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Identität und Differenz [GA11]

GA11:56-72 – A Diferença Ontológica

DIE ONTO-THEO-LOGISCHE VERFASSUNG DER METAPHYSIK

sexta-feira 26 de maio de 2023, por Cardoso de Castro

Trata-se aqui de discutir, primeiro, apenas como questão, aquela da essência onto-lógica da metafísica. Unicamente o próprio objeto pode apontar para o lugar o qual analisa a questão da constituição onto-teo-lógica da metafísica de tal maneira que procuremos pensar mais objetivamente o objeto do pensamento. Este foi legado ao pensamento ocidental sob o nome de, "ser". Se pensarmos este objeto um pouco mais objetivamente, se prestarmos atenção ao que é controvertido no objeto, então se mostra: ser significa sempre e em toda parte: ser do ente, locução em que deve ser pensado o genitivo como genitivus obiectivus.

Ernildo Stein

Para Hegel   o objeto do pensamento é o ser sob o ponto de vista do caráter de pensado do ente, no pensamento absoluto e enquanto tal. Para nós o objeto do pensamento é o mesmo, portanto o ser, mas o ser sob o ponto de vista de sua diferença com o ente. Expresso com mais rigor: para Hegel o objeto do pensamento é o pensamento absoluto como conceito absoluto. Para nós o objeto do pensamento, designado provisoriamente, é a diferença enquanto diferença.

[…]

Após esta rápida caracterização da diferença do pensamento de Hegel e do nosso, no que se refere ao objeto, no que se refere à medida e ao caráter de um diálogo com a história do pensamento, tentamos pôr em marcha, com um pouco mais de clareza, o diálogo iniciado com Hegel. Isto significa: ousamos uma experiência com o passo de volta. A expressão "passo de volta" suscita múltiplas interpretações falsas. "Passo de volta" não significa um passo isolado do pensamento, mas uma espécie de movimento do pensamento e um longo caminho. Na medida em que o passo de volta determina o caráter de nosso diálogo com a história do pensamento ocidental, o pensamento conduz, de certo modo, para fora do que até agora foi pensado na filosofia. O pensamento recua diante de seu objeto, o ser, e põe o que foi assim pensado num confronto, em que vemos o todo desta história, e, na verdade, sob o ponto de vista daquilo que constitui a fonte de todo este pensamento, enquanto lhe prepara, enfim, o âmbito de sua residência. Isto não é, à diferença com Hegel, um problema já transmitido e já formulado, mas aquilo que, em toda parte, através de toda esta história do pensamento, não foi questionado. Designamo-lo provisória e inevitavelmente na linguagem da tradição. Falamos da diferença entre o ser e o ente. O passo de volta vai do impensado, da diferença enquanto tal, para dentro do que deve ser pensado. Isto é o esquecimento da diferença. O esquecimento a ser aqui pensado é o velamento da diferença enquanto tal, pensado a partir da lethe   (ocultamento), velamento que por sua vez originariamente se subtrai. O esquecimento faz parte da diferença porque esta faz parte daquele. O esquecimento não surpreende a diferença, apenas posteriormente, em consequência de uma distração do pensamento humano.

A diferença de ente e ser é o âmbito no seio do qual a metafísica, o pensamento ocidental em sua totalidade essencial, pode ser aquilo que é. O passo de volta, portanto, se movimenta para fora da metafísica e para dentro da essência da metafísica. A observação sobre o emprego que Hegel faz parte da palavra-guia "ser", em sua pluralidade de sentidos, permite reconhecer que o discurso sobre ser e ente jamais se deixa fixar numa época da história reveladora de "ser". O discurso do "ser" também jamais compreende este nome no sentido de um gênero, sob cuja vazia universalidade se alinham, como casos individuais, as doutrinas do ente historicamente apresentadas. "Ser" fala sempre historialmente e, por isso, perpassado pela tradição.

[…]

Trata-se aqui de discutir, primeiro, apenas como questão, aquela da essência onto-lógica da metafísica. Unicamente o próprio objeto pode apontar para o lugar o qual analisa a questão da constituição onto-teo-lógica da metafísica de tal maneira que procuremos pensar mais objetivamente o objeto do pensamento. Este foi legado ao pensamento ocidental sob o nome de, "ser". Se pensarmos este objeto um pouco mais objetivamente, se prestarmos atenção ao que é controvertido no objeto, então se mostra: ser significa sempre e em toda parte: ser do ente, locução em que deve ser pensado o genitivo como genitivus obiectivus. Ente significa sempre e em toda parte: ente do ser, locução em que deve ser pensado o genitivo como genitivus subiectivus. Falamos, sem dúvida, com reserva de um genitivo, referindo-nos a objeto e sujeito; pois estas expressões sujeito e objeto já têm por sua vez origem em uma caracterização do ser. Claro está apenas que no ser do ente e no ente do ser se trata, cada vez, de uma diferença.

