Do espírito é um título bem francês, exageradamente francês para fazer ouvir o geistige ou o geistliche do Geist. Mas justamente ouvir-se-á talvez melhor em alemão. Talvez, em todo o caso, sejamos mais corretamente sensíveis à sua germanidade se o deixarmos ressoar em uma língua estrangeira, para pô-lo à prova na tradução, ou antes, se pusermos à prova sua resistência à tradução, e se submetermos nossa língua à mesma prova.
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Há, primeiro, a necessidade de uma explicação essencial, a (…)
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Derrida / Jacques Derrida
JACQUES DERRIDA (1930-2004)
OBRA NA INTERNET: LIBRARY GENESIS
DERRIDA, Jacques. De l’esprit. Heidegger et la question. Paris: Galilée, 1987 / Do espírito : Heidegger e a questão. Tr. Constança Marcondes Cesar. Campinas: Papirus, 1990
DERRIDA, Jacques. A besta e o soberano (Seminário) : vol I (2001-2002). Tr. Marco Casanova . Rio de Janeiro: Via Verita, 2016
DERRIDA, Jacques. Séminaire La bête et le souverain II. Paris: Galilée, 2008.
Jacques Derrida. Le siècle et le pardon. Entretien publié dans Le Monde des Débats, Décembre 1999
Matérias
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Derrida (1987:32-36) – Geist
20 de junho de 2023, por Cardoso de Castro -
Derrida (2016:451-454) – logos
13 de fevereiro, por Cardoso de Castro[…] Heidegger que diz, eu lembro, em Introdução à metafísica, que não é senão tardiamente, depois do acontecimento (Geschehnis), depois da aparição consciente, ciente, sapiente (die wissende Erscheinung des Menschen als des geschichtlichen) do homem como homem historial, que não foi senão depois dessa acontecimentalidade historial, e, portanto, tardiamente, que se definiu (Heidegger coloca a palavra entre aspas: “definiert”) o homem por meio de um conceito (in einem Begriff) e que esse (…)
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Derrida (2016:454-456) – logos na tradição cristã
13 de fevereiro, por Cardoso de CastroMais interessante ainda para nós, nesse contexto, seria o modo como Heidegger, no mesmo movimento interpretativo — e a interpretação do logos também é uma espécie de exercício de [454] força ou de violência, de Gewalt —, [o modo como Heidegger] situa e interpreta o conceito cristão de logos no Novo Testamento, aquele mesmo que eu evoquei no começo quando citei o incipit do Evangelho de João, “En arche ên o logos. In Principium erat verbum [No começo era o verbo (logos) e o logos era Deus]”. (…)
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Derrida (1987:38-41) – indiferença [Indifferenz; Gleichgültigkeit]
15 de fevereiro, por Cardoso de CastroMarcondes Cesar
Cada vez que se encontra a palavra “espírito” nesse contexto e nessa série, dever-se-ia assim, segundo Heidegger, reconhecer aí a mesma indiferença: não só quanto à questão do ser em geral [28] mas quanto à do ente que somos, mais precisamente, quanto a esta Jemeinigkeit, este sempre-ser-meu do Dasein que não remete, de início, a um eu ou a um ego e que teria justificado uma primeira referência — pendente e finalmente negativa — a Descartes. O ser-meu faz do Dasein algo (…) -
Derrida (1999) – perdão
13 de março, por Cardoso de Castrodestaque
Por isso, arrisco-me a fazer esta proposta: sempre que o perdão serve um objetivo, por mais nobre e espiritual que seja (redenção, reconciliação, salvação), sempre que visa restabelecer a normalidade (social, nacional, política, psicológica) através do trabalho de luto, através de uma qualquer terapia ou ecologia da memória, então o "perdão" não é puro — e o seu conceito também não. O perdão não é, nem deve ser, normal, normativo ou normalizador. Deve permanecer excepcional e (…) -
Derrida (1999) – crismes contra a humanidade
13 de março, por Cardoso de Castrodestaque
Mesmo que palavras como "crime contra a humanidade" façam agora parte da linguagem quotidiana. Este acontecimento foi, ele próprio, produzido e autorizado por uma comunidade internacional numa data específica e de acordo com um padrão específico da sua história. Uma história que se entrelaça, mas não se confunde, com a história de uma reafirmação dos direitos humanos, de uma nova Declaração dos Direitos do Homem. Esta espécie de mutação estruturou o espaço teatral em que se (…) -
Derrida (2008:340-343) – logos
12 de março, por Cardoso de Castrodestaque
No § que se segue [em GA29-30] à confissão sem confissão, e ao compromisso de se afastar da Täuschung a propósito da Täuschung em Sein und Zeit, Heidegger sublinhará sucessivamente, colocando-as em itálico, as palavras "Möglichkeit" (possibilidade) e "Vermögen" (poder, faculdade, etc.). A raiz comum, Mögen, de que já falamos longamente, autoriza esta transição, mesmo que seja grave. A essência do logos, recorda-nos Heidegger, reside no facto de nele residir a possibilidade (…)
Notas
- Derrida (1987:41-42) – Gemüt
- Derrida (2005:120) – A honra da razão — será isso razão?
- Derrida (2008:147-148) – A Lei e o Crime são próprios do homem
- Derrida (2008:154-155) – O “irreconhecível” é o começo da ética, da Lei, e não do humano
- Derrida (2008:174-175) – homem, sujeito do significante
- Derrida (2008:338) – Unheimlichkeit
- Derrida (2008:339-340) – o "poder" do homem e do animal
- Gadamer (VM2:384-385) – sentido do ser
- Husserl (1954:369-370) – horizonte e linguagem
- Ruin (2019:18-20) – lembrança do morto