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Hatab (2000:C1) – Dasein é presentar em meio a futuro e a passado
domingo 27 de outubro de 2024
O clímax da análise de Heidegger é a correlação de ser com tempo, em oposição às estruturas estáveis e fixas da tradição, que sempre viram o tempo como problemático do ponto de vista ontológico. Com o ser-no-mundo organizado como cuidado e baseado na finitude do ser-para-a-morte, o significado do ser está, em última instância, associado à temporalidade. O Dasein e o ser em geral não podem mais ser compreendidos em termos estritamente positivos decorrentes da perspectiva vorhanden. Possibilidade, morte, cuidado e ser-jogado — que exibem uma confluência de presença e ausência, revelação e ocultação — devem ser compreendidos por meio da estrutura finita da temporalidade. Para Heidegger, o tempo não pode ser entendido como uma série de “pontos de agora” (vorhanden), em que o futuro e o passado, como agora-não-ainda e agora-não-mais, aparecem como modos de “não-ser” — o que dá origem aos vários enigmas sobre a realidade do tempo que têm ocupado os filósofos. Para Heidegger, o Dasein é um presentar em meio a futuro e a passado. Na experiência vivida, futuro e passado estão presentes na antecipação e na lembrança. O Dasein é estendido ekstaticamente para o futuro e o passado (respectivamente como possibilidade e ser-jogado). O Dasein existe em termos do ser-a-vir e do ser-sido; o presentar é um movimento fluido e em looping dessas dimensões temporais.
[HATAB , Lawrence. Ethics and Finitude: heideggerian contribution to moral philosophy. New York: Rowman ; Littlefield Publishers, 2000]
Ver online : Lawrence Hatab