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Um dos principais objetivos da discussão de Merleau-Ponty sobre a liberdade é colocar esta questão da praxis e da relação da filosofia com a praxis. Vamos esboçar o seu argumento sobre a liberdade:
(1) Em primeiro lugar, pode argumentar-se que o sujeito não é uma coisa; logo, não é determinado por uma causalidade objetiva: "Para alguém ser determinado por algo do exterior, teria de ser ele próprio uma coisa" (Phénoménologie da la Perception, p. 496). Mas se não pode haver (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Sallis (2019:164-167) – discussão de Merleau-Ponty sobre a liberdade
15 de fevereiro, por Cardoso de Castro -
Merleau-Ponty (1945/2006:496-499) – não há causalidade entre sujeito e corpo, mundo, sociedade
15 de fevereiro, por Cardoso de CastroRibeiro de Moura
Mais uma vez, é evidente que não é concebível nenhuma relação de causalidade entre o sujeito e seu corpo, seu mundo ou sua sociedade. Sob pena de perder o fundamento de todas as minhas certezas, não posso pôr em dúvida aquilo que minha presença a mim mesmo me ensina. Ora, no momento em que me dirijo a mim mesmo para me descrever, entrevejo um fluxo anônimo, um projeto global em que ainda não existem “estados de consciência” nem, com mais razão ainda, qualificações de (…) -
Krell (1991:174-176) – amor e morte
13 de fevereiro, por Cardoso de Castrodestaque
Segundo Aristóteles, homens e mulheres partilham o destino de habitar no cosmos inferior, abaixo do círculo da lua, sob a eclítica do sol. Por isso estão sujeitos a períodos de fertilidade e de frigidez, de genesis e de phthora, os arrebatamentos do tempo finito. Considerados como indivíduos, homens e mulheres não duram para sempre. Só quando são vistos como um "genus" que "gera" uma semelhança de si próprio é que o homem e a mulher participam na perenidade. O fato de serem (…) -
Ferreira da Silva (2009:51-53) – Diagnosis
12 de fevereiro, por Cardoso de CastroA ciência sempre se revestiu de uma serena atmosfera de insenção e de imparcialidade relativamente ao objeto de seu estudo. Dizia ela não pretender mais do que auscultar a linguagem forte e sincera das coisas, captando a sua confissão mais íntima. Apesar dessas demonstrações de equilíbrio e de objetividade, há muito tempo que a reflexão filosófica sobre os fundamentos da ciência revelou quão falsa é essa sua pretensão e quanto de imposição, escolha e elaboração existe no método da ciência. A (…)
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Vallega-Neu (2005:83-85) – a questão do corpo
12 de fevereiro, por Cardoso de Castrodestaque
Uma das razões pelas quais a questão do corpo é tão difícil para Heidegger reside certamente na nossa tendência para ver o corpo como um objeto, uma coisa, uma coisa viva, certamente, que se distingue das plantas e dos animais na medida em que tem uma mente. Apresentamos (vorstellen) o corpo à nossa mente como uma entidade, e o pensamento presentacional é exatamente o que, segundo Heidegger, tem impedido a filosofia ocidental de colocar a questão mais fundamental do próprio ser. (…) -
Carol White (2005) – totalidade do Dasein
11 de fevereiro, por Cardoso de Castrodestaque
O que precisamos de compreender não é a "totalidade" do Dasein como uma "soma" de partes que queremos que sejam "dadas" à nossa perspectiva analítica, nem mesmo se as "partes" forem as várias estruturas existenciais do Dasein sendo. A completude do Dasein não é uma questão de ter uma teoria completa dele. É a possibilidade de o próprio Dasein ser "completo" ou "inteiro", isto é, da capacidade do Dasein de ser como entidade que "existe" ao tomar uma posição em relação ao ser. (…) -
Pizzolante (2008:46-49) – modos próprio e impróprio
9 de fevereiro, por Cardoso de CastroComo abertura ao ser, o homem abre-se para relacionar-se com os outros, e abre-se da mesma forma para relacionar-se consigo, podendo igualmente modificar-se a partir dessa relação própria. O homem pode relacionar-se consigo mesmo de duas formas distintas: própria ou impropriamente. [46] De modo próprio ou autêntico, volta-se para o sentido de sua existência e de sua não existência, reconhece a possibilidade de não existir da mesma forma que reconhece possibilidades de existência. Assumir a (…)
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Sebbah (2001:24-25) – a intencionalidade
9 de fevereiro, por Cardoso de Castrodestaque
"A intencionalidade como tema capital da fenomenologia" é o título do §84 de Ideen I, do qual nos limitaremos a recordar as seguintes passagens: "A intencionalidade é o que caracteriza a consciência no sentido forte (…)" (p. 168); "Por intencionalidade entendemos a propriedade das vivências de ’estar consciente de algo’" (p. 168). (Citamos aqui a tradução de P. Ricoeur, Gallimard, 1950).
Nas Meditações Cartesianas, Husserl coloca a questão da seguinte forma: "A palavra (…) -
Gabriel Marcel (1951:14-16) – o ego
9 de fevereiro, por Cardoso de Castrodestaque
Para continuar a nossa análise, observamos que este ego que temos diante de nós, considerado como um centro de magnetismo, não pode ser reduzido a certas partes que podem ser especificadas como "o meu corpo, as minhas mãos, o meu cérebro"; é uma presença global — uma presença que ganha glória com o magnífico bouquet que eu próprio colhi, que vos trouxe; e não sei se deveis admirar mais o gosto artístico de que ele é uma prova ou a generosidade que demonstrei ao dá-lo a vós, eu, (…) -
Lévinas (2010:38-41) – analítica do Dasein
9 de fevereiro, por Cardoso de Castrodestaque
[…] O Da do Dasein, que é simultaneamente uma questão e já uma compreensão do ser-verbo, é um fundamento sem fundo e foi elaborado na estrutura da preocupação [Sorge].
A existência humana (ou o Da-sein) pode ser descrita no seu Da (ser-no-mundo) por três estruturas: ser-antes-de-si (projeto), já-no-mundo (facticidade), ser-no-mundo como ser-para-além-de-si (com as coisas, com o que se encontra no mundo).
Esta é a estrutura da preocupação, na qual encontramos uma referência (…)