De acordo com isto, pensamos apenas então objetivamente o ser quando o pensamos na diferença com o ente e este na diferença com o ser. Assim a diferença se torna objeto de nossa análise, em sentido próprio. Se procurarmos representá-la, então logo nos descobrimos levados a conceber a diferença como relação que nossa representação acrescentou ao ser e ao ente. Com isto a diferença é rebaixada a uma distinção, a uma obra de nosso entendimento.

Aceitemos uma vez que a diferença é acréscimo de nossa representação, então surge a questão: um acréscimo destinado a quê? Responde-se: ao ente. Bem. Mas que quer dizer isto: "o ente"? Que outra coisa significa senão: tal coisa que é? Assim abrigamos o presumido acréscimo, a representação da diferença, junto ao ser. Mas "ser" mesmo diz: ser que é ente. Já encontramos sempre ente e ser em sua diferença lá para onde deveríamos levar a diferença como o suposto acréscimo. A situação aqui é idêntica à do conto da Lebre e do Ouriço de Grimm: "Já sempre estou aqui" (Ick bünn all hier). Poder-se-ia agora proceder de modo global com este singular estado de coisas que consiste no fato de que ente e ser já sempre são previamente encontrados a partir da diferença e no seio dela, e então esclarecê-la assim: nosso pensamento representativo é assim organizado e constituído que ele aplica, por assim dizer, antecipadamente, em toda parte, além do uso de seu intelecto e, contudo, dele emergindo, a diferença entre o ente e o ser. Deste esclarecimento, cristalino em sua aparência, mas também rapidamente feito, muita coisa poder-se-ia dizer e ainda mais questionar; antes de mais nada talvez isto: de onde surge o "entre" no qual a diferença deve, por assim dizer, ser inserida?

Deixamos de lado opiniões e esclarecimentos; em vez disso, fixemos nossa atenção no seguinte: em toda parte e sempre encontramos aquilo que é chamado diferença: no objeto do pensamento, no ente enquanto tal, e isto tão despojado de dúvidas, que primeiro nem tomamos conhecimento desta constatação, enquanto tal. Nada nos obriga também a fazer isto. Nosso pensamento está livre para deixar impensada a diferença ou para considerá-la propriamente enquanto tal. Mas esta liberdade não vigora para todos os casos. Imprevistamente pode dar-se o fato de que o pensamento se veja chamado a enfrentar a questão: o que, pois significa este tão falado "ser"? Mostra-se aqui imediatamente o ser como ser…, por conseguinte, no genitivo da diferença; então a questão anterior pode ser formulada mais objetivamente assim: que pensais da diferença, se tanto o ser como o ente, cada um a seu modo, tornam-se fenômenos emergindo da diferença? Para estarmos à altura desta pergunta, devemos primeiro colocar-nos num confronto objetivo com a diferença. Este confronto abre-se-nos se realizarmos o passo de volta. Pois somente através da distância por ele trazida se dá o próximo enquanto tal, a proximidade chega à sua primeira manifestação. Pelo passo de volta, liberamos o objeto do pensamento, o ser da diferença, para um confronto, que absolutamente pode permanecer inobjetivado.

Olhando ainda sempre a diferença e, contudo, liberando-a já pelo passo de volta para dentro do que deve ser pensado, podemos dizer: ser do ente quer dizer: ser que e o ente. O "é" fala aqui transitivamente, ultrapassando. O ser se manifesta como fenômeno ao modo de uma ultrapassagem para o ente. Contudo, o ser não passa para o outro lado, para junto do ente, deixando seu lugar, como se o ente pudesse, subsistindo primeiro sem o ser, ser apenas então abordado por ele. Ser ultrapassa (aquilo) para, sobrevêm desocultando (aquilo) que unicamente através de tal sobrevento advém como desvelamento a partir de si. Advento quer dizer: ocultar-se no desvelamento; portanto, demorar-se oculto no presente: ser ente.

Ser mostra-se como sobrevento desocultante. Ente enquanto tal aparece ao modo do advento que se oculta no desvelamento.

Ser no sentido do sobrevento desocultante e ente enquanto tal, no sentido do advento que se esconde, acontecem como fenômeno os enquanto são assim diferenciados a partir do mesmo, a partir da di-ferença. Somente esta dá e mantém separado o "entre" em que sobrevento e advento são conservados na unidade, em que são sustentados distintos e identificados. A diferença entre ser e ente é, enquanto diferença entre sobrevento e advento, a de-cisão desocultante-oculante de ambos. Na de-cisão impera a revelação do que se fecha e se vela; este imperar dá a separação e união de sobrevento e advento.

