A redução transcendental coloca entre parênteses a realidade em sua existência exterior reproduzindo-a nos polos (vividos) da consciência, noesis e noema (sujeito e objeto), vivendo-a numa espécie de universalidade e não na sua existência concreta.
Então, a palavra Lebenswelt ligava-se de alguma maneira com a questão da existência. Como a questão da existência, em Husserl, era menosprezada e como era necessário excluir a fé na existência ao praticar a redução fenomenológica, evidentemente (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Ernildo Stein (2012:30-33) – Lebenswelt e ser-no-mundo
5 de fevereiro, por Cardoso de Castro -
Ernildo Stein (2012:27-29) – Lebenswelt e unidade da experiência
5 de fevereiro, por Cardoso de CastroPor um lado, ao ouvirmos o termo Lebenswelt e, de outro, ao pensarmos no rigor com que Husserl procedia em sua Filosofia poderíamos concluir que este termo origina um certo mal-estar. Este mal-estar, entretanto, é mais de Husserl do que nosso, porque nós já estamos com muitos elementos novos no caminho, enquanto que, em Husserl, era a tentativa de denominar algo que certamente não era determinado, não era definido, não era circunscrito. O mundo da vida se apresentava como indefinido, mas, ao (…)
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Trawny (2015) – errância
2 de fevereiro, por Cardoso de Castrodestaque
Aqui temos de estar atentos, bem como de exercer o nosso discernimento. Porque quando um filósofo começa a misturar o que aparentemente se opõe à verdade, isto é, a mentira, com a verdade, a perverter uma na outra, então o sofista não está longe. Será possível que Heidegger seja o sofista da modernidade? Quem poderia negar que esta questão é sugerida precisamente pela publicação das Schwarze Hefte? Heidegger liberta nelas a sua ira. Surge um pensador que lança os seus raios sobre (…) -
Fuchs (2018:35-39) – uma concepção corporificada e ecológica das emoções
2 de fevereiro, por Cardoso de CastroAgora reunimos os componentes necessários, que eu gostaria de integrar a um modelo corporificado e ecológico das emoções:
1. Emoções se mostram como formas específicas de um estar corporalmente dirigido de um sujeito para qualidades e valências afetivas de uma dada situação. Elas abarcam sujeito e situação e não têm como ser localizadas na pessoa, nem em sua psyche nem em seu cérebro. Ao contrário, o sujeito sentimentalmente afetado se acha engajado em um mundo circundante, que apresenta (…) -
Učník (2016:35-37) – o aparecimento e isso que aparece
1º de fevereiro, por Cardoso de Castrodestaque
Assim, quando refletimos sobre o fenômeno puro, apercebemo-nos de que as cogitationes não são puro dado, como assumimos no início, mas já "escondem todo o tipo de transcendências" (IP, 67). Husserl apercebe-se de que "o aparecimento e o que aparece se sobrepõem um ao outro" (67; itálico no original). Temos tendência para nos concentrarmos na coisa, esquecendo que nenhuma coisa nos é dada de uma só vez e na sua totalidade. Como já foi referido, a coisa que experimentamos não é algo (…) -
Krell (1991:83-85) – Lumen Naturale
30 de janeiro, por Cardoso de Castrodetalhe
[…] Heidegger está bem ciente do peso da tradição, que, como Karl Marx diz da história em geral, oprime o cérebro dos vivos como um pesadelo. E é quase como se Heidegger pudesse ouvir as declarações de futuros comentadores que não achariam nada mais natural do que identificar o Dasein com o sujeito e o mundo com o objeto. A análise temática do "ser-em" é para despertar o leitor de tal pesadelo, no qual todo o projeto de Ser e Tempo se afundaria. Heidegger não tem ilusões sobre a (…) -
Učník (2016:C4) – o movimento da existência humana
26 de janeiro, por Cardoso de Castrodestaque
Patočka aceita a crítica de Heidegger à redução dos seres humanos a coisas que estão objetivamente presentes no mundo. A existência humana não é sustentada por uma substância imutável que persiste através das mudanças nas nossas vidas; ela constitui-se através das oportunidades que encontramos, das possibilidades que actualizamos ou negligenciamos, dos projectos que empreendemos. Patočka alarga as análises de Heidegger, complementando-as com uma ideia aristotélica modificada de (…) -
Učník (2016:C4) – ente situacional
26 de janeiro, por Cardoso de Castrodestaque
[Patočka] está interessado no que significa ser humano. Ele rejeita a leitura de Heidegger da história do Ser. Como Patočka salienta, Heidegger oblitera, na história do Ser (Seinsgeschichte), qualquer consideração de humanos situacional e historicamente responsáveis por sua atuação no mundo. Assim, Patočka radicaliza a estrutura de existência de Heidegger. Afirma que não podemos planejar ou organizar as possibilidades que se abrem para nós, porque essas possibilidades não estão (…) -
Arendt (LM): mal
25 de janeiroDe fato, minha preocupação com as atividades espirituais tem origem em duas fontes bastante distintas. O impulso imediato derivou de eu ter assistido ao julgamento de Eichmann em Jerusalém. Em meu relato, [Eichmann in Jerusalem, Nova York, 1963.] mencionei a “banalidade do MAL”. Por trás desta expressão não procurei sustentar nenhuma tese ou doutrina, muito embora estivesse vagamente consciente de que ela se opunha à nossa tradição de pensamento — literário, teológico ou filosófico — sobre o (…)
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Arendt (LM): visão
25 de janeiroNossas atividades espirituais, ao contrário, são concebidas em palavras antes mesmo de ser comunicadas, mas a fala é própria para ser ouvida e as palavras são próprias para ser compreendidas por outros que também têm a habilidade de falar, assim como uma criatura dotada do sentido da VISÃO é própria para ver e ser vista. É inconcebível pensamento sem discurso, “pensamento e discurso antecipam um ao outro. Continuamente um toma o lugar do outro” [Merleau-Ponty, Signs, introdução, p. 17]; (…)