Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

Página inicial > SZ/GA02: Ser e Tempo > SZ:267-268 – Selbstseinkönnen - poder-ser-si-mesmo

SZ:267-268 – Selbstseinkönnen - poder-ser-si-mesmo

quarta-feira 13 de dezembro de 2017

Schuback

O que se busca é um poder-ser próprio da presença, testemunhado por ela mesma em sua possibilidade existenciária. Antes de tudo é preciso que esse testemunho se deixe encontrar. E caso esse testemunho “se dê a compreender” para a presença em sua existência própria e possível, então ele deve ter suas raízes no ser da presença. A demonstração fenomenológica desse testemunho resguarda, pois, a comprovação de sua origem a partir da constituição de ser da presença.

O testemunho deve dar a compreender um poder-ser-si-mesmo, de maneira própria. Com a expressão “si-mesmo” chegamos a responder à questão do quem da presença [1]. O si-mesmo da presença foi formalmente determinado como um modo de existir e não como algo simplesmente dado. Na maior parte das vezes, o quem da presença não é eu mesmo mas o impessoalmente-si-mesmo. O ser-si-mesmo de maneira própria determina-se como uma modificação existenciária do impessoal que ainda necessita de uma delimitação existencial [2]. O que acontece nessa modificação e quais as condições ontológicas de sua possibilidade? [345]

No momento em que a presença se perde no impessoal, já se decidiu sobre o poder-ser mais próximo e fático da presença, ou seja, sobre as tarefas, regras, parâmetros, a premência e a envergadura do ser-no-mundo da ocupação e preocupação. O impessoal já sempre impediu para a presença a apreensão dessas possibilidades ontológicas. O impessoal encobre até mesmo o ter-se dispensado do encargo de escolher explicitamente tais possibilidades. Fica indeterminado quem “propriamente” escolhe. Essa escolha feita por ninguém, através da qual a presença se enreda na impropriedade, só pode refazer-se quando a própria presença passa da perdição do impessoal para si mesma. Essa passagem, no entanto, deve possuir o modo de ser por cuja negligência a presença se perde na impropriedade. A passagem do impessoal, ou seja, a modificação existenciária do impessoalmente si mesmo para o ser-si-mesmo de maneira própria deve-cumprir-se como recuperação de uma escolha. Recuperar a escolha significa escolher essa escolha, decidir-se por um poder-ser a partir de seu próprio si-mesmo. Apenas escolhendo a escolha é que a presença possibilita para si mesma o seu poder-ser próprio.

Porque está perdida no impessoal, a presença deve primeiro encontrar-se. Para encontrar-se, ela deve “mostrar-se” a si mesma em sua possível propriedade. A presença necessita do testemunho de um poder-ser si mesma que, como possibilidade, ela já sempre é.

A auto-interpretação cotidiana da presença conhece como voz da consciência [3] aquilo que a seguir apresentaremos como testemunho. Que o “fato” da consciência seja questionado, que diversas sejam as avaliações de sua função de instância para a existência da presença e que sejam múltiplas as interpretações do que “ela diz”, tudo isso deveria levar-nos a renunciar a esse fenômeno. No entanto, justamente a “dubiedade” desse fato e de sua interpretação provam que aí reside um fenômeno originário da presença. A presente análise se coloca a consciência na posição prévia de tema de uma investigação puramente existencial, com vistas à ontologia fundamental. [346] (p. 345-346)

Castilho

O que se busca é um poder-ser do Dasein que seja próprio e cuja possibilidade existencial seja atestada pelo Dasein ele mesmo. Antes do mais, essa atestação deve poder ser encontrada [4]. Se ela deve “dar a entender” o Dasein em si mesmo em sua possível existência própria, então a atestação deve ter suas raízes no sziào Dasein. Por isso, o mostrar fenomenologicamente tal atestação contém aprova de que sua origem está incluída na constituição-de-ser do Dasein.