Enquanto procuramos considerar a diferença enquanto tal, não a conseguimos fazer desaparecer, mas a perseguimos na sua origem essencial. A caminho dela pensamos a de-cisão de sobre-vento e ad-vento. Isto é o objeto do pensamento pensado por um passo de volta mais objetivamente: ser pensado a partir da diferença.

Préau

Pour Hegel, le propos de la pensée est l’être vu dans la perspective où l’étant est pensé au sein   de la Pensée absolue et comme cette dernière. Pour nous, le propos de la pensée est le même, donc l’être, mais l’être dans la perspective où il diffère de l’étant. Plus précisément : Pour Hegel, le propos de la pensée est la Pensée totale (der Gedanke) comme Concept absolu. Pour nous, le propos de la pensée est, en termes provisoires, la différence en tant que différence.

[…]

Les différences de la pensée hégélienne et de la nôtre étant ainsi caractérisées sommairement quant au propos de la pensée, quant à la loi et au caractère d’un dialogue avec l’histoire de la pensée, nous essaierons maintenant de faire progresser, un peu plus clairement, le dialogue commencé avec Hegel. Ceci veut dire que nous allons tenter de faire le pas en arrière. Ces mots « le pas en arrière » ouvrent la porte à de multiples malentendus. Ils ne désignent pas une démarche isolée de pensée, mais un mode de mouvement de la pensée et un long chemin à parcourir. Pour autant que le pas en arrière caractérise notre dialogue avec l’histoire de la pensée occidentale, il nous fait en quelque manière sortir de ce que les philosophes ont pensé jusqu’ici. La pensée recule [285] devant le propos qui est le sien, l’être; et ainsi, ce qui a été pensé, elle le place dans un vis-à-vis [1], où nous apercevons la totalité de cette histoire : nous l’apercevons, disons-nous, dans la perspective de ce qui constitue la source de toute cette pensée, en même temps que, d’un façon générale, la « source » prépare à la pensée la région qu’elle occupera. Nous différons de Hegel en ce que nous n’avons pas affaire à un problème reçu, déjà formulé, mais bien à ce qui, d’une bout à l’autre de cette histoire de la pensée, n’a été interrogé par personne. Pour lui donner un nom nous aurons recours provisoirement, mais inévitablement, au langage de la tradition  . Nous parlerons de la différence [Differenz  ] qui sépare l’être de l’étant. Le pas en arrière va de l’impensé : de la différence comme telle, vers ce qu’il faut penser et qui est l’oubli de la différence. L’oubli qu’il faut ici penser est le voilement de la différence comme telle, voilement pensé à partir de la Λήθη (occultation) et qui de son côté s’est soustrait dès l’origine à notre vue. L’oubli fait partie intégrante de la différence, parce que celle-ci est liée à l’oubli. Non pas que l’oubli vienne obscurcir après coup la différence, simplement parce que la pensée humaine serait oublieuse.

La différence de l’étant et de l’être définit la région à l’intérieur de laquelle la métaphysique, la pensée occidentale dans la totalité de son essence, peut être ce qu’elle est. Le pas en arrière part ainsi de la métaphysique pour atteindre à l’essence de la métaphysique. La remarque au sujet de l’emploi que fait Hegel du terme recteur à sens multiples « être » montre que nos observations sur l’être et [286] l’étant ne peuvent jamais être restreintes à une certaine époque de l’histoire de l’éclairement de l’« être ». Lorsque nous discourons sur l’être, nous n’entendons pas non plus ce terme au sens d’un genre, à la généralité vide duquel se laisseraient ramener, comme autant de cas particuliers, les doctrines « historiquement » connues de l’étant. L’ « être » parle toujours suivant sa dispensation [… spricht je und je geschickleich], donc d’une manière pénétrée de tradition.

[…]

Il s’agit ici d’examiner la question de l’essence onto-théologique de la métaphysique, mais tout d’abord seulement comme une question. Comment parvenir au lieu visé par cette question [In den Ort  , den die Frage  … erörtert…] de la constitution onto-théologique de la métaphysique? Seule la chose en question peut nous en montrer [296] le chemin, et de telle sorte que nous nous efforcions de penser le propos, la « chose » (Sache  ) de la pensée d’une façon plus conforme à la chose (sachlicher). Le propos de la pensée a été transmis sous le nom d’ « être » à la pensée occidentale. Examinons-le d’un peu plus près, considérons avec plus de soin le côté litigieux de cette chose ou de cette « cause », il apparaît alors qu’être veut dire, toujours et partout : être de l’étant, expression où le génitif doit être entendu comme un genitivus obiectivus. Partout et toujours, l’étant veut dire : étant de l’être, et ici le génitif est un genitivus subiectivus. A vrai dire, ce n’est pas sans réserves que nous parlons d’un génitif tourné vers l’objet ou vers le sujet : car ces termes, sujet et objet, résultent eux-mêmes d’une qualification de l’être. Une seule chose est claire : qu’on parle de l’être de l’étant ou de l’étant de l’être, il s’agit chaque fois d’une différence.

