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GA18:28-29 – a alma é οὐσία
segunda-feira 11 de novembro de 2024
2. Aἴτιον ἐνυπάρχον: “Aquilo que está aí simplesmente co-presente” em tal ser, na função do αἴτιον τοῦ εἶναι. [1] Um caráter ontológico [Seinscharakter] entendido dessa forma é o ψυχή. [2] Dizer que a alma [Seele] é οὐσία significa que ela é um caráter de ser que está aí em um ente entendido no sentido acima: a alma simplesmente está aí co-presente de tal forma que contribui para constituir o ser específico daquilo que chamamos de vivo. Ela é a causa, ela constitui o ser específico de um ser vivo [Lebenden], ou seja, de um ser no sentido de ’ser em um mundo’ [In-einer-Welt-Seins]. Os dois elementos fundamentais são o κρίνειν e o κινεῖν. [3] Um ser vivo não está simplesmente aí [vorhanden] (como acessível a qualquer um), mas, explicitamente, em seu estar simplesmente aí, além disso, ’aí’ ele está, ele pode ver, agir, mover-se. Os dois elementos desse οὐσία são o κρίνειν — o “destacar-se” de qualquer outra coisa, o orientar-se em um mundo — e o κινεῖν, o “mover-se dentro dele”, o “ter o que fazer nele”, o “andar e lidar com ele”. Ao lidar com a filosofia grega, é preciso, portanto, ser um pouco mais cauteloso com a famosa “substancialidade” da alma. Oὐσία significa um modo de ser, e se a alma é chamada de οὐσία, então isso indica um modo excelente de ser [Weise des Seins], ou seja, o ser dos vivos [Seins des Lebenden].
Ver online : Grundbegriffe der aristotelischen Philosophie [GA18]
[1] Met. Δ 8, 1017 b 15: αἴτιον τοῦ εἶναι, ἐνυπάρχον.
[2] Met. Δ 8, 1017 b 16.
[3] Aristotelis De anima libri III, recognovit G. Biehl. Editio altera curavit O. Apelt, in aedibus B.G. Teubneri, Lipsiae, 1911, Γ 2, 427 a 17 sg.: ἐπεὶ δὲ δύο διαϕοραῖς ὁρίζονται μάλιστα τὴν ψυχὴν, κινήσει τε τῇ κατὰ τόπον καὶ […] τῷ κρίνειν.