Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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GA54:111-112 – arete - decisão

domingo 11 de novembro de 2018

Wrublevski

A palavra άρετά (ή) deixa-se traduzir menos ainda do que αιδώς. “Virtude” soa por demais “moralístico”; se traduzirmos por “efetividade” [Tauglichkeit], pensando esta em relação à “habilidade” e “produção”, soa no todo de modo mais “moderno” e nos conduz à errância. αρετή significa a emergência, a abertura e a integração da essência fundamental do homem no ser. αρετή está relacionada com φυά, palavra de Píndaro   para a essência do homem tal como desabrocha no desencobrimento. αρετή e άρτύω são da mesma raiz, como a palavra latina ars, o que a torna a palavra romana para τέχνη  , a qual traduzimos por “arte”. Com base nessa emergência e abertura integrada de sua essência, o homem é “decidido” na αρετή, ou seja, resoluto, aberto, desvelante e desvelado em relação aos entes. Em tal άρετά, de-cisão, o homem está em sentido literal “de-cidido” com respeito ao ser dos entes; isto é, [112] “decisão” significa ser sem nenhuma cisão do ser, decidido, ou seja, não separado dele.

άρετά, entendida de modo grego como “decisão”, como o desencobrimento da essência humana determinada com base na ἀλήθεια   e no αιδώς*, é algo essencialmente diferente da noção moderna de “decisão”, fundada no homem como “sujeito”. A essência dessa última decisão é baseada no ato da vontade do homem, que se coloca a si mesmo, de modo voluntarista, e, somente a si mesmo. A decisão do homem moderno renascentista deriva da vontade de vontade. Nesse âmbito se inclui a αρετή pensada de modo romano  , como virtus, em italiano virtu, de onde a palavra “virtuosidade”. A “decisão” no sentido moderno é a ordenação fixada da vontade em si mesma e pertence, metafisicamente, ao contexto da vontade de vontade, cuja forma mais próxima se mostra como vontade de poder. A decisão, no sentido moderno, não está fundada, metafisicamente, na ἀλήθεια, mas na autocerteza do homem como sujeito, isto é, na subjetividade. A decisão concebida de maneira moderna é o querer do que é querido em seu próprio querer; nesse querer ela é arrebatada pelo querer. “Ser arrebatado”, em latim, é fanatice. A característica distintiva da decisão moderna é “o fanático”. Em contraposição, a decisão experimentada de modo grego, enquanto abertura desveladora de si para o ser, tem uma outra origem essencial, ou seja, a origem baseada no ser experimentado de modo diverso — baseada no αιδώς, no temor; este lança e envia a άρετά para o homem. O temor como essência do ser traz ao homem o desencobrimento dos entes. Mas oposto a αιδώς vige [waltet] a λάθα, o encobrimento, que chamamos de obliteração. (p. 111-112)

Carlos Másmela

Αρετή es una palabra griega tan esencial como αιδώς, y la palabra άρετά (ή) es aún más intraducibie que αιδώς. Si decimos «virtud», esto suena demasiado «moralista»; si decimos «aptitud» pensamos ésta con respecto a «habilidad» y «ejecución». Todo esto suena muy «moderno» y podría extraviarnos. Αρετή menciona la emergencia y la apertura y la inserción de la esencia fundamental del hombre en el ser. Αρετή está referida a φυά, la palabra de Pindaro para la esencia del hombre como lo que emerge en el desocultamiento. Αρετή y άρτύω son de la misma raíz que el latín ars, el cual llegó a ser la palabra romana para τέχνη, y que traducimos por «arte». Sobre la base de la inserción, emergencia y apertura de la esencia del hombre en el αρετή, él está «resuelto», «abierto» y desocultable-desoculto, para el ente. En tal άρετά, re-solución, el hombre está «de-cidido», en sentido literal, con respecto al ser del ente; esto es, «decisión» significa estar sin una escisión en el ser.

’Αρετά, como es comprendida por los griegos, «resolución», el desocultamiento del hombre como hombre, determinado por άλήύεια y αιδώς, es algo esencialmente diferente de la noción moderna de «resolución», basada en el hombre como «sujeto». La esencia de esta resolución se funda en el acto de la voluntad del hombre que se pone intencionadamente sobre sí mismo y sólo sobre sí mismo. La resolución del moderno renacimiento del [98] hombre procede de la voluntad por la voluntad. A este dominio pertenece άρετή = la virtus tal como es pensada de manera romana, la virtú italiana; de aquí la palabra «virtuosismo». «Resolución» en el sentido moderno es la disposición de la voluntad sujeta a sí misma y pertenece metafísicamente a la esencia de la voluntad por la voluntad, de la cual la presente forma es expuesta por la voluntad de poder. La resolución en sentido moderno no se funda metafísicamente en la ἀλήθεια, sino en la auto-seguridad del hombre como sujeto, es decir, en la subjetividad. La resolución, comprendida en el modo moderno, es querer lo que es querido en su propia voluntad, ella es arrastrada por esta voluntad hacia la voluntad. «Ser arrastrado» es en latín fanatice. La característica de la resolución moderna es «lo fanático». En cambio, la re-solución, experimentada por los griegos como la apertura que se desoculta hacia el ser, tiene otro origen esencial, a saber, una experiencia diferente del ser -basada en αιδώς, sobrecogimiento-. Éste arroja al hombre y le otorga άρετά. El sobrecogimiento, como la esencia del ser, trae al hombre la desocultación del ente. Pero opuesto al αιδώς actúa allí λάθα, la ocultación que llamamos olvido. (p. 97-98)