A atestação deve dar a entender um poder-ser-si-mesmo próprio. Com a expressão “si-mesmo” respondemos à pergunta pelo quem do Dasein [5]. O ser-si-mesmo do Dasein foi formalmente determinado como um modo de existir, isto é, não como um ente subsistente. O quem do Dasein no mais das vezes não sou eu mesmo, mas a-gente-ela-mesma. O ser-si-mesmo próprio é determinado como uma modificação existencial de a-gente, que deve ser delimitada como existenciária [6]. Que há nessa modificação e quais as condições onto-lógicas de sua possibilidade?

Perdido em a-gente já fica cada vez decidido o imediato poder-ser factual do Dasein — as tarefas, as regras, as unidades de medida, a urgência e a amplitude do ser-no-mundo ocupado e preocupado-com-o-outro. A-gente [735] apropriando-se dessas possibilidades-de-ser já as retirou sempre das mãos do Dasein. A-gente encobre mesmo a dispensa que ele em sigilo efetuou da escolha expressa dessas possibilidades. Permanece indeterminado quem “propriamente” escolhe. Esse ser arrastado sem escolha de ninguém pelo qual o Dasein se enreda na impropriedade só pode ser revertido se por si mesmo a partir da perda em a-gente o Dasein voltar a buscar-se a si mesmo. Retorno que, no entanto, deve ter o modo-de-ser cuja omissão fez que o Dasein se perdesse na impropriedade. A busca-de-si que retrocede a partir de a-gente, isto é, a modificação existencial de a-gente-ela-mesma para o ser-si-mesmo próprio, deve ser levada a cabo como um ir em busca de uma escolha. Mas ir em busca de uma escolha significa escolher essa escolha, decidir-se por um poder-ser a partir do próprio si-mesmo. No escolher a escolha, o Dasein se possibilita pela primeira vez o seu poder-ser próprio [7].

Mas por se haver perdido em a-gente, o Dasein tem de antes se achar. Para em geral se achar ele deve ser “mostrado” em si mesmo em sua possível propriedade. O Dasein exige a atestação de um poder-ser si-mesmo que ele, segundo a possibilidade, já é cada vez.

Aquilo que na interpretação subsequente se toma como tal atestação é a interpretação que o Dasein dá de si cotidianamente e que é conhecida como voz da consciência [8]. Que o “fato” da consciência suscita controvérsia, que sua função de instância para a existência do Dasein seja avaliada em termos diversos e que “o que ela diz” seja interpretado de muitas maneiras somente podería levar ao erro de subestimar esse fenômeno se a “dubitabilidade” desse jactum ou de sua interpretação não provasse precisamente que há aqui um [737] fenômeno originário do Dasein. A análise que segue põe a consciência no ter-prévio temático de uma pura investigação existenciária [9] com intenção ontológico-fundamental. (p. 735 e 737)

Rivera

Se busca en el Dasein un poder-ser propio que sea atestiguado en su posibilidad existentiva por el Dasein mismo. Por lo pronto, este testimonio debe ser tal, que pueda ser encontrado [10]. Si el testimonio debe hacer que el Dasein se comprenda a sí mismo en su posible existencia propia, entonces deberá tener sus raíces en el ser del Dasein. La exhibición fenomenológica de semejante testimonio implica, pues, mostrar que su origen se encuentra en la constitución de ser del Dasein.

La atestiguación debe hacer comprender un modo propio de poder-ser-sí-mismo. Con la expresión “sí-mismo” [ “Selbst ”] hemos respondido a la pregunta por el quién del Dasein [11]. La mismidad [Selbstheit] del Dasein fue determinada formalmente como una manera de existir, es decir, no como un ente que está-ahí. Ordinariamente no soy yo mismo, sino el uno-mismo, el quién del Dasein. El ser-sí-mismo propio se determina como una modificación existentiva del uno, modificación que es necesario delimitar existencialmente [12]. ¿En qué consiste esta modificación y cuáles son las condiciones ontológicas de su posibilidad?

