Extrato da tradução em português de Carlos Morujão
O eu, enquanto «eu penso» é, de ora em diante [após Descartes], o fundamento em que repousa toda a certeza e verdade. Mas, ao mesmo tempo, o pensamento, o enunciado, o logos, é o fio condutor das determinações do Ser, das categorias. Estas encontram-se tendo como fio condutor o «eu penso», tendo em vista o eu. Deste modo, o eu, devido a este significado fundamental para a fundamentação da totalidade do saber, torna-se a determinação (…)
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Vernunft / reinen Vernunft / Vernunftbegabte / Vernunfterkenntnis / vernünftig / vernünftige / Vernünftigkeit / Vernunftwesen
Vernunft / la raison / a razão / the reason / reinen Vernunft / razão pura / pure reason / raison pura / razón pura
Matérias
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GA41: Significado «razão pura»
19 de fevereiro de 2017, por Cardoso de Castro -
Raffoul (2010:8-10) – quatro temas na interpretação tradicional de responsabilidade
20 de junho de 2023, por Cardoso de CastroQuatro temas governam a interpretação tradicional da responsabilidade, o que chamaríamos de quatro "conceitos fundamentais" do discurso tradicional da responsabilidade:
1. The belief that the human being is an agent or a subject, i.e., the reliance on subjectivity (with subjectum in its logical or grammatical sense of foundation) as ground of imputation. A critique of such a subject, whether Nietzschean in inspiration, phenomenological or deconstructive, will radically transform our (…) -
Emerich Coreth (1973:45-48) – compreensão
5 de junho de 2023, por Cardoso de CastroO verbo "compreender" e o substantivo "compreensão" referem-se à clássica dualidade de ratio e intellectus, mas a distinção tornou-se obscura em alemão, porque enquanto "compreensão" (Verstand) correspondia mais a ratio, o verbo "compreender" (verstehen) significa antes uma intuição (a Vernunft) ou seja, o intellectus.
1. O problema da hermenêutica é o problema da compreensão. Mas o que significa "compreensão"? Para um primeiro esclarecimento, ainda provisório, remontemos à história da (…) -
GA3: § 38. - A questão da essência do homem e o resultado verdadeiro da instauração kantiana do fundamento
16 de junho de 2016, por Cardoso de CastroMinha tradução do francês, "Kant et le problème de la métaphysique", trad. A. Waelhens et W. Biemel, Gallimard, Paris, 1953
Parece mais e mais claro que não chegaremos a cingir o verdadeiro resultado da instauração kantiana enquanto nos mantivermos a apresentá-lo sob forma de definição ou de tese acabada. A maneira de filosofar própria a Kant só nos será acessível se nos abstemos, com ainda maior determinação que antes, a examinar aquilo que Kant expôs literalmente, para investigar aquilo (…) -
GA10 – ratio (razão)
21 de setembro de 2023, por Cardoso de CastroA este digno-de-ser-pensado pertence a simples correlação de coisas, que agora talvez em algumas coisas se moveu para mais próximo de nós. Nós nomeamo-la, quando dizemos: ser é experimentado como fundamento. O fundamento é interpretado como RATIO, como conta. [tr. Telles Menezes; GA10: CONFERÊNCIA O PRINCÍPIO DO FUNDAMENTO]
O princípio do fundamento enquanto o fundamento do princípio – esta estranha relação torna confuso o nosso representar habitual. Tal não nos deve surpreender, (…) -
Camus (2018) – o ataque atual contra a razão
18 de outubro, por Cardoso de CastroMas talvez em nenhuma outra época, como na nossa, foi mais vivo o ataque contra a razão. Desde o grande grito de Zaratustra — “Por acaso, é a mais velha nobreza do mundo. Eu a reintegrei em todas as coisas quando disse que não queria nenhuma vontade eterna acima dela” —, desde a doença mortal de Kierkegaard — “esse mal que confina com a morte sem mais nada depois dela” —, os temas significativos e supliciantes do pensamento absurdo se sucederam. Ou, pelo menos, e essa minúcia é fundamental, (…)
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Ernildo Stein (2012:27-29) – de onde se dá o discurso filosófico?
6 de fevereiro, por Cardoso de CastroEntão qual é a base do discurso filosófico? Se ele se manifesta, perguntaríamos de que lugar? Wittgenstein dirá que são as formas da vida, são os jogos de linguagem. Heidegger dirá que são os modos de ser do ser-aí, que podemos descrever formalmente. A Filosofia tem isso como campo de operação. Wittgenstein vai dizer: “Os limites do meu mundo são os limites da minha linguagem”. Quando, porém, ele usa a palavra “mundo” não é o “mundo físico” que posso esgotar empirica-mente, mas o meu mundo (…)
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Janicaud: O racional em Heidegger
30 de maio de 2017, por Cardoso de CastroEn faisant maintenant état de l’ambiguïté de la pensée heideggérienne, nous ne nous référons ni à la Zweideutigkeit au sens particulier qu’elle a dans Sein und Zeit (§ 37) comme qualification de l’« être-jeté » ni, en un sens très général, à la surdétermination herméneutique telle qu’elle court très constamment à travers l’ouvre du maître de Fribourg (de l’ambiguïté du «cercle herméneutique» par lequel s’ouvre Sein und Zeit à celle de la Fragwurdigkeit des derniers écrits). Non seulement (…)
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Être et temps : § 1. La nécessité d’une répétition expresse de la question de l’être.
