Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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Braver (2014:61) – curiosidade [Neugier]

domingo 6 de outubro de 2024

A curiosidade ( §36 ), a segunda faceta do “ser-caído”, contribui para o tradicional privilégio da observação desinteressada em detrimento da interação engajada. Em vez de seguir o que nos preocupa, nos afastamos de nossos interesses imediatos e apenas acompanhamos as perguntas perdidas que surgem em nossas cabeças e parecem ligeiramente interessantes. Pense em navegar na Internet. Pode-se começar com um objetivo definido e focado — precisa-se descobrir a resposta de uma pergunta para a aula, por exemplo — mas, à medida que faz a pesquisa, seu olhar se desvia para links ou imagens nas margens que acenam de forma sedutora. Eles não têm nada a ver com o que se está tentando descobrir ou, na verdade, com a sua vida. Como o último escândalo de celebridade realmente o afeta? Por que se deveria se interessar? Mas se clica apenas para olhar e, parafraseando Robert Frost, o clique leva ao clique até que se acorde duas horas depois, tendo vasculhado uma grande quantidade de roupa suja de outras pessoas ou apenas informações aleatórias, nenhuma das quais realmente importa e nenhuma das quais se manterá no momento em que se levantar do computador. A conversa fiada informa a curiosidade, pois estamos particularmente interessados no que todos estão falando nesta semana (SZ  :173).

[BRAVER  , Lee. Heidegger. Thinking of Being. London: Polity Press, 2014]


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