En conséquence, nous ne pensons l’être tel qu’il est que si nous le pensons dans la différence qui le distingue de l’étant et si nous pensons l’étant dans la différence qui le distingue de l’être. C’est ainsi que la différence nous devient proprement visible Si nous essayons de nous la représenter, nous sommes aussitôt tentés de la concevoir comme une relation que notre représentation a ajoutée à l’être et à l’étant. La différence est par là rabaissée à n’être plus qu’une distinction, une fabrication de notre entendement.

Mais supposons un moment que la différence soit une adjonction de notre entendement. La question se pose aussitôt : une adjonction à quoi? On répond : à l’étant. Bien. Mais que veut dire « l’étant »? Quoi d’autre que : « ce qui est »? La prétendue adjonction, la représentation de la différence, est ainsi ramenée à l’être. Mais « l’être », de son côté, [297] veut dire : l’être, que l’étant est. Ici ou là, partout où nous croyons arriver les premiers et apporter la différence comme prétendue adjonction, nous rencontrons déjà l’étant et l’être dans leur différence. Tout se passe comme dans le conte de Grimm Le Lièvre et le Hérisson: « Je suis là ! » [2]. Maintenant cet étrange état de choses — que l’étant et l’être soient toujours découverts à partir de la différence et en elle — pourrait faire l’objet d’une interprétation massive, qui l’expliquerait ainsi : notre pensée représentative est agencée et constituée de telle sorte que, par un processus   qui, si l’on peut dire, se déroule au-dessus de sa tête, mais a son origine dans sa tête, d’emblée, entre l’étant et l’être, elle installe partout la différence. Sur cette explication en apparence évidente, mais vite trouvée, il y aurait beaucoup à dire et plus encore à questionner, et avant tout ceci : D’où vient cet « entre », dans lequel la différence doit être pour ainsi dire glissée et insérée?

Mais laissons là les opinions et les explications et, à leur place, observons ceci : Partout et à tout moment, dans le propos de la pensée, dans l’étant comme tel, nous rencontrons la différence en question, et cela d’une façon si évidente que nous ne prenons même pas connaissance de ce fait en tant que tel. Rien non plus ne nous oblige à le faire. Notre pensée est libre de passer outre à la différence ou de la considérer expressément comme telle. Mais cette liberté n’existe pas dans tous les cas. [298] Il peut arriver que subitement la pensée se sente appelée à demander : Que dit donc cet « être » dont on a tant parlé? Alors, si l’être se montre aussitôt comme « l’être de… », avec un génitif qui implique une différence, notre interrogation se fait plus pénétrante : Que penser de la différence, s’il est vrai que l’être aussi bien que l’étant apparaissent, chacun à sa façon, à partir de la différence? Si nous voulons donner à cette question une réponse satisfaisante, il faut d’abord que nous nous placions bien en face de la différence. Position de vis-à-vis qui devient possible quand nous faisons le pas en arrière : car c’est seulement grâce au recul [Ent-Fernung  ] qu’il nous donne que ce qui est proche se livre à nous comme tel et que pour la première fois la proximité nous devient sensible. Par le pas en arrière, nous libérons le propos de la pensée, l’être comme différence, nous lui permettons de se présenter à nous dans un vis-à-vis qui peut demeurer entièrement vide d’objets.

Ne perdons toujours pas de vue la Différence, mais, grâce au pas en arrière, laissons-la occuper la position de ce qu’il faut penser. Nous pouvons alors ajouter : « l’être de l’étant » veut dire « l’être qui est l’étant ». Ici le verbe « est » a un sens transitif, il marque un passage. Ici l’être se déploie dans le mode d’un passage vers l’étant. Toutefois l’être ne quitte pas son lieu pour aller vers l’étant, comme si celui-ci, originellement séparé de l’être, dût être d’abord rejoint par lui. L’être passe au-delà et au-dessus de ce qu’il dé-couvre, il sur-vient à ce qu’il [299] dé-couvre et qui, par cette Sur-venue seulement, arrive comme ce qui de soi se dévoile. « Arriver » veut dire : s’abriter dans la non-occultation : ainsi à l’abri, durer dans une présence : être un étant.

L’être se montre à nous comme la Survenue qui découvre. L’étant comme tel apparaît dans le mode de cette Arrivée qui s’abrite dans la non-occultation.