19 de junho de 2011, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
La question est aujourd’hui tombée dans l’oubli, quand bien même notre temps considère comme un progrès de réaffirmer la « métaphysique ». Néanmoins, l’on se tient pour dispensé des efforts requis pour rallumer une nouvelle gigantomachia peri tes ousias. La question soulevée n’est pourtant (…) -
GA (espanhol) – ratio
19 de setembro de 2023, por Cardoso de CastroCiertamente, la metafísica representa a lo ente en su ser y, por ende, también piensa el ser de lo ente. Pero no piensa el ser como tal, no piensa la diferencia entre ambos (vid. Vom Wesen des Grundes, 1929, p. 8; también Kant und das Problem der Metaphysik, 1929, p. 225, y Sein und Zeit, p. 230). La metafísica no pregunta por la verdad del ser mismo. Por tanto, tampoco pregunta nunca de qué modo la esencia del hombre pertenece a la verdad del ser. Pero no se trata sólo de que la metafísica (…)
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GA3: § 37. - A idéia de uma antropologia filosófica.
16 de junho de 2016, por Cardoso de CastroMinha tradução do francês, "Kant et le problème de la métaphysique", trad. A. Waelhens et W. Biemel, Gallimard, Paris, 1953
Que comporta uma antropologia filosófica? Que é isto, em geral, uma antropologia e como ela se torna filosófica? Antropologia quer dizer ciência do homem. Compreende tudo aquilo que pode ser explorado da natureza do homem enquanto é um ser constituído de um corpo, de uma alma e de um espírito. O domínio da antropologia não engloba somente o estudo das propriedades, (…) -
GA10: Estrutura da Obra
13 de março de 2017, por Cardoso de CastroTradução nossa da versão francesa de André Préau
-* I. Primeiras curiosidades II. O círculo do princípio de razão III. O apelo a fornecer a razão IV. O grande poder do princípio de razão V. "A rosa é sem porque" VI. O ser e a razão VII. Os cinco pontos principais VIII. Retiro e presença do ser IX. Da physis à Razão pura X. Objetidade e razão suficiente XI. O ser e o pensamento XII. O fundo e a dupla ratio XIII. O ser, o fundo e o Jogo A CONFERÊNCIA - O princípio de razão -
GA3:205-208 – §36 O fundamento estabelecido e o resultado da instauração kantiana do fundamento da metafísica.
16 de junho de 2016, por Cardoso de CastroMinha versão do francês, "Kant et le problème de la métaphysique", trad. fran. A. Waelhens et W. Biemel, Gallimard, Paris, 1953
Português
Percorrendo as diversas etapas da instauração kantiana, descobrimos como esta alcançou finalmente à imaginação transcendental que se revela ser o fundamento da possibilidade intrínseca da síntese ontológica, quer dizer da transcendência. Quando se constatou este fundamento e o explicitou-se originalmente como temporalidade, tem-se verdadeiramente o (…) -
Harada (2009a:79-82) – logos e aisthesis - Wahrnehmung
20 de dezembro de 2023, por Cardoso de CastroO conceito de logos é múltiplo. As diversas significações parecem tender para diversas direções sem congruência, enquanto não conseguirmos captar, de modo próprio, o sentido fundamental, uno no seu conteúdo primário, originário grego. É usual dizer que logos significa fala. Essa tradução somente é válida, na medida em que nessa tradução literal, a nossa compreensão atual consiga ouvir e entoar a tonância que logos ele mesmo, como fala quer dizer propriamente. As múltiplas e arbitrárias (…)
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Derrida (2016:451-454) – logos
13 de fevereiro, por Cardoso de Castro[…] Heidegger que diz, eu lembro, em Introdução à metafísica, que não é senão tardiamente, depois do acontecimento (Geschehnis), depois da aparição consciente, ciente, sapiente (die wissende Erscheinung des Menschen als des geschichtlichen) do homem como homem historial, que não foi senão depois dessa acontecimentalidade historial, e, portanto, tardiamente, que se definiu (Heidegger coloca a palavra entre aspas: “definiert”) o homem por meio de um conceito (in einem Begriff) e que esse (…)
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Arendt (LM:13-14) – razão (Vernunft) e compreensão (Verstand)
14 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroAbranches et alii
A distinção que Kant faz entre Vernunft e Verstand, “razão” e “intelecto” (e não “entendimento”, o que me parece uma tradução equivocada; Kant usava o alemão Verstand para traduzir o latim intellectus, e embora Verstand seja o substantivo de verstehen, o “entendimento” das traduções usuais não tem nenhuma das conotações inerentes ao alemão das Verstehen), é crucial para nossa empreitada. Kant traçou essa distinção entre as duas faculdades espirituais após haver descoberto (…) -
GA3:13-15 – conhecimento ontológico
28 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroCasanova
Kant faz com que o problema relativo à possibilidade da ontologia remonte à questão: “como são possíveis juízos sintéticos a priori?”. A interpretação dessa formulação do problema fornece a explicação para que a fundamentação da metafísica seja levada a cabo como uma crítica da razão pura. A pergunta acerca da possibilidade do conhecimento ontológico exige uma caracterização prévia desse conhecimento. Kant capta nesta formulação, em sintonia com a tradição, o conhecer como julgar. (…)
Notas
- Derrida (2005:120) – A honra da razão — será isso razão?
- GA10:155-156 – ratio - conta
- GA19:59-60 – νοῦς e διανοεῖν
- GA41: juízo - Urteil
- GA5:247 – Razão opositora do pensar
- Richardson (2003:30-31) – A "revolução copernicana" de Kant
- Richardson (2003:31) – finitude humana
- Richardson (2003:32-33) – finitude humana
- Scheler (PHC) – pessoa