Schuwer & Rojcewicz

Άρετή is just as essential a Greek word as is αιδώς, and the word άρετά(ή) is even more untranslatable. "Virtue" has too much of a "moralistic" ring, "suitability," if thought in relation to "ability" and "performance," sounds all the more "modern" and would lead us astray. Άρετή means the emergence and opening up and insertion of man’s fundamental essence in Being. Άρετή is related to ψυά, Pindar’s word for the essence of man as it emerges into unconcealedness Άρετή and άρτύω are of the same stem as the Latin ars, which became the Roman word for τέχνη, and which we translate by "art." On the basis of the insertion, emergence, and openness of man’s essence in άρετή, he is "resolute," open, disclosing, and disclosed toward beings. In such άρετά, re-soluteness, man is in the literal sense "de-cided" with regard to the Being of beings, that is, "de-cision" means to be without a scission from Being.

Άρετά as understood by the Greeks, "resoluteness," man’s disclosedness as determined by ἀλήθεια and αιδώς, is something essentially different from the modern notion of "resoluteness," grounded on man as "subject." The essence of this resoluteness is based on the act of will of man positing himself willfully on himself and only on himself The resoluteness of the modern Renaissance   man derives from the will to will. Here belongs άρετή as thought in the Roman way = virtus, in Italian virtu, whence the word "virtuosity." "Resoluteness" in the modern sense is the fixed ordination of the will upon itself and belongs metaphysically within the essence of the will to will, the present form of which is exhibited by the will to power. Resoluteness in the modern [76] [GA 111-113] sense is metaphysically not   grounded on ἀλήθεια but on the self-assurance of man as subject, i.e., on subjectivity. Resoluteness, as conceived in the modern way, is the willing of what is willed in its own will; this will drives it to willing. "Being-driven" is in Latin fanatice. The distinguishing characteristic of modern resoluteness is "the fanatical." As understood by the Greeks, however, resoluteness, the selfdisclosing opening up toward Being, has another origin of essence, namely a different experience of Being—one based on αιδώς, awe. Awe thrusts to man, and bestows on him, άρετά. Awe as the essence of Being conveys to man the disclosure of beings. But opposed to αιδώς there holds sway λάθα, the concealment we call oblivion. (p. 75-76)

Original

Άρετή ist ein gleich   wesentliches griechisches Wort   wie αιδώς; das Wort άρετά (ή) läßt sich noch weniger übersetzen als αιδώς. Sagen   wir »Tugend«, dann   klingt das zu »moralisch  «; sagen wir »Tauglichkeit« und denken   wir diese in bezug   auf   »Tüchtigkeit« und »Leistung«, dann klingt das erst recht »modern« und führt irre  . Αρετή meint das Aufgehen   und Aufschließen und Einfügen des Grundwesens des Menschen in das Sein  . Αρετή ist bezogen auf die ψυά, mit welchem Wort Pindar das in die Unverborgenheit   aufgehende Wesen   des Menschen nennt. ’Αρετή und άρτΐιω ist desselben Stammes wie das lateinische   ars, was zum römischen Wort für τέχνη wird, was wir mit »Kunst  « übersetzen. Auf dem Grunde dieses eingefügten Aufgangs und Aufschlusses seines Wesens in der αρετή ist der Mensch   »entschlossen«, aufgeschlossen, entbergend-entborgen zum Seienden  . In solcher άρετά, Ent-schlossenheit, ist der Mensch im wörtlichen Sinne »ent-schieden« zum Sein des Seienden, entschieden, d. h. nicht   abgeschieden von ihm.

Die griechisch verstandene άρετά, »Entschlossenheit  «, als die aus der ἀλήθεια und αιδώς bestimmte Entborgenheit des Menschenwesens ist etwas wesentlich anderes als die neuzeitlich   gedachte, auf den Menschen als »Subjekt  « gegründete »Entschlossenheit«; deren Wesen gründet im Willensakt des willentlich sich auf sich selbst   und nur dahin sich stellenden Menschen. Die Entschlossenheit des neuzeitlichen RenaissanceMenschen stammt aus dem Willen zum Willen. In diesen Bezirk gehört die römisch gedachte άρετή = die virtus, italienisch virtü, zu der dann auch die »Virtuosität« sich gesellt. Die »Entschlossenheit« im modernen Sinne ist die festgemachte Einrichtung   des Willens auf sich selbst. Sie gehört metaphysisch in das Wesen des Willens zum Willen, als dessen nächste Gestalt der Wille   zur Macht   sich zeigt. Die Entschlossenheit im modernen Sinne ist metaphysisch nicht auf die [112] ἀλήθεια, sondern auf die Selbstsicherheit des Menschen als Subjekt, d. b. auf die Subjektivität, gegründet. Die neuzeitlich begriffene Entschlossenheit will das im eigenen   Willen Ge-wollte, sie ist von diesem Willen hingerissen zum Willen. Das »Hingerissen« heißt römisch fanatice. Die Auszeichnung der modernen Entschlossenheit ist »das Fanatische«. Demgegenüber hat die griechisch erfahrene Ent-schlossenheit als sieb entbergende Aufschließung zum Sein einen anderen   Wesensursprung, namlicb den aus dem anders erfahrenen Sein — aus der αιδώς, der Scheu  ; sie wirft und schickt zu dem Menschen die άρετά. Die Scheu als Wesen des Seins bringt dem Menschen die Entbergung   des Seienden. Der αιδώς entgegen aber waltet die λάθα, die Verbergung  , die wir die Vergessung   nennen. (p. 111-112)


Ver online : Parmenides [GA54]