Si l’être, au sens de la Survenue qui découvre, et l’étant comme tel, au sens de l’Arrivée qui s’abrite, s’accomplissent comme étant ainsi différents, ils le font par la vertu du Même, de la Dimension [Unter-Schied]. Cette dernière seule fournit et tend l’entre-deux (das Zwischen  ), où Survenue et Arrivée sont maintenues en rapport, écartées l’une de l’autre et tournées l’une vers l’autre. La différence de l’être et de l’étant, comprise comme la Di-mension de la Survenue et de l’Arrivée, est la Conciliation [Austrag  ], dé-couvrante et abritante, de l’une et de l’autre. Dans la Conciliation prédomine l’éclairement de ce qui se ferme et se voile; et c’est par cette prédominance que la Survenue et l’Arrivée sont à la fois écartées l’une de l’autre et référées l’une à l’autre.

[300] Si nous essayons ainsi de considérer la Différence comme telle, nous ne la faisons pas disparaître, nous la suivons jusqu’à son origine essentielle. Chemin faisant, nous pensons la Conciliation de la Survenue et de l’Arrivée. Ce n’est rien d’autre que le propos même de la pensée, examiné de plus près : d’un pas en arrière plus près : c’est l’être pensé à partir de la Différence.

Stambaugh

For Hegel, the object of thought is Being in view of the suchness of existential thought in and as absolute Thought. For us, the object of thinking is the Same, hence, Being, but Being in view of its difference from Existence. Expressed even more precisely, for Hegel the object of thinking is Thought as absolute Notion. For us, the object of thinking is, by way of a first statement, difference as difference.

[…]

After this brief characterization of the difference between Hegel’s thinking and our own regarding the object, criterion, and character of a discussion involving the history of thought, we shall attempt to promote our discussion with Hegel, which we have already begun, a trifle more in the direction of clarity. By this we mean that we shall dare to make an attempt at “backtracking.”

The phrase “backtracking” easily makes for several misinterpretations. To “backtrack” does not   imply taking an isolated step in one’s thinking, but a kind of thought movement, and a rather long way. In so far as “backtracking” determines the character of our discussion involving the history of occidental thought, thinking leads us, in a manner of speaking, out of what has up to now been thought in philosophy. Thought steps aside from its object, Being, and thus changes what is thought into the opposite wherein we glimpse it especially in view of what constitutes the source of all this thinking because basically it makes the realm of its abode available. This is, in contrast to Hegel, not a traditional, already posed problem, but it is the problem which has never even been asked throughout the history of thought. For the time being and unavoidably we designate it in the language of tradition. We speak of a difference between Being and Existence. The “back track” starts with what has not yet been thought, from difference as such, to proceed toward what is yet to be thought. That is the oblivion of difference. The oblivion we have in mind here is that of an enshrouding of difference as such—we are thinking of a Lethe (concealment). This enshrouding originally went unnoticed. Oblivion belongs to difference because the latter belongs to the former. It is not as if oblivion overcame subsequently difference in consequence of the forgetfulness of man’s thinking.

The difference of Existence and Being is the realm within which metaphysics, that is, occidental thinking in the totality of its essence can be what in effect it is. “Backtracking” hence goes from metaphysics into the essence of metaphysics. The remark concerning Hegel’s use of the severally interpreted main term “Being” permits us to recognize that any use of the word Being and Existence can never be fixed for a particular epoch of history during which clarity has been introduced into the concept “Being.” Moreover, if we speak of “Being” we never take this word in the sense of a species under whose empty generality the doctrines concerning existence, historically considered, belong as individual cases. “Being,” as the case may be, proclaims destiny and, hence, control of tradition.

[…]

First of all we are obliged to discuss the problem of the onto-theological nature of metaphysics problematically pure and simple. Only the object of thought itself can usher us into the realm which is discussed in the problem as to the onto-theological constitution of metaphysics. We can accomplish this by thinking more objectively about the object of thought. The object of thought is traditionally known in occidental thinking by the name this object just a trifle more objectively, should we pay more careful attention to the debatable in the object, then we should see that always and everywhere Being means the Being of Existence, in which phrase the possessive case is to be thought as a genitivus subjectivus. Of course, we speak with reservations about a possessive case as applied to object and subject, for these labels, subject and object, have on their part arisen from an imprint of Being. The only thing that is clear is that in the case of the Being of Existence and the Existence and the Existence of Being we are concerned every time with a difference.

We think of Being, therefore, as object only when we think it as different from Existence and think Existence as different from Being. Thus, difference proper emerges. If we attempt to form an image of it, we shall discover that we are immediately tempted to comprehend difference as a relation which our thinking has added to Being and to Existence. As a result, difference is reduced to a distinction, to a product of human intelligence.