Con la pérdida en el uno ya se ha decidido siempre el inmediato poder-ser [GA2   268] fáctico del Dasein: sus tareas, sus reglas, sus patrones de medida, la urgencia y el alcance de su ocupado y solícito estar-en-el-mundo. El uno ya ha sustraído siempre al Dasein la toma entre manos de estas posibilidades de ser. Más aun, el uno esconde el relevo, tácitamente por él realizado, de la elección explícita de estas posibilidades. Queda indeterminado quién es el que “propiamente” elige. Este ser arrastrado sin elección por el Nadie, mediante el cual el Dasein se enreda en la [287] impropiedad, sólo puede revertirse si el Dasein se recupera explícitamente de la pérdida en el uno, retornando a sí mismo. Este traerse de vuelta deberá tener empero aquel modo de ser cuya omisión había hecho que el Dasein se perdiera en la impropiedad. El traerse de vuelta desde el uno, es decir, la modificación existentiva del uno-mismo que lo convierte en un ser-sí-mismo propio, deberá llevarse a cabo como una reparación de la falta de elección. Pero, reparar la falta de elección significa hacer esa elección, decidirse por un poder-ser desde el propio sí-mismo. Al hacer la elección, el Dasein se posibilita a sí mismo por primera vez su poder-ser propio [13].

Pero, como está perdido en el uno, primero debe encontrarse. Y para poder de algún modo encontrarse, debe ser “mostrado” a sí mismo en su posible propiedad. El Dasein necesita del testimonio de un poder-ser-sí-mismo, que él ya es siempre como posibilidad.

En la interpretación siguiente tomaremos como un testimonio que responde a estas exigencias lo que la autointerpretación cotidiana del Dasein conoce como la voz de la conciencia [14]. Que el “hecho” de la conciencia sea cuestionado, que su función como instancia para la existencia del Dasein sea apreciada en formas diferentes, y que “lo que ella dice” sea interpretado de diferentes maneras, sólo debiera conducimos al abandono de este fenómeno, si la “dubitabilidad” de este factum o de su interpretación, no probara precisamente que aquí estamos frente a un fenómeno originario del Dasein. El siguiente análisis pone a la conciencia en el haber previo temático de una investigación [15] puramente existencial que apunta hacia una ontología fundamental.

Martineau

Est recherché un pouvoir-être authentique du Dasein, qui soit attesté par celui-ci même en sa possibilité existentielle. Préalablement, il faut donc que cette attestation même se laisse découvrir. Si elle doit « donner à comprendre » le Dasein à lui-même dans son existence authentique possible, c’est dans l’être du Dasein qu’elle aura sa racine. Par suite, la mise en lumière phénoménologique d’une telle attestation inclut en soi la mise en évidence de son origine à partir de la constitution d’être du Dasein.

L’attestation doit donner à comprendre un pouvoir-être-Soi-même authentique. L’expression « Soi-même » nous a permis de répondre à la question du qui du Dasein [Cf. supra, §25, p. [114] sq.]]. L’ipséité du Dasein a été formellement déterminée comme une guise d’exister, et non pas, par conséquent, comme un étant sous-la-main. Le qui du Dasein, la plupart du temps je ne le suis pas moi-même, c’est le On-même qui l’est. L’être-Soi-même authentique se détermine comme une modification existentielle du On qu’il convient de délimiter existentialement [16]. Qu’implique cette modification, et quelles en sont les conditions ontologiques de possibilité ?

