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Braver (2014:113-114) – Historicalidade
quinta-feira 8 de junho de 2017
destaque
[…] a morte "é apenas um dos fins com que se fecha a totalidade do Dasein. O outro ’fim’, no entanto, é o ’começo’, o ’nascimento’" (SZ :373). Se quisermos compreender o Dasein como um todo, precisamos compreender o Dasein tal como ele é entre os dois extremos, e não apenas do lado de um deles. Como sempre, dada a natureza aberta e extática do tempo, estes "fins" não estão depositados num futuro ou passado distante e separado, mas são vividos a cada momento. A nossa temporalidade não consiste no aparecimento e no desaparecimento de uma série de momentos-agora desconexos, como discutiremos em 2.VI, mas na mistura inextricável de todos os tempos a todo o momento. O presente não é um fragmento isolável e autossuficiente do tempo; é o ponto de encontro do futuro e do passado. Não é a sua fonte, mas o resultado das suas interações. O Dasein incorpora continuamente ambos os extremos na sua vida, estendendo-se entre eles, e é por isso que o tempo é extático (ou talvez o Dasein se estenda a si próprio porque o tempo é extático — prefiro a primeira hipótese, mas penso que Heidegger quer dizer a segunda, pelo menos aqui). Heidegger diz aqui que este esticar é historiar (SZ :375), o que me parece estranho. A historização parece-me como se devesse ser um elemento deste alongamento, aquele que é orientado para o passado, e não o seu todo.
original
Now, in Chapter V, Heidegger returns to the concern that opened Division 2: have we truly gotten Dasein as a whole in our sights? Death represents her ownmost potentiality which, because it cannot be outstripped, seemed to give us a way to capture all of Dasein: our lives necessarily take place before our death, making it a kind of outermost boundary of all of our possibilities. Examining existence in light of its ultimate possibility seemed to guarantee that we had all of it (SZ :309/264).
But now Heidegger questions this achievement. After all, death "is just one of the ends by which Dasein’s totality is closed round. The other ’end’, however, is the ’beginning’, the ’birth’" (425/373). If we want to grasp Dasein as a whole we need to get Dasein as she is between both ends, not just on this side of one. As always, given the ecstatic open nature of time these "ends" are not deposited in a distant separated future or past but are lived at every moment. Our temporality does not consist in the coming up and passing away of a series of disconnected now-moments, as we will discuss in 2.VI, but in the inextricable mixture of all the tenses all the time. The present is not an isolatable self-sufficient shard of time; it is the meeting place of the future and the past. It is not their source but the outcome of their interactions. Dasein continuously incorporates both ends into her life by stretching herself out between them, which is why time is ecstatic (or perhaps Dasein stretches itself because time is ecstatic – I prefer the former, but I think Heidegger means the latter, at least here). Heidegger says here that this stretching is historizing (427/375) which strikes me [114] as odd. Historizing seems to me as if it should be one element of this stretching, the one oriented towards the past, rather than the whole of it. (p. 113-114)
[BRAVER , Lee. Heidegger. Thinking of Being. London: Polity Press, 2014]
Ver online : Lee Braver