However, let us assume for once that difference is an addition of our forming a mental image, then the problem arises: An addition to what? And the answer we get is: to Existence. Well and good. But what do we mean by this “Existence”? What else do we mean by it than such as is? Thus we accommodate the alleged addition, the idea   of a difference, under Being. Yet, “Being” itself proclaims: Being which is Existence. Wherever we would introduce difference as an alleged addition, we always meet Existence and Being in their difference. It is as in Grimm’s fairy tale of the rabbit and the hedgehog: “I’s all here.” Now, we could treat this odd state of affairs that Existence and Being, each in its own way, are to be discovered through and in difference, in a pompous fashion and explain it as follows. “It cannot be helped that our representational thinking is so organized and constituted that prior to any operation it establishes difference everywhere between Existence and Being, above one’s head, as it were, and again in one’s head where it seems to originate.” Much could be said anent this apparently natural yet all too ready explanation. Still more problems could be posed, above all this. Where do we get this “between” from in which difference is, as it were, to be intercalated?

Let us be done now with opinions and explanations. Instead let us make the following observation. What we call difference we find everywhere and at all times in the object of thought, in Existence as such, and we come up against it in a manner so free of doubt that we do not pay any particular attention to it. Nothing moreover, seems to compel us to take particular notice. We are at liberty in our thinking not to give any thought to difference or to reflect on it specifically. Yet, this liberty does not hold for all cases. By chance it may occur that thought will find itself called upon to answer the question: What is the meaning of this oft-mentioned Being? If under these conditions Being exhibits itself as a being of …, in the genitive of difference, then the question just asked would be more to the point if rephrased: What in your opinion   is difference if both Being as well as Existence each in their own way appear through difference? In order to do justice to this question we must first of all maneuver ourselves into an objective opposition to difference. This opposition appears when we “backtrack.” For it is only through the dis-tance brought about by “backtracking” that the close-by as such presents itself, that proximity appears for the first time. In “backtracking” we release the object of thought, Being as difference, into its opposite. The opposite may remain absolutely objectless.

Still with an eye to difference, yet releasing it in “backtracking” into that which is to-be-thought we can assert the following. Being of Existence means the type of Being which Existence is. The “is” in this case is to be taken transitively, as implying passage. Being asserts its nature here in the manner of a transition to Existence. However, Being does not go over toward or into Existence by leaving its place or position, as if Existence, previously devoid of Being, could be contacted by Being for the first time. Being transcends and covers, while revealing itself, what is encountered in open presence by such enthrallment. Encounter means seeking refuge in open presence, thus, being in sheltered presence, being an Existent.

Being exhibits itself as revealing enthrallment. Existence as such manifests itself as an encounter fleeing into unmasked presence.

Being in the sense of revealing enthrallment and Existence as such in the sense of refuge-seeking encounter have their being as elements that have been differentiated from the Same, that which underlies difference. What underlies distinction is what originally is responsible for yielding and keeping apart the between, wherein enthrallment and encounter are conjoined and mutually supported in their fluctuating relationships. The difference of Being and Existence as the ground of distinction between enthrallment and encounter lies in the unmasking-enshrouding issue of both. Light is shed throughout the issue on the self-enshrouding occlusion. It is this pervading luminosity which is responsible for the reciprocity of enthrallment and encounter.

In our attempt to reflect on difference as such we do not cause its disappearance but we are following it through to its essential origin. En route there we had to give thought to the issue between enthrallment and encounter. What is at stake is really the object of thought more objectively considered in the “backtracking.” In other words, it is Being thought of as emerging from difference.

Original

Für Hegel ist die Sache des Denkens das Sein hinsichtlich der Gedachtheit des Seienden   im absoluten Denken   und als dieses. Für uns ist die Sache des Denkens das Selbe  , somit das Sein, aber das Sein hinsichtlich seiner Differenz zum Seienden. Noch schärfer gefaßt: Für Hegel ist die Sache des Denkens der Gedanke als der absolute Begriff  . Für uns ist die Sache des Denkens, vorläufig   benannt, die Differenz als Differenz.

[…]