[268] Avec la perte dans le On, il est toujours déjà décidé du pouvoir-être factice prochain du Dasein, autrement dit des tâches, des règles, des critères, de la profondeur et de l’étendue de l’être-au-monde dans sa préoccupation et sa sollicitude. Le On a toujours déjà soustrait au Dasein la saisie de ces possibilités d’être. Davantage, le On soustrait au regard [du Dasein] cette soustraction même, silencieusement opérée par lui, de tout choix exprès de ces possibilités. Qui « à proprement parler » choisit, c’est ce qui demeure indéterminé. Cette privation de choix, cet entraînement par « personne », où le Dasein s’empêtre dans l’inauthenticité, ne peut être inversé qu’à la condition que le Dasein se ramène proprement de sa perte dans le On vers lui-même. Néanmoins, cette reprise doit nécessairement avoir le mode d’être par l’omission duquel le Dasein se perdait dans l’inauthenticité. La reprise de soi hors du On, autrement dit la modification existentielle du On-même en être-Soi-même authentique doit nécessairement s’accomplir comme re-saisie d’un choix. Mais ressaisir un choix signifie choisir ce choix, se décider pour un pouvoir-être puisé dans le Soi-même le plus propre. C’est dans le choix du choix que le Dasein se rend pour la première fois possible son pouvoir-être authentique.

Mais comme il est perdu dans le On, il lui faut tout d’abord se trouver. Pour se trouver en général, il doit être nécessairement « montré » à lui-même dans son authenticité possible. Le Dasein a besoin de l’attestation d’un pouvoir-être-Soi-même que, quant à la possibilité, il est déjà à chaque fois.

Ce que nous allons invoquer dans l’interprétation suivante au titre d’une telle attestation est bien connu de l’auto-explicitation quotidienne du Dasein comme voix de la conscience [(a) Les considérations qui précédent et qui suivent ont été communiquées sous forme de thèses à l’occasion d’une conférence prononcée à Marboug, en juillet 1924, sous le titre Le concept de temps. [Cette conférence a été traduite en français par M. Haar   et M.B. de Launay, dans le collectif Martin Heidegger, Cahiers de l’Herne, 1983. (N.d.T.).]]]. Que le « fait » de la conscience soit controversé, que sa fonction d’instance pour l’existence du Dasein soit diversement appréciée et ce qu’« elle dit » multiplement interprété, ce sont là des circonstances qui n’autoriseraient à sacrifier ce phénomène que si le caractère « douteux » du fait en question - ou de son interprétation - ne prouvait pas justement que l’on a ici affaire à un phénomène originaire du Dasein. L’analyse qui suit se propose de faire entrer la conscience dans la pré-acquisition d’une recherche purement existentiale, guidée par une intention fondamental-ontologique.

Vezin

Ce qui est recherché, c’est un pouvoir-être propre du Dasein qui soit attesté en sa possibilité existentielle par celui-ci même. Auparavant, cette attestation doit se laisser elle-même trouver [17]. Si elle doit « donner à entendre » au Dasein le pouvoir-être en question dans sa propre existence possible, elle s’enracinera dans l’être du Dasein. Mettre phénoménologiquement en évidence une telle attestation, c’est donc faire aussi voir qu’elle tire son origine de la constitution d’être du Dasein.

L’attestation doit donner à entendre un propre pouvoir-être-soi-même. « Soi-même » est l’expression par laquelle nous avions répondu à la question qui en ce qui concerne le Dasein [18]. L’être-soi-même du Dasein ayant été formellement déterminé comme une manière d’exister, il ne s’agit donc pas d’un étant là-devant. Le qui du Dasein, je ne le suis la plupart du temps pas moi-même; au contraire je suis le nous-on. L’être-soi-même propre se détermine comme une modification existentielle du on qu’il s’agit de cerner existentialement [19]. Qu’y a-t-il dans cette modification et quelles sont les conditions ontologiques de sa possibilité?

