas palavras são em realidade de Heidegger ele mesmo! O verão de 1942, Max Kommerell, abalado e ao (…) -
GA69: Estrutura da Obra
13 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroTraducción Dina V. Picotti C.
LA HISTORIA DEL SER [SEYN] 1938/40
LA HISTORIA DEL SER [SEYN)]. PARTE I
I. LA HISTORIA DEL SER [SEYN]
1. "La "historia del ser [Seyn]" es el nombre
2. La historia del ser [Seyn]
3. La filosofía occidental
4. La verdad del ser [Seyn]
5. ¿Somos nosotros?
6. "Nosotros somos"
7. El ser-ahí
8. El ser [Seyn]
9. aletheia y ser [Seyn]
10. Que la verdad
II. CONTRA-DICCIÓN Y REFUTACIÓN
11. Contra-dicción y refutación. (Nueva-dicción)
12. (…) -
Caputo: esse-ens e ser-ente
15 de janeiro de 2020, por Cardoso de CastroCAPUTO, John. Heidegger and Aquinas : An Essay On Overcoming Metaphysics. New York: Fordham University Press, 1998, p. 2-4
nossa tradução
Do ponto de vista de São Tomás, o trabalho de Gilson é especialmente pertinente, pois ele defende a tese tomista sobre o ser historicamente. Com uma rara combinação de erudição histórica e insight filosófico (FS2 194), Gilson interpreta a história da metafísica como uma série de concepções mais ou menos distorcidas do que o ser significa, de várias (…) -
GA67: Estrutura da Obra
22 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroTradução brasileira de Marco Antonio Casanova
A SUPERAÇÃO DA METAFÍSICA
1. A Superação da metafísica
2. A Superação da metafísica
3. História do seer e Superação da metafísica
4. A Volatização (Verflüchtigung) do ser
5. A metafísica e o Predomínio do Ente. Impotência e Volatização do Seer
6. "Superação"
7. Para a Configuração do Texto
8. Para a Concepção Correta da Totalidade
9. A Superação da metafísica através do seer
10. A Superação enquanto História do seer
11. O (…) -
Boutot (1993:100-104) – Heidegger, Jünger e Técnica
17 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroA técnica moderna, no sentido essencial da ordenação, ataca o homem que «no interior do sem-objeto, não é mais que o executante do fundo» e torna-se ele mesmo «um fundo».
Todas estas análises, que descrevem a mobilização total do mundo pela técnica na época moderna, podem fazer pensar nas que Ernst Jünger desenvolvia no seu livro Der Arbeiter (1932). O próprio Heidegger indicou, de resto, tudo o que a sua conferência sobre A Questão da Técnica devia às «descrições de O Trabalhador», e (…)
Notas
- Beaufret (1992:110): vontade de vontade (Wille zum Willen)
- Cordonnier: ser do ente
- Ferreira da Silva (2010:240-241) — pensar do ente e pensar do ser
- Ferreira da Silva (2010:412-413) – esquecimento do ser (Seinsvergessenheit)
- GA65:136 – seer nada "é"
- GA65:168 – ser-aí e seer
- GA65:5 – Sorge - cura
- GA65:51 – ente como o re-presentável e o re-presentado
- GA65:59 – Falta de questionamento e encantamento
- GA6T2:26-27 – factível ratifica o feito
- GA9:372-374 – Dasein
- Greisch: Schuld
- Heidegger: "a ciência não pensa"
- Heidegger: esquecimento do ser
- MacDowell: esquecimento da questão do sentido de ser
- MacDowell: ÜBERLIEFERUNG - TRANSMISSÃO
- Mitchell (2015:26-27) – abandono do ser [Seinsverlassenheit]
- Sheehan (2015:250-251) – esquecimento do ser [Seinsvergessenheit]
- Zarader (2000:167-168) – esquecimento do ser [Seinsvergessenheit]