Nach dieser knappen Kennzeichnung der Verschiedenheit des Hegelschen Denkens und des unsrigen hinsichtlich der Sache, hinsichtlich der Maßgabe und des Charakters eines Gespräches mit der Geschichte   des Denkens versuchen wir, das begonnene Gespräch   mit Hegel um ein Geringes deutlicher in Gang zu bringen  . Dies besagt: Wir wagen einen Versuch   mit dem Schritt   zurück. Der Titel «Schritt zurück» legt mehrfache Mißdeutungen nahe. «Schritt zurück» meint nicht   einen vereinzelten Denkschritt, sondern die Art der Bewegung   des Denkens und einen langen Weg  . Insofern der Schritt zurück den [24] Charakter unseres Gespräches mit der Geschichte des abendländischen Denkens bestimmt, führt das Denken aus dem in der Philosophie   bisher Gedachten in gewisser Weise   heraus. Das Denken tritt vor seiner Sache, dem Sein, zurück und bringt so das Gedachte in ein Gegenüber, darin wir das Ganze   dieser Geschichte erblicken und zwar hinsichtlich dessen, was die Quelle dieses ganzen Denkens ausmacht, indem sie ihm überhaupt den Bezirk seines Aufenthaltes bereitstellt. Dies ist im Unterschied zu Hegel nicht ein überkommenes, schon gestelltes Problem, sondern das durch diese Geschichte des Denkens hindurch überall Ungefragte. Wir benennen es vorläufig und unvermeidlich in der Sprache   der Überlieferung  . Wir sprechen von der Differenz zwischen dem Sein und dem Seienden. Der Schritt zurück geht vom Ungedachten, von der Differenz als solcher, in das zu-Denkende. Das ist die Vergessenheit   der Differenz. Die hier zu denkende Vergessenheit ist die von der Lethe (Verbergung  ) her gedachte Verhüllung   der Differenz als solcher, welche Verhüllung ihrerseits sich anfänglich   entzogen hat. Die Vergessenheit gehört zur Differenz, weil diese jener zugehört. Die Vergessenheit befällt nicht erst die Differenz nachträglich zufolge einer Vergeßlichkeit des menschlichen Denkens.

Die Differenz von Seiendem und Sein ist der Bezirk, innerhalb   dessen die Metaphysik  , das abendländische   Denken im Ganzen seines Wesens das sein kann, was sie ist. Der Schritt zurück bewegt sich daher aus der Metaphysik in das Wesen   der Metaphysik. Die Bemerkung über Hegels Gebrauch   des mehrdeutigen Leitwortes «Sein» läßt erkennen  , daß   die Rede   von Sein und Seiendem sich niemals auf   eine Epoche   der Lichtungsgeschichte von «Sein» festlegen läßt. Die Rede vom «Sein» versteht diesen Namen auch nie im Sinne einer Gattung  , unter deren leere   Allgemeinheit   die historisch vorgestellten Lehren vom Seienden als einzelne Fälle gehören  . «Sein» spricht je und je geschicklich und deshalb durchwaltet von [25] Überlieferung.

[…]

Es gilt hier, die Frage nach dem ontotheologischen Wesen der Metaphysik zunächst   nur als Frage zu erörtern  . In den Ort, den die Frage nach der ontotheologischen Verfassung   der Metaphysik erörtert, kann uns nur die Sache selbst weisen  , dergestalt, daß wir die Sache des Denkens sachlicher zu denken versuchen. Die Sache des Denkens ist dem abendländischen Denken unter dem Namen «Sein» überliefert. Denken wir diese Sache um ein geringes sachlicher, achten   wir sorgfältiger auf das Strittige in der Sache, dann   zeigt sich: Sein heißt stets und überall: Sein des Seienden, bei   welcher Wendung der Genitiv als genitivus obiectivus zu denken ist. Seiendes heißt stets und überall: Seiendes des Seins, bei welcher Wendung der Genitiv als genitivus subiectivus zu denken ist. Wir sprechen allerdings mit Vorbehalten von einem Genitiv in der Richtung   auf Objekt   und Subjekt; denn diese Titel Subjekt und Objekt sind ihrerseits schon einer Prägung des Seins entsprungen. Klar ist nur, daß es sich beim Sein des Seienden und beim Seienden des Seins jedesmal um eine Differenz handelt.

Sein denken wir demnach nur dann sachlich, wenn wir es in der Differenz mit dem Seienden denken und dieses in der Differenz mit dem Sein. So kommt die Differenz eigens in den Blick. Versuchen wir sie vorzustellen, dann finden wir uns sogleich dazu   verleitet, die Differenz als eine Relation aufzufassen, die unser Vorstellen   zum Sein und zum Seienden hinzugetan hat. Dadurch wird die Differenz zu einer Distinktion, zu einem Gemächte   unseres Verstandes herabgesetzt.