Avec la perte dans le on, il est chaque fois déjà décidé quant au (GA2   268) pouvoir-être factif immédiat du Dasein - quant aux tâches, aux [323] règles, aux mesures, à l’urgence et au rayon d’action de l’être-au-monde que préoccupation et souci mutuel accaparent. Le on a toujours déjà dessaisi le Dasein de la prise en main de ces possibilités d’être. Le on dissimule même comment il dispense sans piper mot de faire délibérément choix de ces possibilités. Qui « au juste » choisit, c’est ce qui reste indéterminé. Emporté par personne, le Dasein sans l’avoir choisi s’enferre ainsi dans l’impropriété et n’a d’autre moyen d’en sortir que d’aller tout exprès se reprendre, s’extraire de la perte dans le on afin de revenir à lui-même. Cette reprise en main doit toutefois revêtir ce genre d’être par la négligence duquel le Dasein s’était perdu dans l’impropriété. Se reprendre, secouer le joug du on, c’est-à-dire accomplir la modification existentielle pour passer du nous-on jusqu’à l’être proprement soi-même, c’est admettre la nécessité de remonter jusqu’à un choix qui avait été escamoté. Or remonter à ce choix, cela signifie faire ce choix, se décider depuis le fond du soi-même propre pour un pouvoir-être. En effectuant le choix, le Dasein se rend avant tout possible son pouvoir-être propre [20].

Mais puisqu’il est perdu dans le on, il lui faut d’abord se trouver. Pour qu’il se trouve enfin, il faut qu’il se voie « montré » à lui-même dans sa possible propriété. Le Dasein a besoin de se voir attester un pouvoir-être-soi-même que, de par la possibilité, il est chaque fois déjà.

Ce dans quoi l’interprétation suivante prétend reconnaître une telle attestation est connu de l’auto-explicitation quotidienne du Dasein comme voix de la conscience morale [21]. Que le « fait » de la conscience morale prête à controverse, que sa fonction d’instance pour l’existence du Dasein soit diversement appréciée et que « ce qu’elle dit » donne lieu à des explicitations multiples, autant de raisons ne pouvant qu’inciter à renoncer à ce phénomène, si l’« ambiguïté » de ce factum ou celle de son explicitation ne prouvait justement que c’est là un phénomène original du Dasein. L’analyse suivante prend la conscience morale pour thème, en y voyant un acquis préalable d’une recherche [22] purement existentiale dont l’intention reste l’ontologie fondamentale. (p. 323-324)

Macquarrie & Robinson

What we are seeking is an authentic potentiality-for-Being of Dasein, which will be attested in its existentiell possibility by Dasein itself. But this very attestation must first be such that we can find it. If in this attestation, Dasein itself, as something for which authentic existence is possible, is to be ‘given’ to Dasein ‘to understand’, [23] this attestation will have its roots in Dasein’s Being. So in exhibiting it phenomenologically, we include a demonstration that in Dasein’s state of Being it has its source.

In this attestation an authentic potentiality-for-Being-one’s-Self is to be given us to understand. The question of the “who” of Dasein has been answered with the expression ‘Self’. Dasein’s Selfhood has been defined formally as a way of existing, and therefore not as an entity present-at-hand. For the most part I myself am not the “who” of Dasein; the they-self is its “who”. Authentic Being-one’s-Self takes the definite form of an existentiell modification of the “they”; and this modification must be defined existentially. What does this modification imply, and what are the ontological conditions for its possibility?

[GA2   268] With Dasein’s lostness in the “they”, that factical potentiality-for-Being which is closest to it (the tasks, rules, and standards, the urgency and extent, of concernful and solicitous Being-in-the-world) has already been decided upon. The “they” has always kept Dasein from taking hold of these possibilities of Being. The “they” even hides the manner in which it has tacitly relieved Dasein of the burden of explicitly choosing these possibilities. It remains indefinite who has ‘really’ done the choosing. So Dasein make no choices, gets carried along by the nobody, and thus ensnares itself in inauthenticity. This process can be reversed only if Dasein specifically brings itself back to itself from its lostness in the “they”. But this bringing-back must have that kind of Being by the neglect of which [313] Dasein has lost itself in inauthenticity. When Dasein thus brings itself back [Das Sichzuriickholen] from the “they”, the they-self is modified in an existentiell manner so that it becomes authentic Being-one’s-Self. This must be accomplished by making up for not choosing [Nachholen einer Wahl]. But “making up” for not choosing signifies choosing to make this choice — deciding for a potentiality-for-Being, and making this decision from one’s own Self. In choosing to make this choice, Dasein makes possible, first and foremost, its authentic potentiality-for-Being.

