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Gilvan Fogel (2005:60-61) – cálculo
quinta-feira 24 de outubro de 2024
[…] “Cálculo” significa, portanto: por antecipação estar certo e seguro de, que e com; por antecipação contar com — assegurar-se, auto-assegurar-se previamente.
Verdade e conhecimento, vistos desde a representação conceitual ou lógico-categorial, articulam-se, compõem-se, conjugam-se e explicitam-se na teorização, na teoria, de cujo corpo o conceito é o índice primeiro, elementar. Mas “teoria agora significa: a suposição das categorias, às quais é atribuída somente uma função cibernética e recusado todo e qualquer sentido ontológico” [1]. É essa a postura da “razão técnica” — é isto, a saber, era técnica, que diz aquele “agora” da citação. E o que quer dizer isto: suposição de categorias, às quais se atribui somente uma função cibernética, isto é, uma posição, um papel e um desempenho de controle, de ordenamento, de planificação, enfim, de “cálculo”?! E o que significa negar, recusar todo e qualquer “sentido ontológico”, ou seja, toda e qualquer compreensão de realidade fundada em alguma experiência possível? O que significa, o que é própria e realmente a técnica moderna, a moderna era técnica — o tempo em que todo o real se define como técnica! O que é aí “sub-entendido”, “sub-pensado”, quer dizer, contado como [61] evidente? Qual a evidência da evidência técnica? “O que em nós quer realmente verdade?” Qual o valor de verdade e de conhecimento? Para tudo isso, que no fundo é uma única e mesma questão, estamos nos voltando quando radicalizamos a questão aqui proposta.
[FOGEL , Gilvan. Conhecer é Criar. Ijuí: Unijuí, 2005]
Ver online : Gilvan Fogel
[1] Cf. Heidegger, Μ. “O fim da filosofia e a tarefa do pensamento”. In: Zur Sache des Denkens. Tübingen, Tübingen Max Niemeyer, 1969, p. 65.