Doch nehmen   wir einmal an, die Differenz sei eine Zutat unseres Vorstellens, dann erhebt sich die Frage: eine Zutat wohinzu? Man antwortet: zum Seienden. Gut  . Aber was heißt dies: «das Seiende»? Was heißt es anderes als: solches, das ist? So bringen wir denn die vermeintliche Zutat, die Vorstellung von der Differenz, beim Sein unter. Aber «Sein» sagt selber: Sein, das Seiendes ist. Wir treffen dort, wohin   wir die Differenz als angebliche Zutat erst mitbringen sollen  , immer schon   Seiendes und Sein in ihrer Differenz an. Es ist hier wie im Grimmschen Märchen vom Hasen und Igel: «Ick bünn all hier». Nun könnte man mit diesem seltsamen Sachverhalt, daß Seiendes und Sein je schon aus der Differenz und in ihr vorgefunden werden  , auf eine massive Weise verfahren und ihn so erklären: Unser vorstellendes Denken ist nun einmal so eingerichtet und beschaffen  , daß es gleichsam über seinen Kopf hinweg und diesem Kopf entstammend überall zwischen dem Seienden und dem Sein die Differenz zum voraus anbringt. Zu dieser anscheinend einleuchtenden, aber auch schnell   fertigen Erklärung wäre vieles zu sagen und noch mehr zu fragen, allem voran dieses: Woher kommt das «zwischen», in das die Differenz gleichsam eingeschoben werden soll?

Wir lassen   Meinungen und Erklärungen fahren, beachten statt dessen folgendes: Überall und jederzeit finden wir das, was Differenz genannt wird, in der Sache des Denkens, im Seienden als solchem vor, so zweifelsfrei, daß wir diesen Befund gar nicht erst als solchen zur Kenntnis nehmen. Auch zwingt uns nichts, dies zu tun  . Unserem Denken steht es frei  , die Differenz unbedacht zu lassen oder sie eigens als solche zu bedenken. Aber diese Freiheit gilt nicht für alle Fälle. Unversehens kann der Fall   eintreten, daß sich das Denken in die Frage gerufen findet: Was sagt denn dieses vielgenannte Sein? Zeigt sich hierbei das Sein sogleich als Sein des…, somit im Genitiv der Differenz, dann lautet die vorige Frage sachlicher: Was haltet ihr von der Differenz, wenn sowohl das Sein als auch das Seiende je auf ihre Weise aus der Differenz her erscheinen  ? Um dieser Frage zu genügen, müssen wir uns erst zur Differenz in ein sachgemäßes Gegenüber bringen. Dieses Gegenüber öffnet sich uns, wenn wir den Schritt zurück vollziehen. Denn durch die von ihm erbrachte Ent-Fernung gibt sich zuerst das Nahe als solches  , kommt Nähe zum ersten Scheinen. Durch den Schritt zurück lassen wir die Sache des Denkens, Sein als Differenz, in ein Gegenüber frei, welches Gegenüber durchaus gegenstandslos bleiben kann.

Immer noch auf die Differenz blickend und sie doch schon durch den Schritt zurück in das zu-Denkende entlassend, können wir sagen: Sein des Seienden heißt: Sein, welches das Seiende ist. Das «ist» spricht hier transitiv, übergehend. Sein west hier in der Weise eines Überganges zum Seienden. Sein geht jedoch nicht, seinen Ort verlassend, zum Seienden hinüber, so als könnte Seiendes, zuvor ohne das Sein, von diesem erst angegangen werden. Sein geht über (das) hin, kommt entbergend über (das), was durch solche Überkommnis erst als von sich her Unverborgenes ankommt. Ankunft heißt: sich bergen in Unverborgenheit  : also geborgen anwähren: Seiendes sein.

Sein zeigt sich als die entbergende Überkommnis. Seiendes als solches erscheint in der Weise der in die Unverborgenheit sich bergenden Ankunft.

Sein im Sinne der entbergenden Überkommnis und Seiendes als solches im Sinne der sich bergenden Ankunft wesen als die so Unterschiedenen aus dem Selben, dem Unter-Schied. Dieser vergibt erst und hält auseinander das Zwischen, worin Überkommnis und Ankunft zueinander gehalten, auseinander-zueinander getragen sind. Die Differenz von Sein und Seiendem ist als der Unter-Schied von Überkommnis und Ankunft der entbergendbergende Austrag beider. Im Austrag waltet Lichtung   des sich verhüllend Verschließenden, welches Walten   das Aus-und Zueinander von Überkommnis und Ankunft vergibt.

Indem wir versuchen, die Differenz als solche zu bedenken, bringen wir sie nicht zum Verschwinden, sondern folgen ihr h ihre Wesensherkunft. Unterwegs zu dieser denken wir den Austrag von Überkommnis und Ankunft. Es ist die um einen Schritt zurück sachlicher gedachte Sache des Denkens: Sein gedacht aus der Differenz.


Ver online : Identität und Differenz [GA11]


[1In ein Gegenüber. Cf. Le Principe de raison, p. 185.

[2Ruse du hérisson, qui prétend battre le lièvre à la course, mais installe secrètement au but sa hérissonne, indiscernable de lui pour le lièvre. Lui-même fait seulement semblant de courir et reste au point de départ. Qu’il aille dans un sens ou dans l’autre, le lièvre trouve toujours au bout du champ un hérisson qui lui crie : « Je suis là! »