But because Dasein is lost in the “they”, it must first find itself. In order to find itself at all, it must be ‘shown’ to itself in its possible authenticity. In terms of its possibility, Dasein is already a potentiality-for-Being-its-Self, but it needs to have this potentiality attested.

In the following Interpretation we shall claim that this potentiality is attested by that which, in Dasein’s everyday interpretation of itself, is familiar to us as the “voice of conscience" [Stimme des Gewissens]. That the very ‘fact’ of conscience has been disputed, that its function as a higher court for Dasein’s existence has been variously assessed, and that ‘what conscience says’ has been interpreted in manifold ways — all this might only mislead us into dismissing this phenomenon if the very ‘doubtfulness’ of this Fact — or of the way in which it has been interpreted — did not prove that here & primordial phenomenon of Dasein lies before us. In the following analysis conscience will be taken as something which we have in advance theoretically, and it will be investigated in a purely existential mannner, with fundamental ontology as our aim. (p. 312-313)

Original

Gesucht ist ein eigentliches Seinkönnen des Daseins, das von diesem selbst in seiner existenziellen Möglichkeit bezeugt wird. Zuvor muß diese Bezeugung selbst sich finden lassen. Sie wird, wenn sie dem Dasein es selbst in seiner möglichen eigentlichen Existenz »zu verstehen geben« soll, im Sein des Daseins ihre Wurzel haben. Der phänomenologische Aufweis einer solchen Bezeugung schließt daher den Nachweis ihres Ursprungs aus der Seinsverfassung des Daseins in sich.

Die Bezeugung soll ein eigentliches Selbstseinkönnen zu verstehen geben. Mit dem Ausdruck »Selbst« antworteten wir auf die Frage nach dem Wer des Daseins [24]. Die Selbstheit des Daseins wurde formal bestimmt als eine Weise zu existieren, das heißt nicht als ein vorhandenes Seiendes. Das Wer des Daseins bin zumeist nicht ich selbst, sondern das Man-selbst. Das eigentliche Selbstsein bestimmt sich als eine existenzielle Modifikation des Man, die existenzial zu umgrenzen ist [25]. Was liegt in dieser Modifikation, und welches sind die ontologischen Bedingungen ihrer Möglichkeit?

[268] Mit der Verlorenheit in das Man ist über das nächste faktische Seinkönnen des Daseins — die Aufgaben, Regeln, Maßstäbe, die Dringlichkeit und Reichweite des besorgend-fürsorgenden In-der-Weltseins — je schon entschieden. Das Ergreifen dieser Seinsmöglichkeiten hat das Man dem Dasein immer schon abgenommen. Das Man verbirgt sogar die von ihm vollzogene stillschweigende Entlastung von der ausdrücklichen Wahl dieser Möglichkeiten. Es bleibt unbestimmt, wer »eigentlich« wählt. Dieses wahllose Mitgenommenwerden von Niemand, wodurch sich das Dasein in die Uneigentlichkeit verstrickt, kann nur dergestalt rückgängig gemacht werden, daß sich das Dasein eigens aus der Verlorenheit in das Man zurückholt zu ihm selbst. Dieses Zurückholen muß jedoch die Seinsart haben, durch deren Versäumnis das Dasein in die Uneigentlichkeit sich verlor. Das Sichzurückholen aus dem Man, das heißt die existenzielle Modifikation des Man-selbst zum eigentlichen Selbstsein muß sich als Nachholen einer Wahl vollziehen. Nachholen der Wahl bedeutet aber Wählen dieser Wahl, Sichentscheiden für ein Seinkönnen aus dem eigenen Selbst. Im Wählen der Wahl ermöglicht sich das Dasein allererst sein eigentliches Seinkönnen.

