Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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GA65:277 – superar a estética

segunda-feira 11 de novembro de 2024

A questão da origem da obra de arte não tem como objetivo estabelecer uma definição atemporal da essência da obra de arte que possa, ao mesmo tempo, servir como fio condutor para uma explicação historiográfica retrospectiva da história da arte. A questão está intimamente ligada à tarefa de superar a estética e, ao mesmo tempo, uma certa concepção da entidade como aquilo que pode ser representado objetivamente. A superação da estética, por sua vez, resulta necessariamente do confronto histórico com a metafísica como tal. Ela contém a posição fundamental do Ocidente com relação à entidade e, portanto, também a base da essência tradicional da arte ocidental e de suas obras. A superação da metafísica significa o desbloqueio da primazia da questão da verdade do ser sobre qualquer explicação “ideal”, “causal”, “transcendental” e “dialética” do ser. A superação da metafísica não é, no entanto, um repúdio à filosofia que prevaleceu até agora, mas sim um salto para seu primeiro início sem querer restaurá-lo, um propósito que seria historiograficamente irrealista e historicamente impossível. No entanto, a meditação sobre o primeiro começo (motivada pela necessidade de se preparar para o outro começo) leva a uma distinção do pensamento inicial (grego), promovendo assim o mal-entendido de que, com esse retorno, deve-se aspirar a um tipo de “classicismo” na filosofia. Na verdade, porém, com a questão “repetitiva” e, portanto, mais originalmente imposta, o afastamento solitário do primeiro início se abre para tudo o que historicamente o sucede. Tanto mais que o outro começo está, em relação ao primeiro, em uma referência íntima e necessária, ainda que velada, que ao mesmo tempo encerra a total separação dos dois, de acordo com seu caráter original. Segue-se que precisamente onde o pensamento preparatório alcança mais facilmente o círculo da origem do outro começo, surge a impressão de que o primeiro começo é meramente uma renovação dele e que o outro é meramente uma interpretação historiograficamente melhor do primeiro.


Ver online : Beiträge zur Philosophie [GA65]