Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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Greisch (1994:§30) – O "porquê" do medo

terça-feira 30 de maio de 2017

3/ O "porquê" do medo. O medo, poderíamos dizer, sempre envolve um "desafio". Ele não apenas teme algo, mas teme por alguém, o Dasein em sua ipseidade. "O por quê o medo tem medo é o próprio ente que tem medo: o Dasein. Somente um ente para o qual em seu ser está em jogo seu próprio ser pode ter medo" (SZ   141). Também sob esse ponto de vista, o medo tem seu próprio poder de revelação. Ele nos faz descobrir a "precariedade" essencial (Gefährdung) de nossa existência, o fato de estarmos abandonados a nós mesmos (Uberlassenheit). É quando "perdemos a cabeça", quando perdemos o rumo, que descobrimos um aspecto essencial de nossa existência.

Devemos, então, opor o medo por nós mesmos e o medo pelos outros? De forma alguma, porque são dois lados do mesmo fenômeno: assim como Dasein e Mitdasein andam juntos, todo Befindlichkeit (afecção) tem uma dimensão intersubjetiva, é uma "coafecção com os outros" (Mitbefindlichkeit, SZ   142).


Ver online : Jean Greisch