Weil es aber in das Man verloren ist, muß es sich zuvor finden. Um sich überhaupt zu finden, muß es ihm selbst in seiner möglichen Eigentlichkeit »gezeigt« werden. Das Dasein bedarf der Bezeugung eines Selbstseinkönnens, das es der Möglichkeit nach je schon ist.

Was in der folgenden Interpretation als solche Bezeugung in Anspruch genommen wird, ist der alltäglichen Selbstauslegung des Daseins bekannt als Stimme des Gewissens1. Daß die »Tatsache« des Gewissens umstritten, seine Instanzfunktion für die Existenz des Daseins verschieden eingeschätzt und das, »was es sagt«, mannigfaltig ausgelegt wird, dürfte nur dann zu einer Preisgabe dieses Phänomens verleiten, wenn die »Zweifelhaftigkeit« dieses Faktums bzw. die seiner Auslegung nicht gerade bewiese, daß hier ein ursprüngliches Phänomen des Daseins vorliegt. Die folgende Analyse stellt das Gewissen in die thematische Vorhabe einer rein existenzialen Untersuchung mit fundamentalontologischer Absicht. (p. 267-268)


Ver online : SELBSTSEINKÖNNEN


[1Cf. § 25, p. 170s.

[2Cf. § 27, p. 183s, e, em especial, p. 188.

[3As considerações presentes e as que haverão de seguir foram apresentadas, sob forma de tese, por ocasião de uma conferência pública em Marburgo (julho 1924) sobre o conceito de tempo em determinados limites e conceituou numa “teoria” da consciência.

[4(a) 1) o atestador como tal, 2) o que é nele atestado.

[5Cf. § 25, pp. 153 ss.

[6Cf. § 27, pp. 168 ss., em especial p. 173.

[7(a) O acontecer-do-ser — filosofia, liberdade.

[8As considerações que precedem e que se seguem foram dadas a conhecer, em forma de teses, por ocasião de uma conferência pública sobre o conceito de tempo pronunciada em Marburgo, em julho de 1924.

[9(b) Isto agora mais radicalmente a partir da essência do filosofar.

[10(a) 1. lo atestiguante en cuanto tal; 2. lo atestiguado en él.

[11Cf. § 25, p. 140 ss.

[12Cf. § 27, p. 150 ss., especialmente p. 154.

[13(a) Acontecer del ser - filosofía, libertad.

[14Las consideraciones que anteceden y las que siguen fueron dadas a conocer en forma de tesis con ocasión de una conferencia pública sobre el concepto de tiempo leída en Marburg (Julio de 1924).

[15(b) Esto ahora más radicalmente desde la esencia del filosofar.

[16Cf. supra, §27, p. [126] sq., notamment p. [130].

[17(a) 1) Ce qui atteste comme tel. 2) Ce qui est attesté en lui.

[18Cf. § 25, p. 114 sqq.

[19Cf. § 27, p. 126 sqq., particulièrement p. 130.

[20(a) Aventuration de l’être - philosophie, liberté.

[21Les considérations précédentes et celles qui vont suivre ont fait l’objet d’une communication sous forme de thèses à l’occasion d’une conférence publique donnée à Marbourg (juillet 1924) sur le concept de temps.

[22(b) Cette fois de façon plus radicale en partant de l’essence du philosopher.

[23‘. . . wenn sie dem Dasein es selbst in seiner möglichen eigentlichen Existenz “zu verstehen geben” . . .’

[24Vgl. § 25, S. 114 ff.

[25Vgl. § 27, S. 126 ff., bes. S. 130.