[…] a Bestand também mostra um contraste marcante com o objeto perceptual da fenomenologia. Parte da concepção husserliana do objeto — de fato, um princípio básico da própria fenomenologia — é que o objeto não é dado de uma só vez, mas sim em perfis e perspectivas. Husserl é sempre muito claro ao dizer que “a percepção de um todo não implica a percepção de suas partes e determinações”. É verdade que o “resto” do objeto é pretendido nesses perfis, seja como retido na memória ou obtido na (…)
Página inicial > Palavras-chave > Autores - Obras > Mitchell / Andrew Mitchell
Mitchell / Andrew Mitchell
Matérias
-
Mitchell (2015:40-41) – objeto perceptual da fenomenologia e Bestand
21 de outubro, por Cardoso de Castro -
Mitchell (2015:71-74) – Terra em Geviert
10 de novembro, por Cardoso de CastroEm Geviert, a terra nomeia o que tradicionalmente poderíamos pensar como a “base material” da coisa. Essa afirmação só pode ser mantida se entendermos “material” e “base” de maneiras bem distintas de seu emprego tradicional na história da filosofia. Isso quer dizer que, estritamente falando, a Terra não é “material” nem uma “base”. O papel da terra dentro do Geviert transforma todas as nossas expectativas habituais do que é considerado terra ou mesmo terreno, pois a “matéria” da terra nada (…)
-
Mitchell (2015:27-28) – maquinação
20 de outubro, por Cardoso de CastroOs entes são abandonados ao mundo, e isso significa que eles são abandonados à maquinação. Ao ente abandonado, “o ente aparece assim, ele se mostra como objeto e presente, como se não tivesse essência” (GA65: 115/91, tm). A maquinação nomeia a constelação de forças que lutam pela objetivação e presença do mundo, realizando o trabalho contínuo de abandono. Assim, os entes aparecem como objetos presentes e a maquinação estabelece todo um sistema de apoio para garantir que eles sejam tratados (…)
-
Mitchell (2015:28-31) – representação [Vorstellen]
21 de outubro, por Cardoso de Castro[…] A maquinação é, portanto, um fenômeno moderno, o trabalho de uma era determinada pela representação, conforme detalhado em outro ensaio desse período, “O tempo da imagem do mundo” [GA5] (1938), que elabora ainda mais o que Contribuições identifica como “ciência moderna e sua essência maquinalmente enraizada” (GA65: 141/111).
Nesse ensaio provocativo e de amplo alcance, Heidegger indaga sobre a essência de nossa era (modernidade) investigando uma de suas formações essenciais, a ciência (…) -
Mitchell (2015:31-32) – maquinação e experiência
21 de outubro, por Cardoso de CastroA posição aparentemente privilegiada do sujeito humano na representação leva a uma ênfase pessoal e social na experiência vivida (Erlebnis), que Heidegger identifica como o participante necessário da extensão da maquinação. De fato, Heidegger vincula a maquinação e a experiência vivida diretamente como a transformação da época da afiliação tradicional entre ser e pensar: “A maquinação e a experiência vivida são formalmente a versão mais originária da fórmula para a questão-guia do pensamento (…)
-
Mitchell (2015:Intro) – Geviert
1º de outubro, por Cardoso de Castro[…] As discussões de Heidegger sobre a terra a consideram a própria “matéria” da existência. O que essa matéria é, no entanto, não é nada que normalmente associamos à terra. Ela não é sólida nem fundamentada. Em vez disso, a terra nomeia o sensorial. De acordo com os insights anteriores de “A origem da obra de arte”, a terra nomeia um tipo de aparecimento sensorial não quantificável. Não se trata de uma base substancial que fundamentaria todas as coisas. Ao invés, o que é da terra não tem (…)
-
Mitchell (2015:71-73) – Terra em "Origem da Obra de Arte"
21 de outubro, por Cardoso de CastroHeidegger introduziu pela primeira vez uma nova concepção da terra () em seu ensaio “A origem da obra de arte” de 1936 [GA5]. (A primeira elaboração é datada de 1931.) Isso não quer dizer que já esteja presente no ensaio da obra de arte — não está —, mas o papel que a terra desempenha ali a prepara para uma eventual inclusão em Geviert em 1949. […]
Desde a primeira elaboração do ensaio até sua versão publicada, a terra é entendida em uma relação tensa com o mundo. A descoberta de (…)
Notas
- Mitchell (2015:26-27) – abandono do ser [Seinsverlassenheit]
- Mitchell (2015:37-38) – dis-ponibilidade [Bestand]
- Mitchell (2015:38-39) – disponibilidade da Bestand
- Mitchell (2015:38-39) – encobrimento e desencobrimento
- Mitchell (2015:Intro) – finitude
- Mitchell (2015:Intro) – mediação e racionalidade
- Mitchell (2015:nI9) – conscrição [Gestellung]